Período Intertestamentário é o período entre Malaquias e Cristo (400 anos). Veja: período persa, helenístico, hasmoneano e romano; o surgimento dos saduceus, fariseus e essênios (em Qumran); o cilindro de Ciro e a revolta dos Macabeus.
Intertestamental Period is the period between Malachi and Christ (400 years). See: Persian, Hellenistic, Hasmonean and Roman period; the emergence of the Sadducees, Pharisees and Essenes (in Qumran); Cyrus’ cylinder and the revolt of the Maccabees.
Período Intertestamentário é o período entre Malaquias e Cristo, i.e., 400 anos em que Israel foi dominado pelos pagãos e quando o Senhor deixou de falar ao Seu povo através dos profetas. Por isso, este período foi chamado de “período de silêncio de Deus”.
The Intertestamental Period is the period between Malachi and Christ, i.e., 400 years in which Israel was dominated by the pagans and when the Lord stopped speaking to His people through the prophets. Therefore, this period was called “God’s period of silence” or “400 Silent Years.”
Os reinos que dominaram sobre Israel podem ser citados por períodos:
1) Período Persa (539–333 AC):
Por cerca de cem anos após a época de Neemias (O episódio de Neemias se deu por volta de 445–432 AC) os persas dominaram Judá, mas os judeus tiveram permissão de dar prosseguimento às observâncias religiosas sem enfrentar nenhuma oposição. Nesse período, a terra de Judá foi governada por sumos sacerdotes. Os reis persas, após a queda da Babilônia, foram:
• Ciro, o imperador da Pérsia (Ciro II ou Ciro o grande), que ordenou a volta dos judeus em 538 AC (1º retorno dos exilados), ao invadir a Babilônia. Reinou (559–530 AC) como rei dos Persas, Medos, Lídios e Babilônios.
• Cambises II (filho de Ciro): 530–522 AC.
• Dario I (cunhado de Cambises II): 522–486 AC. No seu reinado começou a ser reconstruído o templo (520–516 AC). Tinha iniciado em 536 AC (2º ano do reinado de Ciro na Babilônia e parado até 520 AC – 2º ano Dario I).
• Xerxes I (Assuero): 486–465 AC (filho de Dario I). Xerxes é uma transliteração grega do seu nome persa depois de sua ascensão, Jshāyār Shah, que significa ‘governante de heróis’. Na Bíblia é mencionado como ‘Assuero’ – אחשורש – (Axashverosh, Assuero transliterado em grego).
• Artaxerxes I: 465–424 AC (filho de Xerxes I, mas não o primogênito). Houve um 2º retorno de exilados a Jerusalém com Esdras em 458 AC para ministrar no templo reconstruído. Reconstrução das muralhas de Jerusalém: 445 AC (3º retorno: Neemias).
• Xerxes II (filho de Artaxerxes I) e que reinou 1 ½ mês e foi assassinado por seu irmão Secydianus ou Sogdianus (a forma do nome é incerta). Este, por sua vez, foi morto por Ochus, sátrapa da Hircânia (região ao sudeste do Mar Cáspio, no atual Irã), que subiu ao poder e adotou o nome de Dario II.
• Dario II (Ne 12: 22) governou a Babilônia e a Pérsia (424–404 AC); era chamado Dario, o persa. Seu nome de nascimento era Ochus; depois, adotou o nome de Dario (persa: Dārayavahuš, por isso, as fontes gregas o chamam de Dario Nothos, ‘Bastardo’).
• Artaxerxes II Mnemon, que significa: ‘cujo reino é através da verdade’ (404–358 AC). Era filho de Dario II.
• Artaxerxes III ou Ochus (3º filho de Artaxerxes II): 358–338 AC.
• Artaxerxes IV ou Arses (filho mais novo de Artaxerxes III): 338–336 AC
• Dario III (bisneto de Dario II e primo de Arses): 336–330 AC quando Alexandre, o grande, o derrotou na Macedônia. Originalmente chamado de Artashata e, pelos gregos, Codomannus, foi o último rei da Dinastia Aquemênida da Pérsia.
Ciro, Ciro o grande, ou Ciro II, rei da Pérsia como era conhecido, foi o rei que levou a sua dinastia ao apogeu (a dinastia aquemênida, fundada pelo rei Aquêmenes da Pérsia, seu bisavô, na verdade um governante Medo que pagava tributo à Pérsia no século VII AC), dominando os reinos da Média, Irã, Lídia, Síria, Babilônia, Palestina, Armênia e Turquistão, fundando assim o Império persa. Ao invadir a Babilônia, o rei Ciro ordenou a volta dos judeus a Jerusalém (1º retorno dos exilados) para reconstruir o templo do Senhor. É interessante que os governantes desta dinastia caracterizaram sua administração pela tolerância com as diferentes culturas e religiões dos povos conquistados e isso gerou uma grande lealdade entre seus súditos. Também construíram estradas ligando as principais cidades, e o seu sistema de correios era bastante eficiente. As estradas também facilitavam o comércio do Egito e da Europa com a Índia e a China, do qual a Pérsia se beneficiou grandemente. É bem possível que por causa desta política tolerante com as crenças dos seus súditos que Deus tenha encontrado o coração de Ciro favorável a libertar os judeus cativos. Por isso, ele ordenou que tudo o que tivesse sido roubado por Nabucodonosor, inclusive os utensílios do templo de Jerusalém fosse devolvido e colocado sob a guarda de Sesbazar (Ed 1: 8; Ed 5: 14), a quem constituiu príncipe de Judá. Os persas e todos os cidadãos do reino ajudaram os judeus dando-lhes prata, ouro, bens e gado, coisas preciosas, afora as dádivas voluntárias para a Casa de Deus. Assim, os judeus voltaram e reconstruíram o templo do Senhor. O que aconteceu aqui foi muito parecido com o que aconteceu no Egito, quando os cidadãos deram muitas coisas preciosas ao povo de Israel antes de partirem.
Sua mãe se chamava Mandane, filha do último rei da Média, Astíages (reinado: 585–550 AC). Ela se casou em 600 AC com Cambises I, filho de Ciro I, rei da Pérsia. Quando o filho estava para nascer, Astíages teve dois sonhos proféticos que foram interpretados pelos magos como uma previsão de que seu neto (Ciro, Kūruš, em persa antigo, significando: ‘sol’) um dia iria se rebelar e o sucederia no trono; por isso, mandou buscá-la na Pérsia com a intenção de assassinar o bebê, assim que ele nascesse. Ordenou ao mordomo, Harpago, que o matasse. Entretanto, a criança não foi morta, mas entregue aos cuidados de um pastor. Em seu lugar, apresentaram a Astíages um natimorto, e o pai desta criança adotou Ciro como filho. Com 10 anos de idade, Ciro foi apresentado ao seu avô. Por intervenção dos magos, Ciro não sofreu punição e foi mandado de volta a seus pais. Anos mais tarde, por uma rebelião de Harpago, Ciro dominou a Média (região do atual Irã), entrando na capital, Ecbátana, e poupou a vida do seu avô. Também conquistou a Lídia e outros territórios, aumentando incrivelmente a extensão do império Persa. Talvez pela história de sua infância, Deus o tenha chamado de pastor (Is 44: 28), além do fato de usá-lo para conduzir Seu povo de volta a Israel. Lembremo-nos que Ciro, na Bíblia, é uma figura do Messias, o Bom Pastor.
O Cilindro de Ciro é um cilindro de argila em cujo interior há grandes pedras cinzas, atualmente dividido em vários fragmentos, no qual está escrita uma declaração em escrita cuneiforme acadiana, listando sua genealogia como um rei de uma linhagem de reis, e relatando a sua captura de Babilônia em 539 AC. O cilindro mede 22,5 cm de comprimento por 10 cm no seu diâmetro máximo. O texto diz que o vitorioso Ciro foi recebido pelo povo da Babilônia como seu novo governante e entrou na cidade em paz. Ele exalta os esforços de Ciro como um benfeitor dos cidadãos da Babilônia e responsável por melhorar suas vidas, repatriar os povos deslocados e restaurar templos e santuários religiosos pela Mesopotâmia e em outros lugares na região. Ele conclui com uma descrição do trabalho de Ciro de reparar as muralhas da Babilônia. O texto do cilindro também denuncia o rei babilônico deposto, Nabonido, como ímpio e retrata Ciro como agradável ao deus principal, Marduque. Provavelmente, ele data do século VI AC (539 AC). Há muita controvérsia entre os estudiosos sobre alguma coisa escrita no cilindro de Ciro sobre a repatriação dos judeus (Ed 1: 1-4; 2 Cr 36: 23). Embora não seja mencionado especificamente no texto, a repatriação dos judeus de seu cativeiro babilônico foi interpretado como parte desta política geral.
Em Is 46: 9-11 está escrito: “Lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro, eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade; que chamo a ave de rapina desde o Oriente e de uma terra longínqua, o homem do meu conselho. Eu o disse, eu também o cumprirei; tomei este propósito, também o executarei”.
A ave de rapina se refere a Ciro. Ciro era chamado ‘pássaro’ por sua rapidez, e ‘voraz’ por sua ferocidade e vitória sobre seus inimigos; uma ave de rapina, como a águia. Ele era rápido em cima do seu cavalo, sendo comparado a esta ave. Como relata Plutarco (Historiador e filósofo grego – 46-120 DC), Ciro tinha um nariz aquilino; portanto, os homens que têm tal nariz, são altamente estimados entre os persas. Segundo Plutarco, Ciro é a palavra persa para ‘sol’. Xenofonte dizia que o estandarte de Ciro era uma águia dourada no alto de uma lança alta, e que foi mantido pelos reis da Pérsia. Xenofonte foi um historiador grego, escritor e líder militar e discípulo de Sócrates, e que viveu por volta de 430-354 AC. Ele foi contemporâneo de Artaxerxes II, um dos sucessores de Ciro como rei da Pérsia. Artaxerxes II viveu entre 436 e 358 AC e reinou no período de 404-358 AC.
Levando em conta o texto bíblico de Isaías, Ciro pode ser comparado a um pássaro pela sua rapidez em vir no tempo indicado por Deus. Ele veio do oriente como o sol nascente da justiça, sendo chamado para executar a vontade do Senhor. A obra da redenção de Israel estava de acordo com o eterno propósito de Deus, profetizada por todos os santos profetas, e agora cumprida. E a justiça e salvação divinas são mencionadas nos versos seguintes (v.12-13: “Ouvi-me vós, os que sois de obstinado coração, que estais longe da justiça. Faço chegar a minha justiça, e não está longe; a minha salvação não tardará; mas estabelecerei em Sião o livramento e em Israel, a minha glória”).
Também em Is 44: 28 já estava escrito o propósito de Deus para Ciro como o pastor que conduziria Israel de volta para o ‘aprisco’ (A terra de seus pais): “... que digo de Ciro: Ele é meu pastor e cumprirá tudo o que me apraz; que digo também de Jerusalém: Será edificada; e do templo: Será fundado”.
2) Período Helenístico (333–167 AC):
Período Ptolomaico sobre a Palestina (323-198 AC)
Período dos Selêucidas sobre a Palestina (198-167 AC). Iniciou no governo de Antíoco III (223-187 AC), também chamado Antíoco III Magno ou Antíoco, o Grande, que em 200 AC se apoderou do Egito, da Palestina e da Celessíria. A partir daí colocou sua atenção sobre os judeus.
Em 333 AC os exércitos persas concentrados na Macedônia sob o comando de Dario III foram derrotados por Alexandre, o Grande (356-323 AC). Para ele, sem dúvida, a cultura grega seria a única força a congregar o mundo. Ele permitiu que os judeus guardassem suas leis e até mesmo lhes garantiu a isenção de tributos e impostos nos anos sabáticos. Quando no ano de 323 AC Alexandre morreu com apenas 33 anos, seu império começou a desmoronar e foi dividido entre seus generais. Dois deles ficaram com a parte oriental: 1) Talmai (nome aramaico de Ptolomeu I Sóter, que viveu entre 366 e 283 AC; em grego Πτολεμαίος Σωτήρ, ‘Ptolemaíos Sōtér’ – ‘Ptolomeu Salvador’), fundador da dinastia Ptolomaica (em 323 AC), ficou com o Egito como sua parte no controle administrativo dos sucessores de Alexandre, estabelecendo sua capital em Alexandria. 2) Salvacos (Para os historiadores Judeus, Salvacos é o nome de Seleucos I ou Seleuco I Nicator, em grego Σέλευκος Νικάτωρ; Nikátōr, ‘o vencedor, o vitorioso’, fundador da dinastia Selêucida), governou a região da Turquia Ocidental e Oriental (antigamente chamada de Anatólia), Síria, Iraque, Irã, Pérsia, Afeganistão, Paquistão e partes da Índia; depois a dinastia Selêucida alcançou domínio sobre o Líbano e Israel. Os outros dois generais de Alexandre, o Grande (Alexandre Magno) que ficaram com a parte ocidental do seu império foram Cassandro da Macedônia (350-297 AC) e Filipe Lisímaco (360-281 AC). Assim, Israel por várias vezes se submeteu a domínio pagão. Durante os primeiros cem anos, ficou sob domínio Egípcio e, no final do século II AC, passou para domínio Selêucida, contra o qual os judeus empreenderiam uma revolta. Enquanto Israel estava sob domínio de Ptolomeu II Filadelfo (285-246 AC), era permitido aos judeus viverem de acordo com a sua fé. O próprio rei considerava a Torá (livro da Lei de Moisés) um patrimônio cultural e obrigara 72 sábios judeus (por volta de 250 AC) a traduzi-la para o grego (a “Septuaginta” ou “Versão dos Setenta”, LXX). Durante esta fase do período Ptolomaico surgiram os fariseus, os saduceus e os essênios em Israel.
Os Saduceus eram uma seita do Judaísmo do Segundo Templo que floresceu do século 2 AC ao século 1 DC, que alguns estudiosos afirmam ser descendentes de Zadoque (em hebraico: Tsadoq, צדוק, que significa “justo”) um sacerdote descendente de Eleazar, filho de Arão (1 Cr 6: 4-8). Ele oficiou como sacerdote nos tempos de Davi e Salomão. O partido dos Saduceus era como o partido dos sacerdotes e das elites. Cumpriam várias funções políticas, sociais e religiosas, dentre as quais, a manutenção do Templo. Discordavam dos fariseus na questão da lei oral, a qual eles não aceitavam, negavam a ressurreição, anjos e espíritos (At 23: 8). Perduraram até algum tempo depois de 70 DC, quando o templo e a cidade de Jerusalém foram destruídos pelos romanos, mas deixaram sua marca em todas as tendências anti-rabínicas dos primeiros séculos e da época medieval. Os saduceus eram inicialmente partidários do helenismo, enquanto que os fariseus eram da facção ortodoxa.
Os Essênios eram um movimento místico-religioso (sem orientação política) que rejeitava os sumos-sacerdotes apontados pelos selêucidas ou pelos Hasmoneus, por considerá-los ilegítimos. O nome ‘essênio’ (em grego: essaioi; em síriaco: essaya ou essenoí; no aramaico: chasajja; e em latim: esseni) significa ‘piedoso’. Eles tinham como doutrina a renúncia dos prazeres da carne para poderem atingir a santidade espiritual. Viviam em Qumran (ou Khirbet Qumran, nome do atual local arqueológico, que em hebraico significa: “ruína da mancha cinzenta”) que era um lugar localizado na Cisjordânia (na Antiguidade, localizada a oeste do rio Jordão e do Mar Morto) a mais ou menos mil e seiscentos metros ao noroeste do Mar Morto, a doze quilômetros de Jericó e vinte e dois quilômetros de Jerusalém. A colônia de Qumran era conhecida como “fortaleza dos piedosos”, e comportava de 200 a 300 pessoas. Ela foi abandonada em 31 AC, após um incêndio e um terremoto, mas foi reconstruída e permaneceu até o século I DC, quando em 68 DC os romanos a destruíram. O nome ‘Qumran’ é moderno; ele é derivado de ‘qamar’, que em árabe significa: ‘lua’. O nome do local no período do Segundo Templo foi provavelmente, Secacah, que significa: ‘cidade do sal’. Hoje, Qumran se resume apenas a ruínas.
Os essênios eram muito preocupados com a limpeza do corpo (lavavam-se constantemente) como um símbolo da purificação da alma. Faziam voto de Nazireado (consagração a Deus, não cortando os cabelos, não tomando vinho ou qualquer produto derivado da uva e não tocando em cadáveres – Nm 6: 1-21), por isso eram chamados Nazireus (como Sansão, João Batista e Samuel). No caso do voto ser temporário, os cabelos do Nazireu eram rapados e queimados no final do período de consagração. Os Essênios guardavam o nome de Deus o (tetragrama sagrado – YHWH) dado a Moisés no Sinai, ao contrário dos demais judeus (principalmente Fariseus e Saduceus) que não podiam pronunciá-lo.
Eles acreditavam que o ser humano era o tabernáculo de Deus na terra, não construído por mãos humanas, e também aguardavam o Messias. Alguns dos primeiros cristãos eram essênios, pois alguns deles haviam se convertido a Jesus, por terem-no aceitado como Filho de Deus e Messias.
Essa compreensão (‘o ser humano era o tabernáculo de Deus na terra’) também era compartilhada pelos Fariseus, integrantes da comunidade de escribas e sábios. Eram considerados separatistas por rejeitarem a cultura helenística ou por se opor ao monopólio Asmoneu do poder. Durante o período Asmoneu (ou Hasmoneano), os Saduceus e os Fariseus funcionaram primariamente como partidos políticos. Fariseus (do hebraico פרושים) eram um grupo de devotos à Torá, que surgiram quase que concomitantemente com os outros dois no séc. II AC. Foram os criadores da instituição da sinagoga. Depois da destruição do templo por Tito e da queda do poder dos saduceus, os fariseus tiveram uma maior influência dentro da comunidade judaica e se tornaram os precursores do judaísmo rabínico. Fariseu significa ‘separado’, ‘santo’. O nome, em latim, é Pharisaeus; que vem do grego antigo, Φαρισαίος (Pharisaios), e do hebraico, prushim ou perushim, que procede da raiz parash, que significa ‘separar’, ‘afastar’, pois era um partido religioso judeu caracterizado pela oposição aos outros religiosos de sua época e pela observância exageradamente rigorosa das prescrições legais da Torá e das tradições que eles haviam estabelecido. Provavelmente, os fariseus tiveram sua origem nos ‘hassidim’ (os piedosos), que apoiaram a revolta dos Macabeus (167-160 AC). Acreditavam que a lei oral existia e era tão autorizada e inspirada por Deus quanto a Torá ou lei escrita. Faziam parte do Sinédrio, que era um tribunal formado por sacerdotes, anciãos e escribas, o qual julgava as questões cerimoniais ou administrativas referentes a uma tribo ou a uma cidade, os crimes políticos importantes etc. Correspondia à Suprema Corte Judaica ou Tribunal de Justiça. Eles também participavam da liderança da sinagoga e do seu culto, assim como das escolas. Alguns fariseus tinham a função de escribas (do hebraico Sõpherïm), por isso eram chamados doutores ou mestres da lei; eram técnicos no estudo da lei de Moisés (Torá). Surgiram depois do exílio babilônico e exerciam influência principalmente na Judéia, mas também podiam ser encontrados na Galiléia e entre a dispersão judaica. Junto com os fariseus, foram os criadores do culto na sinagoga. Alguns deles eram membros do Sinédrio. Os escribas tiveram sua importância aumentada depois do ano 70 DC. Transmitiam fielmente as Escrituras hebraicas. Tinham tríplice função: a) Preservavam a lei, portanto, eram responsáveis pela transmissão escrita dos manuscritos e pela interpretação dos mesmos. b) Tinham discípulos e faziam conferências no templo. c) Eram chamados doutores da lei e mestres da lei, por serem juízes do Sinédrio. Não eram pagos pelo serviço que prestavam para ele; tinham que ganhar a vida por outros meios.
O conflito entre estes dois partidos político-religiosos (Saduceus e Fariseus) e os grupos extremistas (Os sicários e os zelotes) foi o desastre dos últimos anos da cidade de Jerusalém, o que facilitou sua invasão por Tito (70 DC).
Como o período Helenístico tem muitas informações e exerceu muita influência sobre Israel, em particular por causa da profecia de Daniel capítulo 11, os maiores detalhes foram colocados em temas separados: “Período Intertestamentário – Selêucidas e Ptolomeus” e “Revelação de Daniel capítulo 11” (ver menu no início da página).
3) Período Hasmoneano (167–63 AC):
No início desse período da História, os judeus submeteram-se a um jugo muito pesado. Os Ptolomeus tinham sido complacentes para com os judeus, permitindo suas práticas religiosas, mas os Selêucidas (na pessoa do rei Antíoco IV) empenharam-se tenazmente por impingir-lhes o helenismo (cultura grega). Instituiu-se como lei a destruição dos exemplares das Escrituras e o culto judaico foi proibido: a observância do shabbat, as proibições alimentares e até a circuncisão. Esse decreto foi cumprido com extrema desumanidade. No Templo de Jerusalém foi instalada uma estátua do deus grego Zeus (Júpiter para os romanos). O monarca estava determinado a dobrar os habitantes que se mostravam irredutíveis em não aceitar a cultura grega. Em 167 AC, Antíoco IV Epifânio conquistou Jerusalém que passou a ser permanentemente controlada por soldados. Ali, Antíoco IV cometeu sacrilégio matando um porco (animal imundo) no altar. Jesus se refere a este fato com as palavras: “Quando, pois, virdes o abominável da desolação situado onde não deve estar (quem lê entenda)” (Mt 24: 15; Mc 13: 14, extraído de Dn 9: 27; Dn 11: 31; Dn 12: 11), fato que se repetiria com a destruição do templo pelos romanos em 70 DC, e que também tem uma estreita relação com Dn 12: 11 sobre o final dos tempos. Os judeus oprimidos de rebelaram sob o comando de Judas Macabeu (Judas ben Matatias). Macabeu significa “martelo”. Sua família era conhecida como Hasmoneanos ou Hasmoneus, e viviam num vilarejo chamado Modiín. O líder era Matatias, pai de cinco filhos: Simão, Judas (o macabeu), Eleazar, João e Jônatas. A revolta eclodiu quando um grupo de gregos reuniu os habitantes do vilarejo na praça onde fora erguido um altar com ídolos. O general grego exigiu que João fizesse oferendas naquele lugar. Este, porém, recusou-se veementemente e sua atitude fez irromper a revolta. A revolta se transformou numa guerra, onde Matatias faleceu já em idade avançada, sendo seu filho, Judas Macabeu, nomeado general. Ele adotou a estratégia de guerrilhas, pegando o inimigo em ataques-surpresa. Judas queria retomar Jerusalém para purificar o templo. Mas, ao chegar ao templo sagrado, encontrou apenas desolação, ruínas, ídolos e estátuas por toda parte. Finalmente, os Macabeus expulsaram as tropas de Antíoco IV de Jerusalém.
A Revolta dos Macabeus durou de 167 a 160 AC. Judas Macabeu faleceu e foi sucedido por seu irmão Jônatas, que se tornou sumo sacerdote em Jerusalém por indicação do rei Selêucida Antíoco VI Dionísio (144-142 AC). Porém, no reinado de Antíoco VII Evérgeta ou Sideta (139-129 AC), Jerusalém foi novamente ocupada. Na época, o sumo sacerdote e governador da Judéia era João Hircano I (135-104 AC), o filho mais novo de Simão Macabeu e neto do sacerdote Matatias e, portanto, sobrinho do seu antecessor Jônatas Macabeu. Com a morte de seu pai Simão Macabeu, João Hircano I assumiu o cargo de sumo sacerdote e rei. Entretanto, o rei Selêucida Antíoco VII Evérgeta ou Sideta conquistou os judeus após um cerco de Jerusalém, e executou seus principais líderes. No ano de 116 AC, dois regentes selêucidas iniciaram uma disputa pelo trono, e isso foi um motivo para João Hircano I reafirmar a independência judaica e trazer Samaria e a Iduméia sob o controle de Jerusalém. Seu filho, Alexandre Janeu, rei da Judéia (103-76 AC), assaltou Ptolemaida (hoje chamada Acre, uma cidade da Galiléia, ao norte da Baía de Haifa) e herdou o trono do seu irmão Aristóbulo I (que havia morrido), casando-se com sua cunhada Salomé Alexandra, pela lei do levirato. Alexandre Janeu expandiu o Reino Hasmoneu (Asmoneu ou Hasmoneano) e estabeleceu a capital na cidade de Gamla (81 AC), onde é agora a Cidade de Golã. Em 65–64 AC, o Império Selêucida foi anexado à República Romana. Assim, terminou também o Período Hasmoneano, e teve início o período romano, quando Pompeu invadiu Jerusalém (63 AC). O segundo templo construído por Esdras era uma fortaleza tão poderosa que resistiu ao cerco de Pompeu durante 3 meses.
4) O período Romano (63 AC–476 DC):
No ano de 63 AC, o general romano Pompeu (Cneu Pompeu Magno) conquistou Jerusalém, e as províncias da Palestina se subjugaram ao domínio romano. Morto Pompeu no Egito em 49 AC, Caio Júlio César (49-44 AC) subiu ao poder da República Romana e se proclamou ditador vitalício. Morreu assassinado e a partir daí houve uma disputa de poder entre Marco Antônio (um célebre militar e político romano) e Caio Júlio César Otaviano Augusto, conhecido por César Augusto. A Batalha de Áccio em 31 AC., perto de Actium na Grécia, entre Marco Antônio e Otaviano, foi vencida por este e marcou a data do fim da República e início do Império Romano. Foram 15 anos de guerra civil nessa transição de República para Império (44-29 AC). César Augusto reinou como imperador de 29 AC a 14 DC. O governo de cada região ficava parte do tempo a cargo de príncipes e, no restante, sob a responsabilidade de procuradores nomeados pelo imperador. Augusto nomeou Herodes, o grande, governador sobre a Palestina na época do nascimento de Cristo.
A partir daí, muitos imperadores se seguiram até a queda do Império Romano. Em geral, a expressão queda do Império Romano refere-se ao fim do Império Romano do Ocidente, ocorrido em 476 DC, com a tomada de Roma pelos Hérulos, uma vez que a parte oriental do Império, que posteriormente os historiadores denominariam Império Bizantino, continuou a existir por quase mil anos, até 1453, quando ocorreu a Queda de Constantinopla pelos turcos otomanos. A queda do Império Romano do Ocidente foi causada por uma série de fatores, entre os quais as invasões bárbaras que causaram a derrubada final do Estado. Os Hérulos foram uma tribo germânica, possivelmente originária do sul da Escandinávia (Dinamarca, Suécia e Noruega) e invadiram o Império Romano no século III. Os Hérulos junto com os Godos participaram de várias expedições saqueando o mar Negro e o mar Egeu.
Embora desde 64 DC (quando Nero mandou supliciar os cristãos de Roma) houvesse perseguições ao Cristianismo, estas eram irregulares. As perseguições organizadas contra os cristãos surgem a partir de Trajano. Ele foi imperador romano de 98 a 117 DC. Em 112 DC ele fixou o procedimento contra os cristãos. Os cristãos eram acusados de superstição e de ódio ao gênero humano. Se fossem cidadãos romanos eram decapitados; se não, podiam ser atirados às feras ou enviados para trabalhar nas minas.
Depois dele, as principais perseguições foram ordenadas pelos imperadores: Adriano (117-138 DC), Antonino Pio (138-161 DC), Marco Aurélio (161-180 DC), Cômodo Antonino (180-192 DC), Septímio Severo (193-211 DC), Geta (189-211 DC), Décio (249-251 DC), Valeriano (253-260 DC), Aureliano (70-275 DC), Diocleciano (284-305 DC) e Maximiano (285-305 DC, governando junto com Diocleciano), um período conhecido como a Grande Perseguição.
Imperadores favoráveis aos Cristãos:
• Nerva (Marcus Cocceius Nerva – 96-98 DC) não perseguiu os cristãos; pelo contrário, cessou de perseguir cristãos e judeus durante seu governo.
• Marco Aurélio Severo Alexandre (Marcus Aurelius Severus Alexandrus – 222-235 DC), vulgarmente designado por Alexandre Severo foi o último dos imperadores da dinastia dos Severos. Bem intencionado, mas sem apoio político e militar, morreu assassinado durante um motim da XXII legião Primigenia. Tratou de maneira afável os cristãos. A XXII legião Primigenia (Legio Seconda Vigesima Primigenia ou Legio XXII Primigenia, “a vigésima-segunda legião afortunada”) foi uma legião do exército imperial romano dedicada à deusa Fortuna Primigenia. Foi criada em 39 DC pelo imperador Calígula para ser utilizada em suas campanhas pela Germânia (Alemanha).
• Flávio Joviano (Flavius Iovianus – 363-364 DC), um cristão que, diferentemente de seu antecessor apóstata, Flávio Cláudio Juliano, que havia promovido um retorno ao paganismo, reconduziu o Império ao Cristianismo.
• Flávio Graciano Augusto (Flavius Gratianus Augustus – 367-383 DC), que favoreceu claramente a religião cristã contra o paganismo, recusando-se a repetir os rituais pagãos dos imperadores anteriores e tirando o Altar da Vitória do senado em 382 DC. O Altar da Vitória era uma estátua de ouro e havia sido colocada na sala do senado em homenagem à deusa Vitória pelo imperador César Augusto em 29 AC para comemorar a derrota de Marco Antônio e Cleópatra na batalha de Actium (Grécia), pois se opuseram a ele. Os senadores romanos não gostaram da retirada da estátua, uma vez que, durante séculos, eles juravam solenemente diante dela, recitavam orações e faziam libações de vinho e queimavam incenso.
Deus está presente na História vol. 1 (PDF)
Deus está presente na História vol. 2
Deus está presente na História vol. 3
God is present in History vol. 1 (PDF)
God is present in History vol. 2
God is present in History vol. 3
Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti
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