A queda do Império Romano do Ocidente (476) pelos Hérulos. Dinastia Leonina, Cisma Acaciano, os Godos, Henótico (Henotikon), Batalha do Cabo Bon. O Império do Oriente passou a ser ‘Império Bizantino’ e existiu até 1453.

The fall of the Western Roman Empire (476) by the Heruli. Leonid Dynasty, Acacian Schism, the Goths, Henotikon, the battle of Cape Bon (Cap Bon). The Eastern Empire became ‘Byzantine Empire’ and existed until 1453.


A queda do Império Romano do Ocidente




Não se esqueça que todos esses temas sobre imperadores romanos foram escritos para dar o entendimento da profecia do apóstolo João em Apocalipse sobre Roma, onde Deus a chama de ‘a grande meretriz’.

XIV) Os últimos imperadores do Império Romano do Ocidente


Imperador Petrônio Máximo Imperador Ávito Imperador Majoriano
Petrônio Máximo, Ávito, Majoriano

Imperador Líbio Severo Imperador Antêmio Imperador Olíbrio
Líbio Severo, Antêmio, Olíbrio

Imperador Glicério Imperador Júlio Nepos Imperador Rômulo Augusto
Glicério, Júlio Nepos, Rômulo


1) Flávio Anício Petrônio Máximo (Flavius Anicius Petronius Maximus) – 455 DC (78 dias)

Enquanto Pulquéria e Marciano reinavam no Leste, Valentiniano III exercia seus últimos anos de reinado (425-455 DC) no Oeste. Valentiniano III (Flávio Plácido Valentiniano – Flavius Placidus Valentinianus) se manteve na dependência de Teodósio II, imperador do Oriente e seu primo. No seu reinado, os vândalos e os Hunos (uma tribo proveniente da Ásia e que veio habitar na Germânia) se instalaram no império. Embora fosse o imperador em 433 DC, o poder estava nas mãos de Flávio Aécio, comandante do exército. Apesar da intervenção de dois exércitos do Império Romano do Oriente, Valentiniano foi obrigado a permitir que os vândalos se estabelecessem na África, em 442 DC. Em 449 DC sua irmã Honória (Justa Grata Honória – Iusta Grata Honoria) enviou a Átila o Huno um anel e uma carta, pedindo-lhe auxílio e prometendo sua mão em casamento, pois seu noivo Flávio Basso Herculano não era da sua vontade e seu amante, o mordomo Eugênio fora morto. Assim, Átila e seus Hunos invadiram o império do Ocidente, e entraram na Itália em 452 DC. Os adversários de Flávio Aécio, o verdadeiro governante por trás do trono, instigaram Valentiniano III a matá-lo. Aécio foi morto por ordem do imperador em 454 (outros dizem que Valentiniano o matou com sua própria espada), mas sua morte foi vingada por dois dos seus guardas da guarda pretoriana, que mataram Valentiniano III.

Este foi sucedido por Flávio Anício Petrônio Máximo (Flavius Anicius Petronius Maximus). Petrônio já havia ocupado o cargo de magistrado, de prefeito urbano duas vezes (420-421 e ainda antes de 433), prefeito pretoriano da Itália duas vezes (435 e 439-441) e duas vezes cônsul (a primeira vez junto com Teodósio II). Provavelmente, participou da morte de Valentiniano III em 455. Casou-se com a viúva do imperador (Licínia Eudóxia), por causa da sua pretensão ao trono (por isso foi considerado um usurpador). Eles tiveram um filho chamado Paládio, que se casou com sua meia-irmã, Eudócia, e mais tarde foi executado. Quando Licínia Eudóxia suspeitou de Petrônio Máximo como mandante da morte de seu marido Valentiniano III, pediu a ajuda a Genserico, o rei vândalo da África, morando em Cartago. Ao saber da aproximação dos exércitos de Genserico, Petrônio Máximo tentou fugir de Roma, mas logo foi feito prisioneiro e acabou linchado (apedrejado) pelo povo. Morreu com 59 anos de idade (após seu breve reinado de 78 dias), assim como seu filho Paládio.

Genserico veio a Roma (455) destruindo o que podia, levando os senadores sobreviventes e suas mulheres como reféns para Cartago, assim como a imperatriz Eudóxia, sua filha Eudócia, a qual deu por esposa ao seu filho Hunerico (como estava inicialmente previsto), e sua outra filha, Placídia, cujo marido, Flávio Anício Olíbrio (Flavius Anicius Olybrius), filho de Petrônio Máximo, estava em Constantinopla na época. Segundo as fontes, Placídia passou seis ou sete anos em cativeiro e o imperador do Oriente Leão I, o Trácio, pagou um resgate por ela, que passou a morar em Constantinopla. Em 472, depois de muitas disputas entre os generais romanos e bárbaros pelo trono do Ocidente, Flávio Anício Olíbrio (Flavius Anicius Olybrius) foi proclamado imperador, mas faleceu seis meses depois de edema pulmonar. Sua esposa Placídia e sua filha permaneceram em Constantinopla. Petrônio foi sucedido por Ávito.

Placídia, filha de Valentiniano III, foi provavelmente a última imperatriz-consorte romana do ocidente conhecida pelo nome. Glicério e Rômulo Augusto não se casaram. Júlio Nepos casou-se com uma sobrinha de nome desconhecido de Élia Verina e Leão I, o Trácio.

2) Epárquio Ávito Augusto (Eparchius Avitus) – Julho 455–Out. 456 DC (1 ano e 3 meses)

Epárquio Ávito (Eparchius Avitus) foi imperador romano do Ocidente com a designação de ‘Nosso Senhor Epárquio Ávito Augusto’ (Dominus Noster Eparchius Avitus Augustus), pois era bispo em Piacenza (uma arquidiocese ao Norte da Itália). Ele pertenceu ao grupo dos chamados imperadores ‘bizantinos’ do ocidente. Reinou por um pouco mais de um ano e negligenciou os deveres de imperador. Morreu com 71 anos de idade em 456 DC. Ávito era um romano nascido na Gália e seus antecessores haviam sido senadores. No governo de Petrônio Máximo chegou a ser mestre dos soldados, sendo enviado numa missão diplomática para o rei visigodo Teodorico II. Ele lá estava quando soube do saque de Roma por Genserico (455), o rei vândalo de Cartago, e da morte de Petrônio Máximo. Foi Teodorico que o persuadiu a assumir o cargo de imperador, e ele foi aclamado por uma assembléia de senadores galo-romanos. Ávito recebeu a aprovação do Imperador Marciano (do Oriente) e foi proclamado imperador pelos soldados, e entrou em Roma (455). Em 456, ele reconquistou a Panônia e teve uma vitória naval contra os vândalos. O mestre dos soldados que o apoiou foi Flávio Ricímero, fiel ao rei Teodorico II (o visigodo); ele era um general romano de origem visigoda (seu avô foi um rei visigodo). A vitória naval não conseguiu, entretanto, vencer o bloqueio naval dos vândalos contra Roma, pois esses bárbaros ainda tinham o controle marítimo do Mediterrâneo. Roma passava fome e ele teve que abrir mão de sua guarda pessoal de mercenários godos. Para serem pagos, ele destroçou várias estátuas de bronze para lhes pagar seus salários. Usando do descontentamento do povo, Flávio Ricímero se aliou a Majoriano, e ambos iniciaram uma revolta. Ávito fugiu para o distrito francês de Arles, e como seu pedido de ajuda não chegou a Teodorico II (o visigodo), reuniu o melhor exército que pôde e partiu para a Itália. Foi derrotado e capturado em Placência (um distrito da Itália), onde sua vida foi perdoada, mas sendo obrigado a tomar os hábitos sacerdotais, convertendo-se em bispo de Placência em 456. Temendo por sua vida, tentou escapar para a Gália, mas foi morto ali mesmo. Outras fontes afirmam que foi assassinado, estrangulado pelo próprio Flávio Ricímero, o mestre dos soldados, ou apanhado em sua casa e deixado morrer de fome.


Visigodos


3) Flávio Júlio Valério Majoriano Augusto (Flavius Iulius Valerius Maiorianus) – 457-461 DC (4 anos)

Flávio Júlio Valério Majoriano (Flavius Iulius Valerius Maiorianus), conhecido como Majoriano, foi proclamado imperador graças ao apoio do general Flávio Ricímero, neto de um antigo rei visigodo e que o havia auxiliado a se livrar de seu predecessor, Ávito, em 456. Majoriano possuía apenas a Itália, a Dalmácia e alguns territórios ao norte da Gália. Ele lutou bravamente contra os inimigos do império. Vencendo uma batalha contra os vândalos, ele lançou mais uma campanha, agora, contra os visigodos, ao sul da Gália, e venceu o rei Teodorico II, o que também fez os godos retrocederem para seus antigos territórios federados, liberando a Hispânia e a Septimânia, uma província a oeste da Gália. Majoriano atacou também os burgúndios (tribo germânica que habitava na região do Reno) e os venceu. Em 460, seus generais atacaram os suevos, na região da Hispânia que hoje corresponde a Portugal, vencendo-os também. Entretanto, na sua campanha contra os vândalos em 461 para restaurar a África como província romana, ele viu sua frota naval destruída por um ato de traição. Majoriano procurou reformar a administração imperial de maneira a fazê-la mais eficiente e justa. O poderoso general Flávio Ricímero, então, depôs e matou Majoriano, que havia se tornado impopular ao senado romano por causa dessas reformas. Os historiadores dizem que Majoriano foi como um personagem grande e heróico que às vezes surge numa era denegrida para vindicar a honra da espécie humana. Por isso, rompeu relações com seu aliado, o general Flávio Ricímero. Este prendeu Majoriano e o executou em 461 DC. Ele foi decapitado, e tinha 40 anos de idade quando morreu. Foi sucedido por Líbio Severo.


Os bárbaros – mapa


4) Flávio Líbio Severo Serpentio (Flavius Libius Severus Serpentius) – 461-465 DC (3 anos e 9 meses)

As fontes o descrevem como um homem religioso e piedoso.
Flávio Líbio Severo Serpentio foi proclamado imperador pelo general Ricímero após o assassinato de Majoriano, e teve de enfrentar vários problemas durante o seu reinado, por causa da presença de Ricímero e porque seu governo não foi reconhecido em várias províncias. Até mesmo o Imperador Oriental Leão I, o Trácio, não reconheceu Líbio Severo.

No início de 460 o Império Romano do Ocidente já não governava mais várias províncias imperiais: a Grã-Bretanha tinha sido abandonada; a África tinha sido conquistada pelos vândalos; a Hispânia foi ocupada pelos suevos e visigodos (que eram ‘foederati’ ou ‘federados’ do Império). Foederatus, em latim, era qualquer uma das várias nações periféricas na Roma antiga, as quais eram providas de benefícios em troca de ajuda militar. O termo também foi usado, especialmente sob o Império Romano, para grupos de mercenários bárbaros de vários tamanhos. Os vândalos continuaram seus ataques durante o reinado de Severo.

No entanto, a área sob controle de Líbio Severo era ainda menor (ele só tinha a Itália), uma vez que os governadores de várias províncias não o reconheceram como imperador; tanto Egídio, na Gália, como Marcelino, governante semi-autônomo sobre a Sicília e Ilíria, e Nepotiano na Hispânia, todos os que tinham apoiado Majoriano. Egídio era amigo de Ricímero e de Majoriano e formaram uma espécie de triunvirato. Após a morte de Ávito em 457, Egídio foi mandado para a Gália do Norte, com o objetivo de defendê-la dos visigodos, francos e burgúndios. Em 461, com o assassinato de Majoriano, Egídio quis se separar de Ricímero e de Líbio Severo. Este temia que Marcelino, comandante de um exército poderoso, pudesse descer sobre a Itália, e pediu a ajuda de Leão I. O imperador oriental enviou um embaixador a Marcelino e o dissuadiu do ataque. Este episódio também é importante porque marca a passagem da Ilírica do Ocidente para a esfera de influência do Oriente.

Severo combateu Egídio em 461 colocando Agripino no cargo de comandante das tropas na Gália, o qual pediu auxílio para os visigodos para resistir às investidas de Egídio e dos seus aliados francos, liderada pelo rei Childerico I. A participação dos visigodos trouxe mais uma brecha no império já decadente: em troca do seu apoio, Severo lhes deu a cidade de Narbonne, facilitando, assim, o acesso dos bárbaros ao mar Mediterrâneo, e separando Egídio do resto do Império. Em 465, Severo o derrotou. Outras fontes dizem que em 465 ele foi assassinado por um soldado enviado por Ricímero. Após a morte de Egídio, a Gália voltou para a influência de Severo, por curto período de tempo. Houve dificuldade também em manter a ordem no meio da guarda pretoriana, devido a intrigas e atos de traição lá dentro mesmo contra ele.
Morte de Líbio Severo: provavelmente, de causas naturais em 465.

5) Procópio Antêmio Augusto (Procopius Anthemius) – 467-472 DC (5 anos)

Esposa: Élia Márcia Eufêmia (Aelia Marcia Euphemia), filha do imperador Bizantino Marciano.
Filhos: Alípia, Antêmiolo, Marciano, Procópio Antêmio e Rômulo
• Alípia: casou com o general Ricímero. Não tiveram filhos. Quando Antêmio foi decapitado por Ricímero, ninguém sabe o que aconteceu com Alípia.
• Antêmiolo: Seu nome significa ‘pequeno Antêmio’ e provavelmente é um diminutivo de seu nome verdadeiro Antêmio. Ele foi enviado à Gália pelo seu pai para impedir a invasão dos visigodos, levando um poderoso exército e mais três generais. Todos foram derrotados pelo rei visigodo e mortos em 471 DC.
• Marciano: se casou com Leôncia, filha caçula de Leão I, o Trácio com Élia Verina. Ariadne, a irmã mais velha de Leôncia, se casou com o general Zenão, que foi escolhido como cônsul em 469 e 472. Leão I foi sucedido por seu neto Leão II (de 7 anos de idade), o filho de Ariadne e Zenão I, que já reinava em co-regência com o filho. O menino morreu naquele mesmo ano e Zenão I passou a reinar sozinho, mas sem o apoio total do povo. Alguns não estavam do seu lado por causa de sua origem isauriana (A Isáuria fica ao sul da província de Konya na Turquia, na parte norte dos montes Tauro e terras adjacentes). Ele mesmo mudou seu nome original, Tarasicodissa Rousombladadiotes, para o nome grego Zenão. O povo preferia a Marciano porque Leôncia havia se casado com ele quando Leão I já era rei, ao passo que a mais velha se casara quando Leão I era um simples soldado; portanto, no seu ponto de vista, Leôncia era a que ‘carregava a púrpura’, isto é, a ‘porfirogênita’, que significa ‘nascida na púrpura’. O Império Bizantino tinha vários títulos para os nobres. Para mostrar que era legítima a ascendência de um imperador, e conseqüentemente, o seu direito ao trono, eles acrescentavam o título ‘porfirogênito’ ou ‘porfirogênita’. O título significava que eles tinham nascido na ‘Pórfira’ (a divisão do palácio imperial onde se davam os partos das imperatrizes e que era revestido com lajes de mármore púrpura) quando o seu pai era um imperador reinante. O poder de Zenão foi desafiado por Basilisco, irmão de Élia Verina (sua sogra), que conseguiu derrubá-lo em 475 e manter o poder por um ano, antes de Zenão tomar-lhe de volta o trono. Em 478-479, Marciano e seus irmãos (Procópio Antêmio e Rômulo), com a participação de Leôncia, lideraram uma revolta contra Zenão. Marciano foi traído por um general também isauriano que facilitou a fuga de Zenão quando os rebeldes entraram em Constantinopla. Marciano, sem ajuda de um general gótico, que não chegou a tempo, foi preso com seus irmãos e a revolta fracassou. Seus irmãos conseguiram fugir, mas Marciano foi preso, e junto com sua esposa, eles acabaram exilados na Isáuria. Depois, Marciano fugiu do exílio e pediu asilo na corte de Odoacro, rei dos hérulos.
• Procópio Antêmio: viveu em Constantinopla enquanto seu pai Antêmio reinava no Ocidente. Durante a revolta fracassada de Marciano contra Zenão, Procópio e Rômulo fugiram para a Trácia e depois para Roma. No governo de Anastácio I Dicoro, Procópio voltou para Constantinopla. Ariadne, depois da morte de Zenão, se casou com Anastácio Dicoro, e pediu a ele que nomeasse Procópio como prefeito pretoriano. Anastácio recusou, mas em 515 DC Procópio ocupou o posto de cônsul.
• Rômulo: também participou da revolta contra Zenão. Não se sabe nada sobre ele, após ter chegado a Roma.

Antêmio descendia de família nobre. Nasceu em Constantinopla em 420 estudou em Alexandria. Em 433 ele se casou com Élia Márcia Eufêmia. O reinado de Antêmio foi caracterizado por uma boa relação diplomática com o império do Oriente. Em 468, seu filho Marciano foi eleito cônsul pelo Ocidente, enquanto Flávio Zenão (mais tarde Zenão I) foi eleito cônsul pelo Oriente. Os laços com o Império do Oriente foram fortalecidos em 471 através do casamento de Marciano com Leôncia, filha de Leão I, o Trácio.

A Batalha do Cabo Bon

Antêmio Procópio foi nomeado imperador do Ocidente pelo imperador romano do Oriente Leão I, o Trácio (457-474), com a missão de restaurar o controle sobre as províncias persas, África e Gália, mas falhou. Seu objetivo era reconquistar a Sicília, e também falhou. Em 468, Leão I, Antêmio e Marcelino (governante semi-autônomo sobre a Sicília e Ilíria) organizaram uma grande operação contra o reino Vândalo da África. O comandante-em-chefe era Basilisco (cunhado de Leão I), que se tornaria imperador do oriente sete anos mais tarde. Uma frota aliada de milhares de navios (o número exato de navios é diferente em várias fontes) foi usada para o transporte dos exércitos Ilíricos orientais e ocidentais, assim como uma enorme quantidade de ouro foi gasta nesta empreitada.

Antes de Basilisco ancorar no Promontorium Mercurii, agora Cabo Bon, do lado oposto à Sicília, seus companheiros Marcelino e Heráclio já haviam conquistado a Sardenha e a Líbia. O rei vândalo Genserico pediu a Basilisco cinco dias para pensar sobre o acordo de paz. Mas, durante este tempo de negociações, os vândalos fizeram algo bastante inesperado: eles encheram muitos navios não tripulados com materiais combustíveis e, durante a noite, eles foram direcionados contra a frota romana desprotegida e desavisada. Os comandantes Bizantinos até tentaram salvar alguns navios, mas foram atacados por outros navios vândalos. Basilisco teve tempo para fugir, enquanto seu tenente, Joannes, lutava contra os inimigos, mas acabou morrendo afogado no mar, vestido com sua pesada armadura. O resultado de tudo isso foi que metade da frota romana pereceu na Batalha do Cabo Bon. Heráclio, um dos participantes da expedição fugiu para a Líbia, onde lá ficou por dois anos até ser chamado de volta. Marcelino retirou-se para a Sicília, onde foi alcançado por Basilisco, mas foi assassinado por um dos capitães de Ricímero. Basilisco, então, fugiu para Constantinopla e se refugiou na igreja de Hagia Sophia (Santa Sofia), e só escapou da ira do povo e da vingança do imperador por mediação da imperatriz Aelia Verina, sendo desterrado para Heraclea Sintica, na Trácia.

Leão I fez um tratado de paz com Genserico (ou Gaiserico), o rei de Cartago, e assim, Antêmio ficou só, sem apoio, e voltou sua atenção para o Ocidente, para os visigodos que tentavam invadir o Império. Suas tentativas de reconquistar a Gália foram frustradas.

Em 470 houve uma desavença entre Antêmio e o poderoso general Flávio Ricímero por causa de um senador romano, julgado por traição pelo imperador e executado, mas apoiado pelo general. Depois de uma trégua de dois anos, a luta entre eles recomeçou (no início de 472). Antêmio foi forçado a fingir-se de doente e se refugiou na Basílica de São Pedro. Leão I enviou Olíbrio para mediar a questão. Segundo alguns historiadores, Leão I teria enviado uma carta secreta a Antêmio para que ele matasse Olíbrio, mas ela foi interceptada por Ricímero, que a mostrou a Olíbrio. Desse modo, o general depôs Antêmio e colocou Olíbrio no lugar de imperador. A luta entre os dois se transformou numa guerra aberta, que durou cinco meses. Ricímero conseguiu separar a porta no rio Tibre na área do Palatino, deixando o imperador e seus seguidores sem comida. O imperador fugiu de novo para a Basílica de São Pedro, mas foi encontrado e decapitado por Ricímero ou por Gundebaldo (rei dos Burgúndios) e sobrinho de Ricímero.

Antêmio tinha 52 anos de idade quando morreu. Flávio Ricímero foi um general romano de origem visigoda que liderou uma parte do exército romano e efetivamente controlou parte do Império Romano do Ocidente, desde o governo de Ávito (um dos imperadores ‘fantoches’ em suas mãos). Os godos se dividiram em dois povos: os ostrogodos (ao leste) e os visigodos (a oeste) e que englobaram a antiga tribo dos suevos (ocupantes da Hispânia e Galácia – Gallia, Gallaecia ou Callaecia, também conhecida como Hispania Gallaecia, a região noroeste da Hispânia, hoje em dia: Galiza (Galicia), Norte de Portugal, Astúrias e León, ou seja, a atual península Ibérica. O sucessor de Antêmio foi Flávio Anício Olíbrio, o marido de Placídia, filha de Valentiniano III e Licínia Eudóxia.

Nas imagens abaixo você pode ver o Cabo Bon na moderna Tunísia, o lugar onde a frota romana liderada por Basilisco desembarcou para lançar um ataque sobre a cidade vândala de Cartago.


Cabo Bon

Cabo Bon – mapa


6) Flávio Anício Olíbrio Augusto (Flavius Anicius Olybrius) – 472 DC (seis meses)

Olíbrio era filho de Petrônio Máximo, que sucedeu Valentiniano III. Foi outro imperador fantoche colocado no trono pelo general Flávio Ricímero, já que Olíbrio era um membro da aristocracia senatorial de Roma. Ele era marido de Placidia, filha de Valentiniano III e Licínia Eudóxia. Olíbrio teve uma filha chamada Anícia Juliana. Olíbrio teve o apoio do rei Vândalo Genserico nos anos anteriores porque seu filho Hunerico também havia se casado com uma filha de Licínia Eudóxia, e com ele no trono, Genserico poderia exercer uma grande influência no Império Romano do Ocidente. Entretanto, só assumiu o poder em 472, após a morte de Antêmio. Logo depois disso, o general Ricímero também morreu, e seu sobrinho bárbaro Gundebaldo (rei dos Burgúndios) foi feito Magister Militum (mestre dos soldados) em seu lugar. Não há muita coisa a ser dita sobre o governo de Olíbrio. Ele era visto como um homem piedoso e que agiu em conformidade com a sua crença. Ao que parece, ele tinha pouco interesse em assuntos militares. Ele faleceu em novembro do mesmo ano, seis ou sete meses depois da posse, de edema pulmonar.

7) Flávio Glicério (Flavius Glycerius) – 473-474 DC (1 ano)

Flávio Glicério foi proclamado imperador em Ravena, no final de uma guerra civil, pelo comandante do exército da Itália, o general germânico Gundebaldo (por isso, Glicério foi considerado um usurpador). Glicério era um conde dos domésticos (‘comes domesticorum’), quando se tornou imperador. Um doméstico era um membro de uma unidade de guarda de elite ou corpo de guarda-costas do imperador que ficava permanentemente no palácio imperial. Apesar de apoiado pelo general Gundebaldo (o sobrinho do general Ricímero), Glicério foi rejeitado pela corte em Constantinopla e deposto por Júlio Nepos, comandante militar da Dalmácia e um dos últimos imperadores romanos do Ocidente, logo após Júlio ter desviado uma invasão de ostrogodos da Itália para a Gália (474). Júlio dominou Óstia na sua volta para a Itália e Glicério lhe entregou o poder sem resistência. Mais tarde, ele serviu como bispo de Salona, na Dalmácia (atual Croácia) na Igreja Católica primitiva. Como bispo, foi confessor do próprio Nepos, que seria assassinado em 480 (data aproximada). Glicério morreu aos 60 anos de idade em Salona. Glicério adotara como religião, o Cristianismo Calcedônico.

8) Flávio Júlio Nepos (Flavius Iulius Nepos) – 474-480 DC (6 anos), mesmo estando exilado de Roma depois de 475 DC

Pai: provavelmente Nepociano, governante na Hispânia no reinado de Majoriano e Líbio Severo.
Mãe: nome desconhecido, irmã de Marcelino, governante semi-autônomo sobre a Sicília e Ilíria durante o reinado de Majoriano e Líbio Severo.
Flávio Júlio Nepos foi o último imperador romano do Ocidente considerado legítimo. Nepos era o marido da sobrinha da esposa de Leão I, imperador romano do Oriente, por isso o apelido Nepos (‘sobrinho’, em latim). Sua esposa, Élia Verina, veio a casar suas duas filhas Ariadne e Leôncia, respectivamente, com Zenão I ou Flávio Zenão (imperador Bizantino) e com Marciano (um usurpador), filho de Antêmio Procópio (ex-imperador do Ocidente) e Márcia Eufêmia, filha do imperador Bizantino Marciano. Júlio Nepos governou inicialmente a província da Dalmácia (atual Croácia); depois foi nomeado imperador do Ocidente por Leão I, o Trácio em 474, encerrando o reinado do usurpador Glicério. Como imperador, Nepos buscou consolidar o que restava do Império Romano do Ocidente (a Itália e algumas terras na Gália setentrional e meridional), tentando negociar com um rei visigodo a província de Provença (localizada hoje na França), reavendo o controle romano sobre ela.

Quanto ao domínio naval no Mar Mediterrâneo, falhou nas suas negociações com o rei vândalo Genserico, o qual exercia pirataria. Nepos, embora sendo um dos mais capazes dentre os últimos imperadores do Ocidente, era impopular com o Senado, devido a seus laços com o oriente. Júlio Nepos cometeu o erro de nomear Flávio Orestes (de origem bárbara, nascido na Panônia) para o cargo de mestre dos soldados, e isso tirou todo o seu apoio no Império do Ocidente. Em 475 foi deposto pelo próprio Flávio Orestes (Flavius Orestes) e fugiu para a Dalmácia (A Dalmácia é uma região que abrange territórios da Croácia, Bósnia e Herzegovina e Montenegro, na costa leste do mar Adriático). Como Orestes era de origem bárbara, nascido na Panônia, não podia assumir o manto imperial, mas indicou seu filho Rômulo, cuja mãe era romana, como imperador (Augusto). Apesar disso, Júlio Nepos continuou a governar na Dalmácia como imperador legítimo, reconhecido como tal na Gália e na corte de Constantinopla. Quando Odoacro (um príncipe Hérulo) capturou Ravena em 476 DC, ele matou Orestes o usurpador e depôs Rômulo Augusto, proclamando a si mesmo o governante da Itália e pleiteou junto ao imperador oriental Zenão I que fosse nomeado patrício do Império Romano e vice-rei da Itália. Flávio Zenão consentiu desde que Odoacro reconhecesse Júlio Nepos como imperador do Ocidente, razão pela qual Odoacro chegou a cunhar moedas com o nome de Nepos. Este foi assassinado aos 50 anos de idade, em 480 DC, em Salona, provavelmente por seus próprios soldados. Odoacro aproveitou a oportunidade e imediatamente invadiu a Dalmácia e anexou-a ao seu reino. Por isso, a entrada de Odoacro na Itália (na Região de Ravena), e a deposição de Rômulo Augusto marcaram a data da queda do Império Romano do Ocidente.

Depois da morte de Nepos, o imperador Zenão I aboliu formalmente a divisão do Império.

9) Rômulo Augusto (Flavius Romulus Augustus) – 475-476 DC (10 meses)

Rômulo Augusto é considerado o último imperador romano do Ocidente. Com a idade entre 15-18 anos ele foi coroado imperador por seu pai, o general Flávio Orestes, de origem bárbara (tendo servido a Átila, o Huno) e que havia deposto Júlio Nepos. Sob a pressão do pai, Rômulo Augusto viu-se impotente frente a um império em crise, e passou a ser conhecido pelo título depreciativo de ‘Rômulo Augústulo’ (‘pequeno Augusto’). Em todo o século V, Roma e a península Itálica (praticamente o que restava do Império do Ocidente) viram-se várias vezes assoladas por incursões bárbaras (visigodos, hunos e vândalos), mas ainda conseguia reagir e sobreviver. Ao depor o imperador Rômulo Augusto, em 476, Odoacro (rei dos Hérulos) pôs fim ao Império Romano do Ocidente e se tornou o primeiro dos reis bárbaros de Roma. Esta data é tradicionalmente conhecida como o fim do Império Romano do Ocidente, o fim da Idade Antiga e o começo da Idade Média.

Alguns historiadores dizem que o destino de Rômulo é desconhecido. Outros dizem que Rômulo Augusto terminou sua vida no exílio, na Campânia. A história é que Odoacro entrou em Ravena, depôs o imperador Rômulo Augusto, mas, com pena por ele ser jovem, poupou a sua vida, e, por causa de sua beleza, deu-lhe uma pensão de seis mil peças de ouro, enviando-o para a Campânia, para viver como um homem livre com seus parentes. O senado romano não aceitou Odoacro, mas reconheceu Zenão I como governante do Oriente e do Ocidente. Na verdade, Odoacro (Filho de Edecão, príncipe da corte de Átila rei dos Hunos) nunca chegou a ser considerado imperador do Ocidente, mas apenas rei da Itália, sob o comando do Imperador Romano do Oriente. A Itália sofreria muito maior devastação no próximo século, quando o imperador bizantino Justiniano I a reconquistou. A administração de Odoacro se baseou numa política conservadora, deixando aos romanos a possibilidade de manter o exercício de cargos menores e o livre exercício do Cristianismo, mantendo assim substancialmente intacta a estrutura organizacional precedente. Desta maneira assegurou a fidelidade da aristocracia, do Senado e da Igreja. Depois de uma campanha militar contra os vândalos (476-477) que ocupavam a Sicília e a anexação da Dalmácia, Zenão I, preocupado com os recentes sucessos do rei germânico Odoacro, estimulou Teodorico, o Grande, rei dos ostrogodos, a invadir a Península Itálica. Teodorico derrotou Odoacro em Verona (489) e, depois de um longo cerco em Ravena, o obrigou a capitular (493), para depois julgá-lo por traição. Quanto a Rômulo Augusto, presume-se que ainda estava vivo em 507 DC.



Ravena  Rômulo Augusto
Região de Ravena na Itália e a abdicação de Rômulo perante Odoacro


Império Romano 476 DC
Império Romano do Ocidente e Oriente por volta de 476 DC

Bárbaros – Hérulos e Godos

[1] Hérulos – Os hérulos foram um povo germânico, possivelmente originários do sul da Escandinávia (Dinamarca, Suécia e Noruega) e invadiram o Império Romano no século III. Os hérulos junto com os godos participaram de várias expedições saqueando o mar Negro e o mar Egeu. Os hérulos participaram de uma coalisão com outros povos bárbaros (268-269), como os carpianos (ou karpianoí, carpiani ou carpi – nas porções orientais da atual Romênia), as pequenas tribos germânicas, os gépidas (ou Gepidae, na região da Dácia, uma subdivisão dos Godos) e, sobretudo, os godos. Fixaram-se na costa do mar Negro, onde foram dominados pelos ostrogodos e pelos hunos nos séculos III e IV (Hunos = uma tribo proveniente da Ásia e que veio habitar na Germânia). Alguns de seus integrantes migraram para a Escandinávia e outros se engajaram como mercenários do exército do Império Romano do Oriente. Após a morte de Átila, rei dos hunos em 453, os hérulos, em 454, se separaram dos hunos e constituíram um forte reino em torno de Brno (Morávia meridional – que constitui atualmente a parte oriental da República Checa) e Viena. Em 476, os hérulos liderados por Odoacro invadiram a Itália e depuseram Rômulo Augusto, o último soberano do Império Romano do Ocidente.


Brno-localização

Atual localização de Brno

[2] Godos – Os godos eram um povo germânico originário das regiões ao sul da Escandinávia (Dinamarca, Suécia e Noruega). Esta longa migração poderia ter-se iniciado no Báltico por volta de 1490 AC, e é possível que os godos tenham se desenvolvido como um povo distinto dos demais bárbaros nas fronteiras do Império Romano. Os godos usavam escudos redondos e espadas curtas. A região de origem dos godos foi, provavelmente, a ilha de Scandza (talvez a atual Suécia ou a Gotlândia). Nos séculos I e II os Godos ocupavam a região da atual Polônia, se deslocando em pequenos grupos para as margens do Mar Negro, para aquilo que hoje é a Romênia, a Moldávia e a Ucrânia. Alguns povos como os vândalos e os gépidas tinham parentesco com os godos. A partir de 370 DC o reino unificado dos godos da região meridional da Escandinávia foi invadido pelos hunos, e o seu povo foi dividido entre visigodos (que significa ‘godos do oeste’) e ostrogodos (que significa ‘godos do leste’). Nos séculos seguintes, os visigodos tiveram uma participação importante nas regiões da península Ibérica, em especial parte da Espanha.

Os povos bárbaros que ocuparam a Terra após a queda do Império Romano do Ocidente (476 DC) são: Alamanos (Alemanha); Francos (França); Burgúndios (Suíça); Anglo-Saxões (Inglaterra); Visigodos (Espanha); Suevos (Portugal); Lombardos (Rússia e divisões); Vândalos (África do Norte; Mediterrâneo); Hérulos (Itália); Ostrogodos (Áustria).


Império Romano 526 DC

Império Bizantino

Embora o termo ‘ Império Bizantino’ só possa ser usado de fato para o Império Romano após 476 DC (a queda do império romano do ocidente), algumas classificações já começam a usar o nome ‘império Bizantino’ já na época de Constantino, o Grande, quando ele mudou a capital do império para Constantinopla (Entre 324 e 330 DC)

O Império Bizantino foi uma continuação do Império Romano durante a Antiguidade Tardia e Idade Média. Sua capital foi Constantinopla (moderna Istambul), originalmente conhecida como Bizâncio. Inicialmente parte oriental do Império Romano (freqüentemente chamada de Império Romano do Oriente no contexto), sobreviveu à fragmentação e ao colapso do Império Romano do Ocidente no século V e continuou a prosperar, existindo por mais de mil anos até sua queda diante da expansão dos turcos Otomanos em 1453. O Império Bizantino foi conhecido simplesmente como Império Romano (em grego: Basileia Rhōmaiōn; em latim: Imperium Romanum) ou România (em grego: Rhōmanía) por seus habitantes e vizinhos.

Vários eventos do século IV ao século VI marcaram o período de transição durante o qual as metades oriental e ocidental do Império Romano se dividiram:

Em 285, o imperador Diocleciano (r. 284–305) dividiu a administração imperial em duas metades.
Entre 324 e 330, Constantino (r. 306–337) transferiu a capital principal de Roma para Bizâncio, conhecida mais tarde como Constantinopla (‘Cidade de Constantino’).
Sob Teodósio I (r. 379–395), o cristianismo tornou-se a religião oficial do império e, após a sua morte, o Império Romano dividiu-se definitivamente em duas metades, cada qual controlada por um de seus filhos.
Finalmente, sob o reinado de Heráclio (610–641 DC), a administração e as forças armadas do império foram reestruturadas e a língua grega foi adotada em lugar do latim.

Em suma, Bizâncio se distingue da Roma Antiga na medida em que foi orientado para a cultura grega em vez da latina.

XV) Dinastia Leonina (457-518 DC): Leão I, o Trácio – 457-474 / Leão II – 474 DC / Zenão I – 474-475 / Basilisco – 475-476 / Zenão I – 476-491 / Anastácio I Dicoro – 491-518. A Casa de Leão governou o Império Romano do Oriente (457–518) e várias partes do Império Romano do Ocidente (474–480).


Dinastia Leonina – Leão I Dinastia Leonina – Leão II Dinastia Leonina – Zenão I
Leão I, Leão II, Zenão I

Dinastia Leonina – Basilisco Dinastia Leonina – Anastácio I Dicoro
Basilisco, Anastácio I Dicoro


Flávio Marciano Augusto (Flavius Marcianus Augustus), o imperador anterior (da Dinastia Teodosiana) morreu provavelmente de gangrena, após uma peregrinação religiosa. Foi socorrido por sua filha Eufêmia (filha de Marciano com sua primeira mulher cujo nome é desconhecido) e por seu genro Antêmio (futuro imperador do Ocidente). Como não tinha um filho homem para sucedê-lo no trono, o general Flávio Ardabúrio Áspar (mestre dos soldados) ocupou o lugar até ser eleito o imperador militar Leão. Áspar não podia ocupar o trono porque era um alano (uma tribo bárbara iraniana, pertencente à Samártia) e também um cristão ariano (não cria na divindade de Jesus Cristo), enquanto a maioria da classe reinante havia aceitado o Cristianismo Niceno (acreditavam na Trindade e na divindade de Jesus Cristo). Assim, a Dinastia Leonina subiu ao trono.

1) Flávio Valério Leão Augusto ou Leão I, ou Leão, o Trácio – r. 457-474 DC (17 anos) – Imperador do Leste
Nome de nascimento: Leão Marcelo (Leo Marcellus).
Nome como imperador: Flávio Valério Leão Augusto (Flavius Valerius Leo Augustus).
Esposa: Élia Verina, irmã de Basilisco.
Filhas: Ariadne e Leôncia. Ariadne foi a mãe de Leão II e esposa de Flávio Zenão. Mais tarde, ela se casou com Anastácio I Dicoro. Leôncia casou com Marciano, filho de Élia Márcia Eufêmia (Aelia Marcia Euphemia), filha do imperador Bizantino Marciano. Leão I teve um filho em 463, que morreu com 5 meses de vida.
Morte: 73 anos de idade, de disenteria.
Religião: Cristão ortodoxo.

Leão I nasceu na Trácia ou na Dácia Aureliana (na antiga região da Mésia Superior) e era um oficial Trácio-Romano do Império do Oriente; ele foi aclamado imperador pelo general Flávio Ardabúrio Áspar (Flavius Ardabur Aspar), o mestre dos soldados. Leão I era cristão ortodoxo. Ele foi conhecido como Magnus Thrax (o ‘Grande Trácio’) por seus adeptos, e ‘Macelles’ (‘o Algoz’ ou ‘o carniceiro’) por seus inimigos. Leão I ganhou o apelido de ‘Macelles’ (o algoz) pela forma das mortes. Ele se mostrou um governante capaz, supervisionando muitos e grandes planos políticos e militares, destinados principalmente ao auxilio do Império do Ocidente já enfraquecido para recuperar seus ex-territórios. Ele ajudou na nomeação de Procópio Antêmio como imperador do Ocidente. Ele foi o primeiro imperador do Oriente a legislar em grego ao invés de latim. Em 468, para selar uma aliança com Tarasicodissa Rousombladadiotes, um oficial Isauriano, Leão I lhe deu sua filha mais velha, Ariadne, em casamento. Posteriormente, Tarasicodissa alterou seu próprio nome para Zenão, para se tornar mais agradável à população de língua grega de Constantinopla. A Isáuria fica ao sul da província de Konya na Turquia, na parte norte dos montes Tauro e terras adjacentes. Em 469 DC, Áspar tentou assassinar Zenão, no entanto, seu golpe foi frustrado. Posteriormente Leão I, por influência de Áspar, procurou casar sua filha mais nova, Leôncia, com Júlio Patrício (filho do general Áspar), mas diversas revoltas religiosas eclodiram em Constantinopla, pois Júlio Patrício e seu pai eram arianos, e os bispos da cidade não aceitaram a união, a menos que se convertessem ao Cristianismo Ortodoxo. Além disso, por revoltas dos soldados, Leão I ordenou a execução do soldado que organizou a rebelião (Ardabúrio, o filho de Áspar), assim como do próprio Áspar por volta de 471 DC. Júlio Patrício foi morto depois, no governo de Basilisco. Em outubro de 473 o neto de Leão, Leão II, foi proclamado ‘César’ e efetivamente tornou-se o herdeiro legítimo do trono, em virtude de ser o parente mais próximo de Leão. Em fevereiro de 474, aos 73 anos de idade, Leão I morreu de disenteria.


Império Romano – Leão I


2) Flávio Leão Júnior ou Leão II – 474 DC (r. 10 meses) – Imperador do Leste
Nome de nascimento: Flávio Leão Júnior (Flavius Leo Junior)
Nome como César (473): César Flávio Leão Júnior
Neto de Leão I e Verina, e filho de Zenão e Ariadne
Morte: 7 anos de idade, por doença

Leão II (Flavius Leo Junior – reinou em 474 DC) foi Imperador Romano do Oriente, reinando apenas 10 meses. Era filho de Zenão I (antes chamado Tarasicodissa) e Ariadne (filha de Leão I e Verina). Em outubro de 473, Leão II foi proclamado ‘César’, por ser o varão mais próximo do imperador. Subiu ao trono quando seu avô morreu, sendo, todavia, um menino de sete anos de idade. Seu pai atuou como regente durante seu reinado. Nos 10 meses iniciais de seu reinado, Leão II morreu de uma enfermidade desconhecida e foi sucedido por seu pai, Zenão I. Provavelmente foi envenenado por ordem de alguém que gostaria de ver Zenão no trono, ao invés de Leão II.

3) César Flávio Zenão Augusto ou Zenão I – 474-475 e 476-491 DC (r. 17 anos e 2 meses) – Imperador do Leste. Depois da morte de Nepos (480), o imperador Zenão I aboliu formalmente a divisão do Império.
Nome de nascimento: Tarasis ou Tarasicodissa ou Tarasis Kodisa Rousombladadiotes, um Isauriano
Nome como imperador: César Flávio Zenão Augusto (Caesar Flavius Zeno Augustus)
Esposa: Ariadne
Morte: 66 anos de idade, de disenteria ou epilepsia.

Zenão nasceu na Isáuria, o nome antigo ao sul da Ásia Menor, cobrindo grande parte da área sul da província de Konya (ou Icônio, descrito na bíblia) e Listra, na Turquia, na parte norte dos Montes Tauro e terras adjacentes. Os Isauros (Isaurianos) eram considerados bárbaros pelos romanos, embora cidadãos romanos desde o século III. Como general, ele foi escolhido como cônsul em 469 e 472. Em 468, para selar uma aliança com ele, Leão I lhe deu sua filha mais velha, Ariadne, em casamento. Leão I foi sucedido por seu neto Leão II (de 7 anos de idade), o filho de Ariadne e Zenão I, que já reinava em co-regência com o filho. O menino morreu naquele mesmo ano e Zenão I passou a reinar sozinho, mas sem o apoio total do povo. Alguns não estavam do seu lado por causa de sua origem isauriana. Ele mesmo mudou seu nome original, Tarasicodissa, para o nome grego Zenão. O povo preferia a Marciano porque Leôncia havia se casado com ele quando Leão I já era rei, ao passo que a mais velha se casara quando Leão I era um simples soldado; portanto, no seu ponto de vista, Leôncia era a que ‘carregava púrpura’, isto é, a ‘porfirogênita’, que significa ‘nascida na púrpura’. O Império Bizantino tinha vários títulos para os nobres. Para mostrar que era legítima a ascendência de um imperador, e conseqüentemente, o seu direito ao trono, eles acrescentavam o título ‘porfirogênito’ (Porphyrogennetos) ou ‘porfirogênita’. O título significava que eles tinham nascido na ‘Pórfira’ (a divisão do palácio imperial onde se davam os partos das imperatrizes e que era revestido com lajes de mármore púrpura) quando o seu pai era um imperador reinante.


Imperador Zenão
Zenão

O Henotikon e o Cisma Acaciano

Flávio Zenão foi um dos mais proeminentes dentre os primeiros imperadores bizantinos. Revoltas internas e dissensões religiosas marcaram seu reinado. Viu o fim do Império Romano do Ocidente sob Júlio Nepos e Rômulo Augusto, mas ele contribuiu muito para a estabilização do império oriental. Na história eclesiástica, Zenão é associado com a promulgação do Henotikon (ou Henótico, ‘ato de união’), assinado por todos os bispos orientais, um documento que tentava resolver a controvérsia monofisista, ou seja, a que defende a idéia de que Jesus tinha apenas a natureza divina, e não a humana unida em Sua carne. Este documento tinha por base as decisões adotadas no Primeiro Concílio de Nicéia em 325 (O estabelecimento da Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo) e no Primeiro Concílio de Constantinopla (381 DC), ou seja, o credo Niceno-Constantinopolitano: uma ‘remodelação’ do que foi discutido no Concílio de Nicéia, dando ênfase à Trindade, à eternidade de Jesus Cristo, por meio do qual todas as coisas foram feitas, e que, por meio do Espírito Santo encarnou no seio da Virgem Maria, padeceu e ressuscitou ao terceiro dia, e um dia virá em glória para julgar os vivos e os mortos, terminando o texto com a afirmação do dever de se crer numa igreja, una, santa, católica e apostólica.

O documento (Henotikon) foi compilado pelo Patriarca de Constantinopla, Acácio (471-489). Em outras palavras, o Henotikon proibia discussões teológicas que não utilizassem os critérios definidos no primeiro Concílio de Nicéia e no primeiro Concílio de Constantinopla (o Henotikon desprezava o concílio de Calcedônia de 451 DC, que já havia repudiado o monofisismo, declarando o caráter divino e humano de Jesus, a segunda pessoa da Trindade; Deus encarnado, Deus feito homem), evitando qualquer menção às duas naturezas de Cristo, e se utilizava de uma fórmula ambígua com o objetivo de reconciliar os monofisitas com a ortodoxia. Apesar de seus esforços, o Henotikon acabou desagradando tanto aos monofisitas quanto aos ortodoxos. Porém, Acácio de Constantinopla, Pedro Mongo de Alexandria [Mongo or Mongus = bispo Pedro III de Alexandria, também conhecido como Mongos, do grego: μογγός, mongos, ‘o gago’], Martírio, o bispo de Jerusalém, e Pedro, o Pisoeiro (‘Peter the Fuller’), em Antioquia assinaram o documento, mesmo sabendo da desaprovação do Papa Felix III de Roma. ‘Pisoeiro’ pode ser explicado da seguinte forma: pisar, dobrar ou caminhar, era uma das etapas do preparo do tecido de lã, que envolvia sua limpeza para eliminar os óleos, a sujeira e outras impurezas, e tornando-a mais espessa. O trabalhador que faz o trabalho é um pisoeiro, pisão ou andador. O Papa Felix III de Roma (483-492) condenou o decreto do imperador, depôs e excomungou Acácio, Pedro Mongo e Pedro, o Pisoeiro. Acácio retirou seu nome dos dípticos (listas oficiais dos vivos e dos mortos, em duas folhas, considerando os bispos em comunhão com o díptico ou em remoção, o que indicava um cisma ou excomunhão). Além disso, Acácio perseguiu os ortodoxos em Constantinopla, levando a um cisma de 35 anos, o cisma Acaciano. Acácio morreu em 489, não se sabe como.


Díptico
Díptico


O poder de Zenão foi desafiado por Basilisco, irmão de Élia Verina (sua sogra), que foi proclamado Augusto pelo senado e pelos ministros do palácio em janeiro de 475. Zenão foi forçado a fugir de Constantinopla. Basilisco mandou executar Júlio Patrício (o outro filho do general Flávio Ardabúrio Áspar, e agora, o amante de Verina), para que não usurpasse o trono. Um ano depois, Zenão conseguiu voltar e recuperar o trono. Em 478-479, Marciano e seus irmãos (Procópio Antêmio e Rômulo), junto com Leôncia, lideraram uma revolta contra Zenão. Marciano foi traído por um general também isauriano que facilitou a fuga de Zenão, quando os rebeldes entraram em Constantinopla. Marciano, sem ajuda de um general gótico, que não chegou a tempo, foi preso com seus irmãos e revolta fracassou. Seus irmãos conseguiram fugir, mas Marciano foi preso e, junto com sua esposa, eles acabaram exilados na Isáuria. Depois, Marciano fugiu do exílio e pediu asilo na corte de Odoacro, rei dos hérulos. Depois da revolta de Marciano, Zenão também teve que suprimir a revolta de Illo, o mesmo general que o apoiou na revolta de Marciano e o ajudou a fugir de Basilisco. Mais uma vez, Zenão teve vitória e manteve o trono. Há relatos também de conflitos com os Samaritanos (484 DC) durante o seu governo, resultando em muitas mortes, tanto de judeus quanto de cristãos. Na verdade, ninguém sabe até hoje quem começou o conflito: se judeus (samaritanos) ou Zenão. A moeda romana (o Tremissis) que foi cunhada na sua época mostrava um desenho que celebrava as vitórias de Zenão, e foram emitidas durante o seu segundo reinado. A luta entre Basilisco e Zenão impediu a intervenção do Império Bizantino na queda do Império Romano do Ocidente, iniciada mais ou menos em setembro de 476. Odoacro, o líder dos hérulos, enviou as insígnias do imperador do Ocidente para Constantinopla. Zenão tinha acabado de recuperar seu trono, e teve que nomear Odoacro vice-rei da Itália. Depois da morte de Nepos (480), o imperador Zenão I aboliu formalmente a divisão do Império. Zenão foi sucedido por Anastásio I Dicoro (Flavius Anastasius Augustus) – 491-518 DC.

4) Flávio Basilisco Augusto – 475-476 DC (20 meses) – Imperador do Leste (usurpador)
Nome de nascimento: Flávio Basilisco (Flavius Basiliscus)
Nome como imperador: Flávio Basilisco Augusto (Flavius Basiliscus Augustus)
Irmã: Élia Verina, esposa de Leão I
Esposa: Elia Zenonis
Filho: Marcos (Flavius Marcus Augustus)
Morte: não se sabe quantos anos ele tinha quando morreu, mas ele, sua esposa e seu filho morreram no exílio na Capadócia

Basilisco foi nomeado por Leão I em 468 o comandante em chefe para a expedição militar contra os vândalos no norte da África e seu rei Genserico, pelo saque de Roma em 455. Sardenha e Líbia já haviam sido conquistadas por Marcelino e Heráclio, quando Basilisco chegou no Promontório dos Mercúrios, hoje chamado Cabo Bon, a cerca de sessenta e quatro quilômetros de Cartago. Genserico, o rei dos Vândalos, pediu cinco dias para poder elaborar as condições de uma paz. Durante este tempo, no entanto, ele reuniu seus navios e de repente atacou a frota romana, à noite, com navios carregados de materiais combustíveis. Os comandantes bizantinos tentaram resgatar alguns navios da destruição, porém suas tentativas foram bloqueadas pelo ataque de outros navios vândalos. Resultado: a expedição foi um fracasso, a força aliada de Leão I, Antêmio (imperador do Ocidente) e Marcelino, o general que governava a Sicília e a Ilíria, teve que se retirar, e Basilisco fugiu no meio da batalha levando muita gente com ele. Metade da frota romana foi queimada, afundada ou capturada. Voltando a Constantinopla, Basilisco se escondeu na Basílica de Santa Sofia para escapar da ira do povo e da vingança do imperador. Pela influência de Verina sobre Leão I, ele foi perdoado, e enviado ao exílio na Trácia.

Por causa de uma conspiração planejada por Élia Verina junto com uns generais bizantinos e bárbaros Zenão foi deposto, sendo obrigado a fugir, deixando o caminho livre para Basilisco, que subiu ao poder e foi proclamado Augusto pelo senado e pelos ministros do palácio em janeiro de 475. Basilisco tentou nomear aqueles que eram fiéis a ele para ocupar cargos importantes, e isso o tornou impopular entre as pessoas influentes da corte imperial, inclusive sua irmã Élia Verina. Como governante, foi um mau administrador, perdendo a confiança dos seus partidários. Por causa de tanto dinheiro gasto com a expedição frustrada contra os vândalos, Basilisco foi obrigado a aumentar os impostos para suprir o cofre imperial. Chegou ao ponto de extorquir dinheiro da Igreja. Isso foi ruim para ele.

No começo de seu reinado, Constantinopla sofreu um enorme incêndio, que destruiu casas, igrejas, e queimou completamente a grande biblioteca construída pelo imperador Juliano, o Apóstata (r. 360–363). O fogo foi visto como um mal presságio para o governo de Basilisco.

Na corte, ele perdeu apoio de muitos, inclusive de sua irmã Élia Verina, que fizera do filho de Áspar, Júlio Patrício, seu amante. Ele foi executado por Basilisco, pois seu intuito era usurpar o trono também. Basilisco, sua esposa (Elia Zenonis) e seu filho, Marcos (Flavius Marcus Augustus) foram perseguidos por Zenão, quando este recuperou o poder no final de agosto de 476. Eles se refugiaram numa igreja. Zenão os exilou para uma fortaleza na Capadócia (na região central da Turquia), onde o imperador ordenou que fossem confinados numa cisterna seca para que morressem de fome e sede.

5) Anastácio I Dicoro (Flavius Anastasius Augustus) – 491-518 DC (27 anos) – Imperador do Leste
Nome de nascimento: Flávio Anastácio (Flavius Anastasius)
Nome como imperador: Flávio Anastácio Augusto (Flavius Anastasius Augustus)
Pai: Pompeu, um nobre
Mãe: Anastácia Constantina. Por parte de mãe, Anastácio I Dicoro era trineto do imperador Flávio Cláudio Constâncio Galo (César – 351-354 DC) com Constantina (prima de Galo e filha de Constantino).
Esposa: Ariadne. Anastácio era genro de Leão I e foi colocado no trono por escolha de Ariadne, a viúva de Zenão.
Filhos: nenhum
Descendentes: muitos sobrinhos (nomes na maioria das vezes, desconhecidos). Outros nomes sem comprovação.
Morte: 88 anos de idade.

Anastácio nasceu na cidade de Dirráquio, moderna Durrës na Albânia, a mais antiga e uma das mais importantes cidades da Albânia (na Ilíria). Anastácio ganhou a alcunha de Dicoro (Dicorus) porque tinha um olho negro e outro azul. Dicorus, em grego, significa: ‘duas-pupilas’. Anastásio I Dicoro era um oficial do palácio de Zenão I e, com sua morte, Ariadne, viúva do imperador o colocou no trono. Eles se casaram logo após sua ascensão em 491. Seu reinado foi marcado por guerras externas (contra os sassânidas – 502-505) e a guerra Isáurica (492-497, na Turquia), guerras internas e conflitos religiosos. Apesar disso, ganhou a confiança e o apoio popular reduzindo os impostos, mostrando grande vigor e energia na administração dos assuntos imperiais. Foi o responsável pelas reformas monetárias de 498 DC, passando a adotar o sistema de numeração grego para o império bizantino. Durante o seu reinado, a fronteira oriental romana foi extensivamente fortificada, incluindo a construção de Dara, logo após a batalha contra os sassânidas em 502-505, e que é uma fortaleza que pode ser comparada à fortaleza de Nísibis (na província de Mardin, na Turquia, que havia sido império Persa da dinastia aquemênida, depois passando para os sassânidas e depois de maneira definitiva para os turcos otomanos, que puseram fim ao império bizantino, ou império romano do oriente). No reinado de Anastásio I algumas províncias balcânicas foram deixadas sem tropas e acabaram sendo devastadas por invasões de eslavos e búlgaros. Para proteger Constantinopla e suas redondezas contra eles, o imperador construiu a ‘Muralha de Anastácio’ ou as ‘Longas Muralhas da Trácia’, que se estendia do mar de Mármara (é um mar interior que separa o mar Negro do mar Egeu e, assim, a parte asiática da Turquia da sua parte européia) até o Ponto Euxino (o mar Negro).


Dara
Ruínas de um edifício em Dara

Muralha de Anastácio
Localização da muralha de Anastácio


O imperador era um miafisita, ou seja, defendia o ponto religioso do Miafisismo, que ensinava ‘uma natureza encarnada de Cristo’ numa união sem divisões das naturezas humana e divina (que foi interpretado como monofisismo, ou seja, Jesus só tinha uma natureza, a divina dentro dele, não as duas: humana e divina), ao contrário do pregava o Concílio de Calcedônia e o papa (ou seja, o diofisismo: Jesus preservou em si as duas naturezas, a divina e a humana, enquanto um ser encarnado (Jo 1: 1; 14; Jo 2: 24-25; Jo 6: 33-35; Jo 6: 46-59; Jo 10: 30; Jo 14: 9-11; Rm 8: 3-4; 2 Co 5: 21; Cl 2: 9; Hb 2: 17-18; Hb 4: 15; 1 Jo 4: 2 – observação minha). Entretanto, Anastácio guardava a idéia para si sem demonstrá-la abertamente. A população Bizantina, já revoltada com as divisões religiosas, o obrigou em 512 DC a adotar diretamente um programa miafisista, o que gerou sua impopularidade nas províncias européias, e Vitaliano, um general, aproveitou-se dessa situação para organizar uma perigosa revolta contra Anastácio. Entretanto, ele foi ajudado pelo exército Huno (514-515). A revolta de Vitaliano foi finalmente suprimida numa vitória naval em Constantinopla liderada por Marino, um de seus leais conselheiros, apoiando sua política religiosa. Marino sobreviveu até o reinado de Justino I (518–527), quando assumiu pela segunda vez como prefeito pretoriano, mas logo foi afastado do poder. Anastácio morreu sem filhos em Constantinopla 518. Ele foi sucedido por Justino, o chefe de sua guarda.

Fonte de pesquisa para textos e imagens: wikipedia.org
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Este texto se encontra no 3º volume do livro:


livro evangélico: Deus está presente na História

Deus está presente na História vol. 1 (PDF)

Deus está presente na História vol. 2

Deus está presente na História vol. 3

God is present in History vol. 1 (PDF)

God is present in History vol. 2

God is present in History vol. 3

Sugestão para download:


Lista dos imperadores romanos (PDF)

Lista dos imperadores romanos (PDF)

List of Roman Emperors (PDF)



Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti

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