A Crise do 3º século (235-284 DC) após a dinastia Severa abalou o Império Romano do Ocidente, levando ao seu declínio; dinastia Gordiana, Valeriana e os imperadores soldados.

The Crisis of the 3rd Century (235-284 AD) after Severan Dynasty shook the Western Roman Empire, taking it to its decline; Dynasties: Severan, Gordian, Valerian and the ‘soldier emperors.’


Imperadores Romanos e a crise do terceiro século




Não se esqueça que todos esses temas sobre imperadores romanos foram escritos para dar o entendimento da profecia do apóstolo João em Apocalipse sobre Roma, onde Deus a chama de ‘a grande meretriz’.

VI) Dinastia Severa (193-235 DC): Septímio Severo, Públio Sétimo Geta, Lúcio Septímio Bassiano (Caracala), Marco Opélio Macrino, Marco Aurélio Antonino (Heliogábalo ou Elagábalo), Severo Alexandre.


Dinastia Severa – Septímio Severo Dinastia Severa – Caracala Dinastia Severa – Geta
Septímio Severo, Caracala, Geta

Dinastia Severa – Macrino Dinastia Severa – Heliogábalo Dinastia Severa – Alexandre Severo
Macrino, Heliogábalo, Alexandre Severo


1) Lúcio Septímio Severo ou Septímio Severo – r. 193-211 DC (18 anos)
Fev. 193-198 – governou como único imperador
198-211 – governou junto com seu filho mais velho: Caracala
209-211 – governou junto com seus filhos: Caracala e Geta
Nome de nascimento: Lúcio Septímio Severo (Lucius Septimius Severus)
Nome de imperador: César Lúcio Septímio Severo Pertinax Augusto (Caesar Lucius Septimius Severus Pertinax Augustus)
Pai biológico: Públio Septímio Geta, que obteve a cidadania romana no século I
Mãe: Fúlvia Pia, descendente cidadãos italianos e habitantes do Norte da África
Esposa: Júlia Domna, uma mulher árabe da Síria
Filhos: Lúcio Septímio Bassiano (Caracala) e Públio Septímio Geta. Geta foi assassinado pelo seu irmão mais velho, pouco depois da morte do seu pai.

Septímio Severo foi o primeiro cidadão oriundo de província, sem ascendentes romanos, a atingir o trono. Severo era de origem berbere (povos ao Norte da África, de línguas afro-asiáticas, portanto, língua não grega, que chamavam a si mesmos, ‘homens livres’) e púnica (relativo à cidade de Cartago). Os romanos chamavam os cartagineses de Punici, originado do nome ‘Poenici’, ou seja, de ascendência fenícia, daí o adjetivo ‘púnico’. A palavra berbere parece ter surgido após o fim do Império Romano. O seu uso no período precedente não é admitido por todos os historiadores da Antiguidade.

Guerras Púnicas foi uma série de três conflitos entre a República Romana e a República de Cartago, uma cidade-estado fenícia ao norte da África (entre 264-146 AC), disputando o senhorio sobre o Mar Mediterrâneo. Os romanos chamavam os cartagineses de Punici, originado do nome ‘Poenici’, ou seja, de ascendência fenícia. As Guerras Púnicas durante a República Romana se restringiram ao domínio de Roma sobre o Norte da África, envolvendo a península Ibérica e algumas ilhas do Mediterrâneo Ocidental. A Primeira Guerra Púnica foi em 264-241 AC. A Segunda, em 218-202 AC; e a Terceira, em 149-146 AC.

Em sua origem, o termo ‘bárbaro’ – do latim, barbarus, e derivado do grego antigo: βάρβαρος, bárbaros (‘estrangeiro’) – era uma palavra utilizada pelos gregos para designar os outros povos, aqueles cuja língua lhes era incompreensível, ou seja, os não gregos. A palavra ‘bárbaro’ não tinha, originalmente, uma conotação pejorativa, significando simplesmente ‘não grego’, ou seja, um termo aplicado a toda pessoa cuja língua não era compreendida pelos gregos ou a alguém que se exprimisse por onomatopéias (‘bar-bar’), segundo a percepção dos gregos.

Entre 193 e 197, Severo competiu pelo trono com Pescênio Níger e Clódio Albino. Por isso, contava com o apoio do exército romano, tanto das tropas da marinha como das tropas de guerra em terra e dos soldados pretorianos.
Na guerra contra o Império Parta, ele teve sucesso, e a Mesopotâmia voltou a estar sob domínio Romano. Ao regressar a Roma, o povo ergueu um Arco do Triunfo a fim de comemorar esta vitória.


Arco de Septímio Severo
Arco de Septímio Severo


As suas relações com o senado nunca foram boas, pois se tornara impopular entre os senadores ao demarcar o seu poder com apoio do exército. Ordenou que dúzias de senadores fossem executados sob acusações de corrupção e conspiração, e substituiu-os por homens fiéis à sua causa. Dissolveu a guarda pretoriana e substituiu-a pela sua própria guarda pessoal (legionários da Panônia) para ter total controle político e sua segurança pessoal. Embora sua ânsia de poder tornasse Roma numa ditadura militar, Septímio Severo foi muito popular entre o povo romano por ter ele restabelecido a moralidade, após os anos decadentes do governo de Cômodo e por conseguir conter a corrupção.
Preocupado com a instabilidade mental de Caracala, fez com que Geta (209) se tornasse César, segundo posto de comando após o imperador.
Nos seus últimos anos teve de defender as fronteiras dos ataques dos bárbaros ao Império Romano, especialmente as revoluções na Britânia; por isso, Severo mandou reforçar o Muro de Adriano.
Segundo a História, ele foi um bom imperador para os interesses romanos, embora também tenha perseguido os cristãos, ao fomentar ativamente o sincretismo religioso. Os cristãos que não abandonassem a sua fé para aceitar os deuses romanos e de outros povos eram mortos.
Morreu em 211 DC aos 64 anos por causas naturais (enfraquecido pela gota, ao que parece). Quando morreu foi proclamado Divus (divino) pelo senado.

À sua morte recebeu o nome de: Imperator Caesar Lucius Septimius Severus Pius Pertinax Augustus Arabicus Adiabenicus, Particus Maximus, Britanicus Maximus, Pontifex Maximus, Tribuniciae Potestatis XIX, Imperator XV, Consul IV, Pater Patriae.
• Ele adotou o apelido de Pio em 195
• Arábico Adiabênico – por causa da vitória sobre a cidade de Adiabene e sobre os povos da Arábia em 195
• Pártico Máximo – por causa da vitória sobre o Império Parto em 198
• Britânico Máximo – por causa da vitória em 209 sobre os Caledônios (conjunto de tribos celtas; povos do Oeste da Europa) na Escócia.
• Tribuniciae Potestatis, em latim, é escrito em italiano como ‘Tribunicia potestas’ ou ‘tribunicia potestate’, que significa o poder dado aos tribunos do povo na Roma antiga. Desde a época de Augusto César, o título também foi dado a todos os imperadores romanos, e isso se baseava nas sacrossantas implicações do cargo de tribuno. Este título garantia ao imperador a inviolabilidade de seu cargo, bem como lhe dava a oportunidade de legislar livremente.


Os bárbaros-mapa
Partas, Caledônios e Escotos

Os celtas
Celtas


As mulheres da dinastia Severa, começando com a esposa de Septímio Severo, Júlia Domna, foram bastante ativas no avanço das carreiras de seus parentes do sexo masculino. Outras mulheres notáveis que exerceram o poder por trás das cenas neste período incluem Júlia Mesa (Julia Maesa), irmã de Júlia Domna, e as duas filhas de Júlia Mesa, Júlia Soêmia (Julia Soaemias), mãe de Heliogábalo, e Júlia Avita Mamea (Julia Avita Mamaea), mãe de Alexandre Severo.

2) Públio Sétimo Geta ou Geta – r. 209-211 DC (2 anos)
Nome de nascimento: Públio Sétimo Geta
Pai biológico: Lucius Septimius Severus
Mãe: Julia Domna
Esposa: Não teve
Filhos: Não teve
Irmão: Lúcio Septímio Bassiano (Caracala)
Morte: 22 anos de idade, assassinado por seu próprio irmão, Caracala.

Geta compartilhou o poder com seu pai, Septímio Severo, e com seu irmão mais velho Caracala, a partir de 209.
Durante seu império, Geta ordenou a construção de muitos templos pagãos e perseguiu intensamente os cristãos, punindo-os com morte. Não teve filhos.
Morreu assassinado com 22 anos de idade, a mando de seu irmão Caracalla. A História conta que Caracalla tentou matar Geta durante o festival de Saturnália sem sucesso. Mais tarde, ele marcou um encontro com seu irmão nos aposentos de sua mãe, e ele morreu em seus braços, assassinado por centuriões.

Quanto à Saturnália, nós sabemos que em Roma, 25 de dezembro era a data em que os romanos comemoravam o início do inverno ou solstício de inverno, festividade romana dedicada ao nascimento do deus sol invencível (Dies Natalis Solis Invicti), o deus cultuado pelos soldados. A Saturnália, festividade em honra ao deus Saturno, era comemorada de 17 a 22 de dezembro. Era um período de alegria e troca de presentes. O título ‘Invictus’ era também aplicado a três outras divindades: El Gabal (o deus sol de Heliogábalo, na Síria), o deus persa Mitra e também a Marte. O dia 25 de dezembro era tido também como o do nascimento do misterioso deus persa, Mitra, o Sol da Virtude, provavelmente também conhecido pelos romanos como Mitras, o deus que estava presente na carne e no sangue do touro e, quando consumido, concedia salvação àqueles que tomavam parte da refeição sacrificial. O único problema com ela para nós, cristãos, é que após a aceitação do Cristianismo pelos imperadores romanos que se sucederam esta data passou a ser ligada ao nascimento de Cristo, sendo corrompida e instituída como uma festa cristã no século IV pela Igreja Ocidental (A primeira celebração de Natal em Roma ocorreu, provavelmente, no ano 336 DC) e desde o século V, pela Igreja Oriental.

3) Marco Aurélio Severo Antonino Augusto (Lúcio Septímio Bassiano) ou Caracala – r. 198-211 DC (13 anos), em co-regência com o pai, e 211-217 (r. 6 anos) como único governante.
Nome do nascimento até 195: Lúcio Septímio Bassiano. Nasceu em Lugdunum, na Gália (agora Lyon, na França) em 188 DC
De 195 a 198: Marco Aurélio Antonino César (Marcus Aurelius Antoninus Caesar)
De 198 a 211: César Marco Aurélio Antonino Augusto (Caesar Marcus Aurelius Antoninus Augustus)
De 211 até sua morte (217): César Marco Aurélio Severo Antonino Pio Augusto (Caesar Marcus Aurelius Severus Antoninus Pius Augustus)
Nome pelo qual era conhecido (nome oficial): Marco Aurélio Severo Antonino Augusto (Marcus Aurelius Severus Antoninus Augustus)
Apelido: ‘Caracala’ era um apelido referindo-se a uma longa capa gaulesa com capuz que ele habitualmente usava.
Pai biológico: Lúcio Septímio Severo (Lucius Septimius Severus)
Mãe: Júlia Domna
Esposa: Públia Fúlvia Plaucila (Fúlvia Plaucila ou Plaucila)
Filhos: uma filha de nome desconhecido
Irmão: Geta
Morte: com 29 anos de idade, apunhalado pelas costas por Macrino, o prefeito da guarda pretoriana.

Com a idade de 7 anos, o seu nome foi mudado para Marco Aurélio Septímio Severo Antonino para se fazer uma ligação à família do imperador Marco Aurélio. Isso foi uma adoção fictícia por parte de Septímio Severo, pois ele foi o primeiro cidadão oriundo de província, sem ascendentes romanos a atingir o trono. Caracala mudou de nome várias vezes entre 195 e 217, mas seu nome mais conhecido é Marco Aurélio Severo Antonino Augusto. Após 211 DC, quando começou a reinar como único governante, ele recebeu o nome completo de César Marco Aurélio Severo Antonino Pio Augusto, e o usou até sua morte.

Em 202, ele se casou Públia Fúlvia Plaucila, filha do prefeito da guarda pretoriana, Caio Fúlvio Plauciano, mas não gostava dela nem do sogro. Depois da queda de Plauciano, em 205 DC, Caracala mandou exilá-la.

Poucos anos mais tarde, sua instabilidade mental se intensificou e quase esfaqueou o pai pelas costas perante todo o exército. Ele gostava de se mostrar um imperador guerreiro, fazendo guerra contra os países vizinhos. Entretanto, sua popularidade caiu devido à sua política militar agressiva, à elevação do salário dos soldados e de uma política de construção que exigia mais impostos dos súditos, como, por exemplo, a construção das ‘Termas de Caracala’ em Roma. Concedeu cidadania romana (‘Édito de Caracala’ – 212 DC) a todos os súditos livres do império para, assim, cobrar mais impostos. Também promoveu algumas mudanças na área monetária, com a introdução da nova moeda, o Antoniniano. Essas atitudes e outras como sua instabilidade mental, suas várias perversões e o tratamento brutal aos seus adversários (como o massacre que promoveu entre os membros da aristocracia grega de Alexandria durante uma festividade de comemoração a Alexandre o Grande) fizeram com que se tornasse odiado, especialmente pela velha aristocracia do senado romano, comparando-o com um monstro à semelhança de Nero e outros maus imperadores. Em 217 foi apunhalado pelas costas, por uma trama de Macrino, seu prefeito pretoriano. Macrino não era membro da Dinastia Severa, mas o sucedeu no governo.

4) Marco Opélio Macrino ou Macrino – r. 217-218 DC (14 meses).
Nome do nascimento à ascensão: Marco Opélio Macrino (Marcus Opellius Macrinus)
Nome como imperador: César Marco Opélio Severo Macrino Augusto (Caesar Marcus Opellius Severus Macrinus Augustus)
Esposa: Nônia Celsa
Filho: Marcus Opelius Diadumeniano (nascido em 208; viveu apenas 10 anos)
Morte: com 53 anos de idade, executado por Heliogábalo, que se tornou imperador.

Macrino proclamou-se imperador após assassinar Caracala durante a campanha contra os partos, com os quais fez uma paz pouco honrosa. Ele era natural da Mauritânia Cesariense, uma província do localizada no norte da África onde hoje está a Argélia. Sua capital era Cesaréia (e daí o nome Cesariensis), a moderna Cherchel. Macrino era um excelente advogado e isso favoreceu seu cargo de prefeito da guarda pretoriana (guarda pessoal do imperador) de Caracala, mas ele tinha responsabilidades cada vez mais administrativas e judiciárias. Macrino não pertencia ao senado e sim à ordem eqüestre, ou seja, à ordem dos cavaleiros, um cargo aristocrático que surgiu após a extinção da tropa de cavalaria do exército romano. Macrino governava de Antioquia na província da Síria, pois era impopular entre a plebe romana, principalmente durante as corridas no Circo Máximo (onde ocorriam as corridas de bigas), onde ele era vaiado ao aclamar a família imperial, assim como era odiado pelos da classe eqüestre e pelos membros do senado. Estas corridas eram oferecidas em homenagem ao aniversário do filho do imperador, Diadumeniano, que havia sido associado por seu pai Macrino ao império. Quando reduziu o soldo dos soldados recrutas para compensar a atitude de Caracala, tornou-se ainda mais impopular. Após um golpe militar da Terceira Legião, instigada pela tia avó materna de Caracala (Júlia Mesa), Macrino e Diadumeniano, seu filho, tentaram fugir, mas foram executados (218 DC), quando Bassiano (Heliogábalo) foi empossado como imperador.

5) Marco Aurélio Antonino, também conhecido como Heliogábalo ou Elagábalo – r. 218-222 DC (4 anos).
Nome de nascimento: Sexto Vário Avito Bassiano (Sextus Varius Avitus Bassianus), nasceu na Síria. Manteve este nome até sua coroação.
Nome como imperador: César Marco Aurélio Antonino Augusto.
Só recebeu o apelido de Heliogábalo após a sua morte.
Pai biológico: Sexto Vário Marcelo, da classe eqüestre, depois feito senador.
Mãe: Júlia Soêmia Bassiana (Julia Soaemias). Sua irmã mais nova era Júlia Avita Mamea (Julia Avita Mamaea). A mãe de Júlia Soêmia Bassiana (Júlia Mesa; latim: Julia Maesa) era irmã de Júlia Domna, esposa do imperador Septímio Severo.
Esposas:
• 1) Júlia Cornélia Paula (Iulia Cornelia Paula), filha de Júlio Cornélio Paulo, governador pretoriano em Roma. Um ano depois do casamento, Heliogábalo se divorciou dela para se casar com Aquília Severa, uma virgem vestal, o que foi considerado um escândalo.
• 2) Júlia Aquília Severa (Iulia Aquilia Severa), uma virgem vestal. As vestais (em latim, virgo vestalis), na Roma Antiga, eram sacerdotisas que cultuavam a deusa romana Vesta (corresponde à deusa grega Héstia, na mitologia grega, a deusa virgem grega do lar, lareira, arquitetura, vida doméstica, família e estado). Trata-se de um sacerdócio exclusivamente feminino de seis mulheres escolhidas entre de seis e dez anos de idade, que serviam durante trinta anos. Durante esse período, as virgens vestais eram obrigadas a preservar sua virgindade e castidade, pois qualquer atentado a esses símbolos de pureza significariam um sacrilégio aos deuses romanos e, portanto, também à sociedade romana. A punição por quebrar o voto de castidade de trinta anos era a morte por enterro vivo. Como o imperador era um seguidor da religião oriental do deus sol El-Gabal, quando se casou com Severa ele também realizou um casamento simbólico de seu deus com Vesta. Mas o casamento foi revogado por Júlia Mesa, avó de Heliogábalo. Ele, então, se casou com a 3ª esposa:
• 3) Ânia Faustina, descendente da dinastia Nerva-Antonina. Ela já era casada (206) com o cônsul Pompônio Basso, e tinha um casal de filhos. Dois anos depois, quando seus pais morreram, Ânia herdou as propriedades e a fortuna deles. Heliogábalo se casou com ela em 221 concedendo-lhe o título de Augusta, e adicionando o nome de Júlia ao dela. Ele queria que ela lhe desse um herdeiro, para que o seu primo materno (Alexandre Severo) não fosse o sucessor. Mas como ela não engravidou, no mesmo ano ele se divorciou dela e voltou para sua antiga esposa, a virgem vestal Júlia Aquília Severa, que permaneceu com ele até sua morte. Eles não tiveram filhos. Depois do divórcio, Ânia voltou para suas terras na Psídia, uma região de Anatólia (Turquia), e lá morreu com 21 anos de idade.
Filho adotivo: Alexandre Severo
Morte: com 19 anos de idade, assassinado.

Sexto Vário Avito Bassiano (César Marco Aurélio Antonino Augusto, ou Heliogábalo), em tenra idade (2 anos) foi nomeado para ser sacerdote de El-Gabal (Elagabalus, em Latim; ou Heliogabalus em Grego, que era o ‘Deus-Sol’ sírio, chamado El-Gabal, em aramaico) na sua cidade natal, Emesa (uma cidade da Síria, perto de Damasco e Alepo). El-Gabal era representado por um pênis (símbolo de fertilidade e poder), por isso o apelido “Heliogábalo”.

Ele se tornou imperador com 14-15 anos de idade, e começou um reinado caracterizado principalmente por escândalos sexuais e controvérsias religiosas. Segundo historiadores antigos, Heliogábalo também mantinha relações com vários homens e alegam que ele tinha uma relação muito mais estável com seu condutor de biga (Hiérocles) do que com qualquer de suas esposas. Provavelmente, ele mostrou desrespeito às tradições religiosas romanas e tabus sexuais. Substituiu Júpiter (o deus romano do dia, identificado como o deus Grego Zeus) no Panteão Romano, por El-Gabal, obrigando membros importantes do governo de Roma a participarem em rituais que celebravam esta divindade, liderados por ele próprio. Isso o distanciou da guarda pretoriana, do senado e dos cidadãos. Como muitas histórias foram inventadas em relação a Heliogábalo, os novos historiadores tentam separar os fatos reais da ficção, preservando com maior cautela a visão deste personagem e seu reinado.

Quando Heliogábalo se casou de novo com Júlia Aquília Severa, ele tentou assassinar o seu primo Alexandre. Neste conflito, sua avó Júlia Mesa e o senado apoiaram Alexandre, e Heliogábalo com sua mãe Júlia Soêmia Bassiana foram tirados do palácio, arrastados pelas ruas, assassinados e jogados no rio Tibre pela guarda pretoriana, que então proclamou Alexandre Severo como Augusto. Ambos receberam o damnatio memoriae. Damnatio memoriae, em latim, significa: ‘danação da memória’, no sentido de remover da lembrança. Era uma forma de desonra que podia ser passada pelo senado aos traidores ou outros que trouxessem vergonha ao Estado romano.

6) Marco Aurélio Severo Alexandre Augusto (Alexandre Severo) – r. 222-235 DC (13 anos).
Nome de nascimento: Marco Júlio Géssio Bassiano Alexiano (do nascimento até a adoção por Heliogábalo)
Nome desde a adoção até à ascensão: César Marco Aurélio Alexandre
Nome como imperador: Marco Aurélio Severo Alexandre Augusto
Pai biológico: Marco Júlio Géssio Marciano
Mãe: Júlia Avita Maméia (Julia Avita Mamaea)
Esposas:
1ª esposa: Seia Erênia Salústia Bárbia Orbiana Augusta (em latim: Seia Herennia Sallustia Barbia Orbiana Augusta), conhecida também como Bárbia Orbiana ou somente Orbiana. Era filha do influente senador romano Seio Salústio. Foi imperatriz apenas por dois anos, e por causa de ciúmes por parte de sua sogra, que a tratava com crueldade, seu pai foi assassinado por acusação falsa de alta traição por tentar matar o imperador, e ela foi exilada para a África. Alexandre Severo pôde impedir, mas não o fez. Orbiana morreu com 18 anos de idade.
2ª esposa: Sulpícia Memia, membro de uma das mais antigas famílias Patrícias em Roma. Não há nenhuma outra informação sobre ela.
3ª esposa: não se sabe o nome.
Filhos: não teve.

Alexandre Severo foi o último dos imperadores da dinastia dos Severos.
Sua avó Júlia Mesa arranjou sua aclamação como imperador pela Terceira Legião Gaulesa, além de um rumor espalhado pela cidade de que ele tinha sido morto. Isso contribuiu para sua ascensão ao poder. Governando desde a idade de quatorze anos sob a influência de sua mãe, Júlia Avita Mamea, Alexandre restaurou, até certo ponto, a moderação que caracterizou o governo de Septímio Severo. Ele fez muito para melhorar a moral e condição do povo e empregou juristas para supervisionar a administração da justiça no Estado. O luxo excessivo e a extravagância na corte imperial foram diminuídos. Ele também restaurou os Banhos de Nero em 227 ou 229.
Restituiu o direito dos soldados, dando-lhes a liberdade de nomear seus herdeiros legais e o direito de libertar seus escravos em seus testamentos. Quando os soldados estavam em campanha, Alexandre garantiu a proteção de suas propriedades e o seu direito sobre elas, não podendo ser tiradas por ninguém.
Em matéria religiosa, Alexandre era mente aberta. Diz-se que ele estava desejoso de erigir um templo para Jesus, mas foi dissuadido pelos sacerdotes pagãos. Ele permitiu que uma sinagoga fosse construída em Roma e deu de presente a esta sinagoga um rolo da Torá. Tratou de maneira afável os cristãos.

A força crescente do império Sassânida (226-651) já anunciava o maior desafio externo que Roma enfrentou no século III. A subseqüente guerra contra a invasão alemã da Gália levou à sua derrubada pelas tropas ele estava conduzindo lá.
Bem intencionado, mas sem apoio político e militar, morreu assassinado com 27 anos de idade durante um motim da XXII legião Primigenia que apoiava Maximino Trácio. A XXII legião Primigenia (Legio Seconda Vigesima Primigenia ou Legio XXII Primigenia, “a vigésima-segunda legião afortunada”) foi uma legião do exército imperial romano dedicada à deusa Fortuna Primigenia. Foi criada em 39 DC pelo imperador Calígula para ser utilizada em suas campanhas pela Germânia (Alemanha). A vigésima-segunda legião passou a maior parte de sua existência em Moguntiaco (moderna Mainz, na Alemanha), na época, parte da Germânia Superior. Seus símbolos eram o capricórnio e o semideus Hércules. Alexandre Severo foi sucedido por Maximino Trácio. A mãe de Alexandre Severo também foi morta durante o motim.

A CRISE DO TERCEIRO SÉCULO (235-284)

Crise do terceiro século é o nome dado a uma série de acontecimentos ocorridos no Império Romano do Ocidente ao longo do século III ou, mais precisamente, do ano 235 ao ano 284. Durante este período, o império foi governado sucessivamente por cerca de dezoito imperadores legítimos (embora seu número exato seja impreciso), a maioria deles generais (‘os imperadores soldados’) que acabavam por perder o trono por derrota em combate, assassinato ou mortes naturais, e governando em média apenas dois a três anos. O número deles é impreciso, pois a listagem não leva em consideração os imperadores nomeados junto com pais e colegas, assim como desconsidera os pretendentes e usurpadores (os indivíduos que pretenderam assumir o título de imperador romano contra os legítimos ocupantes do cargo).

No fim do século II, ocorreu uma guerra civil de sucessão, que abalou profundamente o império. Na primeira metade do século seguinte, o império se manteve próspero e extenso, até que o poderoso Império Sassânida (foi o último Império Persa pré-islâmico, governado pela dinastia sassânida – 224-651 DC, e sucedeu o império parta, durando aproximadamente 400 anos), ao leste, começou a fazer ataques ao Império Romano. O imperador Valeriano e todo o seu exército de 70 mil homens foram capturados em 260 DC, e as províncias do leste foram devastadas.


Império Parta Império Sassânida
Império Parta e Império Sassânida


Durante cinqüenta anos da crise do terceiro século, Roma enfrentou uma pandemia de varíola ou sarampo, que também atingiu a Etiópia e Alexandria (Egito), e foi chamada de ‘Peste de Cipriano’, o bispo de Cartago (atual Tunísia) que a identificou. O império Romano também enfrentou a invasão dos Godos, ao norte do Império. Neste período, os imperadores se mostraram bastantes fracos no governo, diminuindo o poder do senado, anteriormente tão aristocrático, e se transformando num império militar. As legiões romanas, agora com maior poder, influenciavam mais facilmente a escolha dos imperadores para satisfazer suas necessidades imediatas, mas, infelizmente, eram imperadores despreparados e incompetentes.

A crise do terceiro século gerou transformações que, um pouco mais de um século depois (século V, 476 DC), puseram fim ao período conhecido como Antiguidade e deu início à Idade Média. Com a ascensão do imperador Diocleciano (284-305) encerrou-se a crise do terceiro século.

Resumindo: quase 50 anos de guerras civis, invasão estrangeira e um colapso na economia.

VII) Imperadores soldados – O ano dos seis imperadores

Dinastia Gordiana (238-244 DC):


Ano dos seis imperadores – Maximino Trácio Ano dos seis imperadores – Gordiano I Ano dos seis imperadores – Gordiano II
Maximino Trácio, Gordiano I, Gordiano II,

Ano dos seis imperadores – Pupieno Ano dos seis imperadores – Balbino Ano dos seis imperadores – Gordiano III
Pupieno, Balbino, Gordiano III


1) César Caio Júlio Vero Maximino Augusto, conhecido como Maximino Trácio ou Maximino I – r. 235-238 DC (3 anos).
Nome de nascimento: Caio Júlio Vero Maximino (Gaius Iulius Verus Maximinus)
Nome como imperador: César Caio Júlio Vero Maximino Augusto (Caesar Gaius Iulius Verus Maximinus Augustus)
Local de nascimento: Trácia (nordeste da Grécia, perto da Turquia)
Pai biológico: provavelmente um Godo (Os godos eram um povo germânico originário das regiões ao sul da Escandinávia: Dinamarca, Suécia e Noruega e que invadiu o Império Romano a partir do leste entre os séculos III e V).
Mãe: provavelmente uma Alana [Os alanos eram povos nômades iraniano-pastorais da Antiguidade. O nome Alan é uma forma dialética iraniana de Ariana, uma autodesignação comum dos Indo-iranianos]
Esposa: Cecília Paulina ou Diva Cecília Paulina Pia (Diva Caecilia Paulina Pia), pois foi deificada após sua morte
Filho: Caio Júlio Vero Máximo (viveu até 18 ou 21 anos de idade)
Morte: 65 anos (assassinado)

Maximino Trácio ou Maximino I foi o primeiro bárbaro que usou a púrpura imperial e o primeiro Imperador que nunca pôs pé em Roma. Foi também o primeiro dos Imperadores soldados do século III. O seu governo é freqüentemente considerado como o início da Crise do terceiro século. Seu único filho foi Caio Júlio Vero Máximo, nomeado César com mais ou menos 16 anos pelo seu pai. Maximino Trácio estava na fronteira do Danúbio em 238 quando o senado romano o condenou como traidor do Estado, e nomeou Pupieno e Balbino como imperadores, já depois da morte de Gordiano I e Gordiano II, eleitos anteriormente como imperadores na África. Maximino Trácio e seu filho voltaram à Itália, mas sua entrada foi impedida no distrito de Aquiléia, e levando as tropas de Maximino à fome, à sede e, conseqüentemente, a doenças. Os soldados da II Legião Pártica (Legio II Parthica ou Segunda Legião Parta), uma legião mobilizada pelo imperador Septímio Severo para a guerra contra os Partas, ficaram hostis. Eles tinham como símbolo, o touro e o centauro (um ser da mitologia grega com cabeça, braço e dorso de homem, mas corpo e pernas de um cavalo, e que simbolizava a força). Os soldados dessa legião rasgaram as insígnias das imagens militares das tropas de Maximino, declarando, assim, a sua deposição do poder, e mataram pai e filho. Suas cabeças foram levadas para Roma na ponta de uma lança, e os seus corpos foram mutilados e dados aos cães. O Senado elegeu Gordiano III imperador e ordenou o ‘damnatio memoriae’ de Maximino Trácio e Caio Máximo (Damnatio memoriae, em latim, significa: ‘danação da memória’, no sentido de remover da lembrança. Era uma forma de desonra que podia ser passada pelo senado aos traidores ou outros que trouxessem vergonha ao Estado romano). O avô e tio de Gordiano III (Gordiano I e Gordiano II foram proclamados imperadores na África enquanto Maximino Trácio ainda estava vivo). O governador da Numídia, que era aliado de Maximino Trácio, matou Gordiano II. Então, o senado, elegeu Pupieno e Balbino como imperadores, mas também foram mortos pela guarda pretoriana.

2) Gordiano I e Gordiano II (Marcus Antonius Gordianus Sempronianus Romanus) – pai e filho – r. 238 DC (36 dias)
Gordiano I:
Nome antes da ascensão ao trono: Marcus Antonius Gordianus Sempronianus Romanus Africanus
Nome como imperador: Caesar Marcus Antonius Gordianus Sempronianus Romanus Africanus Augustus
Local de nascimento: provavelmente na Frigia (Anatólia, atual Turquia)
Pai biológico: desconhecido, possivelmente Mécio Marulo (Maecius Marullus) ou Marco Antônio (Marcus Antonius)
Mãe: desconhecida, possivelmente Úlpia Gordiana ou Semprônia Romana
Esposa: desconhecida, possivelmente Fábia Orestila
Filhos: Marco Antônio Gordiano ou Gordiano II (Marcus Antonius Gordianus) e Antônia Gordiana, mãe de Gordiano III.
Morte: com 79 anos (enforcou-se ao saber da morte do filho Gordiano II)
Em Português seu nome é traduzido como Semprônio, ao passo que em Latim ou em Inglês é descrito como Semproniano (Sempronianus)

Gordiano II:
Nome antes da ascensão ao trono: Marco Antônio Gordiano Semprônio Romano (Marcus Antonius Gordianus Sempronianus Romanus)
Nome como imperador: Caesar Marcus Antonius Gordianus Sempronianus Augustus
Pai biológico: Marcus Antonius Gordianus Sempronianus Romanus (Gordiano I)
Mãe: desconhecida, possivelmente Fábia Orestila
Morte: com 46 anos, morto em batalha pelo governador africano da Numídia, que era aliado de Maximino Trácio
Em Português seu nome é traduzido como Semprônio, ao passo que em Latim ou em Inglês é descrito como Semproniano (Sempronianus)

Em 216 Gordiano I foi governador da Britânia, e cônsul no governo de Heliogábalo. Tanto ele como seu filho eram amantes da literatura. Ficou popular entre a plebe romana quando era um ‘edil’ e favoreceu magníficos jogos e espetáculos. Havia dois pares de edis: os primeiros eram os edis plebeus (latim: aediles plebis) e a posse deste cargo era limitada aos plebeus; os outros dois eram ‘edis curis’ (latim: aediles curules), abertos tanto a plebeus quanto a patrícios, em anos alternados. Um edil curis (aedilis curulis) era classificado como magister curulis (magistratura). Os ‘edis curis’ (Latim: aedilis curulis) na Roma Antiga, eram dois encarregados da preservação da cidade, da polícia, dos mercados e das ações penais correlatas, bem como da jurisdição civil contenciosa nas questões ali ocorridas. O caráter de Gordiano I era amável e ele tinha boa reputação por isso. Ele se desagradava de intrigas, principalmente as ocorridas no tempo do governo de alguns Severos. Preservou sua vida particular da curiosidade e das intrigas das pessoas. Gordiano I era descendente de Trajano. Como militar, Gordiano I ocupou a Província romana da Síria. No reinado de Alexandre Severo, Gordiano I já tinha mais de setenta anos e concedeu honras aos governos da África, sendo nomeado imperador pelos africanos durante uma revolta contra Maximino Trácio (por isso, assumiu o título de Africano). Preocupado com sua idade avançada, ele dividiu o trono com seu filho, Marco Antônio Gordiano (Marco Antônio Gordiano Semprônio Romano) ou Gordiano II, que poucos dias depois, invadiu e tomou o controle da cidade de Cartago (na Tunísia) saindo vitorioso e conquistando a aprovação da população e dos líderes políticos locais. Assim, o senado o confirmou como novo imperador, o que deixou a maioria das províncias contente. O governador da Numídia, porém, que era aliado de Maximino Trácio, invadiu a província da África com apenas uma legião e outras unidades veteranas. Gordiano II liderava uma tropa inexperiente. Perdendo a batalha de Cartago foi assassinado. Seu pai, ao saber da morte do filho, enforcou-se com uma correia.

Gordiano II nasceu aproximadamente no ano 192. Foi governador Acaia (ao sul da Macedônia, na Grécia) e depois, cônsul. Gordiano I lhe havia concedido um poder exatamente igual ao seu, exceto pelo título religioso de pontífice máximo. Gordiano II foi criado no palácio e acostumado com a pompa, o luxo e a ostentação da vida imperial. Gordiano II apreciava os jardins, as termas, os bosques e, da mesma forma que o pai, apreciava a literatura. Ele tinha 22 concubinas oficiais, e dois a quatro filhos de cada uma delas. Na sua biblioteca, ele tinha sessenta mil volumes, um legado deixado pelo seu professor. Por nomeação do seu pai, foi imperador em co-regência com ele e, logo em seguida invadiu e tomou o controle da cidade de Cartago (na Tunísia) saindo vitorioso e conquistando a aprovação da população e dos líderes políticos locais. Assim, o senado também o confirmou como novo imperador. Entretanto, o governador da Numídia, que era aliado de Maximino Trácio, invadiu a província da África com apenas uma legião e outras unidades veteranas. Gordiano II liderava uma tropa com um número maior de soldados, mas inexperientes em combates e muitos deles sem armas eficazes. Historiadores da época (como Herodiano) diziam que os soldados tinham que buscar em suas casas as espadas, os machados ou mesmo uma lança para poder lutar com alguma coisa, e mesmo os escudos de proteção eram feitos por eles mesmos. No dia da batalha, antes mesmo do ataque dos númidas, o exército sentiu medo e abandonou o campo; os soldados fugiram assustados. Na fuga, muitos foram pisoteados pelos próprios companheiros e morreram mais soldados pisoteados do que realmente pelas mãos inimigas. Perdendo a batalha de Cartago, Gordiano II foi assassinado, mas seu corpo nunca foi encontrado. Seu pai, ao saber da morte do filho, enforcou-se com uma correia. Após sua morte, ambos foram homenageados pelo senado.

3) César Marco Clódio Pupieno Máximo Augusto e César Décio Caelio Calvino Balbino Pio Augusto – r. 238 DC (96 dias).
Marco Clódio Pupieno Máximo (do nascimento à ascensão), ou César Marco Clódio Pupieno Máximo Augusto (como imperador), foi um imperador romano que faleceu 96–99 dias depois de ter subido ao poder, em 238. Foi aclamado imperador, juntamente com Balbino (Decio Caelio Calvino Balbino) pelo Senado de Roma, depois da morte de Gordiano I e de Gordiano II. O Senado reuniu-se em sessão fechada no Templo de Júpiter Capitolino e votou por dois membros da comissão para serem empossados como co-imperadores – Pupieno e Balbino. Os dois imperadores foram nomeados como pontífices máximos, sumos sacerdotes dos cultos oficiais.

Pupieno era de origens humildes, sem qualquer ligação patrícia à tradição romana. No entanto, teve muito sucesso na sua carreira de administração da província romana: foi procônsul na Germânia e na Ásia Menor e prefeito urbano, sendo considerados cargos administrativos de grande nomeação no Império Romano. Era um dos senadores mais antigos, rico e bem relacionado. Governou conjuntamente com Balbino (Décio Caelio Calvino Balbino Pio) durante muito pouco tempo (3 meses de reinado: abril–julho 238), na época em que se promoveu o ainda adolescente Gordiano III a César, e Maximino Trácio ou Maximino I foi assassinado.

Décio Caelio Calvino Balbino era um patrício desde o nascimento, e filho de Caelio Calvino, que foi comissário do Senado romano para supervisionar a administração da Capadócia em 184. Ele era um dos sacerdotes sálios de Marte. Sálios – chamados de ‘sacerdotes que pulam’ (do verbo salio, pular, saltar) – eram 12 rapazes patrícios vestidos com roupa de guerreiro e tiaras sacerdotais, que serviam o deus grego Marte, deus da guerra, e andavam por Roma carregando os escudos, dançando e cantando. Um dos 12 escudos, segundo a lenda, havia caído do céu, e onde ele fosse preservado, as pessoas seriam as dominantes da terra. Mais tarde em sua carreira, ele foi Cônsul. Enquanto Pupieno marchava para Ravena (província ao nordeste da Itália) para supervisionar a campanha contra Maximino Trácio, Balbino permaneceu em Roma, mas não conseguiu manter a ordem pública. Após o retorno vitorioso de Pupieno, Balbino suspeitou que seu colega quisesse suplantá-lo, e eles começaram a viver em diferentes partes do palácio imperial, onde mais tarde foram assassinados brutalmente pela Guarda Pretoriana, que se sentiu ofendida pelo Senado e desejou ter alguém no poder escolhido e controlado por ela. Balbino tinha 73 anos de idade quando morreu. Pupieno tinha por volta de 68–73 anos nesta época.

4) Marco Antônio Gordiano Pio ou Gordiano III – r. 238-244 DC (6 anos).
Nome antes da ascensão ao trono: Marco Antônio Gordiano Pio
Nome como imperador: César Marco Antônio Gordiano Pio Augusto
Pai biológico: o nome de seu pai é desconhecido; só se sabe que era um senador romano
Mãe: Antônia Gordiana, filha de Gordiano I e irmã de Gordiano II
Esposa: Furia Sabina Tranquilina
Filha: Furia
Morte: com 19 para 20 anos, durante a guerra contra o império sassânida

Gordiano III tornou-se César (= júnior) e, pouco depois, Augusto (= sênior) quando tinha ainda treze anos de idade, no ano de 238. Mesmo sendo jovem, no seu reinado o império conheceu certa estabilidade e um período de vitória, principalmente nos três primeiros anos (238-241), pois tanto o imperador quanto seus conselheiros continuaram a política Gordiano I. A partir daí houve uma mudança. Caio Fúrio Sabino Áquila Timesiteu, administrador público romano e especialista em finanças, era também um militar bem sucedido e eficiente, sendo nomeado pelo imperador como prefeito pretoriano. Neste mesmo ano (241), Gordiano III se casou com Tranquilina, filha de Timesiteu. A única filha desta união tinha o nome de Furia. Ainda em 241 DC, Gordiano III e Timesiteu empreenderam uma campanha contra o exército Sassânida e venceram. Gordiano, apoiado em Timesiteu, reforçou as fronteiras africanas do império, recuperou a Síria, reconquistou Carras (atual Harã, ao sul da Turquia) e conseguiu mesmo reocupar toda a Mesopotâmia. Mas em 243 Timeseu contraiu malária e morreu pela doença. Então, apareceu um personagem ambicioso como Filipe, o árabe, para a vaga de prefeito da guarda pretoriana. Gordiano, fragilizado pela morte do seu sogro e aliado, não mais conheceu a tranqüilidade no seu governo. Gordiano III foi derrotado e morto na Batalha de Misiche contra o império sassânida (244 DC). Alguns citam Filipe, o árabe como seu assassino, mas nada foi provado quanto a isso. Gordiano III morreu com 20 anos de idade.

VIII) Imperadores soldados

Quatro imperadores se seguiram até a Dinastia Valeriana, com Públio Licínio Valeriano (253-260) e a divisão do Império em três reinos: Roma, Gália e Palmira. Os quatro imperadores são: Filipe, o árabe; Trajano Décio, Treboniano Galo e Emiliano.


Quatro imperadores do 3º século – Filipe o árabe Quatro imperadores do 3º século – Trajano Décio Quatro imperadores do 3º século – Treboniano Galo Quatro imperadores do 3º século – Emiliano
Filipe, o árabe; Décio, Treboniano Galo e Emiliano


1) Marco Júlio Filipe (Marcus Iulius Philippus), conhecido como Filipe, o árabe – r. 244-249 DC (5 anos).
Nome de nascimento: Marco Júlio Filipe
Nome como imperador: César Marco Júlio Filipe Augusto
Pai biológico: Júlio Marino
Irmão: Caio Júlio Prisco
Esposa: Márcia Octacília Severa
Filhos: Marco Júlio Severo Filipe (Filipe II), Júlia Severa ou Severina e Quinto Filipe Severo (os dois últimos não confirmados pelos historiadores). Marco Júlio Severo Filipe (Filipe II) foi morto em Roma no governo de Décio.
Morte: com 45 anos, provavelmente em guerra nas províncias danubianas, sob o comando de Décio

Marco Júlio Filipe, conhecido como Filipe, o árabe (devido à origem de sua família), recebeu o nome de imperador Caesar Marcus Iulius Philippus Augustus. Pouco é sabido sobre o modo de vida e a carreira de Filipe. Viveu em Shahba (atualmente, um local desconhecido), ao sul-sudeste de Damasco, na Síria. Era filho de Júlio Marino, um cidadão romano local, descendente de uma aristocrática família de origem árabe. Muitos historiadores acreditam que apesar da ascendência árabe, ganhou cidadania romana, graças ao seu pai, um homem de influência considerável. A História diz que ele teve um irmão, Caio Júlio Prisco. Filipe casou-se com Márcia Octacília Severa e em 238 DC teve com ela um filho, Marco Júlio Severo Filipe, o futuro Filipe II. Outros filhos são mencionados: Júlia Severa ou Severina, e Quinto Filipe Severo, que os historiadores não confirmam. Firmou a paz com o exército persa, mas foi derrotado pelos exércitos das províncias danubianas, sob o comando de Décio, que o sucedeu.

2) César Caio Méssio Quinto Trajano Décio Augusto – r. 249-251 DC (2 anos).
Nome de nascimento: Caio Méssio Quinto Trajano Décio (Gaius Messius Quintus Traianus Decius)
Nome como imperador: César Caio Méssio Quinto Trajano Décio Augusto (Caesar Gaius Messius Quintus Traianus Decius Augustus)
Esposa: Herênia Etruscila (Annia Cupressenia Herennia Etruscilla)
Filhos: Hostiliano e Herênio Etrusco, considerado seu herdeiro, mas que morreu em batalha em 251 DC
Morte: 50 anos de idade, na batalha contra os Godos.

Décio era um general muito tradicional e que acreditava nas tradições romanas. Filipe, o Árabe estava sempre ausente das batalhas e isso deixou os exércitos das fronteiras bastante insatisfeitos. Décio derrotou os exércitos de Filipe, o Árabe na batalha ao norte de Itália, perto de Verona. Seu filho, Marco Júlio Severo Filipe, o futuro Filipe II, foi morto em Roma. Décio observou o poder crescente dos cristãos, e determinou-se a reprimi-los; construiu templos pagãos, reforçou os cultos e sacrifícios do passado em todo o império. Vendo as igrejas cristãs cheias de discípulos e os templos pagãos esvaziados, empreendeu a oitava perseguição contra o Cristianismo. A crueldade empreendida nesta perseguição lhe deu um lugar comparável ao do imperador Nero. Casou-se com Herênia Etruscila, e teve dois filhos: Hostiliano e Herênio Etrusco, considerado seu herdeiro, mas que morreu na batalha de Abrito contra os Godos em 251 DC, na Mésia Inferior (atual Bulgária). Décio também morreu na batalha. Hostiliano, seu filho mais novo, morreu numa epidemia de peste no mesmo ano, o primeiro imperador em 40 anos a morrer de causas naturais. Décio foi o primeiro imperador a ser morto por um exército bárbaro. Seu sucessor foi Treboniano Galo, que governou junto com seu filho Volusiano.

3) Caio Víbio Afínio Treboniano Galo Augusto (Gaius Vibius Afinius Trebonianus Gallus Augustus) – r. 251-253 DC (2 anos).
Esposa: Afínia Gemina Bibiana (Afinia Gemina Baebiana)
Filhos: Volusiano (Gaius Vibius Volusianus) e Víbia Gala
Morte: 47 anos de idade, assassinado pelos seus próprios soldados.

Treboniano Galo governava a Mésia (Bulgária). Foi imperador romano em 251 após a morte de Décio pelos Godos. Governou junto com seu filho Volusiano, o qual foi enviado aos Godos pelo próprio pai, algumas vezes, com sucesso. Volusiano foi agraciado com o título de co-augusto, mas foi reconhecido pelas tropas apenas em 253, quando foi proclamado imperador por elas. Na mesma época, Volusiano precisou lutar contra o general rebelde Emiliano, que fora proclamado imperador pelas tropas do Danúbio. Ele e seu pai deixaram Roma e marcharam para o norte à frente do exército. Ao chegarem a Interâmna (um distrito da província de Terni, no centro da Itália), souberam que as tropas de Emiliano haviam invadido a Itália e aproximavam-se deles muito rapidamente. Por um momento, eles ficaram sem saber o que fazer diante de um exército mais numeroso e isso irritou as tropas e provocou uma revolta. Eles acabaram sendo mortos pelos seus próprios soldados. Seu sucessor foi Emiliano (253). Naquele tempo de anarquia, os imperadores duravam quando muito dois ou três anos.

4) Marco Emílio Emiliano Augusto (Marcus Aemilius Aemilianus Augustus) – r. 253 DC (3 meses).
Nome de nascimento: Marco Emílio Emiliano (Marcus Aemilius Aemilianus)
Nome como imperador: César Marco Emílio Emiliano Augusto (Caesar Marcus Aemilius Aemilianus Augustus)
Esposa: Cornélia Supera (Gaia Cornelia Supera)
Filhos: não teve
Morte: 40 ou 46 anos, assassinado pelos seus próprios soldados

Emiliano foi imperador romano por um breve período em 253 DC. Emiliano nasceu na África e era governador da Mésia. Treboniano Galo havia prometido aos Godos pagar-lhes tributo, mas Emiliano se recusou a pagá-los. Derrotou seus inimigos e contra-atacou, atravessando o Danúbio e invadindo o território inimigo num ataque-surpresa. Esta vitória inesperada restaurou o ânimo e a confiança das tropas, desmoralizadas após desastres sucessivos, e por isso resolveram proclamar seu comandante como imperador. Emiliano invadiu a Itália a fim de combater Treboniano Galo, mas ele e seu filho Volusiano foram assassinados por seus próprios soldados, temerosos das forças adversárias, antes da batalha decisiva. Enquanto este fato ocorria na Itália, Valeriano, governador das províncias do Reno superior, partiu para lá com um poderoso exército a fim de prestar socorro a Treboniano, e com a notícia da morte deste, seus soldados o proclamaram imperador. Cientes da superioridade das forças de Valeriano, os soldados de Emiliano resolveram assassiná-lo, da mesma maneira que o ocorrido com seu antecessor.

A partir desta data começa o declínio do Império Romano, com a divisão do Império em três reinos: Roma, Gália e Palmira.

IX) Imperadores soldados

Dinastia Valeriana (253-260 DC):


Dinastia Valeriana – Valeriano Dinastia Valeriana – Galiano
Valeriano, Galiano


1) Públio Licínio Valeriano (Publius Licinius Valerianus) ou Valeriano I – r. 253-260 DC (7 anos) em co-regência com seu filho Galiano.
Nome de nascimento à ascensão ao trono: Publius Licinius Valerianus
Nome como imperador: César Públio Licínio Valeriano Augusto (Caesar Publius Licinius Valerianus Augustus)
Esposa: Inácia Mariniana (Egnatia Mariniana)
Filhos: Valeriano Menor e Galiano (Públio Licínio Inácio Galiano – Publius Licinius Egnatius Gallienus)
Morte: com 60 anos, num cativeiro vergonhoso entre os Partas (Na verdade, já era Império Sassânida – 224-651)
Seu título completo era: IMPERATOR · CAESAR · PVBLIVS · LICINIVS · VALERIANVS · PIVS · FELIX · INVICTVS · AVGVSTVS, ‘Imperador César Públio Licínio Valeriano, Pio, Afortunado, Invicto, Augusto’.

Ao contrário de outros usurpadores durante a crise do terceiro século, Valeriano pertencia ao patriciado romano. Vamos nos lembrar que ‘patrício’ era o nome dado aos cidadãos da aristocracia romana, ou de linhagem hereditária nobre. Ele era de uma família senatorial tradicional e nobre. Participou do reinado de Gordiano I, Décio, Treboniano Galo e Emiliano, ocupando altos postos no governo. Valeriano dividiu a defesa militar do império com seu filho Galiano, assumindo o encargo do Oriente, enquanto seu filho de encarregava dos problemas no Oeste. Em 257, Valeriano recuperou Antioquia, e a Síria voltou a estar sob Império Romano. Em 259 os Godos assolaram a Ásia Menor e Valeriano foi para Edesa, mas a peste (varíola) irrompeu entre os soldados, matando muitos deles, e a cidade ficou sitiada pelos Persas. No início de 260 ele foi definitivamente derrotado pelos Sassânidas. Tentando negociar um acordo de paz Valeriano foi derrotado e capturado vivo pelo inimigo, Sapor I, o rei Sassânida, morrendo no cativeiro (260 DC). Enquanto lutava contra os Persas, Valeriano enviou duas cartas ao Senado ordenando medidas contra os cristãos. A 1ª em 257 ordenava ao clero que sacrificasse aos deuses romanos, caso contrário seriam banidos (exilados). No ano seguinte, a 2ª carta ordenava que os líderes cristãos fossem executados, que senadores e cavaleiros romanos que fossem cristãos deveriam passar a adorar os deuses romanos ou perderiam seus títulos e propriedades e seriam executados; ordenou também que os funcionários públicos ou membros da família imperial que não adorassem os deuses romanos fossem reduzidos à posição de escravos e enviados para trabalhar nas fazendas imperiais. Isso mostra que os cristãos prevaleciam em altos postos, e entre os que se recusaram a adorar os deuses romanos estava Cipriano, o bispo de Cartago, e Sisto II, o bispo de Roma, juntamente com seis diáconos. Quando seu filho Galiano subiu ao poder esta ordem foi revogada. O irmão mais velho de Galiano, Valeriano Menor, foi nomeado cônsul entre 253 e 264, mas morreu logo após a morte do irmão em 268, assassinado por seus inimigos, junto com seu sobrinho Mariniano (3º filho de Galiano).


Guerreiros Sassânidas
Guerreiros Sassânidas


No reinado de Valeriano, por volta de 258 DC, os conflitos e ataques começaram a surgir dentro do próprio império romano e ele se dividiu em três estados independentes competindo entre si, sendo o primeiro, o reino de Palmira. As províncias na Gália, Britânia e Hispânia também se separaram para formar o Império das Gálias no ano seguinte (259-260). Os três estados independentes eram: Gália, Palmira e o império Romano (que incluía a região Ilírica, e que veio a se separar mais tarde, por volta de 268).

O Império de Palmira ou Império Palmirense foi um território que se separou do Império Romano durante a crise do terceiro século (no reinado de Valeriano, em 258 DC). Ele abrangia as províncias da Síria Palestina (Israel e Síria), Líbano, Egito, grande parte da Ásia Menor e a região da Arábia Pétrea ou Arabia Petraea (correspondente ao antigo reino Nabateu, incluindo a península do Sinai e o noroeste da península Arábica, e cuja capital era Petra). Depois do assassinato do seu fundador, o governador da Síria, Sétimo Odenato, em 267, ele foi governado pela rainha Zenóbia, em nome do seu filho (Vabalato), aclamado rei, cônsul, imperador e duque dos romanos – ‘rex consul imperator dux Romanorum’ – e governador de todo o oriente. A capital deste fugaz império era a cidade de Palmira (uma cidade no centro da Síria, situada num oásis). O Império era reconhecido pela sua liberdade filosófica e religiosa, e Odenato procurou não se envolver no caos do Império Romano, por isso sua atitude separatista. O Império das Gálias ou Império Gálico (Imperium Galliarum) é o nome moderno do território que também se separou do Império Romano entre os anos 260 e 274, durante a crise do terceiro século. No seu apogeu, ele abrangia os territórios da Germânia, Gália, Britânia e, por um tempo, Hispânia. Depois do assassinato de Póstumo (seu fundador) em 268, grande parte deste território se perdeu, mas o império continuou existindo, governado por diversos imperadores e alguns usurpadores. Toda a região foi finalmente reconquistada pelos romanos pelo imperador Aureliano depois da Batalha de Châlons em 274. Ilíria (268-282), em albanês, significa ‘terra dos livres’ e é a região mais a noroeste dos Bálcãs. Hoje em dia, abriga os seguintes países: Sérvia, Montenegro, norte da Albânia, Bósnia e Herzegovina e Croácia. Os ilírios eram um grupo de várias tribos diferentes que habitou o oeste dos Bálcãs (desde 1.000 AC) e partes do sul da Itália no início da Era Cristã.


Império Romano-século III


2) Públio Licínio Inácio Galiano (Publius Licinius Egnatius Gallienus), conhecido simplesmente como Galiano – r. 253-260 DC (7 anos) em co-regência com o pai, Valeriano, e como único governante: 260-268 (total: 15 anos de reinado).
Nome como imperador: César Públio Licínio Inácio Galiano Augusto
Esposa: Cornélia Salonina
Filhos:
• Valeriano II (Públio Licínio Cornélio Valeriano – Publius Licinius Cornelius Valerianus) – viveu 17 anos
• Publius Licinius Cornelius Saloninus Valerianus (erroneamente traduzido em português como Júlio Licínio Cornélio Salonino Valeriano, ao invés de Públio), conhecido como Salonino – viveu 17 anos.
• Mariniano – morreu em 268 junto com o tio Valeriano Menor, numa ‘limpeza’ dos partidários de Galiano por parte de seus inimigos.
Morte: assassinado em 268 DC (50 anos de idade), provavelmente por algum general de suas tropas.

Como único governante, Galiano começou a reinar em 260 sobre um império que atravessava grandes dificuldades. Ele já havia perdido muito dos seus domínios. Os imperadores do terceiro século foram incapazes de manter o controle sobre o império por alguns anos seguidos. Galiano, pelo menos, reinou por 15 anos no total, um tempo bem maior do que seus antecessores. Reinando junto com o pai, eles exerciam autoridade sobre um território menor, facilitando também uma maior flexibilidade na forma de governar. Galiano se fazia notado por Roma. Embora soubesse que o seu pai fora capturado vivo (o único imperador a sofrer este destino) e que se dizia que fora esfolado e transformado num banquinho para os pés, Galiano só tornou pública a morte de Valeriano um ano mais tarde. O povo acreditava que a sorte dele dependia da sorte do pai que, por sua vez, dependia de sua demonstração de devoção aos deuses e de conseguir seus favores. Sua vida e seu sucesso era um sinal do favor dos deuses.

Galiano venceu os povos da Alemanha Ocidental, os alamanos (significa ‘Povo de todos os homens’) e, mais tarde, os Godos e Sármatas (povos Iranianos) na Ilírica (uma província romana a leste do Mar Adriático e que hoje compreende a Sérvia, Montenegro, norte da Albânia, Itália, Eslovênia, Bósnia e Herzegovina, e Croácia, ou seja, a maior parte da região dos Balcãs). Os godos eram um povo germânico originário das regiões ao sul da Escandinávia: Dinamarca, Suécia e Noruega e que invadiu o Império Romano a partir do leste entre os séculos III e V.

Entretanto, não conseguiu manter sua autoridade na Gália, na Hispânia e na Britânia, em parte por causa do general gaulês Marco Cassiano Latínio Póstumo, que se aclamou imperador no Oeste da atual Alemanha (região de Colônia na época) e matou Salonino, o filho de Galiano. Públio Licínio Cornélio Salonino Valeriano, filho de Galiano e neto de Valeriano, reinou conjuntamente com o pai e o avô a partir de 253, quando recebeu o título de César, com 10 anos de idade. Ele foi enviado para a Gália um tempo depois sob a proteção do prefeito pretoriano Silvestre (tradução em Português que foi feita para o nome Silvanus, em inglês). Em 260 ele recebeu o título de Augusto, mas não viveu muito tempo para usufruí-lo. O general Póstumo (que fundou o império das Gálias em 260) se desentendeu com Salonino sobre despojos de uma vitória militar contra os bárbaros invasores da Gália, sendo que os soldados do general atacaram o rapaz e seus companheiros e os massacraram. Salonino morreu com 17 anos de idade.

Da mesma forma que seu irmão mais novo, Salonino, Valeriano II (Públio Licínio Cornélio Valeriano – falecido em 257 ou 258, com mais ou menos 17 anos de idade) recebeu o título de César em 256. Isso fazia parte da política dinástica de Valeriano I. O jovem César representou a família real na Ilíria, enquanto o pai, Galiano, prestava atenção na Alemanha para lidar com incursões bárbaras na Gália, onde estava Salonino. Valeriano II (não tinha mais do que 15 anos na época) ficou sob a proteção de Ingênuo (Ingenuus), que exerceu um excelente comando como governador das províncias da região Ilíria, em especial a Panônia e Mésia. Entretanto, a mãe do garoto e esposa de Galiano (Salonina) não ficou muito feliz com isso, pois suspeitava dos motivos de Ingênuo (Ingenuus) e pediu a um oficial de nome Valentino que ficasse de olho nele. Apesar deste cuidado, Valeriano II morreu no final de 257 e início de 258 em circunstâncias suficientemente suspeitas para Galiano rebaixar Ingênuo do seu posto. Essa atitude de Galiano provocou a tentativa de usurpação do império por parte daquele, que teve amplo apoio entre as guarnições da Ilíria e do estabelecimento provincial.

Mariniano, o terceiro filho de Galiano, morreu em 268 junto com o tio Valeriano Menor, numa ‘limpeza’ dos partidários de Galiano, por parte de seus inimigos.

No Oriente, Galiano derrotou usurpadores do trono: Macriano Maior (Fulvius Macrianus) e seus filhos, Macriano Menor e Quieto, ainda no ano de 262. O imperador de Palmira conteve os persas e tomou a mesopotâmia para o Império de Palmira. Esse foi o preço que Galiano teve que pagar: ceder mais um pedaço do seu território. Galiano era um aristocrata e intelectual, apaixonado pela cultura e filosofia grega e um grande guerreiro. Contribuiu para a recuperação do Império Romano através de reformas militares e políticas: após 260 DC não houve mais nenhum comandante de legião que fosse senador, assim ele abria caminho para a ascensão de uma série de militares de carreira de origem humilde. Também organizou um grande corpo de cavalaria para impedir a invasão da Itália por Póstumo, com aliados bárbaros como Cláudio II, Aureliano e Probo, usurpadores do trono. Seu local de residência variava entre Milão e Panônia (Um território onde estão hoje a Hungria, a porção oriental da Áustria, o norte da Croácia, o noroeste da Sérvia, a Eslovênia, a porção ocidental da Eslováquia e o norte da Bósnia e Herzegovina), por causa das suas atividades militares. Ele inaugurou uma capital imperial funcional, próxima ao front de batalha, pois a localização central de Roma o impedia de acompanhar de perto e diretamente as operações militares. Galiano morreu assassinado em 268 DC, provavelmente por algum general de suas tropas, e que teria interesse em ver Cláudio II (conhecido como, o Gótico) como seu sucessor. Mas não há provas concretas sobre isso. Ele foi, realmente, sucedido por Cláudio, o gótico.

X) Imperadores soldados

Seqüência do declínio do Império Romano (até 284 DC):


Imperador Romano – Cláudio, o Gótico Imperador Romano – Quintilo Imperador Romano – Aureliano
Cláudio, o Gótico; Quintilo e Aureliano


1) Marco Aurélio Valério Cláudio Augusto ou Cláudio II, também conhecido como Cláudio, o Gótico – r. 268-270 DC (2 anos)
Nome até a ascensão: Marco Aurélio Valério Cláudio
Nome como imperador: Marco Aurélio Valério Cláudio Augusto
Título completo: Imperator Caesar Marcus Aurelius Valerius Claudius Pius Felix Invictus Augustus Pontifex Maximus Germanicus Maximus Gothicus Maximus (Imperador César Marco Aurélio Valério Cláudio Pio Afortunado Invicto Augusto, Pontífice Máximo, Germânico Máximo, Gótico Máximo).
Irmão: Marco Aurélio Cláudio Quintilo (Marcus Aurelius Claudius Quintillus)
Morte: morreu de peste (provavelmente varíola), aos 60 anos, numa província da Sérvia.

Marco Aurélio Valério Cláudio foi um general e imperador romano. Ele era um soldado de origem ilírica (uma província romana a leste do Mar Adriático e que hoje compreende a Sérvia, Montenegro, norte da Albânia, Itália, Eslovênia, Bósnia e Herzegovina, e Croácia, ou seja, a maior parte da região dos Balcãs). A província acabou sendo divida em duas outras: a Panônia ao norte (corresponde à Hungria, a porção oriental da Áustria, o norte da Croácia, o noroeste da Sérvia, a Eslovênia, a porção ocidental da Eslováquia e o norte da Bósnia e Herzegovina), e a Dalmácia, no sul.


Dalmácia-Panônia

Região Ilírica – Nórica, Dalmácia, Panônia, Mésia, Dácia, e a Ilírica grega (Macedônia, Épiro, Trácia)


Marco Aurélio Valério Cláudio (Cláudio, o Gótico) foi tribuno militar no reinado do imperador Décio (249-251), depois alcançando o posto de comandante supremo das legiões estacionadas nos Balcãs sob Valeriano (253). Foi proclamado imperador pelo exército, sucedendo Galiano. Restaurou a unidade política, um acordo feito por ele com outros generais. Cláudio II teve uma campanha vitoriosa contra os Alamanos (Alemães). Apesar deste êxito, não conseguiu vencer os imperadores gauleses, Póstumo e Vitorino, nem estabelecer com eles qualquer acordo de paz. O império de Palmira no Oriente vinha ocupando territórios de províncias romanas. Nas fronteiras ao norte do Império, Cláudio concentrou suas forças derrotando os Godos. Isso lhe proporcionou o título de Gótico Máximo, batalha onde foi muito ajudado por seu comandante de cavalaria, o futuro imperador Aureliano.
Cláudio II construiu muralhas, incentivou o culto monoteísta ao deus Sol (Sol Invictus, o deus dos soldados) para opor-se ao Cristianismo, e procurou restaurar o prestígio da monarquia. No entanto, após suas vitórias militares, morreu de peste em 270 DC, numa província da Sérvia.

2) Marco Aurélio Cláudio Quintilo (Marcus Aurelius Claudius Quintillus) – r. 270 DC (alguns meses)
Nome até a ascensão: Marco Aurélio Cláudio Quintilo (Marcus Aurelius Claudius Quintillus)
Nome como imperador: Marco Aurélio Cláudio Quintilo Augusto (Marcus Aurelius Claudius Quintillus Augustus)
Irmão: Marco Aurélio Valério Cláudio Augusto ou Cláudio II, também conhecido como Cláudio, o Gótico
Filhos: dois meninos (não se conhece seus nomes)
Morte: de 58–69 anos, causa de origem obscura

Marco Aurélio Cláudio Quintilo nasceu na Panônia Inferior, numa família de classe baixa, e foi imperador romano durante o ano de 270 DC (umas fontes dizem que ele reinou por 17 dias; outras por 117 dias). Era irmão do imperador romano Cláudio II. Não se conhece nada a seu respeito. Surgiu no ano de 270, após a morte de Cláudio II devido a uma epidemia de peste, e foi nomeado imperador (uns dizem que pelos os soldados; outros dizem que foi pelo senado). De qualquer forma, foi aceito tanto pelo senado como pelas províncias que estavam sob o controle imperial. Provavelmente, ele foi procurador da Sardenha, durante o reinado de seu irmão. Quando ascendeu ao trono, dirigiu-se diretamente ao município de Aquiléia, na Itália, que utilizava como base para as suas forças defensivas do norte da península Itálica. Aureliano, antigo colaborador de Cláudio, também aspirava ao trono, e era comandante das tropas nas províncias balcânicas. Ali ele teve que enfrentar as repetidas invasões das tribos germânicas que tentavam cruzar o Danúbio. Devido a uma vitória importante, foi proclamado imperador pelas suas tropas de Panônia (Hungria, a porção oriental da Áustria, o norte da Croácia, o noroeste da Sérvia, a Eslovênia, a porção ocidental da Eslováquia e o norte da Bósnia e Herzegovina) e se pôs em marcha para destronar Quintilo. Dizem algumas fontes que Quintilo, ao saber disso, se suicidou, cortando as veias. Outros livros históricos dizem que foi assassinado pelos seus próprios soldados por causa de sua disciplina militar rigorosa. Outros ainda, dizem que ele morreu na disputa com Aureliano pelo trono.

3) Lúcio Domício Aureliano Augusto (Lucius Domitius Aurelianus Augustus) – r. 270-275 DC (5 anos)
Nome até a ascensão: Lúcio Domício Aureliano (Lucius Domitius Aurelianus)
Nome como imperador: Lúcio Domício Aureliano Augusto (Lucius Domitius Aurelianus Augustus)
Esposa: Úlpia Severina
Filhos: uma filha
Morte: com 60-61 anos, por oficiais da Guarda Pretoriana

Lúcio Domício Aureliano nasceu de família humilde, de colonos romanos da Dácia, na região Ilírica. Pela origem da sua família, com tradição militar, Aureliano possivelmente se alistou com 20 anos de idade (235 DC) na cavalaria. Era um excelente soldado, conhecido como ‘manum ad ferrum’ (‘mão na espada’). Ajudou muito o imperador Cláudio II em suas campanhas, foi comandante do exército de cavalaria de Galiano, e foi aclamado imperador pelas suas tropas. Venceu os bárbaros ao Norte da península Itálica e por essas vitórias ele recebeu o título de Germânico Máximo (Germanicus Maximus). Conseguiu recuperar Palmira (na Síria) em 271, conquistou os demais territórios sírios da Ásia Menor e o Egito. De 272 a 274 ele venceu as tribos góticas, reconquistou a Gália, venceu os Francos, os Alamanos (na Germânia) e os Godos (na Mésia Inferior), o que lhe fez jus ao título de ‘restaurador’ do Império (Restitutor Orbis).

Aureliano admitiu a desvalorização do dinheiro romano, cunhando novas moedas com 5% da quantidade de prata das antigas, e que foram chamadas de ‘o novo denário de Aureliano’. Assim, ele multiplicou o número de oficinas de cunhagem nas províncias, facilitando o pagamento de soldos às tropas. Durante seu reinado, Aureliano tentou manter a fidelidade das legiões; esta moeda (o novo denário de Aureliano) celebrou a CONCORDIA MILITVM, ‘harmonia dentre os militares’.

Logo depois, ele começou a fortificar Roma com novas muralhas. As Muralhas de Aureliano são uma linha de muralhas construídas entre 271 DC e 276 DC, em Roma, Itália, durante o reinado dos imperadores romanos Aureliano e Probo. Elas englobavam todas as sete colinas de Roma, além do Campo de Marte e a margem direita do rio Tibre, no bairro de Trastevere. As margens do rio dentro dos limites da cidade parecem ter sido deixadas sem fortificação; apenas, ao longo do Campo de Marte. O tamanho de toda área delimitada é de 14.000 quilômetros quadrados.


Muralhas de Aureliano
Muralhas de Aureliano

Aureliano mandou proclamar o deus Sol como o principal padroeiro do império e dedicou um novo templo a ele, construído em 274 DC no Campo de Marte (o nome de uma área pública da Roma antiga). Assim como muitos dos seus antecessores, Aureliano se fez divinizar em vida. Nesta época o culto do sol era particularmente forte em Roma. Durante reinado de Aurelieno também houve perseguições organizadas contra os cristãos.
Ele foi morto em 275 DC por oficiais de alta patente da Guarda Pretoriana devido a uma mentira por parte um de seus servos.


Denário de Aureliano
Denário de Aureliano

Roma antiga-mapa
Mapa da Roma Antiga com a muralha de Aureliano em vermelho (em azul: séc. IV AC)

Os outros Imperadores soldados

Seqüência do declínio do Império Romano (até 284 DC):


Imperador Romano Tácito Imperador Romano Floriano Imperador Romano Probo
Tácito, Floriano e Probo


4) César Marco Cláudio Tácito Augusto (Marcus Claudius Tacitus) – r. 275-276 DC (10 meses)
Nome até a ascensão: Marco Cláudio Tácito (Marcus Claudius Tacitus)
Nome como imperador: César Marco Cláudio Tácito Augusto
Meio-irmão: Marco Ânio Floriano, por parte de mãe
Morte: com 76 anos, por causa de febre; ou pela própria guarda pretoriana ou pelos próprios legionários que o aclamaram (não se sabe)

Marco Cláudio Tácito (Marcus Claudius Tacitus – 275-276 DC) nasceu na Itália e reinou na época dos imperadores ilíricos. Foi nomeado imperador pelo senado por exigência do exército, depois da morte de Aureliano e foi a última vez que o Senado elegeu um imperador. Entre a morte de Aureliano e o reinado de Tácito houve um período onde a esposa de Aureliano reinou (Úlpia Severina). Tácito era um senador de idade já avançada, cuja carreira anterior não é muito conhecida. Uma de suas medidas foi a nomeação do irmão, Marco Ânio Floriano, como prefeito do pretório. Guerreou contra os Hérulos e os Godos e os venceu; por isso, recebeu o título de Gótico Máximo (Gothicus Maximus). Segundo algumas fontes, ele morreu de febre, provavelmente durante o seu retorno de uma campanha contra os Francos e Alamanos que tentaram invadir a Gália. Outras fontes dizem que ele morreu assassinado pela Guarda Pretoriana ou pelos próprios legionários que o aclamaram, depois de nomear um de seus parentes para um cargo importante na Síria. Ficou apenas dez meses no governo.

5) César Marco Ânio Floriano Augusto (Caesar Marcus Annius Florianus Augustus) – r. 276 DC (88 dias)
Nome até a ascensão: Marco Ânio Floriano
Nome como imperador: César Marco Ânio Floriano Augusto (Caesar Marcus Annius Florianus Augustus)
Meio-irmão: Marco Cláudio Tácito, por parte de mãe
Morte: assassinado pelos seus próprios soldados

Floriano era meio-irmão, por parte materna, de Marco Cláudio Tácito, e foi nomeado prefeito pretoriano no exército de Tácito em sua campanha contra os godos. Ele foi escolhido pelo exército no Ocidente para suceder o irmão, sem o consenso do Senado. Estava lutando contra os Hérulos, quando o exército no Oriente aclamou Probo como imperador. Floriano tinha o apoio das províncias da Itália, Gália, Hispânia, Britânia, África Proconsular e Mauritânia. Floriano e Probo se encontraram na Cilícia. O exército de Floriano era em maior número, enquanto Probo, como um experimentado general, viu que o seu era menor e evitou um confronto direto. Depois, quando ficou claro que Probo era superior, Floriano foi assassinado pelos seus próprios soldados, em setembro de 276, tendo sido imperador durante apenas 88 dias.

6) Marco Aurélio Probo – r. 276-282 DC (6 anos)
Nome até a ascensão: Marco Aurélio Probo (Marcus Aurelius Probus)
Nome como imperador: César Marco Aurélio Probo Augusto
Pai: Dalmácio
Morte: 50 anos, assassinado.

Marco Aurélio Probo nasceu na província da Sérvia e, como vários imperadores do século III, ele chegou ao poder através de uma notável carreira militar. Foi proclamado Augusto após a morte de Tácito (276 DC) e tornou-se imperador absoluto quando Floriano foi traído por suas tropas, alguns meses mais tarde. No seu reinado houve constantes agitações militares nas províncias, motivadas por invasores ou usurpadores, além de atritos com o Senado quanto às limitações do seu poder. Depois que conseguiu controlar as situações adversas no Oriente, Probo voltou sua atenção para o Ocidente.

Derrotou os Godos na Ilírica, os Alamanos, os Francos, os Ligianos (ou Lídios; uma grande confederação tribal na Europa Central – 100 AC-300 DC – cobrindo a maior parte do sul da moderna Polônia. Embora sofrendo influência Celta, os Ligianos foram considerados tribo Germânica até o final do século I), os Burgúndios e os Vândalos. Os vândalos eram uma tribo germânica oriental que invadiu o Império Romano durante o século V, criando um estado no norte da África ao ocupar a cidade de Cartago (atual Tunísia) que, por sua vez, era antiga cidade fenícia (Filisteus) ocupada pelos romanos desde o fim das Guerras Púnicas (foram guerras da época da República Romana, entre 264-146 AC). O adjetivo ‘púnico’ – em latim ‘punici’ – procede de ‘Poenici’, ou seja, de ascendência fenícia, foi dado pelos romanos aos cartagineses. No século III AC, Cartago dominava o comércio no Mediterrâneo, pois seus ricos comerciantes possuíam diversas colônias: Sardenha, Córsega e a oeste da Sicília (ilhas ricas na produção de cereais), no sul de península Ibérica (onde exploravam minérios como a prata) e em toda costa setentrional da África. Assim, a localização de Cartago era um ponto estratégico para os vândalos. Ali, eles centralizaram seu estado e, quando se sentiram estabelecidos e seguros, saquearam Roma em 455 DC, destruindo muitas obras primas de arte que se perderam para sempre.

Quanto à administração civil, Probo investiu especialmente no conserto e construção de canais de irrigação e em tentativas para estimular a produção de uvas. Segundo algumas fontes, ele foi morto por soldados descontentes que se rebelaram contra suas ordens a serem empregadas para fins civis, como drenagem de pântanos. Outras fontes contam que o prefeito da guarda pretoriana Marco Aurélio Caro foi relutantemente proclamado imperador pelo seu exército. Probo havia enviado tropas contra o novo usurpador, mas quando elas passaram a apoiar Caro, os remanescentes assassinaram Probo.


Imperador Romano Caro Imperador Romano Numeriano Imperador Romano Carino
Caro, Numeriano e Carino


7) Marco Aurélio Caro – r. 282-283 DC (1 ano)
Nome até a ascensão: Marco Numério Caro (Marcus Numerius Carus)
Nome como imperador: César Marco Aurélio Caro Augusto
Título: Pérsico Máximo (latim: Persicus Maximus; italiano: Persici Maximi), por vencer os Sassânidas, tomando Selêucia e a capital Sassânida, Ctesifonte
Filhos: Marco Aurélio Carino, Marco Aurélio Numeriano e Aurélia Paulina
Morte: 61 anos, causas naturais (doença, ferimento de guerra, ou foi atingido por um raio).

Antes da sua nomeação, seu nome era Marco Numério Caro, nascido na Gália, mas educado em Roma. Foi senador e depois apontado como prefeito da guarda pretoriana pelo imperador Probo em 282. Foi acusado injustamente de ter participado do assassinato daquele, passando, assim, o título de César aos seus filhos, Carino e Numeriano. Combateu as tribos germânicas e os sármatas (membros de tribos iranianas). Ele deixou Carino encarregado da parte ocidental do império e levou Numeriano com ele em uma expedição contra os persas. Por vencer a guerra contra os sassânidas, recebeu o título de Pérsico Máximo (Persicus Maximus). Logo após, atravessou a Trácia e a Ásia Menor, anexou a Mesopotâmia ao império romano; depois marchou contra a Selêucia e Ctesifonte, sua capital, levando seus soldados para além do rio Tigre. Selêucia era uma grande cidade mesopotâmica dos impérios Selêucida, Parta e Sassânida. Ela ficava na margem oeste do rio Tigre, oposta a Ctesifonte, dentro da Babilônia, atual Iraque. Ctesifonte (perto da moderna Al-Mada'in, Iraque) foi a capital dos impérios parta (247 AC-224 DC) e sassânida (224-651 DC). Foi uma das grandes cidades da antiga Mesopotâmia, nos seus últimos tempos. A cidade estava situada na margem oriental do Tigre, defronte do local onde esteve a antiga cidade grega de Selêucia, e a nordeste da antiga cidade da Babilônia. Hoje, as ruínas da cidade se encontram na província de Bagdá, no Iraque. Caro morreu logo em seguida, e sua morte foi anunciada depois de uma tempestade violenta. Sua morte foi atribuída à doença, aos efeitos de raios durante a tempestade ou a algum ferimento recebido na campanha contra os Persas. Seu filho Numeriano o sucedeu.


Ctesifonte (Ctesiphon)
Ctesifonte

Arco de Ctesifonte
Ruínas da cidade, com o arco de Ctesifonte

8) Marco Aurélio Numério Numeriano – r. 282-283 (como César, em co-regência com seu pai); Julho 283-Novembro 284 DC junto com Carino (total de 2 anos)
Nome de nascimento até o título de César: Marco Aurélio Numério Numeriano (Marcus Aurelius Numerius Numerianus)
Nome como César: César Marco Aurélio Numério Numeriano (Caesar Marcus Aurelius Numerius Numerianus)
Nome como imperador: César Marco Aurélio Numério Numeriano Augusto (Caesar Marcus Aurelius Numerius Numerianus Augustus)
Título: Pérsico Máximo (latim: Persicus Maximus; italiano: Persici Maximi), por vencer os Sassânidas, tomando Selêucia e a capital Sassânida de Ctesifonte
Irmãos: Marco Aurélio Carino e Aurélia Paulina
Morte: assassinado.

Marco Aurélio Numério Numeriano foi nomeado César logo após seu irmão, mas foi ele e não Carino que acompanhou Caro na campanha contra os persas. Apesar da vitória alcançada, depois da morte de seu pai, resolveu dedicar-se mais à literatura do que ao governo. Numeriano não mais conseguiu manter sua autoridade no leste. Só conseguiu alcançar Emesa (Homs), na Síria, e em novembro de 284, apenas a Ásia Menor. Foi assassinado pelo prefeito do pretório, Arrius Aper (provavelmente seu sogro), na Ásia Menor. Diz-se que Numeriano sofria de problemas na vista por causa das longas noites sem dormir. Sua morte ficou escondida dos soldados por muito tempo, mas quando o cadáver já estava em putrefação, o exército passou a coroa para Diócles, oficial do estado-maior, porque não gostariam de ver Carino como imperador. Diócles assassinou Arrius Aper pessoalmente, e que entrou para a História como Diocleciano.

9) Marco Aurélio Carino – r. 282-283 (como César, em co-regência com seu pai Caro); 283-284 DC junto com Numeriano; 284-285 em competição com Diocleciano (total de 3 anos)
Nome de nascimento até o título de César: Marco Aurélio Carino (Marcus Aurelius Carinus)
Nome como César: César Marco Aurélio Carino (Caesar Marcus Aurelius Carinus)
Nome como imperador: César Marco Aurélio Carino Augusto (Caesar Marcus Aurelius Carinus Augustus)
Irmãos: Marco Aurélio Numério Numeriano e Aurélia Paulina
Morte: assassinado.

Carino (Marcus Aurelius Carinus – 283-285 DC) era o filho mais velho de Caro, que quando assumiu o império, elevou tanto Carino como seu irmão mais novo Numeriano à posição de Césares. Depois da morte de Caro, Carino ficou encarregado da parte ocidental do império e Numeriano, da parte oriental. Ele lutou com sucesso contra as tribos germânicas, mas logo deixou a defesa do Alto Reno aos seus subordinados e voltou para Roma. Certos relatos afirmam que ali ele se entregou a todos os tipos de devassidão e excesso. Quando Carino soube da morte de seu irmão Numeriano em Calcedônia, ele deixou Roma imediatamente e partiu para o oriente para se encontrar com Diocleciano, que já havia se proclamado imperador. Em seu caminho através de Panônia ele derrotou o usurpador Sabinus Iulianus e em julho de 285, ele encontrou o exército de Diocleciano na batalha do rio Margus na Mésia. Ninguém sabe bem o que aconteceu depois disso, apenas que Carino foi morto, provavelmente por Diocleciano.

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Fonte de pesquisa para imagens: crystalinks.com

Este texto se encontra no 2º volume do livro:


livro evangélico: Deus está presente na História

Deus está presente na História vol. 1 (PDF)

Deus está presente na História vol. 2

Deus está presente na História vol. 3

God is present in History vol. 1 (PDF)

God is present in History vol. 2

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Sugestão para download:


Lista dos imperadores romanos (PDF)

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List of Roman Emperors (PDF)


Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti

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