O fim da dinastia Constantiniana e o declínio do Império Romano do Ocidente; a dinastia Valentiniana e Teodosiana. O Édito de Tessalônica (Teodósio I – 380) fez do Cristianismo Niceno (Catolicismo) a religião oficial do Império Romano.

The end of the Constantinian Dynasty and the decline of the Western Roman Empire; the Valentinian and Theodosian Dynasties. The Edict of Thessalonica (Theodosius I – 380) made Nicene Christianity (Catholicism) the official religion of the Roman Empire.


Declínio do Império Romano do Ocidente




Não se esqueça que todos esses temas sobre imperadores romanos foram escritos para dar o entendimento da profecia do apóstolo João em Apocalipse sobre Roma, onde Deus a chama de ‘a grande meretriz’.

XI) Dinastia Constantiniana (324-364 DC): Constantino, o Grande (r. 324-337), como único imperador / Constantino II (r. 337-340, como Augusto da Hispânia, Gália e Britânia) / Constante (ou Constante I) como Augusto da Itália, Ilírica, África (r. 337-350) / Constâncio II (como Augusto da Ásia e Egito – 337-350, e como único imperador – 350-361) / Juliano (360-363) / Joviano (363-364).


Dinastia Constantiniana – Constantino o Grande Dinastia Constantiniana – Constantino II Dinastia Constantiniana – Constâncio II Dinastia Constantiniana – Constante
Constantino I, Constantino II, Constâncio I, Constante


1) Constantino I, também conhecido como Constantino Magno ou Constantino, o Grande – já descrito no estudo anterior (Constantino e o Catolicismo).

2) Flávio Cláudio Constantino Augusto (Flavius Claudius Constantinus Augustus) ou Constantino II – 337-340 (3 anos).
Como César no oeste sob Constantino I – r. 317-337 (foi feito César com a idade de 1 ano)
Ficou com Hispânia, Gália e Britânia na partilha do império
Nascimento: 316 DC
Morte: 24 anos de idade, morto numa emboscada

A morte de Constantino, o Grande, realmente deu início a muitos conflitos entre seus filhos. Constantino II era o filho mais velho de Constantino e Fausta (Flavia Maxima Fausta) e foi educado como cristão. Com 7 anos de idade (em 323), foi junto com o pai para a campanha contra os sármatas. Com 10 anos de idade, depois da morte de Crispo, seu meio-irmão por parte de Constantino, ele se tornou o comandante da Gália. Pela vitória do seu exército contra os alamanos, ele recebeu o título de ‘Alamânico’ (em latim: ‘Alamannicus’), quando tinha 14 anos de idade. Com 16 anos (332 DC) foi nomeado pelo pai o comandante da campanha contra os Godos. Em 337 DC, após a morte de Constantino, o Grande, Constantino II, com 21 anos de idade, tornou-se imperador juntamente com seus irmãos Constâncio II e Constante I, com o império dividido entre os três e seus primos, Dalmácio (Flavius Dalmatius) e Hanibaliano (Flavius Hannibalianus) como Césares. Os filhos de Constantino tramaram juntamente com o exército para assassinar toda a família; assim os dois Césares morreram no massacre. Em setembro de 337, os três irmãos se reuniram na Panônia a fim de dividir o Império entre si. Constantino II foi proclamado Augusto pelas tropas, e recebeu a Hispânia, a Britânia e a Gália.

Infelizmente, ele foi influenciado pela diferença de opinião dentro da Igreja Cristã. O oeste tendia à ortodoxia, devido à influência do Papa em Roma, enquanto o leste era a favor do arianismo (uma corrente de pensamento que, em suma, negava a divindade de Jesus Cristo). Por influência do Papa, ele libertou o Arcebispo de Alexandria, Atanásio I, que seu pai havia mandado para o exílio. Atanásio cria na Santíssima trindade e defendia esta tese, contrariando o arianismo. Por causa da sua atitude e da sua escolha religiosa, Constantino II ficou numa situação delicada com seu irmão Constâncio II, que era líder em Constantinopla e adepto do arianismo.

Constantino II era o guardião de seu irmão menor, Constante I, que tinha ficado com a Itália, a Ilírica e a África. Por isso, ele se achou no direito de reclamar pelo fato de que o seu irmão mais novo havia recebido a Trácia (Atualmente é dividida entre a Grécia, Turquia e a Bulgária) e a Macedônia (Uma região a Noroeste da Trácia) e que antes era domínio do primo Dalmácio. Constante I tentou fazer um acordo de paz dando-lhe as províncias africanas. Pouco tempo depois, eles discutiram por causa de Cartago, pois não havia ficado muito claro qual era a parte de cada um deles naquele território. Quando Constante atingiu a maioridade, Constantino II insistiu em continuar como guardião de seu irmão caçula. Assim, ele invadiu a Itália quando seu irmão estava na Dácia (uma parte grega da Trácia). Constante, então, contra-atacou. Constantino II foi pego de emboscada em Aquiléia (um distrito a nordeste da Itália), e morreu em 340, enquanto ele tentava derrubar Constante.

3) Flávio Júlio Constante (Flavius Julius Constans Augustus) ou Constante I – r. 337-340 (como Augusto da Itália, Ilírica e África) e 340-350 (anexou a Hispânia, Gália e Britânia aos seus territórios) – total: 13 anos de reinado.
Inicialmente ficou com Itália, Ilírica e África na partilha do império.
Como César no oeste sob Constantino I – r. 333-337 DC
Nascimento: 323 DC
Morte: 27 anos de idade, assassinado

Constante era o terceiro filho de Constantino, o Grande. Ele havia ficado com o governo da Itália, Ilírica e África. Com a morte de seu irmão mais velho, Constantino II, ele anexou a Hispânia, Gália e Britânia aos seus territórios. No final do ano de 337 ele teve que lidar com uma invasão dos sármatas e saiu vitorioso da batalha. Em 341-342, Constante liderou uma campanha de sucesso contra os francos. Em 341, Constante promulgou um édito banindo os sacrifícios pagãos, pois decidiu ser tolerante com os judeus. A disputa entre ortodoxos e arianos continuava. Constante também apoiou os ortodoxos, enquanto Constâncio II apoiou os arianos. Então, em 343, Constante convocou o 1º Concílio de Sárdica, e depois o 2º, em 347, para solucionar as diferenças entre o Arcebispo ortodoxo Atanásio I de Alexandria e o ariano Paulo I de Constantinopla. O Concílio de Sárdica foi uma tentativa de ajustar a doutrina cristã; Constâncio II, seu irmão mais velho, também estava presente e havia apoiado a convocação do Concílio. Como o resultado foi o fracasso, eles decidiram deixar que cada imperador apoiasse o grupo religioso de sua preferência dentro dos seus territórios. Alguns historiadores fazem menção à tendência homossexual de Constante, que trazia vergonha ao Império. No final do seu reinado, ele adquiriu a reputação de crueldade e de um mau governo. Ele perdeu o apoio das legiões ao dar mais atenção aos seus preferidos e aos seus guarda-costas. Em 350, o general Magnêncio, o usurpador, declarou-se imperador com o apoio da tropa na fronteira do rio Reno, e a última na porção ocidental do Império Romano. Constante não teve apoio imediato e foi forçado a fugir para salvar sua vida. Acabou assassinado por um grupamento de cavalaria leve perto dos Pireneus, no sudoeste da Gália.

4) Flávio Júlio Constâncio (Flavius Julius Constantius) ou Constâncio II – r. 337-350 (como Augusto da Ásia e Egito) e 350-361 (como único imperador) – total: 24 anos de reinado.
Como César no oeste sob Constantino I – r. 324-337 DC
Nascimento: 317 DC
Esposas:
1) a filha de seu tio Júlio Constâncio (mulher de nome desconhecido)
2) Flávia Aurélia Eusébia (nascida de uma família grega da Macedônia) e
3) Faustina
Filhos: uma filha, Flávia Máxima Constância, que nasceu logo após a morte do pai, e se casou depois com Graciano. Era filha de Faustina.
Morte: aos 44 anos de idade, de febre

Ele era o segundo filho de Constantino I, o Grande, e governou o Império Romano do Oriente. Após a divisão do Império Romano, Constâncio II voltou a Constantinopla, onde organizou e presenciou a cerimônia fúnebre do pai: com este gesto reforçou o seu direito como sucessor e obteve o apoio do exército, componente fundamental da política de Constantino. Houve uma tentativa de assassinato da família de Constantino após sua morte em 337 DC pelas mãos do exército (segundo alguns historiadores, isso aconteceu por ordem de Constâncio II) e apenas alguns parentes masculinos sobreviveram: os três filhos de Constantino e dois de seus netos ainda crianças (Galo e Juliano, filhos do seu meio-irmão Júlio Constâncio). Constantina, a filha de Constantino também sobreviveu. Depois do massacre, ele se encontrou com seus outros irmãos na Panônia. A divisão de poder entre os três irmãos não durou muito tempo: Constantino II morreu em 340, enquanto ele tentava derrubar Constante, e Constâncio II ganhava os Balcãs; Constante foi derrubado em 350 DC pelo usurpador Magnêncio. Assim, Constâncio II ficou como Augusto do oriente, governando a Ásia, com a capital em Constantinopla, e o Egito. Para não perder o governo do Império, ele atacou Magnêncio e o venceu em duas batalhas. Magnêncio se suicidou (353). Em 354 ele derrotou os alamanos, e em 357, os Quados (uma pequena tribo germânica) e os Sármatas. Contra os Sassânidas no Leste, as conquistas permaneciam equilibradas. Para poder governar melhor o império, ele elevou seu primo Constâncio Galo ao posto de César. Entretanto, ele o executou três anos depois ao saber de sua conduta e sua natureza violenta e corrupta. Logo depois, em 355 ele promoveu seu único primo sobrevivente, Juliano, com o título de César. Ele, porém, reclamou o título de Augusto em 360, levando-os à guerra. No final, não houve batalha porque Constâncio ficou doente e morreu em 361, nomeando Juliano como seu sucessor. Depois de sua morte, foi deificado pelo Senado Romano. Quanto à postura de Constâncio II em relação ao Cristianismo, ele parecia preferir um ponto intermediário entre o Cristianismo ortodoxo e o arianismo. Quanto aos judeus, sua política foi severa, inclusive proibindo o casamento de judeus com mulheres cristãs. E se alguém se convertesse ao Judaísmo, teria todas as suas propriedades confiscadas pelo Estado. Judeus também não poderiam comprar ou possuir escravos gentios.


Império Romano-337 DC


Os usurpadores do trono, tentando interromper o reinado dos descendentes de Constantino foram: Magnêncio e Vetrânio.

• Flávio Magno Magnêncio (Flavius Magnus Magnentius) – r. 350-353 (3 anos)
Foi um usurpador romano contra os imperadores Constante I e Constâncio II. A insatisfação contra o imperador Constante I se tornou insuportável para o exército romano, por isso, em 350 na cidade de Autun, os soldados proclamaram Magnêncio como imperador. Constante I foi abandonado e acabou assassinado por um grupamento de cavalaria leve perto dos Pireneus. Magnêncio rapidamente conquistou a lealdade das províncias da Britânica, Gália e Hispânia, em parte por que ele se mostrou ser muito mais tolerante tanto com os cristãos quanto com os pagãos. Nepociano, filho de Eutrópia, meia-irmã de Constantino I, tentou usurpar o trono, governando na cidade de Roma por apenas vinte e oito dias, mas após essa curta revolta ele foi morto por Marcelino, o general do usurpador Magnêncio. Este percebeu que sua posição precisava ser consolidada frente aos membros da família real de Constantino, o Grande. Sabendo da morte de seu irmão Constante, o imperador Constâncio II interrompeu sua campanha contra os sassânidas na Síria e veio para o Ocidente. Magnêncio tentou atrair Vetrânio (comandante das legiões da Panônia) para sua causa, mas tudo acabou se virando contra ele, pois o velho general abdicou, após o encontro com Constâncio II. Magnêncio tentou resistir na Batalha de Mursa Maior (351). Com seu exército derrotado, Magnêncio retrocedeu para a Gália. Em 353, na Batalha do Monte Selêuco, Magnêncio tentou uma nova resistência, mas foi derrotado e se suicidou, caindo sobre sua própria espada.
Morte: 50 anos de idade.

Vetrânio (Flavius Vetranio Augustus) – r. 350
Vetrânio, o comandante das legiões da Panônia, recebeu o pedido de Constantina, a irmã dos imperadores romanos, Constante e Constâncio II, para que se autoproclamasse César em março de 350, pois seu irmão, Constante I, havia sido morto por Magnêncio no início do ano e ela provavelmente acreditava que Vetrânio iria proteger a família e ela contra o usurpador. Vetrânio aceitou ser imperador e moedas foram cunhadas em seu nome trazendo o título de Augusto (‘imperador sênior’) ao invés de César (‘imperador júnior’). Constâncio II aparentemente aceitou o novo imperador e Vetrânio, por sua vez, pediu-lhe dinheiro e ajuda militar para conseguir enfrentar Magnêncio, o usurpador. Entretanto, as negociações não tomaram o rumo desejado e Vetrânio se voltou para Magnêncio e ambos enviaram uma embaixada para Constâncio II. Magnêncio ofereceu sua filha em casamento para Constâncio II e pediu a mão de Constância (Flávia Júlia Constância), a irmã dele, o que asseguraria sua posição na dinastia Constantiniana. A condição era que ele renunciasse à sua posição de imperador principal. Então, Constâncio II rejeitou todas as propostas. Magnêncio tomou o trono na Itália, e Constâncio II, que estava de volta para casa após uma campanha contra o Império Sassânida no oriente, se encontrou com Vetrânio. Ambos seguiram juntos até Naísso. Ambos subiram num palanque frente às tropas e, depois de um poderoso discurso, Constâncio II foi aclamado imperador. Ele, então, arrancou o manto púrpura de Vetrânio mostrando dessa forma que o general não era o imperador. Vetrânio foi autorizado a viver longe da política recebendo uma pensão do estado romano na Bitínia (o nome da antiga Anatólia, na Ásia Menor, a moderna Turquia, na costa do Mar Negro). Constâncio II permaneceu no poder até 361.


Imperador Juliano Imperador Joviano
Juliano e Joviano


5) Flávio Cláudio Juliano (Flavius Claudius Iulianus), também conhecido como Juliano, o Apóstata – 361-363 DC (20 meses como único governante)
Nome de nascimento: Flávio Cláudio Juliano (Flavius Claudius Iulianus)
Nome como César (sob Constâncio II): Flávio Cláudio Juliano César – 355-360
Nome como Augusto (sob Constâncio II): Flávio Cláudio Juliano Augusto – 360-361
Único governante: 361-363
Pais: Júlio Constâncio (meio-irmão do imperador Constantino I) e Basilina, que eram cristãos
Esposa: Helena, filha de Constantino e Fausta
Filhos – não teve
Meio-Irmão: Galo
Morte: com 32 anos de idade, devido a uma ferida mortal feita em batalha

Flávio Cláudio Juliano, ou simplesmente Juliano, foi o último imperador pagão do Império Romano. Sucedeu seu primo Constâncio II, e ficou conhecido como ‘o Apóstata’, por não seguir o Cristianismo numa época em que ele já era aceito e até incentivado por seus antecessores desde Constantino I. Pelo contrário, Juliano incentivou o retorno ao paganismo, da mesma forma que Septímio Severo havia fomentado o sincretismo religioso. Ele mesmo se colocou debaixo da proteção de Zeus e Hélio. Sua intenção de era restaurar os valores da antiga religião pagã de Roma. Embora sendo criado no Cristianismo, ele adquiriu o interesse pela cultura e crenças pagãs Greco-Romanas. Apesar disso, ele não perseguiu os cristãos no seu reinado; também não se tem relato de qualquer intolerância religiosa.

Em 354, Galo impôs um reinado de terror sobre os territórios sob o seu comando; por isso, foi executado aos 29 anos de idade por ordem de Constâncio II, que fez Juliano César no lugar do outro. Como César de Constâncio II, Juliano teve sucesso em suas campanhas contra os Francos e Alamanos. Em 357, na batalha de Argentorato contra os Alamanos em Estrasburgo, com um exército de apenas 13.000 soldados, ele venceu o inimigo, que contava com um exército três vezes mais numeroso. Em 360, em Lutetia (Paris), Juliano foi proclamado Augusto por seus soldados, o que provocou uma guerra civil contra Constâncio. Entretanto, não houve batalha, pois Constâncio II morreu antes por causa de uma doença. Antes de morrer, ele nomeou Juliano como seu herdeiro legítimo. Em 363, Juliano fez guerra contra os sassânidas, mas foi ferido mortalmente por uma lança não intencional que atingiu seu abdome. Joviano, um dos guarda-costas de Juliano que o acompanhou na expedição e estava presente na sua morte, foi eleito pelos soldados para ocupar o trono. Embora com um curto reinado, Joviano estabeleceu o Cristianismo numa posição privilegiada em todo o Império.

6) Flávio Joviano – 363-364 DC (8 meses)
Nome de nascimento: Flávio Joviano
Nome como imperador: Flávio Joviano Augusto
Morte: morte súbita com 32 anos de idade

Flávio Joviano (Flavius Iovianus) foi um soldado eleito imperador romano pelo exército em 363, após a morte de Juliano, o Apóstata. Estando o exército romano em território persa, Joviano viu-se forçado a fazer um tratado de paz em termos desfavoráveis, de maneira a poder conduzir suas tropas de volta ao território romano. Ele teve que ceder partes do Império Romano (Cinco províncias romanas a leste do Tigre conquistadas por Galério em 298, que Diocleciano tinha anexado, além de abrir mão do interesse romano na Armênia em favor dos Persas), uma desgraça que nunca havia ocorrido antes, desde a fundação de Roma. Ao chegar a Antioquia, ele revogou o decreto de Juliano contra os cristãos. O Lábaro de Constantino, o Grande, tornou-se novamente o estandarte do exército. Do reinado de Joviano até o século XV, o Cristianismo foi a religião dominante tanto no Ocidente quanto no Oriente, até a queda de Constantinopla sob os turcos em 1453. Depois, Joviano marchou para Constantinopla para consolidar sua posição política lá. Marchando de volta, Joviano morreu de morte súbita, entre Ancara (antigamente conhecida como Ancyra ou Angora) e Nicéia, a noroeste da Turquia, ao fim de um reinado de 8 meses. Segundo fontes de pesquisa, foi encontrado morto na cama dentro de sua tenda; alguns historiadores dizem que foi asfixiado. Joviano era cristão.

O declínio do Império Romano do Ocidente

XII) Dinastia Valentiniana (364-392 DC no Império Romano do Ocidente e 364-378 no Império Romano do Oriente):
Valentiniano I (364-375 DC – Imperador do Ocidente) / Valente (364-378 DC – Imperador no Oriente) / Graciano (375-383 DC – Imperador do Ocidente) / Valentiniano II (375-392 DC – Imperador do Ocidente).


Dinastia Valentiniana – Valentiniano I Dinastia Valentiniana – Valente
Valentiniano I, Valente
Dinastia Valentiniana – Graciano Dinastia Valentiniana – Valentiniano II
Graciano, Valentiniano II


1) Flávio Valentiniano Augusto ou Valentiniano I ou Valentiniano, o Grande (Flavius Valentinianus Augustus) – 364 (como governante único do império (1 mês) / 364-375 DC no Império Romano do Ocidente (10 anos e oito meses) com o irmão Valente (364-378 DC – Imperador no Oriente)
Nome de nascimento: Flávio Valentiniano
Nome como imperador: Flávio Valentiniano Augusto
Pai: Graciano, o velho. Era oficial do exército, e muito bem sucedido em sua carreira militar.
Irmão: Flávio Júlio Valente
Esposas: Marina Severa (casou com Valentiniano antes de ele subir ao trono) e Justina (viúva do usurpador Magnêncio; Justina era muito jovem na época de seu primeiro casamento para ter filhos). Justina se tornou a madrasta de Graciano, filho de Valentiniano I com Marina Severa. Ela era uma Ariana. Morreu com 51 anos.
Filhos:
• Com Marina Severa: Graciano. Ele morreu em 383 em confronto com o usurpador Magno Máximo.
• Com Justina: um filho chamado Valentiniano II e três filhas: Flávia Gala, Grata e Justa. Grata e Justa não se casaram. Provavelmente, até 392 elas estavam vivas. Valentiniano II reinou de 375 a 392.
Morte: 54 anos de idade (375), devido a um Acidente Vascular Cerebral

Valentiniano I foi proclamado imperador pelo exército romano em Nicéia (na Turquia). Instalou-se em Mediolanum (atual Milão) e associou-se ao seu irmão Valente. Com muita estratégia de guerra contra os alamanos, ele os expulsou da Gália. Também teve vitória contra os Quados (uma pequena tribo Germânica) e Sármatas (uma confederação de tribos iranianas). Estabeleceu a paz na Britânia (367-368, numa revolta conhecida como a Grande Conspiração, que foi resultante das perdas do usurpador Magnêncio, durante o reinado de Constâncio II, quando o Império Romano sofreu muito ataque por parte dos Pictos (ao norte da Escócia), Escotos (outro grupo celta originado da fusão entre os Pictos e Gaélicos) e Saxões (uma tribo Germânica que vivia perto do Mar do Norte, entre a Europa e a Inglaterra) e sufocou uma revolta na África, por parte de uma seita herética dentro do Catolicismo. Para ele, os soldados eram mais valorizados do que os senadores, e para aumentar seu salário teve que aumentar os impostos dos proprietários de terras. ‘Fervoroso cristão’, com a ajuda do Papa Damaso I (366-384) em 371 adotou uma política incomum de tolerância religiosa (Em outras palavras, a tolerância com religiões pagãs).

Em 373, irromperam as hostilidades com os Quados. Como os Alamanos, os Quados ficaram indignados com Valentiniano por causa da construção de fortificações no seu território. Eles reclamaram e enviaram delegações que foram ignoradas. Maximino, prefeito pretoriano da Gália queria promover seu filho Marceliano e colocá-lo no comando para terminar o projeto de construção de fortificações. Os protestos dos líderes dos Quados atrasavam o projeto, e Marceliano assassinou ostensivamente o rei Quado Gabinius em um banquete organizado para negociações pacíficas. Isso levou os Quados à guerra, juntamente com seus aliados os Sármatas, danificando grandemente a zona rural desprotegida. Duas legiões foram enviadas, mas foram derrotadas pelos Sármatas. Enquanto isso, outro grupo de Sármatas invadiu a Mésia, mas foi rechaçado pelo filho de Teodósio, o futuro imperador. Valentiniano não teve conhecimento dessas crises até o final de 374. Ele tentou paz com os Sármatas, mas sem saber dos propósitos de traiçoeiros de Marceliano, decidiu punir os Quados. No início do inverno, se retirou para Savária para o seu acampamento. Na primavera de 375, ele decidiu continuar a campanha e se mudou de Savária para Brigetio. Lá chegando, ele recebeu uma delegação dos Quados. Em troca do fornecimento de novos recrutas para o exército romano, os Quados estavam permitidos a partir em paz. No entanto, antes dos enviados partirem Valentiniano lhes concedeu uma audiência. Os enviados insistiram que o conflito foi causado pela construção de fortes romanos em suas terras; além disso, bandos individuais de Quados não estavam de acordo com as regras dos chefes que fizeram tratados com os romanos e, portanto, poderiam atacar os romanos a qualquer momento. Com a atitude dos enviados Valentiniano ficou tão enfurecido que ele sofreu o rompimento de um vaso sanguíneo no crânio enquanto gritava com eles com raiva, provocando sua morte em novembro de 375.

2) Flávio Júlio Valente Augusto (Flavius Iulius Valens Augustus) – 364-375 (Império Romano do Oriente) com o irmão Valentiniano I (364-375 DC no Império Romano do Ocidente) / 375-378 (Império Romano do Oriente) com seus sobrinhos Graciano e Valentiniano II no Oeste.
Nome de nascimento: Flávio Júlio Valente
Nome como imperador: Flávio Júlio Valente Augusto
Pai: Graciano, o velho. Era oficial do exército, e muito bem sucedido em sua carreira militar.
Irmão: Valentiniano I (Flávio Valentiniano)
Esposa: Albia Dominica, filha de um poderoso e impopular prefeito pretoriano chamado Petrônio, odiado por sua ganância e crueldade. Albia Dominica era Ariana e tentou convencer Valente a seguir a seita também, e ele perseguiu muito os cristãos Nicenos por causa dela.
Filhos: Anastácia e Carosa, e um filho e herdeiro: Flávio Valentiniano Galates ou Gálata (Flavius Valentinianus Galates), que morreu com 4 anos de idade (366-370). Ele ficou doente, e sua mãe achava que isso era punição pelo fato de Valente ter perseguido o bispo cristão ortodoxo, Basílio de Cesaréia, pois Valente era um semi-ariano. Eles pediram ao bispo ortodoxo para orar pela cura do menino, ao que ele lhes respondeu que só oraria se o pai se convertesse ao cristianismo ortodoxo. Valente se recusou e a criança morreu.
Morte: 50 anos de idade, na Batalha de Adrianópolis (378), 13 km ao norte de Adrianópolis (Edirne, na Turquia moderna Européia, perto da fronteira com a Grécia e a Bulgária), na província romana da Trácia.

Valente, irmão de Valentiniano I, recebeu dele a parte oriental do Império, que havia cedido suas possessões na Mesopotâmia e Armênia aos Persas, no tratado feito pelo imperador Joviano com Sapor II. Valente tinha a intenção de avançar para o leste para reaver os territórios. Entretanto, ao chegar à região central de Anatólia (atual Turquia), perto de Capadócia, soube da rebelião do usurpador Procópio, um parente vivo do imperador Juliano, por parte de mãe, que havia se proclamado imperador em Constantinopla. Entretanto, suas chances de vencer haviam diminuído com a deserção da maior parte de suas tropas para o Ocidente. As duas legiões enviadas por Valente a Procópio passaram para o lado deste. Sem apoio do irmão Velentiniano I, Valente não teve forças para resistir a Procópio, que se apossou da diocese da Trácia e da diocese da Ásia. Alguns meses depois, Valente conseguiu reunir um exército para lutar contra o usurpador, derrotando-o em Tiatira; em seguida, houve novo encontro em Nacoléia, onde as tropas de Procópio o abandonaram e ele foi executado. Sua cabeça foi enviada a Valentiniano I em Tréveris.

Tentando reaver a Armênia (à qual Joviano havia renunciado) Valente acabou se envolvendo num conflito desnecessário entre os Armênios e os sassânidas, e que o impediu de atuar no Leste. Assim, seus planos para uma campanha do oriente não se realizaram nunca.

O episódio mais marcante de seu reinado foi a batalha de Adrianópolis (na antiga região da Trácia, atualmente Edirne, na Turquia), em agosto de 378, na qual enfrentou um exército bárbaro confederado que incluía visigodos, ostrogodos, hunos e alanos.

A transferência de tropas para o império do Ocidente em 374 tinha deixado muitas lacunas nas fileiras orientais. Seus conselheiros diziam que era possível recrutar um exército com soldados bárbaros. Mas a entrada de bárbaros no seu exército só piorou a situação. Enquanto isso, os generais de Valente o avisaram, pedindo-lhe para esperar Graciano que vinha da Gália com as suas legiões vitoriosas, coisa que Graciano tenazmente defendia. Entretanto, Valente, com ciúmes do sucesso de seu sobrinho Graciano, queria a vitória para si. Quando em 09 de agosto de 378 (na Batalha de Adrianópolis ou Hadrianópolis) os bárbaros atacaram (um grupo de tribos rebeldes góticas) a cavalaria de Valente sucumbiu. Como conseqüência, a infantaria também foi derrotada. Valente ficou ferido e foi transportado para a sua tenda. As circunstâncias exatas de sua morte são desconhecidas. Em resumo, a batalha foi desastrosa para os romanos, e o próprio Valente morreu nela. Dois terços do exército romano do oriente foram destruídos, no que contemporâneos e historiadores consideraram o princípio do fim da integridade territorial romana. Os godos continuaram a se mover para o leste e atacaram Constantinopla. Porque não havia nenhum imperador a liderar as forças, a imperatriz Dominica foi forçada a organizar um contra-ataque. Dominica pagou os salários dos soldados com o tesouro imperial a quaisquer voluntários civis que estavam dispostos a armar-se contra os invasores. Após a morte de seu marido, ela governou como regente e defendeu Constantinopla contra os atacantes godos até que seu sucessor, Teodósio I chegou e foi nomeado novo imperador do Oriente. O imperador Graciano, com dezenove anos de idade, foi esmagado pelo desastre e não foi capaz de lidar com ele.

Valente e Valentiniano tinham diferentes crenças religiosas: Valente era Ariano e Valentiniano havia aceitado o Cristianismo Niceno. Valente era cristão ariano e perseguiu os cristãos nicenos, instigado por sua esposa. Os cristãos Nicenos eram os que, segundo o Concílio de Nicéia em 325, aceitavam a divindade de Jesus Cristo e reconheciam a Sua unidade com o Pai. Também criam no Espírito Santo. Os cristãos arianos não criam na Trindade, aceitavam Jesus e Deus Pai, mas um Jesus subordinado a Deus Pai; portanto, sem ser Deus. Em outras palavras, seria Seu filho, mas não o próprio Deus. De qualquer forma, com a morte de Valente o arianismo chegou ao fim, pois o seu sucessor Teodósio I passou a impôr o Credo Niceno em 27 de fevereiro de 380 DC, através do Édito de Tessalônica onde se estabeleceu que o Cristianismo tornar-se-ia, exclusivamente, a religião de estado no Império Romano, abolindo todas as práticas politeístas dentro do império e fechando templos.

3) Flávio Graciano Augusto (Flavius Gratianus Augustus) – r. 375-383 (Império Romano do Ocidente) / com Valente, seu tio, 375-378 (Império Romano do Oriente) / com Valentiniano II, seu irmão (Oeste – 375-392) / com Teodósio I (379-395 – Império Romano do Oriente)
Nascimento: 359 DC
Nome de nascimento: Flávio Graciano
Nome como imperador: Flávio Graciano Augusto
Pai: Valentiniano I (Flávio Valentiniano Augusto)
Meio-Irmão: Valentiniano II
Esposas:
• Graciano se casou pela primeira vez aos 14 anos de idade com Flávia Máxima Faustina Constância – filha de Constâncio II (irmão de Constantino I) e de Faustina, sua terceira esposa. Flávia Máxima Faustina Constância nasceu em 262, após a morte do pai, e tinha 12 anos quando se casou com Graciano. Ela morreu aos 21 anos de idade.
• Sua segunda esposa foi Laeta, no curto período entre a morte de Constância e a morte de Graciano. Não há informações sobre ela; apenas que ela e sua mãe supriram muitas pessoas com alimento durante o cerco de Roma pelos Visigodos em 408.
Filhos: não teve filhos com suas esposas
Morte: 24 anos de idade (383 DC), assassinado

Flávio Graciano Augusto era filho do Imperador Valentiniano I. Em 367 ele recebeu de seu pai o título de Augusto. Com a morte de Valentiniano I (375), as tropas na Panônia aclamaram Valentiniano II, o filho menor de Valentiniano I e Justina, imperador, com 4 anos de idade. Graciano, então, separou para si a administração das províncias da Gália, e entregou Itália, Illyricum e África para Valentiniano II e sua mãe, a qual fixou a sua residência no Mediolanum (Milão). Apesar desta divisão formal, a autoridade real se manteve nas mãos de Graciano. Em 378, com a morte do seu tio Valente no campo de batalha, Graciano passou a governar também o Império Romano do Oriente, que concedeu em 379 DC a Flávio Teodósio I, pois se sentiu incapaz de suportar as investidas dos bárbaros. Ele favoreceu claramente a religião cristã contra o paganismo, recusando-se a repetir os rituais pagãos dos imperadores anteriores e tirando o Altar da Vitória do senado em 382 DC. O Altar da Vitória era uma estátua de ouro e havia sido colocada na sala do senado em homenagem à deusa Vitória pelo imperador César Augusto em 29 AC para comemorar a derrota de Marco Antônio e Cleópatra na batalha de Actium (Grécia), pois se opuseram a ele. Os senadores romanos não gostaram da retirada da estátua, uma vez que, durante séculos, eles juravam solenemente diante dela, recitavam orações e faziam libações de vinho e incenso. Também se recusou a usar o título de máximo pontífice, ao contrário dos imperadores que o antecederam.

Durante alguns anos, governou o império com sucesso e energia, mas caiu gradualmente na indolência, sendo um fantoche mãos de um General Franco, Merobaldo, e de Ambrósio (bispo de Milão). O reinado de Graciano marcou uma época importante na história eclesiástica, pois durante esse período o Cristianismo Niceno pela primeira vez, tornou-se dominante em todo o império. O imperador removeu dos sacerdotes pagãos e das vestais todo privilégio. Apesar disso, Graciano ainda foi deificado após sua morte. Foi assassinado por um soldado de suas próprias tropas em 383, quando se preparava para lutar contra o usurpador Magno Máximo (Flavius Magnus Maximus Augustus) ou Maximiano (383-388 DC), proclamado imperador pelas legiões da Britânia; outras versões dizem que quem o assassinou foi um soldado de cavalaria de Máximo.

4) Flávio Valentiniano Augusto ou Valentiniano II (Flavius Valentinianus Augustus) – 375-392 (Império Romano do Ocidente) – 17 anos
Nome de nascimento: Flávio Valentiniano
Nome como imperador: Flávio Valentiniano Augusto
Pai: Valentiano I (Flávio Valentiniano Augusto)
Meio-Irmão: Graciano
Meias-Irmãs: Gala, Grata e Justa
Morte: 21 anos de idade, estrangulado

Valentiniano II (375-392 DC), filho do imperador romano Valentiniano I, o sucedeu no poder e dividiu o governo da Ilíria com o irmão Graciano. A mãe de Valentiniano II se chamava Justina, e governou em seu lugar, pois ele tinha apenas quatro anos de idade quando foi feito imperador. Valentiniano I (364-378) professava o Cristianismo Niceno. Justina (viúva do usurpador Magnêncio, da época de Valentiniano I) era uma Ariana. Quem, na verdade, governou no lugar de Justina foi o poderoso general Merobaldo. O meio-irmão de Valentiniano II, Graciano, tinha 16 anos na época. Anos mais tarde, em 384, enquanto Teodósio I a mando de Graciano reinava no oriente, Magno Máximo (Flavius Magnus Maximus Augustus ou Máximo, o usurpador – 383-388 DC) reinava na Britânia e na Gália, tentando negociar com o imperador do oriente Teodósio I. Valentiniano II manteve a Itália, Panônia, Hispânia e a África. Em 387, para ampliar seu império Máximo invadiu a Itália e foi derrotado por Teodósio numa batalha em 388, restaurando o trono do Ocidente a Valentiniano II. A Gália e a Britânia ficaram, teoricamente, sem governante (somente mais tarde foram ocupadas pelo imperador Bizantino, Constantino III, entre 407 e 411). O tutor de Valentiniano II, Arbogasto (Flavius Arbogastes), mestre de cavalaria e general Franco do Império Romano do Ocidente, mandou estrangulá-lo em 392. Seu corpo foi encontrado pendurado em uma árvore, talvez por deixar o Arianismo e aderir à igreja católica. Mediolanum (Milão), naquela época, era uma cidade pastoreada pelo bispo cristão Aurélio Ambrósio (340-397) que, muito provavelmente, influenciou Valentiniano II, e foi o líder religioso a quem Justina se opôs. O reinado deste imperador foi um prenúncio do quinto século, quando as crianças ou nulidades, reinando como imperadores, foram controlados por generais e oficiais poderosos.

Interlúdio – dois usurpadores: Magno Máximo (Flavius Magnus Maximus Augustus ou Máximo, o usurpador (383-388 DC) e Flávio Eugênio (Flavius Eugenius – 392-394 DC).

Magno Máximo (Flavius Magnus Maximus Augustus ou Máximo, o usurpador) – 383-388 DC (5 anos)
Magno Máximo era um general de Graciano. Máximo começou a estabelecer seu controle sobre uma parte do Império Romano, incluindo Grã-Bretanha, Gália, Hispânia e a Diocese de África. Ele governou de sua capital em Augusta Treverorum (Treves, Trier) e foi capaz de negociar o seu reconhecimento por Valentiniano II e Teodósio I, a partir de 384. A área de Valentiniano II havia sido efetivamente limitada a Itália, governando a partir de Mediolanum (atual Milão). Em 387 a trégua entre Valentiniano II e Máximo terminou. Este último cruzou os Alpes no Vale do Pó e ameaçou Milão. Valentiniano e sua mãe Justina fugiram da capital para Tessalônica, capital da Prefeitura pretoriana da Ilíria, e na época, a residência escolhida de Teodósio. Gala, também filha de Justina e irmã de Valentiniano II, os acompanhou. Teodósio era, na época, viúvo de sua primeira esposa Élia Flacila, que morreu em 385 ou 386. Teodósio concedeu refúgio aos fugitivos e veio a se casar com Gala.

Flávio Eugênio (Flavius Eugenius) – 392-394 DC (2 anos)
Flávio Eugênio reinou entre 392-394 DC como sucessor de Valentiniano II (Itália, Panônia, Hispânia e África), e se opôs ao imperador Teodósio I ou Teodósio, o Grande. Eugênio foi proclamado Augusto do Oriente após a morte de Valentiniano II em circunstâncias obscuras. Morreu na Batalha do Rio Frígido contra Teodósio I. Representou o último avivamento da tradição pagã contra o Cristianismo, que havia de prevalecer como a única fé do Estado. Embora sendo Cristão, ele foi o último Imperador a apoiar o politeísmo Romano.

XIII) A Dinastia Teodosiana (379-455 DC no Império Romano do Ocidente e 379-457 no Império Romano do Oriente): Teodósio I (379–395 como imperador do Leste) / Arcádio (383-395 junto com o pai; 395-408 como imperador único do Leste) / Honório (393-423 como imperador do Oeste) / Teodósio II (408-450 como imperador do Leste) / Valentiniano III (423-425 como César no Oeste; 425-455 como imperador do Oeste) / Marciano (450-457 como imperador do Leste, com sua esposa Pulquéria 450-453).


Dinastia Teodosiana – Teodósio I Dinastia Teodosiana – Arcádio Dinastia Teodosiana – Honório
Teodósio I, Arcádio, Honório


1) Flávio Teodósio (Flavius Theodosius) ou Teodósio I, o Grande – 379-392 como imperador do Leste / 392-395 como único governante do Império, tendo seu filho Arcádio como co-augusto no Leste (383-395). Total de reinado: 16 anos.
Nome de nascimento: Flávio Teodósio (Flavius Theodosius)
Nome como imperador: Flávio Teodósio (Flavius Theodosius Augustus)
Pai: Conde Teodósio ou Teodósio o Velho
Mãe: Termância
Esposas: Élia Flacila (morreu em 385-386 mais ou menos) e Flávia Gala
Filhos:
• Com Élia Flacila: Arcádio, Honório e Élia Pulquéria (385-386 – morreu na infância; esta Élia Pulquéria não deve ser confundida com a neta de Teodósio I com o mesmo nome, filha de Élia Eudóxia com Arcádio, o filho de Teodósio I)
• Com Flávia Gala:
1) Graciano – nascido em 388 DC e morreu jovem
2) Élia Gala Placidia (Aelia Galla Placidia – 392-450 DC), mãe de Valentiniano III e Justa Grata Honória. Foi regente para o filho Valentiniano III desde 423 até sua maioridade em 437, e uma grande força na política de Roma durante grande parte de sua vida. Foi esposa de Ataúfo, rei dos Visigodos, de 141 até a morte dele em 415, e imperatriz consorte de Constâncio III por um curto período de tempo em 421.
3) João – morreu com a mãe, Gala, durante o parto (394)
Morte: 48 anos de idade, insuficiência cardíaca congestiva

Teodósio I, o Grande, ou Flávio Teodósio, foi imperador bizantino entre 379 e 395 DC. Nasceu na Hispânia por volta de 346-347 e faleceu em Milão em 395. Foi o filho do conde Teodósio, também conhecido como Teodósio, o Velho. Teodósio foi o último líder de um Império Romano unido. Após a divisão entre os seus herdeiros, o império nunca mais seria governado por apenas um homem. O imperador Graciano nomeou Teodósio I co-imperador do Império Romano do Oriente em 379, após a morte do imperador Valente, morto pelos godos na Batalha de Adrianópolis (378). Depois de algumas campanhas infrutíferas, Teodósio acabou fazendo um tratado através do qual os godos poderiam ser politicamente independentes dentro do Império Romano em troca de serem obrigados a fornecer tropas para o exército imperial. Este tratado foi uma das causas do enfraquecimento militar romano que levaria depois ao saque de Roma pelos mesmos godos em 410. Eles estavam recrutando bárbaros para lutar contra outros bárbaros. Com a morte de Valentiniano II, irmão de Graciano, em 392 DC, Teodósio acabou por tomar o Ocidente do império e governou como imperador único, após derrotar o usurpador Eugênio em 394, na Batalha do Rio Frígido. Como co-Augusto do Ocidente, ele nomeou seu filho mais novo em 393.

No âmbito religioso, Teodósio I tomou a decisão de fazer do Cristianismo Niceno (ou Catolicismo) a religião oficial do Império, emitindo o Édito de Tessalônica (em 27 de fevereiro de 380), acabando com o apoio do Estado à religião romana tradicional e proibindo a adoração pública dos antigos deuses. O Cristianismo Niceno (Concílio de Nicéia – 325 DC) confirmou que Cristo é ‘Deus verdadeiro’ e ‘de uma essência com o Pai’.

O Massacre de Tessalônica foi um episódio de perseguição e violência contra os não-cristãos do Império Romano no ano de 388 ou 390, e que resultou na morte centenas ou milhares de pessoas (algumas versões dizem 7.000 pessoas mortas), por ordem de Teodósio I. Ele decretou leis proibindo os cultos a deuses gregos, e proibindo a prática de adivinhação sob pena de morte. Muitos filósofos e professores tiveram que partir para o exílio, a fim de evitar a perseguição do imperador. Um dos grandes conflitos entre a nova religião do Império e a tradição pagã dizia respeito à condenação da homossexualidade, que era normal na Grécia antiga e no Império Romano, até entre soldados e imperadores, como Alexandre Magno e seu amante Hefestião; ou o imperador romano Adriano e seu amante Antínoo, a quem erigiu um templo no Egito depois da sua morte; e Nero, com Sporo. Teodósio tinha publicado um decreto que condenava à morte quem praticasse homossexualidade ou pederastia (contato sexual entre um homem e um rapaz bem jovem). Sob a força desta lei, o general godo, Buterico, colocou na prisão em Tessalônica um grego condutor de carros do circo, atleta popular que ganhava muito dinheiro nos jogos, e era pederasta. O povo se revoltou, e os soldados bárbaros, com ódio, mataram o general Buterico. Teodósio I estava em Milão e ordenou um massacre do povo quando estivesse reunido para o circo. Dizem algumas fontes que ele teria revogado a ordem, mas esta chegou tarde e na repressão morreram diversas pessoas. O bispo Ambrósio, recriminou a crueldade do imperador e o impediu de entrar na igreja e receber a hóstia sagrada. Só depois que o imperador se submeteu à penitência imposta pelo bispo, ele pôde entrar na igreja. Esse foi o primeiro exemplo da submissão de um imperador ao poder espiritual.

Teodósio morreu em Milão em 395 por insuficiência cardíaca congestiva.

Como foi dito acima, Teodósio foi o último líder de um Império Romano unido. Após a divisão entre os seus herdeiros, o império nunca mais seria governado por apenas um homem. Sucessores de Teodósio:

Flávio Arcádio (Flavius Arcadius) – Leste – 395-408 DC
Flávio Honório (Flavius Honorius) – Oeste – 395-423 DC – Imperador César Flávio Honório Pio Feliz Augusto (Imperator Caesar Flavius Honorius Pius Felix Augustus)


Império dividido


2) Flávio Arcádio (Flavius Arcadius) – como co-Augusto no Leste (383-395), como único governante no leste: 395-408 DC (25 anos)
Nome de nascimento: Flávio Arcádio (Flavius Arcadius)
Nome como imperador: Flávio Arcádio Augusto (Flavius Arcadius Augustus)
Pai: Flávio Teodósio (Flavius Theodosius) ou Teodósio I ou Teodósio, o grande
Mãe: Élia Flacidia (1ª esposa de Teodósio I)
Irmão: Flávio Honório (Flavius Honorius)
Meia-irmã: Élia Gala Placidia (Aelia Galla Placidia – 392-450 DC), mãe de Valentiniano III e Justa Grata Honória. Foi esposa de Ataúfo, rei dos Visigodos, e imperatriz consorte de Constâncio III
Esposa: Élia Eudóxia
Filhos: Flacila (n.397 – natimorta), Élia Pulquéria (399-453; casou com Marciano, mas fez voto de castidade), Arcádia (400–444; assim como a irmã Pulquéria, ela fez voto de castidade, e nunca se casou), Teodósio II (401-450) e Marina (n.404 – natimorta; este parto causou a morte de Eudóxia por hemorragia e infecção)
Morte: 30-31 anos de idade, de causa desconhecida.

Flávio Arcádio (Flavius Arcadius – 395-408 DC) foi um Imperador Romano do Oriente. Arcádio nasceu na Hispânia, o filho mais velho do imperador Teodósio I e Aelia Flacila, e irmão de Honório, que iria se tornar o imperador romano do Ocidente. Seu pai declarou-o um Augusto e co-regente da metade Oriental do império, em janeiro de 383. Seu irmão mais novo também foi declarado Augusto em 393, para a metade Ocidental. Ele foi nomeado cônsul três vezes em 385, 392 e 394. Instruído na religião cristã, acabou por revelar-se um príncipe fraco sob a influência de vários conselheiros ao seu lado. Assim como o irmão Honório, Arcádio esteve sob controle de seus ministros durante todo seu reinado. Élia Eudóxia, a esposa do imperador, foi nomeada Augusta em 400 DC e se tornou o novo poder atrás do trono. Durante o seu domínio, a corte presenciou vários confrontos entre ela e o arcebispo de Constantinopla João Crisóstomo, o Patriarca de Constantinopla, patrono do Cristianismo primitivo, e que acabou sendo deposto. A partir de 404 com a morte de Élia Eudóxia, o trono foi governado indiretamente pelo prefeito pretoriano do Oriente Flávio Antêmio, até a morte do imperador em 408 DC. Também continuou regendo durante a minoridade de Teodósio II. Antêmio trabalhou para acabar com abusos governamentais, assim como ampliar a cristianização e a defesa do Oriente contra ataques. Leis contra o paganismo, judaísmo e heresias foram aprovadas e a paz foi selada com o Ocidente, especialmente depois da criação de um consulado conjunto entre Antêmio e Flávio Estilicão em 405; este último foi um general de alta patente no exército romano (magister militum) e conselheiro de Honório, no oeste. Ele era de ascendência mista (Vândala e Romana), além de ser um ariano. Ele veio a se casar com a sobrinha do imperador Teodósio I. Em 414, Antêmio desapareceu repentinamente dos relatos da História e a regência foi assumida por Pulquéria Augusta (esposa do imperador Marciano, do Oriente, a segunda filha de Arcádio), enquanto seu posto de prefeito da guarda pretoriana foi assumido por Aureliano (um oficial Bizantino). O destino de Antêmio é desconhecido, embora seja possível que ainda estivesse vivo em 415. A causa da morte de Flávio Arcádio é desconhecida.

3) Flávio Honório Augusto (Flavius Honorius Augustus) – 395-423 DC – como Augusto no Oeste (28 anos)
Nome de nascimento: Flávio Honório (Flavius Honorius)
Nome como imperador: Imperator Caesar Flavius Honorius Pius Felix Augustus (Imperador César Flávio Honório Pio Feliz Augusto)
Pai: Flávio Teodósio (Flavius Theodosius) ou Teodósio I ou Teodósio, o grande
Mãe: Élia Flacila (1ª esposa de Teodósio I)
Irmão: Flávio Arcádio (Flavius Arcadius)
Meia-irmã: Élia Gala Placidia (Aelia Galla Placidia – 392-450 DC), mãe de Valentiniano III e Justa Grata Honória. Élia foi esposa de Ataúfo, rei dos Visigodos, e imperatriz consorte de Constâncio III
Esposas: Maria e Emília Materna Termância ou Termância (Aemilia Materna Thermantia)
Filhos: nenhum
Morte: 38 anos de idade, por insuficiência cardíaca congestiva

Flávio Honório Augusto foi um imperador do Império Romano do Ocidente, enquanto seu irmão Arcádio assumiu o trono do Oriente (com 10 anos de idade). Foi nomeado Augusto aos oito anos de idade (393 DC). Com a morte de seu pai (395), ficou sob a tutela do mestre militar Flávio Estilicão, um general de origem metade vândala e metade romana, casado com Serena, a sobrinha favorita de Teodósio I. Estilicão governou de fato, devido à fraca personalidade do imperador Honório, e o fez casar com suas filhas Maria e Termância, uma após a outra. Durante o reinado de Flávio Honório foi emitido o édito que acabou com as lutas de gladiadores (404), e a Gália foi ocupada pelos Vândalos, Suevos e Alamanos (406). Estilicão perdeu o favor do povo por demonstrar-se incapaz de conter as invasões bárbaras, e ainda por ser suspeito de que conspirava com os Visigodos para colocar seu filho Euquério como herdeiro do imperador, e acabou executado (408). Durante o reinado de Honório ocorreu ainda o saque de Roma pelos visigodos, sob o comando de Alarico I (24 de agosto de 410), durante o qual o imperador refugiou-se em Ravena (uma região da Itália), um dos eventos mais desastrosos da história de Roma, e que repercutiu da Britânia até a Judéia. A fraqueza e timidez do imperador, aliadas às circunstâncias adversas dos ataques dos vândalos e visigodos, fizeram do seu governo um dos piores que Roma já havia presenciado. Suas ações negativas contribuíram para o enfraquecimento e a queda do império do ocidente. Morreu de insuficiência cardíaca aos 38 anos de idade.


Dinastia Teodosiana – Teodósio II Dinastia Teodosiana – Valentiniano III
Teodósio II, Valentiniano III
Dinastia Teodosiana – Marciano Dinastia Teodosiana – Pulquéria
Marciano, Pulquéria


4) Flávio Teodósio Augusto (Flavius Theodosius Iunior) ou Teodósio II – 408-450 DC – Imperador do Leste (42 anos)
Nome de nascimento: Flávio Teodósio Júnior (Flavius Theodosius Iunior)
Nome como imperador: Flávio Teodósio Augusto
Pai: Flávio Arcádio (Flavius Arcadius)
Mãe: Élia Eudóxia
Irmãs: Élia Pulquéria (casou com Marciano, mas fez voto de virgindade) e Arcádia (assim como a irmã, ela fez voto de castidade e nunca se casou)
Esposa: Élia Eudócia Augusta (Aelia Eudocia Augusta), descendente de gregos e depois convertida ao Catolicismo Ortodoxo. Foi banida da corte em 443 por suspeita de adultério e morreu em Jerusalém. Era também conhecida como Eustácia.
Filhos: Licínia Eudóxia (casou com o primo Valentiniano III), Flacila (morreu em 431) e Arcádio (morreu na infância)
Morte: 49 anos de idade, após um acidente de equitação.

Flávio Teodósio ou Teodósio II, chamado o calígrafo, foi um imperador bizantino. Quando Arcádio morreu, ele tinha apenas 7 anos de idade e o trono foi governado indiretamente pelo prefeito pretoriano do Oriente Flávio Antêmio, que auxiliara seu pai Arcádio. Flávio Teodósio ou Teodósio II é conhecido principalmente pela promulgação do Código de Teosósio (‘Codex Theodosianus’, uma compilação das leis do Império Romano sob os imperadores cristãos desde 312, e publicada em 438 DC), bem como pelo Muro de Teodósio. As Muralhas de Constantinopla são uma série de muralhas de pedra que rodeavam e protegiam a cidade de Constantinopla, atual Istambul na Turquia, desde sua fundação por Constantino. As Muralhas receberam outras adições e modificações ao longo de sua história, e se tornaram uma grande fortificação da Antiguidade. Durante seu reinado teve início a construção de uma nova muralha de 1.500 metros a oeste da antiga.


Muralha de Teodósio
A muralha de Teodósio II

Pulquéria, sua irmã, que o ajudava na regência (408-416) aumentou o interesse de Teodósio pelo Cristianismo, e isso reiniciou uma guerra contra os sassânidas (421-422), que estavam perseguindo os cristãos. Os romanos foram obrigados a aceitar a paz quando os Hunos ameaçaram Constantinopla. O imperador do Ocidente Flávio Augusto Honório (395-423 DC), tio de Teodósio II, nos anos finais do seu império contribuiu para o declínio de Roma. No seu reinado houve o saque de Roma pelos Visigodos (24/08/410). Ele morreu em 423 e João (conhecido como Ioannes, o usurpador, morto em 425 e chefe dos serviços administrativos), começou a reinar no Ocidente em rivalidade com Valentiniano III, filho da meia-irmã de Honório e Arcádio, Élia Gala Placidia (Aelia Galla Placidia). Então, eles pediram auxílio a Teodósio II em Constantinopla, em 424. Teodósio lutou contra João, reinstalando o trono a Valentiniano III em 425 DC, e lhe deu sua filha Licínia Eudóxia por esposa. Em 435 DC Teodósio II ordenou a destruição de todos os templos pagãos remanescentes. Depois disso, houve várias guerras entre bárbaros e africanos de Cartago (Tunísia), onde romanos do ocidente e do oriente foram envolvidos, e Teodósio II, sob influência do bispo de Constantinopla pagou 300 quilos de ouro aos hunos como tributo para que houvesse paz (447 DC). Teodósio II morreu em 450, com 49 anos de idade, após um acidente de equitação. Na luta pelo poder que se seguiu sua irmã Pulquéria, que recentemente havia retornado à corte, venceu o eunuco Crisafio (ministro chefe de Teodósio). Ela se casou com o general Marciano (Flavius Marcianus), tornando-o imperador, mas não teve filhos com ele, pois havia feito voto de castidade.

5) Flávio Plácido Valentiniano (Flavius Placidus Valentinianus) ou Valentiniano III – 425-455 DC – Imperador do Oeste (30 anos)
Nome de nascimento: Flávio Plácido Valentiniano
César no Oeste: 423–425
Nome como imperador: Flávio Plácido Valentiniano Augusto
Pai: Constâncio III ou Flávio Constâncio (Flavius Constantius; morto em 421 DC. Ele foi o imperador do Império romano do ocidente por sete meses em 421 DC. Ele era um grande general e político, e foi o poder por trás do trono por toda a década de 410 e, em 421 DC, co-imperador com Honório (Flávio Honório – Flavius Honorius Augustus), um dos filhos de Teodósio I.
Mãe: Élia Gala Placidia (Aelia Galla Placidia), filha de Flávio Teodósio ou Teodósio I e Flávia Gala
Irmã: Justa Grata Honória
Primo: Teodósio II
Esposa: Licínia Eudóxia (sua prima)
Filhas: Eudócia e Placídia
Morte: 36 anos de idade, assassinado

Valentiniano III (Flávio Plácido Valentiniano – Flavius Placidus Valentinianus) reinou de 425-455 DC, já na fase da decadência do império. Ele se manteve na dependência de Teodósio II, imperador do Oriente, e seu primo. Ele perdeu a Britânia e durante o seu reinado, os vândalos e os Hunos (uma tribo proveniente da Ásia e que veio habitar na Germânia) se instalaram no império. Nada fez de muito relevante. Ele subiu ao trono com 6 anos de idade, por ajuda do seu primo Teodósio II, tendo sua mãe, Élia Gala Placídia por trás do trono como governante, mas em 433 DC o poder foi transferido para Flávio Aécio, comandante do exército. Apesar da intervenção de dois exércitos do Império Romano do Oriente, Valentiniano foi obrigado a permitir que os vândalos se estabelecessem na África, em 442 DC. Valentiniano III em 449 DC sofreu bastante por um ato de traição de sua irmã Honória (Justa Grata Honória – Iusta Grata Honoria), enviando a Átila o Huno um anel e uma carta, pedindo-lhe auxílio e prometendo sua mão em casamento, pois seu noivo Flávio Basso Herculano não era da sua vontade e seu amante, o mordomo Eugênio, fora morto.

Assim, Átila e seus Hunos invadiram o império do Ocidente, e entraram na Itália em 452 DC. Os adversários de Flávio Aécio, o verdadeiro governante por trás do trono, instigaram Valentiniano III a matá-lo. Aécio foi morto por ordem do imperador em 454, mas sua morte foi vingada por dois dos seus guardas da guarda pretoriana, que mataram Valentiniano III. Este foi sucedido por Petrônio Máximo (reinou de março a abril em 455). Alguns historiadores dizem que o filho de Petrônio era Flávio Anício Olíbrio (Flavius Anicius Olybrius), o marido de Placídia, filha de Valentiniano III. Sabe-se apenas que a imperatriz Licínia Eudóxia, furiosa com Petrônio Máximo, que havia matado Valentiniano III, pediu ajuda a Genserico, o rei vândalo da África. Este veio a Roma (455 DC), destruindo o que podia, matando Máximo (após seu breve reinado de 77 dias) e levando os senadores sobreviventes e suas mulheres como reféns para Cartago, assim como a imperatriz Eudóxia, sua filha Eudócia, a qual deu por esposa ao seu filho Hunerico, e sua outra filha, Placídia, cujo marido Anísio Olíbrio estava em Constantinopla na época.

Segundo as fontes, Placídia passou seis ou sete anos em cativeiro e o imperador do Oriente Leão I, o Trácio, pagou um resgate por ela, que passou a morar em Constantinopla. Em 472, depois de muitas disputas entre os generais romanos e bárbaros pelo trono do Ocidente, Flávio Anício Olíbrio (Flavius Anicius Olybrius) foi proclamado imperador, mas faleceu seis meses depois de edema pulmonar. Sua esposa Placídia e sua filha permaneceram em Constantinopla.

6) Élia Pulquéria Augusta (Aelia Pulcheria) – 450-453 DC – Imperatriz do Leste (3 anos)
Nome de nascimento: Élia Pulquéria (Aelia Pulcheria)
Nome como imperatriz: Élia Pulquéria Augusta (Aelia Pulcheria Augusta)
Pai: Flávio Arcádio, o filho de Teodósio I
Mãe: Élia Eudóxia
Irmãos: Teodósio II e Arcádia (assim como a irmã, Pulquéria, ela fez voto de castidade e nunca se casou)
Marido: Flávio Marciano
Filhos: nenhum
Morte: 54 anos de idade(399-453 DC), de causas naturais

Quando seu pai Arcádio faleceu em 408, seu irmão Teodósio II aos sete anos de idade foi elevado ao trono no Império Romano do Oriente. Em 4 de julho de 414, Pulquéria, então com quinze anos, foi proclamada regente do irmão, que tinha treze, e se auto-proclamou augusta e imperatriz romana do oriente. Durante o reinado do irmão ela deteve muito poder, assim como era grande a sua influência sobre os assuntos religiosos na igreja, incluindo as políticas contra o paganismo romano, a construção de igrejas e o debate sobre o título de Maria, a mãe de Jesus, pois a corrente ortodoxa a chamava de ‘mãe de Deus’ (grego, theotókos), e outra corrente (Nestoriana), criada por Nestório, o patriarca de Alexandria, propunha que a chamassem ‘A mãe do Messias’ (Christotokos). Esse debate conclamou o Concílio de Éfeso em 431. Pulquéria treinou o irmão não apenas nas habilidades imperiais, mas também o ensinou como ser um líder cristão piedoso, mas Teodósio desprezou todos os ensinamentos. Ela e o irmão tinham aversão aos judeus e ambos começaram a proclamar leis contra o judaísmo na cidade de Constantinopla, inclusive destruindo sinagogas e ordenando a execução de alguns judeus na Palestina.

Por causa de ciúmes da cunhada Eudóxia em relação à sua influência sobre Teodósio II, Pulquéria saiu do palácio e foi morar em Hebdomo (hoje Bakırköy), a dez quilômetros de Constantinopla. Eudóxia, por sua vez, partiu para a Terra Santa, abraçando o nestorianismo. Após a morte do irmão em julho 450, Pulquéria reinou sozinha por quatro meses. Em novembro do mesmo ano ela se casou com Marciano por pressão do Senado Romano que, embora respeitasse a sua autoridade, não queria ver uma mulher reinar sozinha. Ele e a imperatriz foram proclamados imperador e imperatriz do Império Romano do Oriente. Mas ela manteve o seu voto de castidade. Márcia Eufêmia (Marcia Euphemia) foi a única filha de Marciano com uma mulher de nome desconhecido. O governo dos dois foi marcado por conflitos religiosos entre o nestorianismo e os Concílios de Éfeso (o 1º em 431, ainda no reinado de Teodósio II) e Calcedônia (451 DC). O Nestorianismo colocava em cheque os valores religiosos de Pulquéria, a ‘imperatriz virgem’. Nestório foi deposto e acusado de heresia. O Concílio de Calcedônia confirmava a posição do Concílio de Nicéia em relação à Trindade de Deus (Deus era Pai, Filho e Espírito Santo), e afirmava também que Jesus durante a Sua encarnação foi, por todo o tempo, totalmente divino e totalmente humano. Pulquéria mandou construir três igrejas à Virgem Maria. Não se sabe a causa da sua morte; provavelmente por causas naturais. Depois da morte, ela foi canonizada.

7) Flávio Marciano Augusto (Flavius Marcianus Augustus) – 450-457 DC – Imperador do Leste (7 anos)
Nome de nascimento: Flávio Marciano (Flavius Marcianus)
Nome como imperador: Flávio Marciano Augusto (Flavius Marcianus Augustus)
Esposa: Élia Pulquéria (Aelia Pulcheria)
Filha: Márcia Eufêmia (Marcia Euphemia), com uma mulher de nome desconhecido
Morte: 65 anos de idade (457 DC), de gangrena

Ele era inicialmente um soldado e depois de uma guerra contra os sassânidas, já ocupando o posto de tribuno e comandante da sua tropa, ficou doente. Ao se recuperar, foi para Constantinopla, onde atuou por 15 anos como guarda pessoal ou guarda de elite do imperador Teodósio II. Em 431-434 foi preso por vândalos num combate na África, mas liberado pelo chefe bárbaro. Por influência de dois generais influentes, ele se tornou capitão da guarda e depois elevado à categoria de cônsul. Depois da morte de Teodósio II em 450, sua irmã Pulquéria (que já o havia ajudado a reinar em sua minoridade) se casou com o general Marciano (Flávio Marciano – Flavius Marcianus), tornando-o imperador (na época, ele já tinha 58 anos de idade), mas não teve filhos com ele, pois havia feito voto de castidade. O Imperador Caesar Flavius Marcianus Augustus foi imperador do oriente de 450 até 457 DC. Seu governo marcou a recuperação do Império do Oriente, já que o imperador o protegeu de ameaças externas e reformou-o economicamente. Também interrompeu o pagamento de tributos aos Hunos. Por outro lado, a política de isolamento de Marciano deixou o Império Romano do Ocidente sem ajuda contra os ataques bárbaros, que ocorreram nas campanhas italianas de Átila e no saque vândalo de Roma (455 DC). Morreu provavelmente de gangrena, após uma peregrinação religiosa. Foi socorrido por sua filha Eufêmia (filha de Marciano com sua primeira mulher cujo nome é desconhecido) e por seu genro Antêmio (futuro imperador do Ocidente). Sua esposa Pulquéria ainda vivia. Como não tinha um filho homem para sucedê-lo no trono, o general Áspar ocupou o lugar até ser eleito o imperador militar Leão.

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Este texto se encontra no 3º volume do livro:


livro evangélico: Deus está presente na História

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Deus está presente na História vol. 2

Deus está presente na História vol. 3

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Sugestão para download:


Lista dos imperadores romanos (PDF)

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List of Roman Emperors (PDF)



Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti

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