Estudo sobre o templo de Salomão e o 2º templo (Zorobabel e Herodes): utensílios, pátios, portas, materiais, duração e o tempo de construção. Pórtico Real (Estoa), Inscrição do Soreg, Pórtico de Salomão, Arco de Tito, Porta de Nicanor.


Estudo evangélico sobre o tempo de Salomão




Introdução

O templo de Salomão foi planejado segundo o modelo do Tabernáculo dado a Moisés (Êx 25; 26; 27), entretanto, com algumas alterações, em especial com relação aos utensílios e materiais empregados na sua construção: não mais cortinas, reposteiros ou estacas de tenda, mas com pedras lavradas, madeira de cedro, oliveira e cipreste, ouro e pedras preciosas, entre outros. Também a bacia de bronze onde os sacerdotes lavavam as mãos e pés antes de entrar na tenda da Congregação (Êx 30: 17-21; Êx 38: 8) foi substituída pelo mar de fundição, também chamado tanque de metal fundido (2 Cr 4: 1-6). O templo de Salomão foi construído em sete anos (1 Rs 6: 1; 37; 38) e durou de 966 AC a 586 AC, portanto, 380 anos.

O segundo templo iniciado por Zorobabel demorou quatro anos para ser construído [520-516 AC – 2º ao 6º ano de Dario I (r. 522-486 AC): Ag 2: 10; 18; Ed 6: 15]. Esse templo foi quase que demolido por Herodes, o Grande, para uma reconstrução que iniciou em 19 AC e terminou em 64 DC, no reinado de Agripa, num total de 83 anos. Perdurou até 70 DC, quando Tito o destruiu.


Vista externa do Templo de Salomão
A vista exterior do Templo de Salomão

Esquema do templo
Esquema do templo de Salomão

A construção do templo de Salomão

Vamos começar o estudo pelo texto bíblico de 2 Cr 3: 1-14 (ARA); cf. 1 Rs 6: 1-10; 1 Rs 6: 23-28; 1 Rs 7: 15-22:

“Começou Salomão a edificar a Casa do Senhor em Jerusalém, no monte Moriá [Gn 22: 2, onde Abraão ofereceu Isaque em sacrifício. Moriá significa: ‘Visto por Deus’ ou ‘Escolhido por Deus’ – anotação minha], onde o Senhor aparecera a Davi, seu pai, lugar que Davi tinha designado na eira de Ornã, o jebuseu [cf. 1 Cr 21: 22; 1 Cr 22: 1]. Começou a edificar no segundo mês, no dia segundo, no ano quarto do seu reinado [O reinado de Salomão foi de 970-931 AC, portanto, iniciou a construção do templo em 966 AC; 1 Rs 6: 1 acrescenta: “no ano quatrocentos e oitenta, depois de saírem os filhos de Israel do Egito”, o que corrobora a hipótese da data do Êxodo ser 1446 AC]. Foram estas as medidas dos alicerces que Salomão lançou para edificar a Casa de Deus: o comprimento em côvados, segundo o primitivo padrão [51,8 cm, usado para fins sacros], sessenta côvados [31 metros de comprimento], e a largura, vinte [10,36 metros de largura. Em 1 Rs 6: 2 é acrescentado também 30 côvados de altura = 15,54 metros de altura]. O pórtico [’ülâm] diante da casa media vinte côvados no sentido da largura do Lugar Santo [10,36 metros de largura], e a altura, cento e vinte [em Hebraico e em Massorético. Em Siríaco e na Septuaginta, a versão grega do AT, diz 20 côvados = 10,36 metros de altura], o que, dentro cobriu de ouro puro [1 Rs 6: 3: ... Lugar Santo, contra dez de fundo = 5,18 metros de profundidade]. Também fez forrar de madeira de cipreste a sala grande [o Lugar Santo = hékâl ou hekhal, que deriva do Sumério: É GAL = Casa Grande], e a cobriu de ouro puro, e gravou nela palmas e cadeias [NVI: desenhos de tamareiras e correntes]. Também adornou a sala de pedras preciosas; e o ouro era de Parvaim [localização obscura – cogita-se Iêmen. É, geralmente, um nome genérico para as regiões orientais de onde vinha ouro, como Ofir, por exemplo]. Cobriu também de ouro a sala, as traves, os umbrais, as paredes e as portas; e lavrou querubins nas paredes. Fez mais o Santo dos Santos [Debir], cujo comprimento, segundo a largura de sala grande, era de vinte côvados, e também a largura, de vinte [10,36 metros cúbicos – um cubo perfeito]; cobriu-a de ouro puro do peso de seiscentos talentos [1 talento corresponde a 34 kg, portanto, 20.400 kg]. O peso dos pregos era de cinqüenta siclos de ouro (600 g.). Cobriu de ouro os cenáculos (NVI, as salas superiores). No Santo dos Santos, fez dois querubins de madeira e os cobriu de ouro. As asas estendidas, juntas, dos querubins mediam o comprimento de vinte côvados [10,36 metros]; a asa de um deles, de cinco côvados [2,59 metros], tocava na asa do outro querubim. Também a asa do outro querubim era de cinco côvados [2,59 metros] e tocava na outra parede; era também a outra asa igualmente de cinco côvados [2,59 metros] e estava unida à asa do outro querubim. As asas destes querubins se estendiam por vinte côvados [10,36 metros]; eles estavam postos em pé, e seu rosto, virado para o Santo Lugar. Também fez o véu de estofo azul, púrpura, carmesim e linho fino; e fez bordar nele querubins. Fez também diante da sala duas colunas de trinta e cinco côvados de altura [18,13 metros, as duas juntas]; e o capitel, sobre cada uma, de cinco côvados [2,59 metros]. Também fez cadeias, como no Santo dos Santos, e as pôs sobre as cabeças das colunas; fez também cem romãs, as quais pôs nas cadeias. Levantou as colunas diante do templo, uma à direita, e outra à esquerda; a da direita [NVI, sul], chamou Jaquim, e a da esquerda [NVI, norte], Boaz”.

Resumindo: o templo tinha 31 metros de comprimento x 10,6 metros de largura x 15,54 metros de altura. O Pórtico media 10,36 metros largura x 10,36 altura x 5,18 metros de profundidade. O Santo dos Santos era um cubo perfeito de aproximadamente 10,36 metros cúbicos (segundo o côvado primitivo de 51,8 cm para fins sacros, também chamado de côvado mosaico).

Para edificar o templo, Salomão recrutou muitos trabalhadores, inclusive israelitas, que lavravam as pedras para fundá-lo; preparavam a madeira e as pedras para se edificar a casa. Em 1 Rs 6: 7 está escrito: “Edificava-se a casa com pedras já preparadas nas pedreiras (em 1 Rs 5: 15 está escrito: “talhavam pedras nas montanhas”), de maneira que nem martelo, nem machado, nem instrumento algum de ferro se ouviu na casa quando a edificavam”. A bíblia não deixa claro o tamanho das pedras usadas para o templo, mas menciona o tamanho das pedras usadas na construção dos palácios reais:

Em 1 Rs 7: 9-11 está escrito sobre as pedras usadas na construção da casa do bosque do Líbano, a casa do rei, o palácio para a filha de Faraó com quem Salomão havia casado, e todos os palácios reais: “Todas estas construções eram de pedras de valor, cortadas à medida, serradas para o lado de dentro e para o de fora; e isto desde o fundamento até às beiras do teto, e por fora até ao átrio maior. O fundamento era de pedras de valor, pedras grandes; pedras de dez côvados e pedras de oito côvados [umas de 4 ½ metros e outras 3,60 m]; por cima delas, pedras de valor, cortadas segundo as medidas, e cedros” [aqui, imagina-se que foi usado o côvado comum de 45 cm, pois essa é a medida descrita na NVI].

O Pátio externo – utensílios

O mar de fundição

A bacia de bronze do Tabernáculo de Moisés onde os sacerdotes lavavam as mãos e pés antes de entrar na tenda da Congregação (Êx 30: 17-21; Êx 38: 8) foi substituída pelo mar de fundição, também chamado tanque de metal fundido (2 Cr 4: 1-6). O tanque de metal fundido era uma estrutura redonda que media 4,5 metros de diâmetro e 2,25 metros de altura. Sua circunferência era de 13,5 metros e sua espessura de quatro dedos (8 cm). Sua borda se assemelhava à de um cálice e sua capacidade era de 60.000 litros. Abaixo da borda e ao seu redor havia doze touros, quatro grupos de três, cada grupo voltado para os quatro pontos cardeais, simbolizando as doze tribos de Israel, como estavam dispostas ao redor no Tabernáculo no deserto. O mar de fundição estava colocado no lado sudeste do templo (2 Cr 4: 10), em oposição ao altar de bronze que era colocado no lado nordeste.


Bacia de bronze Mar de fundição
A bacia de bronze de Moisés e o mar de fundição de Salomão

As pias de bronze

O mar de fundição tinha um propósito diferente das 10 pias de bronze ao redor do templo. As pias, cinco à direita e cinco à esquerda, serviam para se lavar nelas o que pertencia ao holocausto, mas o mar de fundição era para os sacerdotes se lavarem nele (2 Cr 4: 6). As pias estavam apoiadas sobre suportes com rodas. Os suportes (NVI, carrinhos) tinham 1,80 metros de comprimento e largura e 1,35 metros de altura. Nas placas de bronze ao seu redor havia esculturas de leões, bois e querubins, assim como nas bases dos carros. O diâmetro das rodas era de 60 cm.


Pias de bronze – templo de Salomão

Templo de Salomão – modelo

O altar de bronze (Altar do holocausto)

Quanto ao altar de bronze, ele está descrito em 2 Cr 4: 1 e tinha 9 metros de comprimento, 9 metros de largura e 4,5 metros de altura. Era para os holocaustos. Era diferente do altar do holocausto do Tabernáculo de Moisés, que era de madeira de acácia coberta de bronze (Êx 27: 1-2), medindo cinco côvados de comprimento, cinco côvados de largura e três de altura (aproximadamente 2,5 m x 2,5 m x 1,5 m).


Altar do holocausto – templo de Salomão

O Lugar Santo

Seguindo a leitura bíblica (1 Rs 6: 31-35; 2 Cr 4: 22), podemos ver que havia portas duplas de madeira de cipreste separando o Lugar Santo do Pórtico, cada qual composta de duas folhas. As janelas de gelosia (gelosia é uma grade de fasquias – ripas – de madeira cruzadas de intervalo a intervalo, que ocupa o vão de uma janela), que a bíblia chama de janelas de fasquias fixas ou janelas com grades estreitas – NIV – 1 Rs 6: 4) eram abertas e estavam próximas do teto e iluminavam o Santo Lugar com o altar do incenso, a mesa e os cinco pares de lâmpadas, ou seja, os castiçais ou candelabros (como a Menorá do Tabernáculo de Moisés).

Para a entrada no Lugar Santo também fez uma porta colocada entre dois pilares de quatro lados, cujas ombreiras eram de madeira de oliveira e as folhas de madeira de cipreste, esculpidas com querubins, flores e palmeiras e cobertas de ouro: 1 Rs 6: 33-35: “Fez, para entrada do Santo Lugar, ombreiras de madeira de oliveira; entrada quadrilateral, cujas duas folhas eram de madeira de cipreste; e as duas tábuas de cada folha eram dobradiças. E as lavrou de querubins, de palmeiras e de flores abertas e as cobriu de ouro acomodado ao lavor” (ARA); “Também fez pilares de quatro lados, de madeira de oliveira para a entrada do templo. Fez também duas portas de pinho, cada uma com duas folhas que se articulavam por meio de dobradiças. Entalhou figuras de querubins, de tamareiras e de flores abertas nas portas e as revestiu de ouro batido” (NVI).

Os painéis das paredes eram de cedro e o soalho de cipreste (a palavra hebraica usada para cipreste é berôsh = pinho), também coberto com ouro. Todas as paredes e portas tinham escultura de flores, palmeiras e querubins (cf. Ez 41: 18-19) e eram recobertas com ouro, e nenhuma pedra se via (1 Rs 6: 15; 18).


As portas do exterior do templo
As portas do exterior do templo

Os desenhos da porta exterior do templo
Os desenhos da porta exterior do templo

Palmeiras decorando as paredes do templo
A decoração das paredes – palmeiras

Querubins decorando as paredes do templo
A decoração das paredes – querubins

Menorá
A Menorá – o candelabro de sete lâmpadas – em número de dez

A menorá

Aqui nós vamos voltar ao que eu disse no início sobre algumas diferenças entre o tabernáculo de Moisés e o templo de Salomão. A Menorá é uma delas (Êx 25: 31-40; Êx 37: 17-24). Em Êx 37: 17 está escrito: “Fez também o candelabro de ouro puro; de ouro batido o fez; o seu pedestal, a sua hástea, os seus cálices, as suas maçanetas e as suas flores formavam com ele uma só peça”. Em hebraico é: “Vayya’as ‘eth-hammenorâh zâhâbh thâhor miqshâh ‘âsâh ‘eth-hammenorâhyerêkhâh veqânâh gebhiy’eyhâ kaphtoreyhâ upherâcheyhâ mimmennâhhâyu”. Menorá (מְנֹרָה – Strong #4501 – um substantivo feminino) significa lâmpada, candelabro, candeeiro com sete braços usado no Tabernáculo. Em 2 Cr 4: 7 (cf. 1 Rs 7: 49) está escrito: “Fez também dez candeeiros de ouro, segundo fora ordenado, e os pôs no templo, cinco à direita e cinco à esquerda [NVI – dez candelabros de ouro, de acordo com as especificações]”. Em hebraico é: “vayya’as ‘eth-menoroth hazzâhâbh ‘eser kemishpâthâm vayyittênbahêykhâl châmêsh miyyâmiyn vechâmêsh misemo’vls”. Menoroth é o plural de Menorah, e isso significa que Salomão fez 10 candelabros para colocar no Lugar Santo do templo. Na Menorá, há sete braços ao todo: uma haste central e três braços que saem de cada lado. Os candeeiros de ouro foram colocados em grupos de cinco, uns em frente aos outros no Santo Lugar, como pode ser visto no texto de 2 Cr 3: 1-14.

Estes candeeiros foram levados para Babilônia no momento da invasão de Jerusalém por Nabucodonosor (Jr 52: 17-23), que também levou a arca da Aliança do Senhor e todos os utensílios do templo. No segundo templo, construído por Zorobabel, a arca da Aliança não mais existia (Jr 3: 16), e outro candelabro de ouro teve que ser feito, outra Menorá, para ser colocada no segundo templo, junto com a mesa e os pães da proposição. Também há menção aos vasos e utensílios do templo que foram devolvidos por Ciro, quando permitiu o retorno dos judeus a Jerusalém: Ed 5: 1-2; Ed 1: 7-11. A ausência da arca no segundo templo foi um fator para torná-lo inferior ao de Salomão (Ed 3: 12; Ag 2: 3).

O Arco de Tito

No templo restaurado por Herodes, a Menorá também estava presente, mas com a destruição do templo por Tito em 70 DC, não só a Menorá, mas os demais objetos presentes no templo foram levados para Roma. Isso ocorreu na Primeira Guerra Judaico-romana (66-73 DC), às vezes chamada de grande revolta judaica, que foi a primeira de três grandes rebeliões dos judeus da Judéia contra o Império Romano.

A destruição do templo de Jerusalém não só foi um marco do cumprimento das profecias de Jesus (Mt 24: 1-2; Mc 13: 1-2), como também foi retratado em forma de relevo no Arco de Tito, em Roma. O Arco de Tito, todo feito de mármore, foi erigido como um triunfo comemorando a conquista de Jerusalém, e construído em 81 DC, após a morte do imperador por causa de uma febre. No Arco pode-se ver esculpidos a mesa com os pães da proposição, as trombetas de prata e a Menorá. Ele mede 15,4 metros de altura, 13,5 metros de largura e 4,75 de espessura. Nele, pode-se ler a seguinte inscrição:
“SENATVS·POPVLVSQVE·ROMANVS· DIVO·TITO·DIVI·VESPASIANI· (FILIO)VESPASIANO·AVGVSTO”, que significa: “O senado e o povo romano [dedicam] ao divino Tito Vespasiano Augusto, filho do divino Vespasiano”. Nunca, nenhum judeu de Roma ou de qualquer outro país da Diáspora passou debaixo do Arco de Tito; somente em 1948, quando foi fundado o Estado de Israel, pois eles passaram embaixo do arco comemorando a reconquista de sua terra e por ter sobrevivido ao Império Romano.


Arco de Tito

Escultura do arco

As mesas com os Pães da Proposição

Na bíblia, em relação às mesas feitas por Salomão, elas estão relatadas em 2 Cr 4: 8; 19-20 e 1 Reis 7: 48-50. No primeiro texto está escrito: “Também fez dez mesas e as pôs no templo, cinco à direita e cinco à esquerda; também fez cem bacias de ouro... Também fez Salomão todos os utensílios do Santo Lugar de Deus: o altar de ouro e as mesas, sobre as quais estavam os pães da proposição; e os candeeiros com suas lâmpadas de ouro puro, para as acenderem, segundo o costume, perante o Santo dos Santos”. Em 1 Reis 7: 48-50 está escrito: “Também fez Salomão todos os utensílios do Santo Lugar do Senhor: o altar de ouro e a mesa de ouro, sobre a qual estavam os pães da proposição; os castiçais de ouro finíssimo, cinco à direita e cinco à esquerda, diante do Santo dos Santos; as flores, as lâmpadas e as espevitadeiras [em Inglês: pinças, tenazes; NVI: as tenazes de ouro], também de ouro; também as taças, as espevitadeiras [instrumentos que cortavam o excesso de vela derretida que escorria; NVI: os cortadores de pavio], as bacias [NVI: as bacias para aspersão], os recipientes para incenso e os braseiros [NVI: as tigelas e os incensários], de ouro finíssimo; as dobradiças para as portas da casa interior para o Santo dos Santos e as das portas do Santo Lugar do templo, também de ouro”. O texto que tira a dúvida sobre o número de mesas com os pães da proposição, se havia dez ou apenas uma mesa, está em 1 Cr 28: 15-16: ...“o peso para os candeeiros de ouro e suas lâmpadas de ouro, para cada candeeiro e suas lâmpadas, segundo o uso de cada um; também o peso de ouro [estava falando sobre o ouro acumulado por Davi para construir o templo e especificado na planta que foi dada a Salomão] para as mesas da proposição, para cada uma de per si; como também a prata para as mesas de prata;...”. Assim, havia dez mesas para os pães da proposição.

A mesa significava comunhão e intimidade com Deus, e os pães, a comida e a provisão divina.


Utensílios do templo – a mesa com os pães

O altar do incenso ou altar de ouro

O altar do incenso, embora colocado defronte da arca para fora do véu, no Lugar Santo, era considerada uma peça do Santo dos Santos (Hb 9: 1-10). 1 Rs 7: 48 diz: “Também fez Salomão todos os utensílios do Santo Lugar do Senhor: o altar de ouro e a mesa de ouro [2 Cr 4: 8: mesas], sobre a qual estavam os pães da proposição”.

Não sabemos as medidas corretas do altar do incenso no templo de Salomão, mas no Tabernáculo de Moisés, ele era de madeira de acácia, coberta com ouro, e suas medidas eram: 1 côvado de comprimento, 1 de largura e 2 de altura (aproximadamente 50 cm x 50 cm x 1 m – Êx 30: 1-10; Êx 37: 25-28). Ele também tinha quatro chifres (pontas erguidas) nas suas bordas e quatro argolas dos lados por onde se passavam dois varais para poder ser carregado.

• Em Êx 30: 1-10, está escrito: “Farás também um altar para queimares nele o incenso; de madeira de acácia o farás. Terá um côvado de comprimento, e um de largura (será quadrado), e dois de altura; os chifres formarão uma só peça com ele. De ouro puro o cobrirás, a parte superior, as paredes ao redor e os chifres; e lhe farás uma bordadura de ouro ao redor. Também lhe farás duas argolas de ouro debaixo da bordadura; de ambos os lados as farás; nelas, se meterão os varais para se levar o altar. De madeira de acácia farás os varais e os cobrirás de ouro. Porás o altar defronte do véu que está diante da arca do Testemunho, diante do propiciatório que está sobre o Testemunho, onde me avistarei contigo. Arão queimará sobre ele o incenso aromático; cada manhã, quando preparar as lâmpadas, o queimará. Quando, ao crepúsculo da tarde, acender as lâmpadas, o queimará; será incenso contínuo perante o Senhor, pelas vossas gerações. Não oferecereis sobre ele incenso estranho, nem holocausto, nem ofertas de manjares; tampouco derramareis libações sobre ele. Uma vez no ano, Arão fará expiação sobre os chifres do altar com o sangue da oferta pelo pecado; uma vez no ano, fará expiação sobre ele, pelas vossas gerações; santíssimo é ao Senhor”.

O altar do incenso é um estilo de vida de oração e o brilho do Senhor (ouro) na nossa vida, como um bom hábito que deve ser cultivado para que a nossa alma e o nosso espírito estejam em sintonia com a palavra de Deus, ou seja, com os pensamentos do Senhor para nós, e assim, possamos refletir Seu brilho e Sua verdade.


Utensílios do templo – o altar de ouro

O Santo dos Santos

Em 1 Reis 6: 31-32 está escrito: “Para a entrada do Santo dos Santos, fez folhas de madeira de oliveira; a verga com as ombreiras formavam uma porta pentagonal. Assim, fabricou de madeira de oliveira duas folhas e lavrou nelas entalhes de querubins, de palmeiras e de flores abertas; a estas, como as palmeiras e os querubins, cobriu de ouro”. E em 1 Rs 7: 50b está escrito: “... as dobradiças para as portas da casa interior para o Santo dos Santos e as das portas do Santo Lugar do templo, também de ouro”.

Isso nos mostra que entre o Santo dos Santos e o Lugar Santo não havia apenas um véu ou cortina, como descrito em 2 Cr 3: 14 (“Também fez o véu de estofo azul, púrpura, carmesim e linho fino; e fez bordar nele querubins”), mas também uma porta, o que torna o templo bem mais suntuoso do que o tabernáculo no deserto, mesmo porque não seria possível carregar todas essas coisas (Êx 26: 31-37). Na bíblia não há evidência de o Santo dos Santos estar em um nível mais alto que o Lugar Santo, pois não se fala em escadas para se chegar a ele.

Onde na nossa tradução está escrito “formavam uma porta pentagonal” a tradução hebraica interpreta como 1/5 da parede divisória, portanto, 4 côvados. Alguns dizem que era porque havia cinco molduras ao redor desta porta, ao passo que a porta de entrada do templo tinha apenas quatro molduras (diferentemente do Tabernáculo de Moisés, que tinha cinco colunas do lado de fora e quatro do lado de dentro, entre o Santo dos Santos e o Lugar Santo – Êx 36: 35-38).


Portas do Santo dos Santos
As portas do Santo dos Santos. A cortina fica atrás da porta, diante da arca da Aliança

Os desenhos da porta interior do templo
Os desenhos da porta interior do templo

Os querubins no Santo dos Santos eram de madeira de oliveira e cobertos com ouro e tinham mais ou menos 5,18 metros de altura (1 Rs 6: 23). Duas asas se encontravam no centro, por cima da arca da Aliança. As outras duas asas tocavam nas paredes do norte e do sul (1 Rs 6: 23-28; 2 Cr 3: 10-13).


Os querubins no Santo dos Santos
Os querubins no Santo dos Santos estão de frente para o Lugar Santo

Os querubins no Santo dos Santos
Os querubins no Santo dos Santos

A Arca da Aliança

Quanto à Arca da Aliança há um detalhe interessante sobre a colocação dos varais, pois muitas imagens que vemos por aí não são fiéis ao relato bíblico. A bíblia diz:

• 1 Rs 8: 6-8: “Puseram os sacerdotes a arca da Aliança do Senhor no seu lugar, no santuário mais interior do templo, no Santo dos Santos, debaixo das asas dos querubins. Pois os querubins estendiam as asas sobre o lugar da arca e, do alto, cobriam a arca e os varais. Os varais sobressaíam tanto, que suas pontas eram vistas do Santo Lugar, defronte do Santo dos Santos, porém de fora não se viam. Ali, estão até ao dia de hoje.”

• 2 Cr 5: 7-10a: “Puseram os sacerdotes a arca da Aliança do Senhor no seu lugar, no santuário mais interior do templo, no Santo dos Santos, debaixo das asas dos querubins. (Pois os querubins estendiam as asas sobre o lugar da arca e, do alto, cobriam a arca e os seus varais. Os varais sobressaíam tanto, que suas pontas eram vistas do Santo Lugar, defronte do Santo dos Santos, porém de fora não se viam. Aí estão os varais até ao dia de hoje). Nada havia na arca senão as duas tábuas que Moisés ali pusera junto a Horebe, quando o Senhor fez aliança com os filhos de Israel, ao saírem do Egito.”

Isso quer dizer que os varais eram colocados no sentido da largura da arca, não no sentido do comprimento, de forma que, quando carregada, os querubins eram vistos lado a lado e não um atrás do outro. A figura abaixo mostra a colocação correta dos varais. Por isso, a bíblia diz que eles podiam ser vistos do Santo Lugar, na frente da cortina (véu) que o separava do Santo dos Santos.


A Arca da Aliança

O exterior do Templo

As paredes externas do santuário tinham a projeção de 1 côvado (no Santo dos Santos e no Lugar Santo) para suportarem as vigas de cedro de três andares das pequenas câmaras ao redor. A câmara do andar térreo tinha tamanho menor que a do andar do meio e, esta, era menor do que a do andar superior (5 côvados ou 2,59 metros de largura a 1ª câmara; 6 côvados ou 3,11 metros a 2ª, e 7 côvados ou 3,62 metros a 3ª – 1 Rs 6: 6). Uma porta ao lado sul dava acesso a uma escada em espiral para conduzir aos andares superiores (1 Rs 6: 8). Os andares da casa tinham 2,59 metros de altura e eram ligados à casa com madeira de cedro. Esses aposentos serviam de depósitos e vestiários, acomodações para os sacerdotes e armazéns para ofertas em dinheiro e mercadorias dadas pelos adoradores. Os tesouros do templo estavam ali. As câmaras serviam de tesouraria do Estado e lugar para se guardar despojos de guerra. Esses depósitos foram pilhados durante o reinado de Roboão (931-914 AC), filho de Salomão, por Sisaque do Egito (1 Rs 14: 26). Reis posteriores como Ezequias (716-687 AC; 2 Rs 18: 13-15) e Asa (911-870 AC; 1 Rs 15: 18), que haviam adornado o templo usaram do mesmo para comprar aliados ou para pagar tributo e desviar o invasor. Joás (835-796 AC) deu o ouro do templo para o rei da Síria, Hazael (2 Rs 12: 18). O rei Acaz (732- 716 AC) introduziu um altar de modelo assírio e retirou o altar do holocausto, o lavatório de bronze e as pias de bronze como sinal de sua submissão a Tiglate-Pileser III (2 Rs 16: 10-18). Josias, séculos depois (640-609 AC), necessitou reparar o templo, financiado pelas contribuições dos adoradores (2 Rs 22: 4). Finalmente, em 586 AC Nabucodonosor destruiu e pilhou o templo (586 AC; 2 Rs 24: 13-17).


Os armazéns do templo de Salomão

As colunas de bronze

• 2 Cr 3: 15-17: “Fez também diante da sala duas colunas de trinta e cinco côvados de altura [18,13 metros, as duas juntas]; e o capitel, sobre cada uma, de cinco côvados [2,59 metros]. Também fez cadeias, como no Santo dos Santos, e as pôs sobre as cabeças das colunas; fez também cem romãs, as quais pôs nas cadeias. Levantou as colunas diante do templo, uma à direita, e outra à esquerda; a da direita [NVI, sul], chamou Jaquim, e a da esquerda [NVI, norte], Boaz”.

Quanto às colunas do templo de Salomão, elas eram soltas e não suportavam o teto do Pórtico, mas estavam diante dele como parte dos móveis, não do edifício do templo. Seus nomes podem ser as primeiras palavras dos oráculos que davam poder à dinastia davídica [oráculo = profecia ou a palavra de Deus; conselho, respostas ou declarações divinas; em Hebraico, dabar, דָּבָר, ‘coisa’, ‘palavra’, Strong #1697; em Grego: λόγιον, logion, ‘respostas ou declarações divinas’, Strong #3051]: “YHWH estabelecerá teu trono para sempre” (Jaquim – Yakhin – a da direita – sul) e “na força de YHWH o rei se regozijará” (Boaz – be’õz = força – a da esquerda – norte) – 1 Rs 7: 21 e 2 Cr 3: 15-17 cf. Jr 52: 21. A altura de cada uma delas era de 18 côvados (9,32 metros – 1 Rs 7: 15), afora os capitéis sobre elas, de 5 côvados (2,59 metros) e a sua circunferência de 12 côvados (6,21 metros). 1 ‘côvado primitivo’ (também chamado côvado mosaico), aqui, usado para fins sacros, correspondia a 51,8 cm. Ela era oca, feita de bronze e com uma espessura de 4 dedos (8 cm) – Jr 52: 21. Quanto às medidas diferentes do tamanho das colunas que podemos ver em 1 Rs 7: 15 (18 côvados de altura) e 2 Cr 3: 15 (35 côvados de altura, além do capitel de 5 côvados sobre elas), podemos tirar a dúvida lendo Jr 52: 21: “Quanto às colunas, a altura de uma era de dezoito côvados, um cordão de doze côvados a cercava, e a grossura era de quatro dedos; era oca”. A altura delas era de dezoito côvados. Segundo alguns teólogos, a explicação para este fato pode ser que se trata de um erro de tradução, uma vez que os dois números (trinta e cinco e dezoito) são facilmente confundíveis em hebraico, ou o número trinta e cinco representa o comprimento original da peça fundida (as duas colunas juntas). As colunas ornamentadas ou obeliscos eram muito freqüentes nos tempos antigos.


Colunas de bronze do templo de Salomão

Colunas de bronze do templo de Salomão – detalhes
Detalhes das colunas


Todos os utensílios do templo e as colunas feitas de bronze foram fundidos na planície do Jordão, em terra barrenta, entre Sucote e Zereda (Zaretã):

• 2 Cr 4: 16-18: “Também as panelas, as pás, os garfos e todos os utensílios fez Hirão-Abi para o rei Salomão, para a Casa do Senhor, de bronze purificado. Na planície do Jordão, o rei os fez fundir em terra barrenta, entre Sucote e Zereda. Fez Salomão todos estes objetos em grande abundância, não se verificando o peso do seu bronze”.

• 1 Rs 7: 45-47: “... os caldeirões, as pás, as bacias e todos estes utensílios que fez Hirão para o rei Salomão, para a Casa do Senhor, todos eram de bronze polido. Na planície do Jordão, o rei os fez fundir em terra barrenta, entre Sucote e Zaretã. Deixou Salomão de pesar todos os utensílios pelo seu excessivo número, não se verificando, pois, o peso do seu bronze”.

O Segundo Templo – Zorobabel

Vamos falar um pouco sobre o segundo templo, construído por Zorobabel e dirigido pelo sacerdote Esdras, após o exílio na Babilônia. Os exilados retornaram para Jerusalém em 538 AC com os utensílios tomados por Nabucodonosor (Ed 1: 7-11). Iniciaram a construção do novo templo em 536 AC, mas pararam até 520 AC e terminaram em 516 AC (Ed 1: 1-11; Ed 3: 2-3; 8; 10). Portanto, esse templo demorou quatro anos para ser construído [520-516 AC – 2º ao 6º ano de Dario I (r. 522-486 AC): Ag 2: 10; 18; Ed 6: 15] e perdurou mais do que o de Salomão.

O templo de Salomão foi construído em 966 AC e caiu nas mãos dos Babilônios em 586 AC, portanto, durou 380 anos. O segundo só caiu nas mãos de Pompeu, general romano, em 63 AC. Portanto, perdurou por 473 anos (536 AC a 63 AC) até Pompeu. Mas não foi destruído por Pompeu, apenas invadido. Em 19 AC, Herodes, o Grande, pôs abaixo grande parte da construção antiga e iniciou sua restauração (total = 517 anos do 2º templo até Herodes); depois de 46 anos (Jo 2: 20 – 27 DC) ainda não havia sido concluída. Ela terminou em 64 DC, no tempo de Agripa, filho de Herodes Agripa I. Este templo de Herodes perdurou até 70 DC, com a queda de Jerusalém nas mãos de Tito; portanto, 89 anos com Herodes.

Assim, “Segundo Templo” é uma designação usada para os templos de Zorobabel e de Herodes. Num total, o segundo templo (Zorobabel e Herodes) durou 606 anos (536 AC a 70 DC).

Esdras voltou da Babilônia em 480 AC para ministrar no novo templo. Segundo estudiosos, este templo tinha 60 côvados de comprimento (31,08 metros) e 30 de altura (15,54 metros) e ao redor também havia depósitos e aposentos para os sacerdotes (Ed 6: 3). A arca da Aliança havia desaparecido e nunca mais foi recuperada nem substituída (Jr 3: 14-18). Assim, o segundo templo foi menor e menos opulento que o primeiro. Por isso, alguns do povo choraram ao ver a construção do segundo templo: Esdras 3: 8-13 (com enfoque nos versículos 12 e 13) e Ageu 2: 1-9. Em lugar dos candeeiros de Salomão foi construída outra menorá de sete lâmpadas, juntamente com a mesa para os pães e o altar do incenso. Esses objetos foram novamente tomados dos Israelitas pelo rei selêucida Antíoco IV ou Epifânio por volta de 168-166 AC (período do domínio selêucida sobre Israel), colocando ali uma estátua pagã (‘a abominação desoladora’ – Dn 11: 31; Dn 12: 11; ou ‘o abominável da desolação’ – Mt 24: 15). Sob a liderança de Judas Macabeu, o templo foi purificado e, já nos fins de 164 AC, seus móveis foram substituídos. Os judeus transformaram o recinto numa fortaleza tão poderosa que resistiu ao cerco de Pompeu durante 3 meses (63 AC).


Reconstrução do templo
O Segundo Templo dirigido por Esdras

O Segundo Templo na época dos Macabeus
O Segundo Templo na época dos Macabeus

O Segundo Templo restaurado por Herodes

Herodes, o Grande, iniciou a restauração do templo em 19 AC, mas prosseguiu com sua reparação por Agripa, filho de Herodes Agripa I, até 64 DC. Tito o destruiu totalmente em 70 DC. Portanto, o Templo de Herodes durou cerca de 89 anos. Quando concluído, o monte do Templo era uma plataforma murada em forma de um trapézio escaleno de 472 metros de Norte a Sul (1) e cerca de 304 metros de Leste a Oeste (2). Media cerca de 144 km² [Fonte: BYU Religious Studies Center New Testament History, Culture, and Society; Lincoln H. Blumell, Editor]. Seus muros foram construídos com enormes blocos de pedra de 60 cm de altura e 5 metros de comprimento (Mc 13: 1). O muro leste tinha 466 m de comprimento. O muro sul 278 m. O muro oeste tinha 485 e o norte estendia-se por 316 m [Fonte: Bible-Scenes.com]. Seria algo parecido com isso:


Formato trapezóide do templo de Herodes
Formato trapezóide da plataforma do templo de Herodes

Tempo de construção do templo de Herodes

Segundo Flávio Josefo, o templo propriamente dito foi construído em um ano e meio (pelos próprios sacerdotes instruídos por Herodes, porque gentios não poderiam construir os átrios santos). Os pórticos e pátios circundantes em oito anos (‘Antiguidades’ 15,420-21). Porém, a construção de todo o complexo continuou por mais de oitenta anos a partir do momento em que foi iniciado e só foi concluída em 64 DC (‘Antiguidades’ 20.219), num total de 83 anos. A maioria dos eruditos acredita que o côvado usado na construção do templo foi o côvado longo, conhecido como côvado sacro, côvado primitivo ou côvado mosaico, mencionado em Ez 43: 13 (51,8 cm, um côvado mais quatro dedos).

No lado sudeste, de frente para o vale de Cedrom, o Átrio interno do templo ficava cerca de 50 metros acima da rocha, sem contar a descida até a base do Vale (3). Talvez, o parapeito acima dessa extremidade fosse o pináculo (4) do templo (Mt 4: 5), como cogitou o arqueólogo Benjamin Mazar. Por isso havia uma rampa (5) que conduzia os adoradores desse nível até o nível do átrio. Ao Noroeste do templo havia a Fortaleza Antônia (6) e era a residência do procurador romano quando estava em Jerusalém e foi construída por Herodes, o Grande, para proteger o templo. Ali ficava a guarnição romana. O átrio externo do templo, também chamado Pátio dos Gentios (7), no seu lado sul tinha um edifício dentro dos muros, era chamado de Pórtico Real ou Estoa (8). Na sua frente havia duas passagens (9) para a muralha sul do templo que se abria para a cidade pelas Portas de Hulda (10).


Vista panorâmica do templo de Herodes
Vista panorâmica do templo de Herodes

Pináculo do templo
Pináculo do templo

Pórtico Real ou Estoa Real

A Estoa Real (8) (Ha-stav ha-Malkhuti, הסטיו המלכותי, também conhecida como Colunata Real, Pórtico Real ou Basílica Real – não confundir com as Colunatas ou Pórtico de Salomão), também foi construída por Herodes, o Grande. Era uma basílica. Na Roma antiga, uma basílica era um grande edifício público com múltiplas funções, geralmente construído ao lado do fórum da cidade. Ela correspondia a um elemento de arquitetura grega que consistia de um corredor amplo ou pórtico coberto destinado ao uso público, com o teto sustentado por colunas ou pilares. Estoa, em grego é escrito como Στοά; stoá; lit. ‘pórtico’ ou ‘colunata’; pl. stoai. A Estoa era um centro de atividade pública e comercial (era usada para bancos, tribunais e outras transações comerciais). Seu canto sudoeste era o local onde um sacerdote tocava o chifre de carneiro para anunciar o início dos dias sagrados para o povo dos bairros residenciais e comerciais de Jerusalém. Até a década de 30 DC, o Pórtico serviu como sede do Sinédrio. Alguns historiadores da Antiguidade acham que a Estoa Real de Herodes servia como uma ‘casa da moeda’, administrada pelo sacerdócio.

O historiador Flávio Josefo em sua obra “Antiguidades Judaicas” elogiou a estrutura do prédio pela sua bela construção e escreveu que a Basílica tinha quatro fileiras de colunas ao longo do seu do comprimento, cada uma das fileiras composta por 40 colunas; portanto, tinha três salões paralelos, sendo o corredor do centro de 13,5 metros de largura e os dois laterais de 9 metros. Cada coluna tinha aproximadamente 1,5 metros de diâmetro e 15 metros de altura. O corredor central tinha o dobro da altura dos corredores, provavelmente quase 30-33 metros de altura. O arqueólogo israelense Ehud Netzer estima que a Estoa Real tinha aproximadamente 33 metros de largura e 240 metros de comprimento, embora Josefo dê seu comprimento como um estádio romano (185 metros). O teto era ornado de esculturas em madeira, representando todas as espécies de desenhos. Josefo descreve também mais duas colunas, somando 162 colunas no edifício, e se cogita que elas estivessem provavelmente na extremidade oriental da nave central, pois esse tipo de arquitetura greco-romana costumava ter um remate oriental semicircular com as 2 últimas colunas, e na extremidade ocidental havia uma porta.


Pórtico Real ou Estoa Real Pórtico Real (Estoa) – detalhe
Pórtico Real ou Estoa Real sobre o muro sul – reconstrução (Museu de Israel em Jerusalém)

Portas externas do templo

Flávio Josefo, na sua descrição do Templo de Herodes, mencionou um total de 22 ou 23 portas grandes em todo o templo. Algumas fontes podem mencionar diferentes números de portas, devido a diferentes interpretações das fontes de Josefo ou a inclusão de portas menores ou de aberturas em muros de separação. Na verdade, podemos contar com exatidão dez portas nos pátios internos (sem contar as duas menores ao lado da porta principal de Nicanor) e sete nos muros externos que levavam à cidade.

Evidências arqueológicas determinaram que havia as seguintes portas exteriores da cidade para o monte do templo: um no leste (Portão Dourado), dois no sul: a Porta dupla e a Porta tripla de Hulda, que vemos na imagem abaixo (10), quatro no oeste: o Arco de Robinson, o Arco de Wilson, a porta de Barclay e a porta de Warren (que veremos a seguir). O Portão do norte, perto da Fortaleza Antônia, que muitos se referem como a Porta das ovelhas, não foi arqueologicamente encontrado. A Porta das Ovelhas (Jo 5: 2) era uma porta no muro norte da cidade velha de Jerusalém, por onde as ovelhas passavam para o sacrifício. Ela ficava próximo ao Templo.

A entrada mais comum para os peregrinos que vinham ao templo, e passavam pelos mikvês (os tanques de banho ritual) eram os dois esplêndidos portões do sul, o Portão Duplo e o Portão Tríplice de Hulda, na frente de uma escadaria de 30 degraus, de cerca de 64 m de comprimento. Os degraus eram agrupados 2 a 2, e terminavam num grupo de 4, no cimo. Os Portões Hulda conduziam através de corredores abaixo do Estoa, subindo para a praça do Templo e serviam como a entrada principal do complexo do Templo para os adoradores. Essas duas entradas (9), você pode ver acima na imagem panorâmica do templo.


Face sul do templo de Herodes
Vista sul do templo – Portas de Hulda

Monumento de Hulda ou Tumba de Hulda
Detalhe do chamado Monumento de Hulda ou Tumba de Hulda

Arco de Robinson
O Arco de Robinson

Arco de Robinson
Modelo de reconstrução do Arco de Robinson original


A escadaria e o arco é o que chamamos hoje de Arco de Robinson. O arco de Robinson é o nome dado aos restos de um arco (ou ponte) no lado sudoeste do templo em Jerusalém. Foi erguido por Herodes o Grande no final do séc. I AC (20 ou 19 AC), e destruído após a Primeira Guerra judaico-romana (66-70 DC). O arco de Robinson foi assim nomeado em homenagem ao estudioso bíblico americano Edward Robinson, que identificou seus remanescentes em 1838. Seu trabalho era voltado à geografia e à arqueologia bíblica. Ele foi construído para ligar o vale de Tiropeon com o Pórtico Real (8), o prédio localizado na parte sul. A porta se abria ao lado do Pórtico Real na área do templo. O Arco de Robinson foi uma das quatro portas ao longo da parede ocidental do mesmo, ao lado do conhecido Arco de Wilson (Ao norte do Arco de Robinson). O arco de Robinson tinha mais ou menos quinze metros de comprimento e três metros e meio de largura, começando a doze metros ao norte do canto sudoeste do muro, e com uma altura de mais ou menos dezesseis metros (outros pesquisadores dizem vinte e três metros) acima do nível da rua que corria paralelo ao Muro das Lamentações, um local destinado a orações para os judeus fiéis e para os gentios que visitam Jerusalém. Nos dias de Herodes havia casas muito bonitas na Colina Ocidental de Jerusalém. Segundo Flávio Josefo, ao sul do arco de Wilson, entre ele e o arco de Robinson, havia uma terceira porta no muro ocidental (a porta de Barclay); e ao norte do arco de Wilson, antes de chegar à área norte do templo, havia uma quarta porta, chamada porta de Warren. Essas duas portas não existem mais fisicamente, mas a área onde elas ficavam (o muro oeste), é hoje um local sagrado e de peregrinação para os judeus de todo o mundo (O Muro das Lamentações).


Arco de Robinson
Lado oeste do templo Herodes com o arco de Robinson e o arco de Wilson

O que restou do Arco de Robinson
O que restou do arco de Robinson

Muro oeste do templo de Herodes Muro das lamentações
O muro de lamentações em Jerusalém.

Judeus orando no Muro das Lamentações
Fonte da imagem: Música ‘Gadol Elohai’, de Joshua Aaron (Vídeo by Aspiring Productions)

Vista nordeste do templo de Herodes
Vista nordeste do templo – Pórtico de Salomão – Portão Dourado

A porta dourada do templo
A Porta Dourada ou Portão Dourado atualmente


A Porta Dourada (em hebraico: שער הרחמים – Sha`ar Harahamim, ‘Portão da Misericórdia’) também é conhecida como Portão de Ouro, Portão Dourado. Em árabe é conhecida como Portão da Vida Eterna, Portão da Misericórdia (Bab al-Rahma, para a porta do sul) e Porta do Arrependimento (Bab al-Taubah, para a porta do norte). De todos os portões da Cidade Velha, o Portão Dourado era o mais antigo deles e era usado na Antiguidade como uma passagem direta para o Templo. Ele está localizado no terço norte do muro leste da Cidade Velha. O portão original foi construído por Salomão e restaurado por Herodes. O atual Portão Dourado foi reconstruído sobre as ruínas do antigo portão por onde Jesus entrou na cidade no domingo antes da Páscoa e foi destruído pelos romanos em 70 DC. Vendo-o do lado de dentro dos muros, nota-se que ele possui dois pórticos abobadados: a Porta da Misericórdia (Bab al-Rahma – sul) e a Porta do Arrependimento (Bab al-Taubah – norte). Essa porta passou por muitas intervenções: foi fechada pelos muçulmanos em 810, reaberta em 1102 pelos cruzados e murada por Saladino após recuperar Jerusalém em 1187.

Como Jerusalém foi saqueada em 1244 por outros adeptos do Islamismo (os tártaros corásmios) e entre 1250 e 1517 os mamelucos destruíram os lugares sagrados dos cristãos no Monte Sião, é de se supor que o muro anterior foi novamente aberto no lugar onde estava a porta. Ela foi reconstruída por Solimão I, o magnífico (Em turco: Süleyman ou Kanunî Sultan Süleyman – 1494-1566), sultão otomano no séc. XVI (1541) junto com as muralhas, mas a fechou com grandes pedras e permaneceu assim até hoje. Essa evidência arqueológica foi encontrada pelo arqueólogo James Fleming em 1969, ao cair num buraco cheio de ossos naquele local e descobrir o arco de uma porta, gravado na pedra do buraco, do mesmo formato que a porta do lado de cima, provavelmente da época de Jesus ou Salomão. Mas suas investigações não puderam prosseguir porque um cemitério muçulmano foi construído no local. Segundo informações de alguns pesquisadores, o Sultão bloqueou a porta com pedras para que o Messias não pudesse entrar na cidade de Jerusalém e assim não se cumprisse a profecia de que o Messias entrará por essa porta na 2ª vinda. O cemitério muçulmano construído ali também barraria Seu caminho. Poderia haver também uma razão defensiva para fazê-lo.

Segundo a tradição judaica, seria por esse portão que o Messias profetizado no Antigo Testamento iria utilizar para entrar na cidade, pois para eles a presença divina aparecia sempre pelo leste, o lado do nascer do sol (Ez 43: 4: “A glória do Senhor entrou no templo pela porta que olha para o oriente”). E aparecerá outra vez quando o Messias vier. O oriente era o lado de onde viria a salvação, o Messias. Ezequiel escreveu: “Então, o homem me fez voltar para o caminho da porta exterior do santuário, que olha para o oriente, a qual estava fechada. Disse-me o Senhor: Esta porta permanecerá fechada, não se abrirá; ninguém entrará por ela, porque o Senhor, Deus de Israel, entrou por ela; por isso, permanecerá fechada” (Ez 44: 1-2). Embora os judeus achem que uma nova porta será aberta para o Messias naquele local, nós cristãos podemos ver essa profecia já cumprida, pelo fato de Jesus ter entrado por ela (Lc 19: 28-40; Ez 44: 2) e atualmente ela estar selada. Nós podemos afirmar isso pelas próprias palavras de Jesus: “Ora, alguns dos fariseus lhe disseram em meio à multidão: Mestre, repreende os teus discípulos! Mas ele lhes respondeu: Asseguro-vos que, se eles se calarem, as próprias pedras clamarão” (Lc 19: 39-40). Ezequiel escreveu que essa porta ficaria fechada e não mais se abriria, e de fato, está fechada. Jesus disse que as próprias pedras clamariam se Seus discípulos se calassem, e de fato as pedras que ali estão proclamam a veracidade da Sua palavra; elas mostram que ali houve uma porta por onde o Messias entrou em Jerusalém.

[Fonte: vídeo de Rodrigo Silva – Programa: Evidências NT – 033 A Porta Dourada (Série Evidências) – Novo Tempo – YouTube, 01/02/13].

O Pórtico de Salomão ou Colunatas de Salomão

O Pórtico de Salomão ou Colunatas de Salomão se prolongava por todo o lado oriental (Jo 10: 23; At 3: 11; At 5: 12). Ele se abria para o lado leste das muralhas pelo Portão Dourado. Era debaixo dessas colunatas que os escribas mantinham suas escolas e seus debates (Lc 2: 46; Lc 19: 47; Mc 11: 27); e na frente, no pátio dos gentios, é que comerciantes e cambistas tinham instalado as suas mesas (Jo 2: 14-16; Lc 19: 45-46). Não confundir com o Pórtico Real ou Estoa, que serviu como Sinédrio e outros assuntos comerciais e políticos para os sacerdotes e líderes.


Pórtico de Salomão
Colunatas de Salomão (Pórtico de Salomão)

A balaustrada de Soreg e o pátio dos gentios

Como eu falei antes, o átrio externo do templo era também chamado Pátio dos gentios. O local era basicamente um bazar, com comerciantes vendendo muitas coisas, em especial os animais para sacrifício e produtos comestíveis para as ofertas no templo durante as festas. A moeda também era trocada: a moeda romana trocada por dinheiro de Tiro (moeda grega) e inclusive pelo siclo do templo, principalmente quando Jerusalém estava lotada de peregrinos judeus que vinham para a Páscoa. Foi ali que Jesus expulsou os cambistas e vendedores em sinal de indignação contra o comércio na Casa de Deus. Todos sabiam que os adoradores deveriam apresentar um sacrifício considerado sem defeito pelo sacerdote. Sabiam que os que ali vinham deveriam pagar o imposto per capita, utilizando a moeda do templo (o siclo do santuário), pois os sacerdotes se recusavam a aceitar moeda estrangeira. Seus cambistas estavam ali para trocar o dinheiro. Só não conseguiam reconhecer que o faziam a taxas exorbitantes e que rejeitavam qualquer animal que não fosse comprado no templo por esses preços inflacionados. Era uma grande hipocrisia disfarçada de culto adequado a Deus. Era por isso que Jesus se irava. O santo e o profano caminhavam juntos ali na Casa de Seu Pai. Isso O perturbava muito: a falta de reverência a Deus, a exploração, o roubo, a hipocrisia, a falsidade, a injustiça e o pecado.

A área interior estava um pouco mais elevada que o Pátio dos Gentios, e era cercada por uma balaustrada (Significa uma série de balaústres; balaústre é um pequeno pilar ou coluna ornamental, formando um corrimão, parapeito ou grade) chamada balaustrada de Soreg (סורג, Soreg, em hebraico significa ‘portão’, ‘grade’). Para subir para o ‘santuário’, o pátio de Israel, dentro da balaustrada de Soreg, havia uma escada de 14 degraus, como escreveu Josefo na sua obra ‘a guerra dos judeus’:  “Pois aquele segundo [pátio] do templo era chamado santuário, e subia-se até ele por quatorze degraus a partir do primeiro pátio”. De acordo com Josefo, o Soreg tinha 1,57 m de altura.

A Inscrição do Soreg ou Inscrição de Aviso do Templo

Em 1871, o arqueólogo francês Charles Simon Clermont-Ganneau descobriu uma estela perto de um pátio no Monte do Templo em Jerusalém e a identificou como sendo a ‘Inscrição de Aviso do Templo’, também conhecida como ‘Inscrição da Balaustrada do Templo’ ou ‘Inscrição do Soreg’. A pedra tem 90 centímetros de comprimento por 60 centímetros de altura e 39 centímetros de profundidade. A inscrição do Soreg é uma inscrição que alertava os gentios a não entrar nos recintos sagrados do Templo, onde os judeus costumavam ter acesso à área interior, ou seja, o Pátio de Israel. A inscrição estava em escrita uncial grega, que é um estilo de escrita em letra maiúscula, com traços simples, arredondados e uniformes, utilizado para o estudo de manuscritos antigos para o grego e o latim, especialmente livros antigos em pergaminho. A gravação de letras maiúsculas gregas deve ter sido feita por um pedreiro bastante habilidoso. A inscrição diz, em grego, em sete linhas:

ΜΗΟΕΝΑΑΛΛΟΓΕΝΗΕΙΣΠΟ
ΡΕΥΕΣΟΑΙΕΝΤΟΣΤΟΥΠΕ
ΡΙΤΟΙΕΡΟΝΤΡΥΦΑΚΤΟΥΚΑΙ 
ΠΕΡΙΒΟΛΟΥΟΣΔΑΝΛΗ
ΦΘΗΕΑΥΤΩΙΑΙΤΙΟΣΕΣ
ΤΑΙΔΙΑΤΟΕΞΑΚΟΛΟΥ
ΘΕΙΝΘΑΝΑΤΟΝ

A tradução é: “Que nenhum estrangeiro entre dentro do parapeito (na balaustrada; em grego ‘trifato’, Tryphaktou, τρύφακτος) e da divisória (o pátio entre o santuário, chamado períbola; Peribolou, περίβολος) que circunda o recinto do Templo (‘o Lugar Santo’, chamado ‘o hieron’, ‘To hieron’, Το ἱερόν). Qualquer um que for pego [violando] será responsabilizado por sua morte subsequente.”

Após a descoberta da inscrição, ela foi confiscada pelas autoridades otomanas e atualmente se encontra no Museu de Antiguidades de Istambul (um Museu arqueológico). Em 1935, um fragmento parcial de uma cópia da inscrição foi encontrado por J. H. Iliffe do lado de fora do Portão dos Leões, em Jerusalém; ela está exposta no Museu de Israel.

O historiador Flávio Josefo menciona a existência de várias estelas em grego e latim, erguidas em intervalos iguais, proibindo os estrangeiros de cruzar os recintos sagrados. Como a advertência era para estrangeiros e não para judeus ela não era escrita em hebraico. Servia para proteger apenas o pátio interno do Templo. Na verdade, não eram os judeus que tinham a autoridade de aplicar a pena de morte, particularmente a não judeus, mas isso viria das mãos de Deus.

Uma vez que foi Herodes quem escreveu a inscrição, deduz-se que esse aviso se aplicava a gentios não convertidos, pois Herodes era um idumeu (edomita) convertido e não excluiria a si mesmo ou a seus descendentes. Alguns estudiosos dizem, porém, que se referia a todos os gentios.


Balaustrada de Soreg

 Balaustrada de Soreg – detalhe
Detalhe da Balaustrada (Soreg)

Inscrição do Soreg
Inscrição de aviso do Templo (Inscrição do Soreg) que se encontra na Turquia

Inscrição de aviso do Templo
Inscrição de aviso do Templo (fragmento) que se encontra em Israel

Portas internas do Templo

Segundo Flávio Josefo, havia dez entradas do pátio dos gentios para os pátios internos: quatro portões davam acesso para os lados norte e sul (1), e um portão dava acesso para o lado leste – A Porta Formosa do templo (2). Da torre da Fortaleza Antônia havia uma passagem subterrânea para a Porta Formosa (dentro dos muros, no Átrio das Mulheres). Também havia uma que levava do Pátio das Mulheres ao Pátio dos Homens, chamado de Portão Nicanor (3). Portanto: havia dez portas para os pátios internos (sem contar a Porta do Santuário propriamente dito).


As portas do pátio interno


O primeiro átrio do lado de dentro do templo (o Átrio das Mulheres – 17) continha o gazofilácio (o lugar onde eram colocadas as contribuições dos adoradores para o templo – Mc 12: 41-44), logo dentro da Porta Formosa. Segundo Flávio Josefo, quatro grandes candelabros foram colocados neste pátio, cada um com quatro lâmpadas, para acender o templo, especialmente na Festa dos Tabernáculos.


Átrio das mulheres


Também havia quatro câmaras: a Câmara da Madeira (nordeste), a Câmara dos Nazireus (sudeste), a Câmara dos Óleos (sudoeste) e a Câmara dos Leprosos (noroeste).


Câmaras no Átrio das Mulheres
Câmaras no Átrio das Mulheres


Do lado de fora do Santuário, no Pátio dos sacerdotes, três andares de aposentos (23) rodeavam os lados norte, sul e oeste, até a uma altura de 40 côvados (20,52 metros). Espigões de ouro (24) se projetavam do telhado para impedir que as aves ali se instalassem.

Aos homens era permitido entrarem no Átrio dos Homens (18), elevado acima do nível do Átrio das Mulheres (17), e no tempo da Festa dos Tabernáculos eles podiam entrar no átrio mais interno (Átrio dos Sacerdotes – 19) para andarem ao redor do altar do holocausto. Do Átrio das Mulheres, homens e mulheres podiam observar os sacrifícios pela Porta de Nicanor.


Portão de Nicanor
Portão de Nicanor


A Porta de Nicanor (20) separava o Átrio das Mulheres do Átrio dos Homens (18), onde apenas os homens entravam e subiam por 14 degraus. Segundo Josefo, a porta tinha 25 metros de altura e 20 de largura, necessitando do esforço de 20 homens para ser movida. Segundo achados arqueológicos (Palestine Exploration Fund Quarterly Statement, 1903), seu nome se deve a Niconor, um judeu que pertencia a uma rica família judia Alexandria, que é mencionado nas obras de Josefo e no Talmude como o doador das portas de bronze do Pátio das Mulheres no Segundo Templo em Jerusalém.

Esse pátio era um espaço longo e estreito, separados do Pátio dos Sacerdotes por uma linha na calçada. O altar do holocausto mencionado acima fora construído com pedras toscas, não lavradas, e estava a 22 côvados (11,40 metros) de distância do pórtico do santuário (Mt 23: 35). Ali, apenas os sacerdotes e levitas podiam servir na área ao redor do altar. O altar de pedra media 12 m x 12 m x 4,5 m. Uma rampa levava ao topo do altar que tinha chifres nos quatro cantos. Ao norte do altar estava o Lugar do Abate, onde os animais eram sacrificados e esfolados. Entre o altar e o templo havia uma grande pia de bronze fornecendo água para lavar. Cada um dos sacerdotes lavava as mãos e os pés antes e depois de oficiar no templo (Ex 30: 20-21).


O Pátio dos homens e dos sacerdotes
O Pátio dos homens e dos sacerdotes

O Altar do holocausto
O Altar do holocausto – Bible-Scenes.com (Jeremy Park)

Onde os sacrifícios eram feitos
Onde os sacrifícios eram feitos – Bible-Scenes.com (Jeremy Park)

Planta do templo de Herodes
O plano do santuário era uma cópia do templo de Salomão

O Santuário

Doze degraus levavam ao pórtico (21) ou ’ülâm, onde estavam quatro grandes colunas de mármore; tinha 100 côvados de largura e 100 de altura (51,80 metros) e sua parede era revestida de ouro. Antes da Porta de entrada do Santuário havia um espaço de 20 côvados de largura (10,36 metros) e 40 de altura (20,52 metros), que dava admissão para o Santo Lugar (22).


Pótico e entrada do Santuário


A Porta do Santuário tinha dois conjuntos de portas duplas dobráveis e, segundo Flávio Josefo, havia quatro colunas, duas de cada lado (como se vê nas imagens de moedas e sinagogas da época). Ele também descreve “uma videira de ouro com aglomerados de uva pendurada nela”, que foi colocada acima da porta e enrolada em torno dos pilares (“Antiguidades” 15.395). Ela era decorada com os dispendiosos presentes trazidos para o templo. Naquelas escadas, os sacerdotes se reuniam diariamente para recitar a bênção sacerdotal sobre o povo (Nm 6: 23-27). Atrás dessa porta dupla havia uma grande cortina de várias cores, antes de se entrar no Lugar Santo [fonte: BYU Religious Studies Center; New Testament History, Culture, and Society].


Detalhe da Porta do Santuário
A Porta do Santuário


O Santo Lugar, assim como o Santo dos Santos, era totalmente revestido de ouro, e ali estava a Menorá, a mesa com os Pães da Proposição [ou Pães da Presença] e o altar do de ouro. Apenas os sacerdotes podiam entrar para acender as lâmpadas e queimar incenso (como Zacarias, pai de João Batista). A lâmpada era a única fonte de luz no templo. Este Santo Lugar (25) tinha 40 côvados (20,52 metros) de comprimento e 20 côvados (10,36 metros) de largura.


Lugar Santo
Lugar Santo (Bible-Scenes.com)


Uma cortina dividia o Santo Lugar do Santo dos Santos (‘o véu’: Mt 27: 51; Mc 15: 38 cf. 2 Cr 3: 14 – não foi colocada a porta da madeira que havia entre o Santo dos Santos e o Lugar Santo no templo de Salomão). O véu do templo consistia em duas cortinas penduradas a cerca de 18 centímetros de distância uma da outra. A cortina externa estava enrolada no lado sul, e a interior do lado norte. Elas forneciam um corredor para o sumo sacerdote entrar no Santo dos Santos, para que ninguém mais pudesse ver o recinto. E somente o sumo sacerdote poderia entrar no Santo dos Santos uma vez por ano [Fonte: BYU Religious Studies Center New Testament History, Culture, and Society]. E ali não havia mais a arca da Aliança, apenas um quadrado vazio [Bible-Scenes.com].

O santuário interno (o Santo dos Santos – 26) tinha aproximadamente 10,36 metros de comprimento e largura e 20,50 metros de altura. O interior era coberto com placas de ouro batido. Um aposento vazio por cima do Lugar Santo e do Santo dos Santos se elevava até à altura do pórtico, 100 côvados (51,80 metros), assim tornando nivelado o telhado. Esse recinto ficava vazio porque a Arca da Aliança não existia mais. Um recesso na rocha indicava onde antes ficava a Arca. No Dia da Expiação, o sumo sacerdote aspergiu o sangue do sacrifício, como no AT era feito sobre a arca da Aliança.


O Lugar sem a Arca da Aliança
O Lugar vazio, sem a Arca da Aliança


Essa estrutura foi destruída pelos romanos em 70 DC. O candelabro, a mesa dos pães da proposição e outros objetos (por exemplo, as trombetas de prata, como foi dito a respeito do Arco de Tito) foram levados triunfalmente para Roma.

— Como podemos traduzir tudo o que lemos e trazer seu significado para nossa vida?

Neste estudo nós podemos ver a grandiosidade de Deus, ao mesmo tempo a Sua simplicidade e Seu grande amor por nós, nos dando Seu Filho para morrer em nosso lugar, e não apenas nos libertando da morte eterna por causa dos nossos pecados, mas nos dando o Seu Espírito de vida e entendimento, que nos coloca face a face com a Sua mente e nos faz conhecer os Seus segredos. Mais do que isso, transforma nossa vida em algo simples, entretanto, cheio do Seu poder, a fim de que sejamos instrumentos de cura e libertação para todos os que estão presos nas cadeias do pecado e da religiosidade e, conseqüentemente, a rituais inúteis e esforços desnecessários para agradá-lO e para atingir a perfeição e o Seu coração. Graças sejam dadas a Jesus que nos libertou das complicações do ego humano e das confusões de Satanás!

Ao nos dar o novo nascimento, Ele nos deu o entendimento de que nós somos o verdadeiro templo onde Ele deseja habitar e fazer brilhar a luz da Sua presença, o Espírito Santo (A Menorá), quando desejamos realmente manter essa intimidade (mesa, pães) através da oração (incenso) e do sacrifício de louvor (altar do holocausto). Nós não apenas somos um templo, mas uma Arca que é transportada por Ele segundo a Sua vontade para levar Sua glória e Sua luz onde imperam trevas. Sua palavra é o nosso maná, que nos sustenta por esse deserto na terra até alcançarmos a nossa verdadeira morada celestial na Nova Jerusalém. Com a Sua autoridade espiritual (a vara de Arão) e Sua unção no nosso espírito (óleo do candelabro) nós conseguiremos derrubar todas as barreiras que se levantarem, tentando impedir nossa aliança de amor com Ele (tábuas da aliança) e a realização da Sua vontade para nós. O que importa para Ele é a nossa disposição interior de Lhe dar o que nos é mais precioso (ouro), ao mesmo tempo em que nos revestimos interiormente com ele, esculpindo a nossa alma com os frutos do Seu Espírito e com as flores da alegria de podermos vê-los florescer em outros corações sinceros e inocentes. Tudo o que é impuro e não tem comprometimento com o Seu projeto deve ficar fora dos nossos muros ou da nossa tenda. Finalmente, devemos nos lembrar que o que nos sustenta (colunas) na nossa vida é a alegria e a força do Senhor (Boaz), assim como a fé de que Ele nos estabelecerá (Jaquim), nos honrará em todos os desafios que tivermos que enfrentar. Com essa fé nEle, Ele estabelece nosso trono. As romãs que nos coroam são o símbolo de uma vida que dá frutos e tem sempre palavras ungidas que servem de remédio para os corações doentes.

Como eu disse resumidamente também nos assuntos relacionados (A Arca da Aliança, o Tabernáculo de Moisés, Levitas, Menorá), o Templo ou Tabernáculo assim construído tem uma semelhança com o nosso ser e com a nossa vida. O Átrio Exterior representa nossos relacionamentos sociais em que muitas pessoas nos vêem, nos cumprimentam, mas conhecem pouco de nós. O Lugar Santo é a nossa alma, da qual participam pessoas mais próximas como a família e os amigos que nos conhecem melhor e sabem do que se passa no nosso coração. No Santo dos Santos, que corresponde ao nosso espírito, onde estão os mais íntimos dos nossos desejos e nosso verdadeiro eu, aí só o Espírito de Deus tem acesso.

Conclusão – O que eu pude notar com este estudo

É interessante perceber que houve um ‘acréscimo de detalhes’, podemos dizer, e conseqüentemente, um significado espiritual mais profundo desde o Tabernáculo de Moisés no deserto, o Templo de Salomão e o segundo Templo restaurado por Herodes. Não houve apenas um enriquecimento material como o ouro e os utensílios colocados no edifício (até de tamanho maior, quase exagerado como os Salomão fez) e os enfeites e presentes ofertados até pelos reis gentios e homens comuns do povo ao Deus de Israel e ao suntuoso templo construído naquela época para Ele. Ageu 2: 6-9 é uma prova disso, pois Deus estava consolando aqueles que acharam o Templo construído após o retorno do exílio desprezível em relação ao de Salomão. Houve também um significado espiritual mais profundo para cada uma dessas Casas que o Senhor separou e consagrou para estar com Seu povo na terra, mostrando também uma unção maior e uma responsabilidade maior a cada um de Seus filhos.

O Tabernáculo de Moisés, embora embelezado e enriquecido com o ouro trazido do Egito, tinha uma simples cortina de linho separando o povo de Deus das coisas do mundo, e um altar de bronze e uma bacia de lavar, cortinas e vestes naqueles que ministravam para mostrar o que Deus queria mostrar com ‘santidade’. Quando Salomão construiu o templo, já houve uma mudança: não mais cortinas, mas portas, maior quantidade de ouro e utensílios maiores. Os três recintos (o Santo dos Santos, o Lugar Santo e o átrio exterior) permaneciam, mas a bíblia não diz que o Templo de Salomão tinha muros ao redor. O Talmude cita quatro recintos: o Pátio Exterior, onde as pessoas se reuniam para adorar (judeus e gentios tementes ao Deus de Israel), o Pátio Interno ou Pátio dos Sacerdotes e o próprio edifício do Templo com o Lugar Santo (hekhal) e o santuário interno chamado o Santo dos Santos ou Kodesh HaKodashim ou Debir.

Quando observamos o Templo de Herodes, por exemplo, notamos uma diferença maior, não apenas na sua estrutura mais requintada e mais fortalecida com portas e muralhas fortes (aliás, uma característica nas construções de Herodes), como também uma sensação de separação maior entre os judeus e os não judeus. É como se houvesse, espiritualmente falando, mais dificuldade de se chegar ao Santuário propriamente dito, como se Deus estivesse deixando claro para nós que há uma necessidade de separação maior para nos achegarmos a Ele e sermos Seus sacerdotes na terra. De acordo com o Talmude, os recintos iniciais permaneciam: o recinto mais amplo do Templo, nos pátios restritos do Templo e no próprio edifício do Templo, a saber: 1) todos os edifícios do Templo na plataforma do Monte do Templo, incluindo a Estoa Real e o Pátio dos Gentios; 2) o Átrio das Mulheres, o Pátio dos israelitas (reservado para homens judeus ritualmente puros – dentro do Portão de Nicanor), o Pátio dos Sacerdotes [que alguns estudiosos judeus separam do Pátio do Templo ou Azarah, onde estava a Pia de Bronze (kiyor), o Altar de Ofertas Queimadas (mizbe’ah), o Local do abate]; e 3) o próprio edifício do Templo, igualmente com suas câmaras distintas: 1) o Vestíbulo ou Pórtico do templo (’ülâm); 2) o Lugar Santo ou Sala Grande  (hékal ou hekhal), que é a parte principal do edifício; 3) o Santo dos Santos (Kodesh HaKodashim ou Debir), a câmara mais interna.

Fazendo uma comparação conosco

Fora das muralhas, não entravam ímpios ou quem não entrava no santuário para adorar a Deus; como ímpios e perversos não entram na nossa vida. Dentro dos muros exteriores, havia os prédios e instalações para assuntos civis (como a Estoa real) e o Pátio dos gentios, composto por pessoas do povo que reconheciam a existência de Deus, mas ainda não haviam se consagrado tanto a Ele, tanto é que faziam até comércio ali. Então, entre eles e o pátio dedicado aos judeus (o pátio de Israel), havia uma proibição bastante forte como a inscrição de Soreg, que jamais poderia ser infringida para que nenhum infrator morresse. Espiritualmente falando, significa a separação entre o Israel de Deus (a Igreja do Senhor) e os que vivem nesse mundo, os que muitas vezes têm a consciência de Deus, mas não O levam muito a sério, desconhecem o verdadeiro significado da palavra ‘santidade’ e não sentem necessidade de uma intimidade maior com Ele.

Embora Flávio Josefo descreva o pátio dentro do Soreg como ‘o recinto do Templo’ (‘o Lugar Santo’, ‘o hieron’, ‘To hieron’, Το ἱερόν), onde entravam apenas quem era judeu convertido, eu tive uma impressão muito clara de que antes de entrar no ‘Lugar Santo’ propriamente dito (o candelabro, a mesa dos pães e o altar do incenso), era como se houvesse mais um limite a ser respeitado antes de chegar ao lugar do sacerdócio. Parece que entre o pátio onde os sacrifícios eram realizados houvesse uma barreira a mais, separando homens comuns de sacerdotes, bem como homens de mulheres, o que tem um simbolismo espiritual mais profundo. Até a Mishná confirma isso, listando círculos concêntricos de santidade em torno do Templo: Santo dos Santos; Lugar Santo; Vestíbulo; Pátio dos Sacerdotes; Pátio dos Israelitas (Pátio dos homens); Pátio das Mulheres; Monte do Templo; a cidade murada de Jerusalém; todas as cidades muradas da Terra de Israel; e as fronteiras da Terra de Israel.

E eu tive essa impressão espiritual nítida, principalmente em relação à própria Igreja de Cristo e aos diferentes chamados para o povo de Deus: é como se os crentes vivessem no Pátio de Israel, do Israel de Deus. Aqui, eu faço uma distinção em relação ao Pátio de Israel e o Pátio dos homens, no sentido de que no Pátio do Israel espiritual de Deus, todos os crentes estão, mesmo os que ainda são carnais, mas apenas no Pátio dos homens e no Átrio das mulheres entram os que já conseguiram subir um degrau a mais na sua busca espiritual com Deus, não importa se homem ou mulher, os que participam da Obra, mas ainda se ocupam mais com seus afazeres diários terrenos, pois ainda não sentiram um chamado mais forte de separação (como os homens também participavam da oração no Átrio das mulheres). Estes últimos que já sentiram a força do chamado entrariam no Pátio dos homens propriamente dito, um pouco antes do Pátio dos Sacerdotes (não importa se homem ou mulher), mas ainda precisam ter experiências mais profundas com Deus como aqueles que já têm um chamado ministerial mais definido (ou seja, os do Pátio dos sacerdotes levitas onde eles se lavam na bacia de bronze e realizam os ‘sacrifícios’ de oferta pessoal maior a Deus).

Assim como esses quatro portões no norte e no sul da área do Santuário serviam para muitas coisas (trazer a madeira, os animais primogênitos consagrados ao Senhor, as ofertas totalmente queimadas como os holocaustos (‘ôlâ qorbân ou oleh qorbân), instrumentos musicais, cumprir os rituais da Festa dos Tabernáculos), as mulheres também entravam com suas oferendas, como por exemplo, a purificação após o parto, a oferta pela culpa, seus holocaustos etc. Por isso, eu disse que são os que podem entrar no pátio dos homens, não importa se homem ou mulher. A palavra ‘ôlâ ou oleh significa ‘aquilo que ascende’, eram totalmente queimados no altar como demonstração de devoção, e os sacerdotes não os comiam.

E apenas no santuário propriamente dito, onde entravam os sacerdotes de linhagem Aarônica no AT, entram aqueles que têm um chamado se separação maior de Deus para um ministério, portanto, uma santidade maior, pois ficam conhecendo mais de perto Seus segredos e têm uma responsabilidade maior de ensinar Seu povo, e suas orações são mais constantes ao Senhor, sendo ouvidas, respondidas e reveladas da parte de dEle.

Com tudo isso, o Senhor nos mostra que quanto mais nós quisermos ter intimidade com Ele, mais teremos que nos separar das coisas do mundo e do pecado. Isso muda completamente o nosso conceito de vida cristã, muitas vezes deixando de lado os costumes religiosos e sem devoção, porque já se tornaram uma triste rotina, e passamos a buscar a Deus com mais intensidade e nos entregando mais à Sua vontade e ao Seu projeto.

“Jesus lhes respondeu: Destruí este santuário, e em três dias o reconstruirei. Replicaram os judeus: em quarenta e seis anos foi edificado este santuário, e tu, em três dias, o levantarás? Ele, porém, se referia ao santuário do seu corpo” (Jo 2: 19-21).

“Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; porque o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado” (1 Co 3: 16-17).

“Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora, pois glorificai a Deus no vosso corpo” (1 Co 6: 19-20).

Fontes:
• Wikipedia.org
• BYU Religious Studies Center – New Testament History, Culture, and Society
https://dubitando.orgfree.com/josefo4.htm

Este tema de encontra no anexo:

Estudo Evangélico sobre o Templo de Salomão

Estudo Evangélico sobre o Templo de Salomão (PDF)

Evangelical study about the temple of Solomon (PDF)


Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti

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