Dinastias do Império Bizantino. Lista dos imperadores romanos do Ocidente e do Oriente e a diferença entre a Igreja Católica Apostólica Romana e a Igreja Ortodoxa (Igrejas Ortodoxas Bizantinas ou Calcedonianas e as Igrejas Ortodoxas Orientais).

Dynasties of the Byzantine Empire. List of the Roman Emperors of the West and East and the difference between the Roman Apostolic Catholic Church and Orthodox Church (the Eastern Orthodox Churches and Oriental Orthodox Churches).


Imperadores Bizantinos




Não se esqueça que todos esses temas sobre imperadores romanos foram escritos para dar o entendimento da profecia do apóstolo João em Apocalipse sobre Roma, onde Deus a chama de ‘a grande meretriz’.

XVI) Dinastia Justiniana (518-602 DC): Justino I (518-527); Justiniano o Grande I (527-565; junto com Teodora I – 527-548); Justino II (565–578); Tibério II Constantino (574–582); Maurício I Tibério (582-602)

O sucessor de Anastácio Dicoros foi Justino, o chefe de sua guarda, depois de 27 anos de reinado. O imperador Justino I (518-527) deu origem à Dinastia Justiniana. Depois, outras dinastias se seguiram até a tomada do Império pelos Turcos Otomanos (1453).


Dinastia Justiniana – Justino I Dinastia Justiniana – Justiniano I Dinastia Justiniana – Justino II
Justino I, Justiniano I, Justino II

Dinastia Justiniana – Tibério II Constantino Dinastia Justiniana – Maurício I Tibério
Tibério II Constantino, Maurício I Tibério


1) Flávio Justino Augusto ou Justino I – 518-527 DC (r. 9 anos) – Imperador do Leste
Nome de nascimento: Istok
Nome como imperador: Flávio Justino Augusto (Flavius Justinus Augustus)
Esposa: Eufêmia (nasceu com o nome de Lupicínia), não-romana e ex-escrava, e que alguns historiadores acabaram por denegrir sua imagem, dizendo que ela era uma prostituta. Recebeu o nome Eufêmia, por causa de uma mártir no governo de Diocleciano.
Irmã: Vigilância, que se casou com Sabácio e teve um filho: Pedro Sabácio (Petrus Sabbatius), depois chamado de Justiniano, e uma filha, também chamada Vigilância
Filho adotivo: Justiniano (seu sobrinho)
Morte: 77 anos de idade, por causas naturais

Justino nasceu num casebre na Trácia e era um camponês. Seu nome de nascimento era Istok. Quando adolescente, ele fugiu de uma invasão bárbara na Ilíria (seu local de nascimento) e se refugiou em Constantinopla, se alistando no exército do Império do Oriente. Flávio Justino iniciou sua carreira um soldado bizantino e, posteriormente, general e comandante da guarda palaciana em Constantinopla durante o reinado de Anastácio I Dicoro. Apesar de ser analfabeto e já ter quase 70 anos de idade, Justino foi feito imperador. Para que governasse corretamente, ele teve conselheiros de confiança, como seu sobrinho Flávio Pedro Sabácio, que ele adotou como filho e lhe acrescentou o nome de Justiniano (reinaria mais tarde com o nome de Justiniano I). No seu reinado, João II ou João da Capadócia, o patriarca de Constantinopla (518–520), e o bispo romano Hormisda, depois Papa (514-523), selaram a paz entre a igreja do ocidente e do oriente, acabando com o ‘cisma acaciano’. Seu reinado fundou uma dinastia e criou leis que reduziram a influência da antiga nobreza bizantina.

2) Flávio Pedro Sabácio Justiniano ou Justiniano I ou Justiniano o Grande – 527-565 DC (r. 38 anos 3 meses e 15 dias), junto com Teodora I, sua esposa (527-548 DC) – Imperador do Leste
Nome de nascimento: Pedro Sabácio (Petrus Sabbatius)
Nome como imperador: Flávio Pedro Sabácio Justiniano (Flavius Petrus Sabbatius Iustinianus)
Pai: Sabácio
Mãe: Vigilância
Irmã: Vigilância se casou com Dulcíssimo, e tiveram um filho (Justino II), que se casou com Sofia, a sobrinha da imperatriz Teodora
Esposa: Teodora (morreu em 548, possivelmente de câncer)
Filhos: um filho natimorto com Teodora
Morte: 83 anos de idade, causas naturais
Religião: Cristianismo Calcedônico

Flávio Pedro Sabácio Justiniano ou Justiniano I foi coroado junto com sua esposa, Teodora, em 527. Nasceu numa família de origem humilde da Macedônia (cidade de Tauresium) e foi nomeado cônsul por seu tio Justino I, sucedendo-o após sua morte. Ele era culto, ambicioso e inteligente e, durante o seu governo, o império Bizantino prosperou. Infelizmente, Teodora, sua esposa, teve no passado uma vida desregrada como atriz, dançarina e prostituta; e isso traria futuramente muitas influências ruins na política e na religião. As pessoas diretamente ligadas a ele eram: Triboniano (um jurista), Belisário (general responsável pelas expansões do Império Bizantino), João da Capadócia (oficial que exerceu a função de prefeito pretoriano do Oriente) e Narses (um armênio, braço direito do general Belisário nos tempos de Justiniano). Com a avidez com que perseguia seus ousados objetivos, Justiniano acabou por provocar revoltas, como a sedição de Nika em 532 em Constantinopla, causada pelo descontentamento com os altos impostos e a miséria.

Nika (nikos, em grego, significa: vitória) é o nome de um cavalo. A revolta de Nika (ou motim de Nika) aconteceu Hipódromo de Constantinopla, e começou por causa de uma dúvida a respeito de qual cavalo havia vencido a corrida: Nika, o cavalo pelo qual a população torcia, ou o cavalo do time do imperador, e que chegaram quase empatados. Sendo consultado, o imperador disse que o cavalo vencedor era o dele. O povo, já enfurecido, se rebelou, provocando uma discussão entre as classes sociais. Na verdade, o cavalo foi só o estopim para uma revolução, pois o motivo real era o descontentamento dos cidadãos com o que estava ocorrendo há muitos anos: fome, a falta de moradia e, sobretudo, os altos impostos. Havia organizações esportivas definidas por cores no hipódromo, refletindo as diferentes classes sociais, políticas e religiosas. Esses grupos se transformaram em partidos políticos. Os azuis representavam os grandes proprietários rurais e os ortodoxos da igreja. Os verdes apoiavam a democracia pura ou anárquica, e eram representados pelos altos funcionários das províncias orientais, comerciantes, artesãos e os adeptos do monofisismo, contestado pelo Concílio de Calcedônia. Não se sabe exatamente qual o símbolo das outras duas cores: os brancos e os vermelhos. Justiniano se recusou a tomar partido, o que provocou a união dos verdes e dos azuis, que se rebelaram. A propagação da rebelião atingiu toda a capital e cresceu. O povo queria diminuição nos impostos. Eles começaram a gritar ‘Nika!’, massacraram a guarda imperial e dominaram a cidade, proclamando um novo imperador e destruindo edifícios e incendiando igrejas. Justiniano ameaçou deixar o trono, mas pela atitude altiva de sua esposa Teodora, que se recusava fugir e a abandonar a realeza, ele deu ordens ao general Belisário para conter o tumulto que já durava uma semana. O general reprimiu rapidamente a revolta com o seu exército, degolando quase trinta mil pessoas. Terminada a revolta, Justiniano passou a governar como um autocrata, à semelhança de Diocleciano. Autocracia [‘Autos’, em grego, significa: ‘por si próprio’; e Kratos = poder] é uma forma de governo, no qual existe um só detentor do poder político do Estado, seja ele um governante, um líder, um comitê, um partido ou assembléia. Em resumo, o governante tem um controle absoluto de todos os níveis do estado. É praticamente sinônimo de ditadura.

Em seu governo, entre os anos de 529 e 534 DC, foi redigido o Código Justiniano (the Codex Iustinianus), um sistema de leis básico que afirmava o poder ilimitado do imperador e, ao mesmo tempo, garantia a submissão dos escravos e colonos a seus senhores. Funcionários públicos, dependentes e obedientes ao imperador, vigiavam e controlavam todos os aspectos da vida dos habitantes do Império, ajudando, assim, na parte burocrática. Justiniano também se destacou como construtor: fortificações em torno de todas as fronteiras, estradas, pontes, templos e edifícios públicos foram algumas de suas obras. Quanto ao que se refere à política interna, os maiores problemas enfrentados foram os senhores locais e as heresias, que quebravam a unidade da Igreja de Constantinopla e, em geral, surgiam em províncias do Império, adquirindo, assim, um caráter de luta pela autonomia do poder central.

Justiniano tinha o grande objetivo de unir o Oriente com o Ocidente por meio da religião. Por isso, procurou solidificar o monofisismo, que se tornou forte na Síria e no Egito (apesar de ele mesmo ser um cristão Calcedônico, portanto, deveria apoiar o Concílio de Calcedônia que condenou o monofisismo). Teodora era uma partidária desta doutrina, se opondo ao diofosimo (doutrina segundo a qual Jesus preservou em si as duas naturezas, a humana e a divina). Em seu autoritarismo, Justiniano combateu e perseguiu judeus em 540 DC, os pagãos (fechou a academia de Platão em 529 DC) e os heréticos, intervindo em todos os negócios da Igreja, a fim de mantê-la como sustentáculo do Império e sob seu controle. Construiu as catedrais dos Santos Apóstolos e de Santa Sofia para evidenciar o poder imperial.

Quanto ao que se refere à política externa, Justiniano tentou a reconstrução do fragmentado Império Romano do Ocidente, que desde 450 era vítima dos ataques dos bárbaros germânicos e que havia sucumbido em 476. Seu primeiro objetivo foi acabar com os vândalos, no norte da África (533-534), onde surgira recentemente a doutrina de Santo Agostinho. O general Belisário dirigiu as campanhas, conquistando Cartago, a Sicília e as ilhas Baleares (um arquipélago no Mar Mediterrâneo pertencente à Espanha). Também conquistou Roma em 539, livrando-a dos ostrogodos. No ano seguinte conquistou Ravena.

Santo Agostinho (354-430) nasceu na cidade de Tagaste no norte da África (na Província Romana da Numídia, atualmente Argélia), e sua mãe, Mônica, era católica devota. Seu pai Patrício era um pagão que se converteu ao cristianismo em seu leito de morte. Quando jovem (aos 17 anos), estudou retórica com um dos oradores mais famosos de Cartago e tornou-se um advogado muito eloquente, mas dissoluto. Ele foi um dos importantes padres da Igreja do séc. IV-V e Bispo de Hipona ou Hippo (atual Annaba, Argélia). Antes de se tornar bispo de Hipona, Agostinho converteu-se ao maniqueísmo (hoje, uma religião já extinta) onde os homens estavam isentos de culpa, independentemente das injustiças que praticavam (a matéria era má por natureza, mas o espírito era bom; seus ‘eleitos’ conseguiam a purificação através de uma rigorosa vida ascética), além de ser influenciado pelo neoplatonismo. O neoplatonismo é direcionado para os aspectos espirituais e cosmológicos do pensamento platônico, sintetizando o platonismo com a teologia egípcia e judaica, o que influenciou o misticismo cristão. O neoplatonismo é um sistema filosófico e religioso desenvolvido pelos seguidores de Plotino no século III DC. Platão era um filósofo grego do século V AC (429-347 AC) que fundou uma doutrina caracterizada principalmente pela teoria das idéias e pela preocupação com os temas éticos, onde toda meditação filosófica visava ao conhecimento do bem, conhecimento este que se supõe suficiente para a implantação da justiça entre os estados e entre os homens. Em Cartago, Agostinho teve um relacionamento de concubinato com uma jovem cartaginesa por treze ou quinze anos, e um filho decorrente dessa união: Adeodato (372-388), que significa ‘Presente de Deus’. Por isso, não chegou a se tornar ‘um eleito’ no maniqueísmo.

Como maniqueísta, foi chamado a Mediolano (moderna Milão) para se opor ao bispo cristão Aurélio Ambrósio (340-397). Mas quando a imperatriz Justina [mãe e co-regente de seu filho pequeno Valentiniano II (371-392; r. 375-392)] envia os guardas imperiais para tomarem a basílica onde Ambrósio prega, e onde a mãe de Agostinho estava orando, acontece um massacre de pessoas inocentes, que move o coração dele e o leva à conversão ao catolicismo (ao ler a epístola de Paulo, Rm 13: 13-14). Isso aconteceu em 386. Ele e seu filho foram batizados por Ambrósio em 387. O imperador romano Teodósio I havia emitido um decreto de morte para todos os monges maniqueístas em 382 e declarou o Cristianismo como a única religião legítima para o Império Romano em 27 de fevereiro de 380 pelo Édito de Tessalônica (380). Assim, em 388, após seu batismo, Agostinho decidiu voltar para a África, mas sua mãe Mônica morreu em Óstia, na Itália, enquanto se preparavam para embarcar. Logo depois, Adeodato também morreu. Em Hipona, foi ordenado sacerdote em 391. Em 395, foi feito bispo coadjutor de Hipona e bispo pleno pouco depois; e ele deu sua propriedade para a igreja de Tagaste. Em 429, os vândalos entraram no norte da África. Na cidade de Hipona, ele também mediou os assuntos militares entre Roma e o rei vândalo Genserico (que reinou de 428 a 477), que a sitiou em 430 DC. Agostinho se ofereceu como refém aos vândalos, em troca do povo que ele havia aprisionado. O rei vândalo libertou os reféns, inclusive Agostinho, e faz um acordo de paz, contanto que o governador romano da cidade desistisse do ataque aos bárbaros e aceitasse a entrada pacífica deles na cidade. Seria uma forma de terminar o cerco. Mas o general resistiu. Agostinho, que já estava doente na ocasião, e de partida para Roma por chamado do Papa, acabou por abrir mão dessa chance de resgate e ficou na cidade com seu povo, morrendo ali. Pouco tempo depois, os vândalos a incendiaram. Destruíram tudo, menos a catedral e a biblioteca de Agostinho. Agostinho aceitava o batismo cristão, a graça de Jesus Cristo como indispensável à liberdade humana, a Santíssima Trindade, mas mantinha as teorias cristológicas das indulgências da Igreja Católica, o purgatório e a maternidade de Maria sobre Jesus (‘Maria é a mãe de Deus’). Desenvolveu o conceito de ‘igreja católica’ como ‘uma cidade de Deus’ espiritual, distinta da cidade terrena e material, Jerusalém. Defendia a idéia de que bispos e padres da igreja são sucessores dos apóstolos e que sua autoridade é conferida por Deus.

Voltando ao nosso estudo sobre os imperadores romanos, no ano de 542 a peste bubônica atacou numa grande proporção as populosas cidades do Mediterrâneo Oriental. Dizem que até Justiniano contraiu a doença, mas sobreviveu. E em 551, houve um terremoto no leste do Mediterrâneo, com tremores de Antioquia a Alexandria, o qual desencadeou um tsunami.

Roma sofreu importantes ataques dos ostrogodos, mas conseguiu resistir de 544 a 549 DC, sendo finalmente conquistada e destruída pelo inimigo. Em 551, Justiniano substituiu Belisário por outro general: Narses, que eliminou os exércitos ostrogodos. O rei bárbaro abandonou Roma, levando consigo 300 jovens reféns escolhidos entre as famílias mais importantes da cidade. Em 552, Narses os derrotou na Batalha de Tagina. Totila, o rei ostrogodo, morreu em batalha ou durante a fuga, e o último rei ostrogodo na Itália, Téia, matou os 300 jovens reféns de Totila, assim como todos os prisioneiros e as famílias dos senadores. Entretanto, os ostrogodos perderam a maior parte da cavalaria, tendo que deixar a Itália. As guerras duraram 20 anos.

Em 554 DC, Justiniano I ocupou um amplo setor do sul da Espanha, e o Mediterrâneo voltou a ficar sob o controle dos romanos do Império do Oriente. O Império alcançou sua máxima extensão; só foi menor que o de Trajano (98-117). Ele deixou um pouco de lado o Império do Ocidente para dar atenção à necessidade de fortalecer as fronteiras orientais contra os persas, em especial os sassânidas, talvez instigado por Teodora. Os Sassânidas (persas) atacavam constantemente, com o propósito de ocupar a Armênia, a Mesopotâmia e a Síria. Para comprar a paz com seus vizinhos, Justiniano foi obrigado a dispor de imensas quantidades de ouro, impostos tirados do povo.

Justiniano morreu em 565 em Constantinopla, de causas naturais. A data da sua morte é tradicionalmente considerada o termo final do direito romano.


Império de Justiniano


3) Flávio Justino Júnior Augusto ou Justino II – r. 565–578 DC (13 anos) – Imperador do Leste
Nome de nascimento: Flávio Justino Júnior
Nome como imperador: Flávio Justino Júnior Augusto (Flavius Iustinus Iunior Augustus)
Pai: Dulcíssimo
Mãe: Vigilância
Esposa: Élia Sofia (sobrinha da imperatriz Teodora)
Filhos: Tibério II Constantino (adotivo); Justo e Arábia, que se casou com um aristocrata bizantino de nome Baduário, e teve uma filha chamada Firmina.
Morte: 58 anos de idade, de demência

Nos primeiros dias de seu reinado Justino II pagou as dívidas deixadas por seu tio, administrou justiça pessoalmente e proclamou uma tolerância religiosa universal, mas não conseguiu efetuar mais reformas contra uma aristocracia e governadores provinciais rebeldes. Durante o seu reinado, a Itália foi invadida pelos Lombardos, um povo bárbaro do norte da Germânia, em 568. Ele também teve que combater os ávaros ao norte (também chamados de avares ou abares), um povo nômade eurásico (ou euro-asiático), antes habitante da Ásia Ocidental e que migrou para a Europa Central e oriental no século VI. Eles dominaram a Panônia (na região dos Bálcãs). Não obteve muito sucesso contra os ávaros e lhes recusou tributo, pois no reinado de Justiniano eles receberam dinheiro do imperador para que o Império Bizantino fosse poupado, e assim, se deslocaram para o norte, para a Germânia. Em 572 ele se viu em guerra contra os Sassânidas, que invadiram a Síria. Ele teve que comprar a paz, pagando um tributo anual.

Justino II também teve problemas de saúde, como, por exemplo, ataques temporários de insanidade. Por isso, elevou o general Tibério ao posto de César em dezembro de 574, por sugestão de sua esposa Sofia, e retirou-se da vida pública. Tibério e Sofia reinaram conjuntamente por quatro anos, enquanto Justino perdia progressivamente a lucidez. Morreu em 578.

4) Flávio Tibério Constantino Augusto ou Tibério II Constantino – r. 574–582 DC (8 anos) – Imperador do Leste
Nome como imperador: Flávio Tibério Constantino Augusto (Flavius Tiberius Constantinus Augustus)
Esposa: Ino (mais tarde chamada de Élia Anastácia)
Filhas: Constantina (que se casou com Maurício I) e Cárito (que se casou com Germano, um patrício e governador da prefeitura pretoriana da África).
Morte: 62 anos de idade, não se sabe se foi envenenado

Tibério II Constantino era amigo de Justino II, que o nomeou comandante dos excubitores, ou seja, sentinelas (Em latim: Excubitores ou Excubiti; literalmente: ‘aqueles fora da cama’, ou seja, ‘sentinelas’), uma unidade de guardas imperiais dos imperadores bizantinos, fundada por Leão I, o Trácio, em 460. Tibério II assumiu o controle do Império quando Justino enlouqueceu em 574 e enviou o general armênio Maurício para derrotar os persas na Armênia. Assumiu o reinado plenamente com a morte de Justino II em 578 e iniciou ações militares no território do antigo Império Romano do Ocidente, negociando a paz com os visigodos na Hispânia, e derrotando os mouros no norte da África [Outras fontes falam ‘os bérberes’ (povos ao Norte da África, de línguas afro-asiáticas, portanto, língua não grega, que chamavam a si mesmos, ‘homens livres’)]. Em 579 os eslavos (povos indo-europeus que vivem principalmente na Europa central e oriental, e que no século VI começaram a habitar as regiões dos Bálcãs) começaram a migrar para os Bálcãs, mas o Império Bizantino não pôde impedir, pois estava ocupado com os persas.

Sua esposa, Ino (mais tarde chamada de Élia Anastácia) nasceu provavelmente na costa da Bitínia no Mar Negro. Ela já tinha uma filha (nome desconhecido) do seu primeiro casamento com João (Ioannes, um oficial de baixo escalão que servia o centurião como tenente). Como João e sua filha morreram, Ino se casou com Tibério. Eles tiveram duas filhas: Constantina e Cárito. As fontes relatam mais uma filha (ou filho), que morreu antes da nomeação de Tibério II como César. Como Ino era desprezada por Sofia, a esposa de Justino II, ela partiu com suas duas filhas de volta para sua cidade natal em Dafnúdio (possivelmente, a ilha de Daphnousia ao largo da costa da Bitínia no Mar Negro). Mas depois da morte de Justino II, elas vieram morar no palácio de novo.

Em 582, Tibério adoeceu e Maurício foi nomeado seu herdeiro. Maurício era um general que havia sido prometido a Constantina, filha de Tibério II. Tibério morreu em agosto de 582, entre rumores de envenenamento. Seus netos foram massacrados após a deposição de Maurício I, exceto uma neta, Maria ou Miriam, que escapou para a Pérsia e se tornou esposa de Cosroes II da Armênia. Ninguém realmente sabe se ela realmente existiu ou se ela é apenas uma personagem lendária.

5) Flávio Maurício Tibério Augusto ou Maurício I – 582-602 DC (r. 20 anos) – Imperador do Leste
Nome como imperador: Flávio Maurício Tibério Augusto (Flavius Mauricius Tiberius Augustus)
Irmãos: Pedro, Teoctista e Gordia
Esposa: Constantina
Filhos: Teodósio (se casou com uma filha de Germano), Tibério, Pedro, Paulo, Justino, Justiniano, Anastácia, Teoctista, Cleópatra
Morte: 63 anos de idade, dacapitado

Flávio Maurício Tibério Augusto tornou-se imperador com a morte de seu sogro, uma semana após o casamento. Durante seu reinado, Maurício teve que lidar com guerras intermináveis em todas as fronteiras e apesar de suas qualidades como governante só conseguiu adiar a desintegração do grande império de Justiniano I. Em 590 Maurício ajudou na mediação de uma guerra civil persa para escolher um governante. Um dos pretendentes foi escolhido e, a Mesopotâmia e a Armênia voltaram para o controle do Império Bizantino. Os Bálcãs estavam com suas províncias devastadas pelos eslavos, e somente séculos mais tarde foram recuperadas. Maurício teve que fazer um esforço para conter o avanço dos eslavos no Peloponeso (a península ao sul da Grécia, separada do continente pelo istmo de Corinto). No ocidente, Maurício escolheu representantes militares (como embaixadores hoje em dia) para governar os territórios bizantinos ameaçados na Itália e na África. Em 602, com problemas financeiros, ele deixou que o exército passasse o inverno além do Danúbio, mas não parece ter sido uma boa decisão. As tropas exaustas se amotinaram e proclamaram Focas como seu líder, exigindo que Maurício abdicasse em favor do seu filho Teodósio, ou do general Germano, casado com Cárito, irmã de sua esposa Constantina. Germano tinha uma filha de nome desconhecido que havia se casado com Teodósio, o filho de Maurício. Muita confusão foi criada em torno disso, acusando Teodósio e Germano de traição. Maurício e sua família tiveram que se refugiar em Nicomédia (hoje, Izmit, na Turquia na costa do Mar de Mármara). Teodósio fugiu para a Pérsia. Focas entrou em Constantinopla e foi coroado imperador. Maurício e sua família foram capturados. Ele e seus filhos varões (Tibério, Pedro, Paulo, Justino e Justiniano) foram executados. Teodósio morreu depois dos irmãos, capturado mais tarde por Focas. A imperatriz Constantina e suas três filhas foram poupadas e enviadas para um mosteiro, e depois de mais ou menos três anos, foram executadas na Calcedônia. Germano e sua filha também foram executados na ilha de Prote (no Mar de Mármara, na Turquia). As fontes dizem que todos foram decapitados. Maurício é venerado como um santo da Igreja Ortodoxa.

Depois da morte de Maurício, Focas o tirano (Flávio Focas Augusto – Flavius Phocas Augustus) foi aclamado imperador (602-610 DC), mas ele não fazia parte da dinastia Justiniana. Ele foi derrubado por Heráclio, da Dinastia Heracliana. O Império Bizantino continuou a existir até 1453, quando foi tomado pelos turcos otomanos.


Imperador Focas
Focas

Império Bizantino

Embora o termo ‘Império Bizantino’ só possa ser usado de fato para o Império Romano após 476 DC (a queda do império romano do ocidente), algumas classificações já começam a usar o nome ‘império Bizantino’ já na época de Constantino, o Grande, quando ele mudou a capital do império para Constantinopla (moderna Istambul) originalmente conhecida como Bizâncio (A fundação de Constantinopla foi em 330 DC). Inicialmente parte oriental do Império Romano (freqüentemente chamada de Império Romano do Oriente no contexto), sobreviveu à fragmentação e ao colapso do Império Romano do Ocidente no século V e continuou a prosperar, existindo por mais de mil anos até sua queda diante da expansão dos turcos Otomanos em 1453. O Império Bizantino foi conhecido simplesmente como Império Romano (em grego: Basileia Rhōmaiōn; em latim: Imperium Romanum) ou România (em grego: Rhōmanía) por seus habitantes e vizinhos.

Lista dos imperadores romanos do Ocidente

Dinastia Júlio-Claudiana
César Augusto – 29 AC-14 DC
Tibério – 14-37
Calígula – 37-41
Cláudio – 41-54
Nero – 54-68

Ano dos quatro imperadores (68-69)
Galba, Oto, Vitélio e Vespasiano (o fundador da dinastia Flaviana)

Dinastia Flaviana
Vespasiano – 69-79
Tito –79-81
Domiciano – 81-96

Dinastia Nerva-Antonina
Nerva – 96-98
Trajano – 98-117
Adriano – 117-138
Antonino Pio – 138-161
Marco Aurélio – 161-169
Lúcio Vero – 161-180
Cômodo – 180-192

Ano dos cinco imperadores (193)
Pertinax, Dídio Juliano, Pescênio Níger, Clódio Albino, Septímio Severo (fundador da dinastia dos Severos)

Dinastia Severa
Septímio Severo – 193-211
Públio Sétimo Geta – 209-211
Lúcio Septímio Bassiano (Caracala) – 198-211 em co-regência com o pai; 211-217 como único governante
Marco Opélio Macrino – 217-218
Marco Aurélio Antonino (Heliogábalo ou Elagábalo) – 218-222
Severo Alexandre – 222-235

Crise do terceiro século (235-284):

Dinastia Gordiana
Maximino Trácio ou Maximino I – 235-238
Gordiano I – 238
Gordiano II – 238
Pupieno e Balbino – 238
Gordiano III – 238-244
Quatro imperadores
Filipe, o Árabe – 244-249
Décio – 249-251
Treboniano Galo – 251-253
Emiliano – 253
Dinastia Valeriana
Valeriano I – 253-260
Galiano – 253-260 em co-regência com o pai, Valeriano; 260-268 como único governante

Seqüência do declínio do Império Romano (até 284 DC):
Cláudio, o Gótico – 268-270
Quintilo – 270
Aureliano – 270-275
Tácito – 275-276
Floriano – 276
Probo – 276-282
Caro – 282-283
Numeriano – 282-283 (em co-regência com seu pai Caro); julho 283-novembro 284, junto com Carino
Carino – 282-283 (em co-regência com seu pai Caro); 283-284 DC junto com Numeriano; 284-285 em competição com Diocleciano

A tetrarquia de Diocleciano
Diocleciano – 285-305
Maximiano – 285-305
Constâncio Cloro – 305–306
Galério – 305-311

Outros imperadores da tetrarquia
Flávio Severo – 305-307
Magêncio ou Maxêncio – 306-312
Maximino Daia ou Maximino II – 308-313
Licínio – 308-324

Dinastia Constantiniana
Constantino, o Grande – 306-337 (Constantinopla) / 324-337 (como único imperador do leste e do oeste)
Constantino II (Hispânia, Gália e Britânia) – 337-340
Constante ou Constante I (Itália, Ilíria, África) – 337-350
Constâncio II – 337-350 (Ásia e Egito); 350-361 (como único imperador)
Juliano – 360-363

Não-dinástica
Joviano – 363-364

Dinastia Valentiniana
Valentiniano I – 364-375 (Imperador no Ocidente)
Valente – 364-378 (Imperador no Oriente)
Graciano – 375-383 (378-379 governou o império do Oriente e do Ocidente)
Valentiniano II – 375-392 (Imperador no Ocidente)

Dinastia Teodosiana (a dinastia reinou no Leste, exceto Honório e Valentiniano III que, embora Bizantinos, reinaram no Oeste)
Teodósio I – 379-395
Arcádio – 395-408
Honório – 393–423 (imperador do Oeste)
Teodósio II – 408-450
Valentiniano III – 423–455 (imperador do Oeste)
Pulquéria – 450-453
Marciano – 450-457

Os últimos imperadores do Império Romano do Ocidente
Petrônio Máximo – 455
Ávito – Julho 455 - Out. 456
Majoriano – 457-461
Líbio Severo – 461-465
Antêmio – 467-472
Flávio Olíbrio – 472
Glicério – 473-474
Júlio Nepos – 474-480, mesmo estando exilado de Roma depois de 475
Rômulo Augusto – 475-476

Lista dos imperadores Bizantinos (Império Romano do Oriente)

Dinastia Constantiniana
Constantino, o Grande – 306-337 (Constantinopla) / 324-337 (como único imperador do leste e do oeste)
Constantino II (Hispânia, Gália e Britânia) – 337-340
Constante ou Constante I (Itália, Ilíria, África) – 337-350
Constâncio II – 337-350 (Ásia e Egito); 350-361 (como único imperador)
Juliano – 360-363

Não-dinástica
Joviano – 363-364

Dinastia Valentiniana
Valentiniano I – 364-375 (Imperador do Ocidente)
Valente – 364-378 (Imperador no Oriente)
Graciano – 375-383 (378-379 governou o império do Oriente e do Ocidente)
Valentiniano II – 375-392 (Imperador do Ocidente)

Dinastia Teodosiana (a dinastia reinou no Leste, exceto Honório e Valentiniano III que, embora Bizantinos, reinaram no Oeste)
Teodósio I – 379-395
Arcádio – 395-408
Honório – 393–423 (imperador do Oeste)
Teodósio II – 408-450
Valentiniano III – 423–455 (imperador do Oeste)
Pulquéria – 450-453
Marciano – 450-457

Dinastia Leonina
Leão I, o Trácio (Flavius Valerius Leo) – 457-474
Leão II (Flavius Leo Junior) – 474
Zenão I (Flávio Zenão) – 474-475
Basilisco – 475-476
Zenão I (Flávio Zenão) – 476-491
Anastácio I Dicoro – 491-518

Dinastia Justiniana
Justino I – 518-527
Justiniano o Grande I – 527-565, junto com Teodora I – 527-548
Justino II – 565-578
Tibério II – 578-582
Maurício I Tibério – 582-602

Sem dinastia
Focas o tirano – 602-610

Dinastia Heracliana
Heráclio 610-641 – como alguns de seus antecessores, fez do grego a língua oficial, em lugar do latim. De qualquer modo, os próprios bizantinos continuaram a considerar o seu império como romano durante mais de um milênio.
Constantino III – 641 (reinou apenas 3 meses)
Heraclonas 641 – 7 meses
Constante II – 641-668
Constatantino IV Pogonato (o barbudo) – 668-685
Justiniano II Rinotmeto (o nariz cortado) – 685-695

Anarquia de vinte anos
Leôncio – 695-698
Tibério III Apsímaro – 698-705
Justiniano II Rinotmeto – 705-711
Filípico Bardanes – 711-713
Anastásio II – 713-715
Teodósio III – 715-717

Dinastia Isauriana
Leão III, o Isáurio – 717-741
Constantino V Coprônimo (ele supostamente defecou durante seu batismo) – 741-775
Artabasdo – 742-743
Leão IV, o Cazar – 775-780
Constantino VI (o cego) – 780-797
Irene de Atenas (a ateniense) – 797-802

Dinastia Niceforiana
Nicéforo I, o Logóteta ou Genikos (em grego: ‘o Vitorioso’; nikos = vitória) – 802-811. O Logóteta geral, freqüentemente chamado genikos logothetēs ou simplesmente ho genikos foi um título e ofício atribuído ao responsável pelo ‘ministério das finanças’, o logotésio geral (genikon logothesion) do Império Bizantino médio.
Estaurácio 811 – reinou 3 meses
Miguel I – 811-813

Sem dinastia
Leão V, o Armênio – 813-820

Dinastia Amoriana
Miguel II, o Amoriano – 820-829
Teófilo – 829-842
Teodora II – 842-855 Regente de Miguel III
Miguel III, o Ébrio – 842-867

Dinastia Macedônica
Basílio I o Macedônico – 867-886
Leão VI o sábio – 886-912
Alexandre – 912-913
Constantino VII Porfirogênito – 908-959
Romano I Lecapeno – 920-944 Co-imperador com Constantino VII
Romano II Porfirogênito – 959-963
Nicéforo II Focas – 963-969
João I Tzimisces – 969-976
Basílio II Bulgaróctone (‘matador de búlgaros’) – 976-1025
Constantino VIII Porfirogênito – 1025-1028
Zoé Porfirogênita – 1028-1050
Romano III Argiro – 1028-1034 Primeiro esposo de Zoé
Miguel IV Paflagônio – 1034-1041 Segundo esposo de Zoé
Miguel V, o Calafate – 1041-1042
Teodora III – 1042. Irmã de Zoé. Governa pela primeira vez
Constantino IX Monômaco – 1042-1055 Terceiro esposo de Zoé
Teodora III – 1055-1056. Governa pela segunda vez

Sem dinastia
Miguel VI o Estratiótico (‘o militar’, ‘o guerreiro’, o ‘belicoso’) ou Gerontas (‘o Velho’) – 1056-1057

Dinastia Comnena
Isaac I Comneno – 1057-1059

Dinastia Ducas
Constantino X Ducas – 1059-1067
Miguel VII Ducas – 1067-1078
Romano IV Diógenes (O Armênio) – 1067-1071 Co-Imperador e padrasto de Miguel VII.
Nicéforo III Botaneiates – 1078-1081

Dinastia Comnena
Aleixo I Comneno – 1081-1118
João II Comneno – 1118-1143
Manuel I Comneno – 1143-1180
Aleixo II Comneno – 1180-1183
Andrônico I Comneno – 1183-1185

Dinastia Ângelo
Isaac II Ângelo – 1185-1195
Aleixo III Ângelo – 1195-1203
Isaac II Ângelo – 1203-1204
Aleixo IV Ângelo – 1023-1024 Co-Imperador com o pai, Isaac II.
Nicolau I Canabos – 1024 (1 mês)
Aleixo V Ducas – 1024 (2 meses)

Dinastia Lascarina
Teodoro I Láscaris – 1204-1221
João III Ducas Vatatzes – 1221-1254
Teodoro II Láscaris – 1254-1258
João IV Láscaris – 1258-1261

Dinastia Paleóloga
Império Bizantino restaurado em Constantinopla, e unificado
Miguel VIII Paleólogo – 1261-1282
Andrônico II Paleólogo –1282-1328
Miguel IX Paleólogo – 1294-1320 Filho primogênito de Andrônico II, faleceu 8 anos antes do pai, pelo que o seu filho Andrônico III passou a ocupar o primeiro lugar na linha de sucessão.
Andrônico III Paleólogo – 1328-1341
João V Paleólogo – 1341-1347 Governa pela primeira vez
João VI Cantacuzeno – 1347-1354
João V Paleólogo – 1354-1376 Governa pela segunda vez
Andrônico IV Paleólogo – 1376-1379
João V Paleólogo – 1379-1390 Governa pela terceira vez
João VII Paleólogo – 1390 (5 meses)
João V Paleólogo – 1390-1391 Governa pela quarta vez
Manuel II Paleólogo – 1391-1425
João VIII Paleólogo – 1425-1448
Constantino XI Paleólogo – 1448-1453 – foi o último imperador romano reinante. Um membro da dinastia Paleóloga, ele governou o debilitado remanescente do Império Romano do Oriente a partir de 1449 até a sua morte em 1453, defendendo sua capital, Constantinopla.


Constantino Paleólogo
Constantino XI Paleólogo

Igreja Católica Apostólica Romana e Igreja Ortodoxa

Igreja Ortodoxa ou Igreja Católica Ortodoxa é a igreja cristã que tem um bispo como cabeça de cada uma de suas igrejas, e que foi resultante da igreja cristã do Império Bizantino. A Igreja Ortodoxa dá honra a um bispo de maior experiência, porém não o reconhece como líder supremo de todos como é o Papa para a Igreja Ocidental (Desde o Grande Cisma entre o Oriente e o Ocidente em 1054). Ela se diz descendente da Igreja fundada por Jesus, considerando seus líderes como sucessores dos apóstolos e não aceita os dogmas proclamados pela Igreja Católica Romana nos últimos séculos, como a Imaculada Conceição e a infalibilidade papal. As igrejas do Oriente e do Ocidente deixaram de ter a mesma liderança desde que o Império foi dividido após a morte de Teodósio I ou Teodósio, o Grande, em 395; ainda mais com a queda do Império Romano do Ocidente em 476 DC e o fracasso de Justiniano I (527-565) de unificar o Império em 535. Em 1453 com a queda do Império Bizantino ou Império Romano do Oriente e a ascensão do Islã (Império Otomano), além do comércio marítimo mais difícil entre Oriente e Ocidente (com línguas gregas e latinas respectivamente), a unidade cultural deixou de existir.

A igreja Ortodoxa ainda preserva alguns rituais da Igreja Católica: os sete sacramentos, o respeito a ícones e vestes litúrgicas nos seus cultos. Sacramento é o sinal sagrado instituído por Jesus Cristo (segundo a doutrina católica) para conceder a salvação divina àqueles que, ao recebê-lO, fazem uma profissão de fé (confissão pública de uma crença). São sete: o batismo, a crisma (confirmação do batismo), a eucaristia, a penitência ou confissão, a ordem (confere o poder de exercer funções eclesiásticas), o matrimônio e a extrema unção. As igrejas ortodoxas mais importantes são a Grega e a Russa. Em Inglês há duas palavras usadas para diferenciar as igrejas orientais que aceitam o Concílio de Calcedônia (que apóia o diofisismo: a natureza divina e humana de Jesus de maneira distinta dentro dele, numa completa e perfeita unidade) e as que não o aceitam (ou seja, aceitam o monofisismo: Jesus Cristo teria só uma natureza, a divina, e não a divina e a humana coexistindo dentro dele). As primeiras são chamadas de ‘Eastern Orthodox Churches’ e as últimas, de ‘Oriental Orthodox Churches’. Nas línguas latinas, as que aceitam o Concílio de Calcedônia são chamadas de Igrejas Ortodoxas Bizantinas ou Calcedonianas, e as que não o aceitam, Igrejas Ortodoxas Orientais.

No Concílio de Nicéia (325 DC) ficou estabelecido um bispo como líder da capital de cada província, reconhecendo-se a autoridade dos bispos de Roma, Alexandria e Antioquia (Entretanto, considerava-se que Roma possuía uma autoridade especial devido à sua ligação com São Pedro). O bispo de Jerusalém teria direito a honra especial, mas não a autoridade sobre outros bispos. Em 330 DC, quando Constantino transferiu a capital do Império para Constantinopla, o Bispo de Roma perdeu influência nas igrejas orientais, que passaram a ser dirigidas pelo Bispo de Constantinopla. Muitas divisões doutrinárias e disputas de poder levaram à separação em 1054, chamada o ‘Grande Cisma do Oriente’ ou ‘Cisma do Oriente e do Ocidente’. Desde a quarta Cruzada (1202-1204) a relação só deteriorou entre a Igreja Católica do Oriente e do Ocidente, mas piorou com a queda de Constantinopla em 1453, pois cederam ao islamismo. A ortodoxia permaneceu forte na Rússia até o século XVII e XVIII, quando a igreja passou a ser uma instituição estatal. Com o ateísmo de Estado das nações comunistas, a igreja sofreu ainda mais.

As igrejas ortodoxas que não aceitam o Concílio de Calcedônia e constituíram o que se chama Igreja Ortodoxa Oriental são:
Igreja Ortodoxa Copta (Egípcia)
Igreja Ortodoxa Etíope
Igreja Ortodoxa Eritréia (a leste da África)
Igreja Ortodoxa Síria (Jacobita)
Igreja Apostólica Armênia
Igreja Síria Malankara (Igreja Ortodoxa Indiana)

Fonte de pesquisa para textos e imagens: wikipedia.org
Fonte de pesquisa para imagens: crystalinks.com

Este texto se encontra no 3º volume do livro:


livro evangélico: Deus está presente na História

Deus está presente na História vol. 1 (PDF)

Deus está presente na História vol. 2

Deus está presente na História vol. 3

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Sugestão para download:


Lista dos imperadores romanos (PDF)

Lista dos imperadores romanos (PDF)

List of Roman Emperors (PDF)



Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti

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