Estudo sobre o templo de Salomão e sua semelhança conosco como santuário do Deus Vivo; seus utensílios, átrios e portas; onde e como foi construído e os materiais usados; o Arco de Tito; o templo de Esdras e de Herodes.

Study of Solomon’s temple and its similarity to us as a sanctuary of the Living God; the vessels of the sanctuary, its courts and gates; where and how it was built and the materials used; the Arch of Titus; the temple of Ezra and Herod.


Estudo evangélico sobre o tempo de Salomão




O templo de Salomão foi planejado segundo o modelo do tabernáculo dado a Moisés (Êx 25; 26; 27), entretanto, com algumas alterações, em especial com relação aos utensílios e materiais empregados na sua construção: não mais cortinas, reposteiros ou estacas de tenda, mas com pedras lavradas, madeira de cedro, oliveira e cipreste, ouro e pedras preciosas, entre outros. Também a bacia de bronze onde os sacerdotes lavavam as mãos e pés antes de entrar na tenda da Congregação (Êx 30: 17-21; Êx 38: 8) foi substituída pelo mar de fundição, também chamado tanque de metal fundido (2 Cr 4: 1-6).

Primeiro, vamos ver algumas imagens:


Vista externa do Templo de Salomão
A vista exterior do Templo de Salomão

Bacia de bronze Mar de fundição
A bacia de bronze de Moisés e o mar de fundição de Salomão

Esquema do templo


Vamos começar o estudo pelo texto bíblico de 2 Cr 3: 1-14 (ARA); cf. 1 Rs 6: 1-10; 1 Rs 6: 23-28; 1 Rs 7: 15-22:

“Começou Salomão a edificar a Casa do Senhor em Jerusalém, no monte Moriá [Gn 22: 2, onde Abraão ofereceu Isaque em sacrifício. Moriá significa: ‘Visto por Deus’ ou ‘Escolhido por Deus’ – anotação minha], onde o Senhor aparecera a Davi, seu pai, lugar que Davi tinha designado na eira de Ornã, o jebuseu [cf. 1 Cr 21: 22; 1 Cr 22: 1]. Começou a edificar no segundo mês, no dia segundo, no ano quarto do seu reinado [O reinado de Salomão foi de 970-931 AC, portanto, iniciou a construção do templo em 966 AC]. Foram estas as medidas dos alicerces que Salomão lançou para edificar a Casa de Deus: o comprimento em côvados, segundo o primitivo padrão [51,8 cm, usado para fins sacros], sessenta côvados [31 metros de comprimento], e a largura, vinte [10,36 metros de largura. Em 1 Rs 6: 2 é acrescentado também 30 côvados de altura = 15,54 metros de altura]. O pórtico [’ülâm] diante da casa media vinte côvados no sentido da largura do Lugar Santo [10,36 metros de largura], e a altura, cento e vinte [em Hebraico e em Massorético. Em Siríaco e na Septuaginta, a versão grega do AT, diz 20 côvados = 10,36 metros de altura], o que, dentro cobriu de ouro puro [1 Rs 6: 3: ... Lugar Santo, contra dez de fundo = 5,18 metros de profundidade]. Também fez forrar de madeira de cipreste a sala grande [o Lugar Santo = hékâl ou hekhal, que deriva do Sumério: É GAL = Casa Grande], e a cobriu de ouro puro, e gravou nela palmas e cadeias [NVI: desenhos de tamareiras e correntes]. Também adornou a sala de pedras preciosas; e o ouro era de Parvaim [localização obscura – cogita-se Iêmen. É, geralmente, um nome genérico para as regiões orientais de onde vinha ouro, como Ofir, por exemplo]. Cobriu também de ouro a sala, as traves, os umbrais, as paredes e as portas; e lavrou querubins nas paredes. Fez mais o Santo dos Santos [Debir], cujo comprimento, segundo a largura de sala grande, era de vinte côvados, e também a largura, de vinte [10,36 metros cúbicos – um cubo perfeito]; cobriu-a de ouro puro do peso de seiscentos talentos [1 talento corresponde a 34 kg, portanto, 20.400 kg]. O peso dos pregos era de cinqüenta siclos de ouro (600 g.). Cobriu de ouro os cenáculos (NVI, as salas superiores). No Santo dos Santos, fez dois querubins de madeira e os cobriu de ouro. As asas estendidas, juntas, dos querubins mediam o comprimento de vinte côvados [10,36 metros]; a asa de um deles, de cinco côvados [2,59 metros], tocava na asa do outro querubim. Também a asa do outro querubim era de cinco côvados [2,59 metros] e tocava na outra parede; era também a outra asa igualmente de cinco côvados [2,59 metros] e estava unida à asa do outro querubim. As asas destes querubins se estendiam por vinte côvados [10,36 metros]; eles estavam postos em pé, e seu rosto, virado para o Santo Lugar. Também fez o véu de estofo azul, púrpura, carmesim e linho fino; e fez bordar nele querubins. Fez também diante da sala duas colunas de trinta e cinco côvados de altura [18,13 metros, as duas juntas]; e o capitel, sobre cada uma, de cinco côvados [2,59 metros]. Também fez cadeias, como no Santo dos Santos, e as pôs sobre as cabeças das colunas; fez também cem romãs, as quais pôs nas cadeias. Levantou as colunas diante do templo, uma à direita, e outra à esquerda; a da direita [NVI, sul], chamou Jaquim, e a da esquerda [NVI, norte], Boaz”.


Os querubins no Santo dos Santos
Os querubins no Santo dos Santos estão de frente para o Lugar Santo


Resumindo: o templo tinha 31 metros de comprimento x 10,6 metros de largura x 15,54 metros de altura. O Pórtico media 10,36 metros largura x 10,36 altura x 5,18 metros de profundidade. O Santo dos Santos era um cubo perfeito de aproximadamente 10,36 metros cúbicos (segundo o côvado primitivo de 51,8 cm para fins sacros, também chamado de côvado mosaico).

Para edificar o templo, Salomão recrutou muitos trabalhadores, inclusive israelitas, que lavravam as pedras para fundá-lo; preparavam a madeira e as pedras para se edificar a casa. Em 1 Rs 6: 7 está escrito: “Edificava-se a casa com pedras já preparadas nas pedreiras (em 1 Rs 5: 15 está escrito: “talhavam pedras nas montanhas”), de maneira que nem martelo, nem machado, nem instrumento algum de ferro se ouviu na casa quando a edificavam”. A bíblia não deixa claro o tamanho das pedras usadas para o templo, mas menciona o tamanho das pedras usadas na construção dos palácios reais:

Em 1 Rs 7: 9-11 está escrito sobre as pedras usadas na construção da casa do bosque do Líbano, a casa do rei, o palácio para a filha de Faraó com quem Salomão havia casado, e todos os palácios reais: “Todas estas construções eram de pedras de valor, cortadas à medida, serradas para o lado de dentro e para o de fora; e isto desde o fundamento até às beiras do teto, e por fora até ao átrio maior. O fundamento era de pedras de valor, pedras grandes; pedras de dez côvados e pedras de oito côvados [4 ½ metros e outras 3,60 m]; por cima delas, pedras de valor, cortadas segundo as medidas, e cedros” [aqui, imagina-se que foi usado o côvado comum de 45 cm].

Seguindo a leitura bíblica (1 Rs 6: 31-35; 2 Cr 4: 22), podemos ver que havia portas duplas de madeira de cipreste separando o Lugar Santo do Pórtico, cada qual composta de duas folhas. As janelas de gelosia (gelosia é uma grade de fasquias – ripas – de madeira cruzadas de intervalo a intervalo, que ocupa o vão de uma janela), que a bíblia chama de janelas de fasquias fixas ou janelas com grades estreitas – NIV – 1 Rs 6: 4) eram abertas e estavam próximas do teto e iluminavam o Santo Lugar com o altar do incenso, a mesa e os cinco pares de lâmpadas, ou seja, os castiçais ou candelabros (como a Menorá do tabernáculo de Moisés).


Menorá
A Menorá – o candelabro de sete lâmpadas – em número de dez


Aqui nós vamos voltar ao que eu disse no início sobre algumas diferenças entre o tabernáculo de Moisés e o templo de Salomão. A Menorá é uma delas (Êx 25: 31-40; Êx 37: 17-24). Em Êx 37: 17 está escrito: “Fez também o candelabro de ouro puro; de ouro batido o fez; o seu pedestal, a sua hástea, os seus cálices, as suas maçanetas e as suas flores formavam com ele uma só peça”. Em hebraico é: “Vayya’as ‘eth-hammenorâh zâhâbh thâhor miqshâh ‘âsâh ‘eth-hammenorâhyerêkhâh veqânâh gebhiy’eyhâ kaphtoreyhâ upherâcheyhâ mimmennâhhâyu”. Menorá significa lâmpada, candelabro, candeeiro com sete braços usado no Tabernáculo. Em 2 Cr 4: 7 (cf. 1 Rs 7: 49) está escrito: “Fez também dez candeeiros de ouro, segundo fora ordenado, e os pôs no templo, cinco à direita e cinco à esquerda [NVI – dez candelabros de ouro, de acordo com as especificações]”. Em hebraico é: “vayya’as ‘eth-menoroth hazzâhâbh ‘eser kemishpâthâm vayyittênbahêykhâl châmêsh miyyâmiyn vechâmêsh misemo’vls”. Menoroth é o plural de Menorah, e isso significa que Salomão fez 10 candelabros para colocar no Lugar Santo do templo. Na Menorá, há sete braços ao todo: uma haste central e três braços que saem de cada lado. Os candeeiros de ouro foram colocados em grupos de cinco, uns em frente aos outros no Santo Lugar, como pode ser visto no esquema acima.

Estes candeeiros foram levados para Babilônia no momento da invasão de Jerusalém por Nabucodonosor (Jr 52: 17-23), que também levou a arca da Aliança do Senhor e todos os utensílios do templo. No segundo templo construído por Esdras a arca da Aliança não mais existia como pudemos ver no tema correspondente (Jr 3: 16), e outro candelabro de ouro teve que ser feito, outra Menorá, para ser colocada no segundo templo, junto com a mesa e os pães da proposição. Também há menção aos vasos e utensílios do templo que foram devolvidos por Ciro, quando permitiu o retorno dos judeus a Jerusalém: Ed 5: 1-2; Ed 1: 7-11. A ausência da arca no segundo templo foi um fator para torná-lo inferior ao de Salomão (Ed 3: 12; Ag 2: 3).

No templo restaurado por Herodes, a Menorá também estava presente, mas com a destruição do templo por Tito em 70 DC, não só a Menorá, mas os demais objetos presentes no templo foram levados para Roma. Isso ocorreu na primeira guerra judaico-romana (66-73 DC), às vezes chamada de grande revolta judaica, que foi a primeira de três grandes rebeliões dos judeus da Judéia contra o Império Romano. Começou no ano 66 DC, inicialmente devido a tensões religiosas entre gregos e judeus com protestos anti-taxações e ataques a cidadãos romanos. Depois, as legiões romanas sob o comando de Tito (Tito Flávio Vespasiano Augusto, filho de Tito Flávio Sabino Vespasiano) sitiaram (de 14 de Abril a 8 de Setembro de 70 DC) e destruíram o centro da resistência rebelde em Jerusalém em 01 de agosto de 67 DC, culminando com a destruição do templo em algum momento de agosto de 70 DC, derrotando as restantes forças judaicas [3 ½ anos]. Existe referência a 30 de agosto de 70 DC [Bunson, Matthew (1995). A Dictionary of the Roman Empire. Oxford University Press. p. 212. ISBN 978-0-19-510233-8], mas talvez esteja um pouco desconectada do que os judeus chamam Tisha B’Av (9º dia do mês de ’Abh). Os romanos incendiaram o Templo (há divergência quanto ao fato de ser por ordem de Tito ou apenas por uma tocha lançada acidentalmente por algum soldado). A resistência continuou até setembro, mas finalmente as partes superior e inferior da cidade também foram tomadas e a cidade foi totalmente queimada. O Palácio de Herodes caiu em 7 de setembro e a cidade ficou completamente sob controle romano em 8 de setembro. Tito poupou apenas as três torres da cidadela herodiana como testemunho do antigo poder da cidade. Esse ato teve um grande impacto: muitas pessoas foram mortas e escravizadas e grandes partes da cidade foram destruídas.

Um dos últimos atos dessa guerra [os últimos 3 ½ anos] foi a destruição da Fortaleza de Massada em 16/04/73 DC, um planalto escarpado a sudoeste do Mar Morto, uma fortaleza natural construída por Herodes o Grande como seu palácio e como um lugar de refúgio, mas ocupada pelos sicários rebeldes no tempo da sua destruição pelos romanos. Os sicários eram um grupo extremista dentro do partido dos zelotes. Massada, significa ‘lugar seguro’ ou ‘fortaleza’.

A destruição do templo de Jerusalém não só foi um marco do cumprimento das profecias de Jesus (Mt 24: 1-2; Mc 13: 1-2), como também foi retratado em forma de relevo no Arco de Tito, em Roma. O Arco de Tito, todo feito de mármore, foi erigido como um triunfo comemorando a conquista de Jerusalém, e construído em 81 DC após a morte do imperador por causa de uma febre. No Arco pode-se ver esculpidos a mesa com os pães da proposição, as trombetas de prata e a Menorá. Ele mede 15,4 metros de altura, 13,5 metros de largura e 4,75 de espessura. Nele, pode-se ler a seguinte inscrição:
“SENATVS·POPVLVSQVE·ROMANVS· DIVO·TITO·DIVI·VESPASIANI· (FILIO)VESPASIANO·AVGVSTO”, que significa: “O senado e o povo romano [dedicam] ao divino Tito Vespasiano Augusto, filho do divino Vespasiano”. Nunca, nenhum judeu de Roma ou de qualquer outro país da Diáspora passou debaixo do Arco de Tito; somente em 1948, quando foi fundado o Estado de Israel, pois eles passaram embaixo do arco comemorando a reconquista de sua terra e por ter sobrevivido ao Império Romano.


Arco de Tito

Escultura do arco


Na bíblia, em relação às mesas feitas por Salomão, elas estão relatadas em 2 Cr 4: 8; 19-20 e 1 Reis 7: 48-50. No primeiro texto está escrito: “Também fez dez mesas e as pôs no templo, cinco à direita e cinco à esquerda; também fez cem bacias de ouro... Também fez Salomão todos os utensílios do Santo Lugar de Deus: o altar de ouro e as mesas, sobre as quais estavam os pães da proposição; e os candeeiros com suas lâmpadas de ouro puro, para as acenderem, segundo o costume, perante o Santo dos Santos”. Em 1 Reis 7: 48-50 está escrito: “Também fez Salomão todos os utensílios do Santo Lugar do Senhor: o altar de ouro e a mesa de ouro, sobre a qual estavam os pães da proposição; os castiçais de ouro finíssimo, cinco à direita e cinco à esquerda, diante do Santo dos Santos; as flores, as lâmpadas e as espevitadeiras [em Inglês: pinças, tenazes], também de ouro; também as taças, as espevitadeiras [instrumentos que cortavam o excesso de vela derretida que escorria; em outras traduções], as bacias, os recipientes para incenso e os braseiros, de ouro finíssimo; as dobradiças para as portas da casa interior para o Santo dos Santos e as das portas do Santo Lugar do templo, também de ouro”. O texto que tira a dúvida sobre o número de mesas com os pães da proposição, se havia dez ou apenas uma mesa, está em 1 Cr 28: 15-16: ...“o peso para os candeeiros de ouro e suas lâmpadas de ouro, para cada candeeiro e suas lâmpadas, segundo o uso de cada um; também o peso de ouro [estava falando sobre o ouro acumulado por Davi para construir o templo e especificado na planta que foi dada a Salomão] para as mesas da proposição, para cada uma de per si; como também a prata para as mesas de prata;...”. Assim, havia dez mesas para os pães da proposição.

Quanto à Arca da Aliança há um detalhe interessante sobre a colocação dos varais, pois muitas imagens que vemos por aí não são fiéis ao relato bíblico. A bíblia diz:

• 1 Rs 8: 6-8: “Puseram os sacerdotes a arca da Aliança do Senhor no seu lugar, no santuário mais interior do templo, no Santo dos Santos, debaixo das asas dos querubins. Pois os querubins estendiam as asas sobre o lugar da arca e, do alto, cobriam a arca e os varais. Os varais sobressaíam tanto, que suas pontas eram vistas do Santo Lugar, defronte do Santo dos Santos, porém de fora não se viam. Ali, estão até ao dia de hoje.”

• 2 Cr 5: 7-10a: “Puseram os sacerdotes a arca da Aliança do Senhor no seu lugar, no santuário mais interior do templo, no Santo dos Santos, debaixo das asas dos querubins. (Pois os querubins estendiam as asas sobre o lugar da arca e, do alto, cobriam a arca e os seus varais. Os varais sobressaíam tanto, que suas pontas eram vistas do Santo Lugar, defronte do Santo dos Santos, porém de fora não se viam. Aí estão os varais até ao dia de hoje). Nada havia na arca senão as duas tábuas que Moisés ali pusera junto a Horebe, quando o Senhor fez aliança com os filhos de Israel, ao saírem do Egito.”

Isso quer dizer que os varais eram colocados no sentido da largura da arca, não no sentido do comprimento, de forma que, quando carregada, os querubins eram vistos lado a lado e não um atrás do outro. A figura abaixo mostra a colocação correta dos varais. Por isso, a bíblia diz que eles podiam ser vistos do Santo Lugar, na frente da cortina (véu) que o separava do Santo dos Santos.


A Arca da Aliança


Também podemos ver no esquema do templo (início da página), que a bacia de bronze onde os sacerdotes lavavam as mãos e pés antes de entrar na tenda da Congregação (Êx 30: 17-21; Êx 38: 8) foi substituída pelo mar de fundição, também chamado tanque de metal fundido (2 Cr 4: 1-6). O tanque de metal fundido era uma estrutura redonda que media 4,5 metros de diâmetro e 2,25 metros de altura. Sua circunferência era de 13,5 metros e sua espessura de quatro dedos (8 cm). Sua borda se assemelhava à de um cálice e sua capacidade era de 60.000 litros. Abaixo da borda e ao seu redor havia doze touros, quatro grupos de três, cada grupo voltado para os quatro pontos cardeais, simbolizando as doze tribos de Israel, como estavam dispostas ao redor no Tabernáculo no deserto. O mar de fundição estava colocado no lado sudeste do templo (2 Cr 4: 10), em oposição ao altar de bronze que era colocado no lado nordeste.

O mar de fundição tinha um propósito diferente das 10 pias de bronze ao redor do templo. As pias, cinco à direita e cinco à esquerda, serviam para se lavar nelas o que pertencia ao holocausto, mas o mar de fundição era para os sacerdotes se lavarem nele (2 Cr 4: 6). As pias estavam apoiadas sobre suportes com rodas. Os suportes (NVI, carrinhos) tinham 1,80 metros de comprimento e largura e 1,35 metros de altura. Nas placas de bronze ao seu redor havia esculturas de leões, bois e querubins, assim como nas bases dos carros. O diâmetro das rodas era de 60 cm.


Pias de bronze – templo de Salomão

Templo de Salomão – modelo

Quanto ao altar de bronze, ele está descrito em 2 Cr 4: 1 e tinha 9 metros de comprimento, 9 metros de largura e 4,5 metros de altura. Era para os holocaustos. Era diferente do altar do holocausto do tabernáculo de Moisés, que era de madeira de acácia coberta de bronze (Êx 27: 1-2), medindo cinco côvados de comprimento, cinco côvados de largura e três de altura (aproximadamente 2,5 m x 2,5 m x 1,5 m).


Altar do holocausto – templo de Salomão


Em 1 Reis 6: 31-32 está escrito: “Para a entrada do Santo dos Santos, fez folhas de madeira de oliveira; a verga com as ombreiras formavam uma porta pentagonal. Assim, fabricou de madeira de oliveira duas folhas e lavrou nelas entalhes de querubins, de palmeiras e de flores abertas; a estas, como as palmeiras e os querubins, cobriu de ouro”. E em 1 Rs 7: 50b está escrito: “... as dobradiças para as portas da casa interior para o Santo dos Santos e as das portas do Santo Lugar do templo, também de ouro”. Isso nos mostra que entre o Santo dos Santos e o Lugar Santo não havia apenas um véu ou cortina, como descrito em 2 Cr 3: 14 (“Também fez o véu de estofo azul, púrpura, carmesim e linho fino; e fez bordar nele querubins”), mas também uma porta, o que torna o templo bem mais suntuoso do que o tabernáculo no deserto, mesmo porque não seria possível carregar todas essas coisas (Êx 26: 31-37). Na bíblia não há evidência de o Santo dos Santos estar em um nível mais alto que o Lugar Santo, pois não se fala em escadas para se chegar a ele.

Onde na nossa tradução está escrito “formavam uma porta pentagonal” a tradução hebraica interpreta como 1/5 da parede divisória, portanto, 4 côvados. Alguns dizem que era porque havia cinco molduras ao redor desta porta, ao passo que a porta de entrada do templo tinha apenas quatro molduras (diferentemente do Tabernáculo de Moisés, que tinha cinco colunas do lado de fora e quatro do lado de dentro, entre o Santo dos Santos e o Lugar Santo – Êx 36: 35-38).


Portas do Santo dos Santos
As portas do Santo dos Santos. A cortina fica atrás da porta, diante da arca da Aliança

Os desenhos da porta interior do templo
Os desenhos da porta interior do templo


Para a entrada no Lugar Santo também fez uma porta colocada entre dois pilares de quatro lados, cujas ombreiras eram de madeira de oliveira e as folhas de madeira de cipreste, esculpidas com querubins, flores e palmeiras e cobertas de ouro (1 Rs 6: 33-35: “Fez, para entrada do Santo Lugar, ombreiras de madeira de oliveira; entrada quadrilateral, cujas duas folhas eram de madeira de cipreste; e as duas tábuas de cada folha eram dobradiças. E as lavrou de querubins, de palmeiras e de flores abertas e as cobriu de ouro acomodado ao lavor”).


As portas do exterior do templo
As portas do exterior do templo

Os desenhos da porta exterior do templo
Os desenhos da porta exterior do templo


Como foi dito, os painéis das paredes eram de cedro e o soalho de cipreste (a palavra hebraica usada para cipreste é berôsh = pinho), também coberto com ouro. Todas as paredes e portas tinham escultura de flores, palmeiras e querubins (cf. Ez 41: 18-19) e eram recobertas com ouro, e nenhuma pedra se via (1 Rs 6: 15; 18).


Palmeiras decorando as paredes do templo
A decoração das paredes – palmeiras

Querubins decorando as paredes do templo
A decoração das paredes – querubins

Os querubins no Santo dos Santos eram de madeira de oliveira e cobertos com ouro e tinham mais ou menos 5,18 metros de altura (1 Rs 6: 23). Duas asas se encontravam no centro, por cima da arca da Aliança. As outras duas asas tocavam nas paredes do norte e do sul (1 Rs 6: 23-28; 2 Cr 3: 10-13).


Os querubins no Santo dos Santos
Os querubins no Santo dos Santos


As paredes externas do santuário tinham a projeção de 1 côvado (no Santo dos Santos e no Lugar Santo) para suportarem as vigas de cedro de três andares das pequenas câmaras ao redor. A câmara do andar térreo tinha tamanho menor que a do andar do meio e, esta, era menor do que a do andar superior (5 côvados ou 2,59 metros de largura a 1ª câmara; 6 côvados ou 3,11 metros a 2ª, e 7 côvados ou 3,62 metros a 3ª – 1 Rs 6: 6). Uma porta ao lado sul dava acesso a uma escada em espiral para conduzir aos andares superiores (1 Rs 6: 8). Os andares da casa tinham 2,59 metros de altura e eram ligados à casa com madeira de cedro. Esses aposentos serviam de depósitos e vestiários, acomodações para os sacerdotes e armazéns para ofertas em dinheiro e mercadorias dadas pelos adoradores. Os tesouros do templo estavam ali. As câmaras serviam de tesouraria do Estado e lugar para se guardar despojos de guerra. Esses depósitos foram pilhados durante o reinado de Roboão (931-914 AC), filho de Salomão, por Sisaque do Egito (1 Rs 14: 26). Reis posteriores como Ezequias (716-687 AC; 2 Rs 18: 13-15) e Asa (911-870 AC; 1 Rs 15: 18), que haviam adornado o templo usaram do mesmo para comprar aliados ou para pagar tributo e desviar o invasor. Joás (835-796 AC) deu o ouro do templo para o rei da Síria, Hazael (2 Rs 12: 18). O rei Acaz (732- 716 AC) introduziu um altar de modelo assírio e retirou o altar do holocausto, o lavatório de bronze e as pias de bronze como sinal de sua submissão a Tiglate-Pileser III (2 Rs 16: 10-18). Josias, séculos depois (640-609 AC), necessitou reparar o templo, financiado pelas contribuições dos adoradores (2 Rs 22: 4). Finalmente, em 586 AC Nabucodonosor destruiu e pilhou o templo (586 AC; 2 Rs 24: 13-17).


Os armazéns do templo de Salomão


Quanto às colunas do templo de Salomão, elas eram soltas e não suportavam o teto do Pórtico, mas estavam diante dele como parte dos móveis, não do edifício do templo. Seus nomes podem ser as primeiras palavras dos oráculos (oráculo = o que estava escrito) que davam poder à dinastia davídica: “YHWH estabelecerá teu trono para sempre” (Jaquim – Yakhin – a da direita – sul) e “na força de YHWH o rei se regozijará” (Boaz – be’õz = força – a da esquerda – norte) – 1 Rs 7: 21 e 2 Cr 3: 15-17 cf. Jr 52: 21. A altura de cada uma delas era de 18 côvados (9,32 metros – 1 Rs 7: 15), afora os capitéis sobre elas, de 5 côvados (2,59 metros) e a sua circunferência de 12 côvados (6,21 metros). 1 ‘côvado primitivo’ (também chamado côvado mosaico), aqui, usado para fins sacros, correspondia a 51,8 cm. Ela era oca, feita de bronze e com uma espessura de 4 dedos (8 cm) – Jr 52: 21. Quanto às medidas diferentes do tamanho das colunas que podemos ver em 1 Rs 7: 15 (18 côvados de altura) e 2 Cr 3: 15 (35 côvados de altura, além do capitel de 5 côvados sobre elas), podemos tirar a dúvida lendo Jr 52: 21: “Quanto às colunas, a altura de uma era de dezoito côvados, um cordão de doze côvados a cercava, e a grossura era de quatro dedos; era oca”. A altura delas era de dezoito côvados. Segundo alguns teólogos, a explicação para este fato pode ser que se trata de um erro de tradução, uma vez que os dois números (trinta e cinco e dezoito) são facilmente confundíveis em hebraico, ou o número trinta e cinco representa o comprimento original da peça fundida (as duas colunas juntas). As colunas ornamentadas ou obeliscos eram muito freqüentes nos tempos antigos.


Colunas de bronze do templo de Salomão


Todos os utensílios do templo e as colunas feitas de bronze foram fundidos na planície do Jordão, em terra barrenta, entre Sucote e Zereda (Zaretã):

• 2 Cr 4: 16-18: “Também as panelas, as pás, os garfos e todos os utensílios fez Hirão-Abi para o rei Salomão, para a Casa do Senhor, de bronze purificado. Na planície do Jordão, o rei os fez fundir em terra barrenta, entre Sucote e Zereda. Fez Salomão todos estes objetos em grande abundância, não se verificando o peso do seu bronze”.

• 1 Rs 7: 45-47: “... os caldeirões, as pás, as bacias e todos estes utensílios que fez Hirão para o rei Salomão, para a Casa do Senhor, todos eram de bronze polido. Na planície do Jordão, o rei os fez fundir em terra barrenta, entre Sucote e Zaretã. Deixou Salomão de pesar todos os utensílios pelo seu excessivo número, não se verificando, pois, o peso do seu bronze”.

O Segundo Templo

Vamos falar um pouco sobre o segundo templo, o templo dirigido pelo sacerdote Esdras, após o retorno dos exilados da Babilônia para Jerusalém. Este templo perdurou mais do que o de Salomão. O de Salomão foi construído em 966 AC e caiu nas mãos dos Babilônios em 586 AC, portanto, durou 380 anos. O segundo, embora tenha iniciado sua construção em 536 AC e parado por 16 anos, voltando a ser construído em 520 AC, só caiu nas mãos de Pompeu, general romano, em 63 AC. Portanto, perdurou por 473 anos. Herodes, o Grande, iniciou a restauração do templo em 19 AC, e depois de 46 anos (Jo 2: 20 – 27 DC) ainda não havia sido concluída. Ela terminou em 64 DC, no tempo de Agripa, filho de Herodes Agripa I. Esse templo perdurou até 70 DC, com a queda de Jerusalém nas mãos de Tito. Os exilados retornaram em 538 AC com os utensílios tomados por Nabucodonosor (Ed 1: 7-11). Iniciaram a construção do novo templo em 536 AC, mas pararam até 520 AC e terminaram em 516 AC (Ed 1: 1-11; Ed 3: 2-3; 8; 10). Esdras voltou da Babilônia em 480 AC para ministrar no novo templo. Segundo estudiosos, este templo tinha 60 côvados de comprimento (31,08 metros) e 30 de altura (15,54 metros) e ao redor também havia depósitos e aposentos para os sacerdotes (Ed 6: 3). A arca da Aliança havia desaparecido e nunca mais foi recuperada nem substituída (Jr 3: 14-18). Assim, o segundo templo foi menor e menos opulento que o primeiro. Por isso, alguns do povo choraram ao ver a construção do segundo templo: Esdras 3: 8-13 (com enfoque nos versículos 12 e 13) e Ageu 2: 1-9. Em lugar dos candeeiros de Salomão foi construída outra menorá de sete lâmpadas, juntamente com a mesa para os pães e o altar do incenso. Esses objetos foram novamente tomados dos Israelitas pelo rei selêucida Antíoco IV ou Epifânio por volta de 168-166 AC (período do domínio selêucida sobre Israel), colocando ali uma estátua pagã (‘a abominação desoladora’ – Dn 11: 31; Dn 12: 11; ou ‘o abominável da desolação’ – Mt 24: 15). Sob a liderança de Judas Macabeu, o templo foi purificado e, já nos fins de 164 AC, seus móveis foram substituídos. Os judeus transformaram o recinto numa fortaleza tão poderosa que resistiu ao cerco de Pompeu durante 3 meses (63 AC).


Reconstrução do templo
O Segundo Templo dirigido por Esdras

O Templo restaurado por Herodes

Herodes, o Grande, iniciou a restauração do templo em 19 AC, mas prosseguiu com sua reparação até 64 DC. Sua dimensão atingia 450 metros de Norte a Sul (1) e 300 metros de Leste a Oeste (2). Segundo os estudiosos, seus muros foram construídos com enormes blocos de pedra de 60 cm de altura e 5 metros de comprimento (Mc 13: 1). No lado sudeste, de frente para o vale de Cedrom, o Átrio interno do templo ficava cerca de 50 metros acima da rocha (3). Talvez, o parapeito acima dessa extremidade fosse o pináculo (4) do templo (Mt 4: 5), com 50 metros de altura. Alguns pesquisadores cogitam se o pináculo pudesse estar no ponto mais alto do telhado do Pórtico Real. Por isso havia uma rampa (5) que conduzia os adoradores desse nível até o nível do átrio. Ao Noroeste do templo havia a Fortaleza Antônia (6) e era a residência do procurador romano quando estava em Jerusalém e foi construída por Herodes, o Grande, para proteger o templo. O átrio externo do templo, também chamado Pátio dos Gentios (7), no seu lado sul tinha um pórtico [pórtico é um átrio amplo, com o teto sustentado por colunas ou pilares] dentro dos muros, e tinha quatro fileiras de colunas e era chamado de Pórtico Real (8). Na sua frente havia duas passagens (9) para a muralha sul do templo que se abria para a cidade pelas Portas de Hulda (10).


Vista do templo de Herodes

Pináculo do templo
Pináculo do templo

Face sul do templo de Herodes
Vista sul do templo – Portas de Hulda

Pórtico Real Stoa


A escadaria e o arco que você vê na figura acima é o que chamamos hoje de Arco de Robinson (RA). O arco de Robinson é o nome dado aos restos de um arco (ou ponte) no lado sudoeste do templo em Jerusalém. Foi erguido por Herodes o Grande no final do séc. I AC (20 ou 19 AC), e destruído após a Primeira Guerra judaico-romana (66-70 DC). A Primeira Guerra judaico-romana, às vezes chamada de grande revolta judaica, foi a primeira de três grandes rebeliões dos judeus da Judéia contra o Império Romano e se deu no governo de Vespasiano (69-79 DC). Ela terminou quando as legiões romanas sob o comando de Tito (filho de Vespasiano) sitiaram e destruíram o centro da resistência rebelde em Jerusalém com a destruição do templo, como fora profetizado por Jesus. Depois de Vespasiano vieram seus dois filhos: Tito (79-81 DC) e Domiciano (81-96 DC). O arco de Robinson foi assim nomeado em homenagem ao estudioso bíblico americano Edward Robinson, que identificou seus remanescentes em 1838. Seu trabalho era voltado à geografia e à arqueologia bíblica. O arco de Robinson foi construído para ligar o vale de Tiropeon com o Pórtico Real Stoa (8), localizado na parte sul da área do templo. Foi uma das quatro portas ao longo da parede ocidental do mesmo, ao lado do conhecido arco de Wilson. Ele tinha mais ou menos quinze metros de comprimento e três metros e meio de largura, começando a doze metros ao norte do canto sudoeste do muro, e com uma altura de mais ou menos dezesseis metros (outros pesquisadores dizem vinte e três metros) acima do nível da rua que corria paralelo ao Muro das Lamentações, um local destinado a orações para os judeus fiéis e para os gentios que visitam Jerusalém. Nos dias de Herodes havia casas muito bonitas na Colina Ocidental de Jerusalém.


Arco de Robinson
Modelo de reconstrução do Arco de Robinson original

Arco de Robinson
Lado oeste do templo Herodes com o arco de Robinson e o arco de Wilson


O Pórtico de Salomão ou Colunatas de Salomão (11) se prolongava por todo o lado oriental (Jo 10: 23; At 3: 11; At 5: 12). Ele se abria para o lado leste das muralhas pelo Portão Dourado (12). Era debaixo dessas colunatas que os escribas mantinham suas escolas e seus debates (Lc 2: 46; Lc19: 47; Mc 11: 27), e ali é que comerciantes e cambistas tinham instalado as suas mesas (Jo 2: 14-16; Lc 19: 45-46).


Vista nordeste do templo de Herodes
Vista nordeste do templo – Pórtico de Salomão – Portão Dourado

Pórtico de Salomão
Colunatas de Salomão (Pórtico de Salomão) (11)

A porta dourada do templo
A Porta Dourada ou Portão Dourado atualmente


A Porta Dourada (em hebraico הרחמים רעש – Sha`ar Harahamim, ‘Portão da Misericórdia’) também é conhecida como Portão de Ouro, Portão Dourado. Em árabe é conhecida como Portão da Vida Eterna, Portão da Misericórdia (Bab al-Rahma, para a porta do sul) e Porta do Arrependimento (Bab al-Taubah, para a porta do norte), sendo um dos oito portões das muralhas da Cidade Velha de Jerusalém. É o mais antigo deles, e era usado na Antiguidade como uma passagem direta para o Templo. Ele está localizado no terço norte do muro leste da Cidade Velha. A atual porta Dourada foi reconstruída sobre as ruínas da porta por onde Jesus entrou na cidade no Domingo antes da Páscoa e foi destruída pelos romanos em 70 DC. Ela foi reconstruída por Solimão I, o magnífico (Em turco: Süleyman ou Kanunî Sultan Süleyman – 1494-1566), sultão otomano no séc. XVI (1541) junto com as muralhas, mas a fechou com grandes pedras e permaneceu assim até hoje. Essa evidência arqueológica foi encontrada pelo arqueólogo James Fleming em 1969, ao cair num buraco cheio de ossos naquele local e descobrir o arco de uma porta, gravado na pedra do buraco, do mesmo formato que a porta do lado de cima, provavelmente da época de Jesus ou Salomão. Mas suas investigações não puderam prosseguir porque um cemitério muçulmano foi construído no local. Vendo-a do lado de dentro dos muros, nota-se que ela possui dois pórticos abobadados: a Porta da Misericórdia (Bab al-Rahma – sul) e a Porta do Arrependimento (Bab al-Taubah – norte). Essa porta passou por muitas intervenções: foi fechada pelos muçulmanos em 810, reaberta em 1102 pelos cruzados e murada por Saladino após recuperar Jerusalém em 1187. Como Jerusalém foi saqueada em 1244 por outros adeptos do Islamismo (os tártaros corásmios) e entre 1250 e 1517 os mamelucos destruíram os lugares sagrados dos cristãos no Monte Sião, é de se supor que o muro anterior foi novamente aberto no lugar onde estava a porta. Ela foi reconstruída por Solimão I, o magnífico junto com as muralhas, mas selada com grandes pedras e permaneceu assim até hoje. Segundo informações de alguns pesquisadores, ele bloqueou a porta com pedras para que o Messias não pudesse entrar na cidade de Jerusalém e assim não se cumprisse a profecia de que o Messias entrará por essa porta na 2ª vinda. O cemitério muçulmano construído ali também barraria Seu caminho. Poderia haver também uma razão defensiva para fazê-lo. Segundo a tradição judaica, seria por esse portão que o Messias profetizado no Antigo Testamento iria utilizar para entrar na cidade, pois para eles a presença divina aparecia sempre pelo leste, pelo lado do nascer do sol (Ez 43: 4: “A glória do Senhor entrou no templo pela porta que olha para o oriente”). E aparecerá outra vez quando o Messias vier (Ez 44: 1-2: “Então, o homem me fez voltar para o caminho da porta exterior do santuário, que olha para o oriente, a qual estava fechada. Disse-me o Senhor: Esta porta permanecerá fechada, não se abrirá; ninguém entrará por ela, porque o Senhor, Deus de Israel, entrou por ela; por isso, permanecerá fechada”). O oriente era o lado de onde viria a salvação, o Messias. Embora eles achem que uma nova porta será aberta para Ele naquele local, nós cristãos podemos ver essa profecia já cumprida, pelo fato de Jesus ter entrado por ela (Lc 19: 28-40). Nós podemos afirmar isso também pelas próprias palavras de Jesus: “Ora, alguns dos fariseus lhe disseram em meio à multidão: Mestre, repreende os teus discípulos! Mas ele lhes respondeu: Asseguro-vos que, se eles se calarem, as próprias pedras clamarão” (Lc 19: 39-40). Ezequiel escreveu que essa porta ficaria fechada e não mais se abriria, e de fato, está fechada. Jesus disse que as próprias pedras clamariam se Seus discípulos se calassem, e de fato as pedras que ali estão proclamam a veracidade da Sua palavra; elas mostram que ali houve uma porta por onde o Messias entrou em Jerusalém.

[Fonte: vídeo de Rodrigo Silva – Programa: Evidências NT – 033 A Porta Dourada (Série Evidências) – Novo Tempo – YouTube].

A área interior estava um pouco mais elevada que o Pátio dos Gentios (7), e era cercada por uma balaustrada (Significa uma série de balaústres; balaústre é um pequeno pilar empregado geralmente com outros e unido a eles por uma laje ou corrimão para formar um apoio ou uma grade) chamada balaustrada de Soreg ou Sorek (14). Quatro portões (15) davam acesso para os lados norte e sul, e um portão dava acesso para o lado leste (A Porta Formosa do templo – 16). Da torre da Fortaleza Antônia havia uma passagem subterrânea para a Porta Formosa (dentro dos muros, no Átrio das Mulheres).


Templo de Herodes

Outra vista do templo de Herodes


Quatro portões nos muros exteriores davam acesso ao lado oeste da cidade, para o vale Tiropeon; e o único vestígio desses muros hoje é o muro de lamentações em Jerusalém.


Muro oeste do templo de Herodes Muro das lamentações
O muro de lamentações em Jerusalém.

Arco de Robinson
O que restou do arco de Robinson


O primeiro átrio do lado de dentro do templo (o Átrio das Mulheres – 17) continha o gazofilácio (o lugar onde eram colocadas as contribuições dos adoradores para o templo – Mc 12: 41-44). Aos homens era permitido entrarem no Átrio de Israel (18), elevado acima do nível do Átrio das Mulheres, e no tempo da Festa dos Tabernáculos eles podiam entrar no átrio mais interno (Átrio dos Sacerdotes – 19) para andarem ao redor do altar do holocausto. A Porta de Nicanor (20) separava o Átrio das mulheres do Átrio de Israel. O altar do holocausto mencionado acima fora construído com pedras toscas, não lavradas, e estava a 22 côvados (11,40 metros) de distância do pórtico do santuário (Mt 23: 35). O plano do santuário era uma cópia do templo de Salomão. O pórtico (21) tinha 100 côvados de largura e 100 de altura (51,80 metros). Uma entrada (22) com 20 côvados de largura (10,36 metros) e 40 de altura (20,52 metros) dava admissão, e outra entrada com metade dessas dimensões levava para o Santo Lugar.


Átrio das mulheres

Portão de Nicanor
Portão de Nicanor


Este Santo Lugar (25) tinha 40 côvados (20,52 metros) de comprimento e 20 côvados (10,36 metros) de largura. Uma cortina dividia o Santo Lugar do Santo dos Santos (‘o véu’: Mt 27: 51; Mc 15: 38 cf. 2 Cr 3: 14 – não foi colocada a porta da madeira que havia entre o Santo dos Santos e o Lugar Santo no templo de Salomão). O santuário interno (o Santo dos Santos – 26) tinha 20 côvados (10,36 metros) em quadrado à semelhança do Santo Lugar, e 40 côvados (20,52 metros) de altura. Um aposento vazio por cima do Lugar Santo e do Santo dos Santos se elevava até à altura do pórtico, 100 côvados (51,80 metros), assim tornando nivelado o telhado. Três andares de aposentos (23) rodeavam os lados norte, sul e oeste, até a uma altura de 40 côvados (20,52 metros). Espigões de ouro (24) se projetavam do telhado para impedir que as aves ali se instalassem.


Planta do templo de Herodes


Essa estrutura foi destruída pelos romanos em 70 DC. O candelabro, a mesa dos pães da proposição e outros objetos (por exemplo, as trombetas de prata como foi dito a respeito do Arco de Tito) foram levados triunfalmente para Roma.

— Como podemos traduzir tudo o que lemos e trazer seu significado para nossa vida?

Neste estudo e nos outros relacionados a ele, nós podemos ver a grandiosidade de Deus, ao mesmo tempo a Sua simplicidade e Seu grande amor por nós, nos dando Seu Filho para morrer em nosso lugar, e não apenas nos libertando da morte eterna por causa dos nossos pecados, mas nos dando o Seu Espírito de vida e entendimento, que nos coloca face a face com a Sua mente e nos faz conhecer os Seus segredos. Mais do que isso, transforma nossa vida em algo simples, entretanto, cheio do Seu poder, a fim de que sejamos instrumentos de cura e libertação para todos os que estão presos nas cadeias do pecado e da religiosidade e, conseqüentemente, a rituais inúteis e esforços desnecessários para agradá-lO e para atingir a perfeição e o Seu coração. Graças sejam dadas a Jesus que nos libertou das complicações do ego humano e das confusões de Satanás!

Ao nos dar o novo nascimento, Ele nos deu o entendimento de que nós somos o verdadeiro templo onde Ele deseja habitar e fazer brilhar a luz da Sua presença, o Espírito Santo (A Menorá), quando desejamos realmente manter essa intimidade (mesa, pães) através da oração (incenso) e do sacrifício de louvor (altar do holocausto). Nós não apenas somos um templo, mas uma Arca que é transportada por Ele segundo a Sua vontade para levar Sua glória e Sua luz onde imperam trevas. Sua palavra é o nosso maná, que nos sustenta por esse deserto na terra até alcançarmos a nossa verdadeira morada celestial na Nova Jerusalém. Com a Sua autoridade espiritual (a vara de Arão) e Sua unção no nosso espírito (óleo do candelabro) nós conseguiremos derrubar todas as barreiras que se levantarem, tentando impedir nossa aliança de amor com Ele (tábuas da aliança) e a realização da Sua vontade para nós. O que importa para Ele é a nossa disposição interior de Lhe dar o que nos é mais precioso (ouro), ao mesmo tempo em que nos revestimos interiormente com ele, esculpindo a nossa alma com os frutos do Seu Espírito e com as flores da alegria de podermos vê-los florescer em outros corações sinceros e inocentes. Tudo o que é impuro e não tem comprometimento com o Seu projeto deve ficar fora dos nossos muros ou da nossa tenda. Finalmente, devemos nos lembrar que o que nos sustenta (colunas) na nossa vida é a alegria e a força do Senhor (Boaz), assim como a fé de que Ele nos estabelecerá (Jaquim), nos honrará em todos os desafios que tivermos que enfrentar. Com essa fé Nele, Ele estabelece nosso trono. As romãs que nos coroam são o símbolo de uma vida que dá frutos e tem sempre palavras ungidas que servem de remédio para os corações doentes.

Como dissemos nos assuntos relacionados, o templo ou tabernáculo assim construído tem uma semelhança com o nosso ser e com a nossa vida. O Átrio Exterior representa nossos relacionamentos sociais em que muitas pessoas nos vêem, nos cumprimentam, mas conhecem pouco de nós. O Lugar Santo é a nossa alma, da qual participam pessoas mais próximas como a família e os amigos que nos conhecem melhor e sabem do que se passa no nosso coração. No Santo dos Santos, que corresponde ao nosso espírito, onde estão os mais íntimos dos nossos desejos e nosso verdadeiro eu, aí só o Espírito de Deus tem acesso.

Este tema de encontra no anexo:

Estudo Evangélico sobre o Templo de Salomão

Estudo Evangélico sobre o Templo de Salomão (PDF)

Evangelical study about the temple of Solomon (PDF)



Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti

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