A arca da Aliança do Senhor (arca do Concerto ou arca do Testemunho) e sua semelhança conosco como o santuário do Deus vivo; suas medidas, o material de que foi feita, seu lugar no Tabernáculo e sua trajetória até ser colocada no templo de Salomão; os demais utensílios da tenda da Congregação.

The Ark of the Covenant (Hebrew: ’edhuth = Testimony, Covenant) of the Lord and its likeness to us as the sanctuary of the living God; its measurements, the material from which it was made, its place in the Tabernacle and its trajectory until it was placed in the temple of Solomon; the other vessels of the Tent of Meeting.


A Arca da Aliança do Senhor




A arca da Aliança ou arca do Concerto (hebr. ’edhuth = Testemunho) tem um significado todo especial para o povo de Israel, e para todo o cristão que entende seu paralelo com Jesus. A primeira referência à arca da Aliança está em Êx. 25: 10-16, quando o Senhor dá ordens a Moisés para construir o tabernáculo (Êx 25: 8-9; Hb 8: 5). O tabernáculo (em Hebraico, mishkan, que significa ‘moradia’) ou ‘tenda da congregação’ era a tenda usada pelos israelitas como lugar de adoração enquanto viajavam pelo deserto. Na verdade, a tenda onde Moisés se encontrava inicialmente com o Senhor (‘a tenda da congregação’) foi armada fora do arraial (Êx 33: 7), pois o povo tinha pecado e o Senhor lhe disse que Ele não mais seguiria no meio deles. Então, Moisés armou a tenda fora do acampamento, e ali Deus falava com ele. Todo aquele que buscava ao Senhor saía à tenda da congregação, que estava fora do arraial (Êx 33: 7). Em Êx 29: 42-46, o Senhor disse a Moisés que seria no Tabernáculo (ou tenda da congregação) que Ele desceria para falar com ele e com Seu povo. O tabernáculo era também chamado de ‘santuário’ (Êx 25: 8) e ‘tenda do Testemunho’ porque nele estava guardado o Testemunho (as tábuas da Lei): Êx 38: 21; Nm 1: 50; Nm 9: 15; Nm 17: 7; 8; Nm 18: 2; 2 Cr 24: 6. Mais tarde, o tabernáculo passou a ser conhecido como ‘A Casa do Senhor’ (Dt 23: 18; Js 6: 24). Deus ordenou a Moisés que construísse o tabernáculo para que o povo tivesse um lugar de referência para a adoração e passassem a sentir Sua segurança junto com eles por onde andassem (Êx 25: 8). A tenda da congregação era montada, carregada e cuidada pelos Levitas. No lugar mais interior ficava o recinto conhecido como o Santo dos Santos onde era colocada a arca e onde apenas o sumo sacerdote poderia entrar. Suas dimensões (o santuário propriamente dito, a tenda onde estava a arca da Aliança) eram basicamente cinco metros de largura, quinze de comprimento e cinco de altura (Êx 26: 15-30).

A arca da Aliança era uma caixa construída de madeira de acácia de 2 ½ côvados de comprimento, 1 ½ côvados de largura e 1 ½ côvados de altura (mais ou menos 1,20 m x 0,80 m x 0,80 m). O côvado usado aqui é o côvado primitivo usado para fins sacros e que corresponde a mais ou menos 51,8 cm (o normal era de 44,4 cm). A arca era coberta de ouro puro e nos quatro cantos dela havia quatro argolas por onde eram passados dois varais de madeira também cobertos de ouro; por esses varais ela era transportada. Dentro da arca, o Senhor ordenou a Moisés que colocasse as tábuas da lei, que simbolizavam o pacto ou aliança que Ele estava fazendo com o Seu povo. Como a arca era sem tampa, o Senhor planejou outra peça chamada de propiciatório, de ouro puro, do tamanho exato da arca para que ela ficasse tampada. Formando uma única peça com o propiciatório, foram colocados dois querubins de ouro puro em cada extremidade; estavam com os rostos voltados um para o outro e suas asas se tocavam no centro. Dali, do meio do propiciatório entre os querubins é que Deus falava com Moisés (Êx 25: 22). Chamava-se propiciatório porque era ali que era derramado o sangue do animal sacrificado para a propiciação dos pecados (Lv 16: 14-16; 18-19; 30; 33; 34; Hb 9: 25). Em Nm 10: 33-36, existe algo interessante sobre a arca: “Partiram, pois, do monte do Senhor caminho de três dias; a arca da Aliança do Senhor ia adiante deles caminho de três dias, para lhes deparar lugar de descanso. A nuvem do Senhor pairava sobre eles de dia, quando partiam do arraial. Partindo a arca, Moisés dizia: Levanta-te, Senhor, e dissipados sejam os teus inimigos, e fujam de diante de ti os que te odeiam. E, quando pousava, dizia: Volta, ó Senhor, para os milhares e milhares de Israel”. Aqui podemos ver que a arca ia adiante deles, como Deus diz que vai adiante de nós para nos preparar caminho, afastando de nós nossos inimigos. A arca era levada na frente pelos levitas, isto é, pelos sacerdotes.

Quanto à Arca da Aliança há um detalhe interessante sobre a colocação dos varais, pois muitas imagens que vemos por aí não são fiéis ao relato bíblico. A bíblia diz:

• 1 Rs 8: 6-8: “Puseram os sacerdotes a arca da Aliança do Senhor no seu lugar, no santuário mais interior do templo, no Santo dos Santos, debaixo das asas dos querubins. Pois os querubins estendiam as asas sobre o lugar da arca e, do alto, cobriam a arca e os varais. Os varais sobressaíam tanto, que suas pontas eram vistas do Santo Lugar, defronte do Santo dos Santos, porém de fora não se viam. Ali, estão até ao dia de hoje.”

• 2 Cr 5: 7-10a: “Puseram os sacerdotes a arca da Aliança do Senhor no seu lugar, no santuário mais interior do templo, no Santo dos Santos, debaixo das asas dos querubins. (Pois os querubins estendiam as asas sobre o lugar da arca e, do alto, cobriam a arca e os seus varais. Os varais sobressaíam tanto, que suas pontas eram vistas do Santo Lugar, defronte do Santo dos Santos, porém de fora não se viam. Aí estão os varais até ao dia de hoje). Nada havia na arca senão as duas tábuas que Moisés ali pusera junto a Horebe, quando o Senhor fez aliança com os filhos de Israel, ao saírem do Egito.”

Isso quer dizer que os varais eram colocados no sentido da largura da arca, não no sentido do comprimento, de forma que, quando carregada, os querubins eram vistos lado a lado e não um atrás do outro. A figura abaixo mostra a colocação correta dos varais. Por isso, a bíblia diz que eles podiam ser vistos do Santo Lugar, na frente da cortina (véu) que o separava do Santo dos Santos.


A Arca da Aliança


Em Hb 9: 2-5a, quando o escritor fala sobre o antigo tabernáculo ele comenta sobre a arca: “Com efeito, foi preparado o tabernáculo, cuja parte anterior, onde estavam o candelabro, e a mesa, e a exposição dos pães, se chama o Santo Lugar; por trás do segundo véu, se encontrava o tabernáculo que se chama o Santo dos Santos, ao qual pertencia um altar de ouro para o incenso e a arca da aliança totalmente coberta de ouro, na qual estava uma urna de ouro contendo o maná, a vara de Arão, que floresceu (Nm 17: 8-10), e as tábuas da aliança; sobre ela, os querubins da glória, que, com sua sombra, cobriam o propiciatório”. E em Êx 16: 33-34 está escrito: “Disse também Moisés a Arão: Toma um vaso, mete nele um gômer cheio de maná e coloca-o diante do Senhor, para guardar-se às vossas gerações. Como o Senhor ordenara a Moisés, assim Arão o colocou diante do Testemunho [NVI, as tábuas da aliança] para o guardar”.


Mobília do Tabernáculo

Arca da Aliança

Utensílios do Tabernáculo

1. A bacia de bronze onde Arão e seus filhos lavavam as mãos e os pés antes de entrarem na Tenda da Congregação ou de ministrarem diante do altar do holocausto
2. O altar do holocausto
3. O candelabro de ouro
4. A mesa com os pães da proposição
5. A arca da aliança
6. O altar de ouro para o incenso
7. A urna de ouro contendo o maná
8. A vara de Arão
9. As tábuas da Aliança

O significado de cada uma das peças da Arca da Aliança

Os querubins são anjos cuja função é revelar o poder, a majestade e a glória de Deus e defender Seu caráter santo. Têm função de vigilância e adoração. Também indicam uma classe de anjos com grande força de conhecimento, sabedoria e iluminação divina e que refletem a beleza do Criador. Por isso, se diz que são conhecedores dos mistérios divinos (“cheios de olhos”). A arca era de madeira de acácia coberta de ouro. A madeira simboliza algo que é tirado da terra, da matéria; e o ouro, as coisas preciosas. Nós somos essa arca, de material perecível como o pó da terra, mas que fomos revestidos pelo mais precioso de Deus que é o mesmo Espírito que estava em Jesus. Dentro do nosso ser Ele colocou Suas leis (tábuas – 2 Co 3: 2-3: “Vós sois a nossa carta, escrita em nosso coração, conhecida e lida por todos os homens, estando já manifestos como carta de Cristo, produzida pelo nosso ministério, escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, nos corações”), Seu alimento (maná), que é a Sua palavra para nos sustentar, e a Sua unção e autoridade como reis e sacerdotes (a vara de Arão que floresceu). Mas para que não fôssemos roubados, para que não ficássemos desprotegidos, “sem tampa”, Ele nos deu o propiciatório que é Jesus. O propiciatório era o lugar onde o sacerdote aspergia o sangue do animal que substituía o homem a ser perdoado. Quando Jesus morreu por nós na cruz do Calvário, Ele nos substituiu, nos propiciou e derramou Seu próprio sangue por nós. Portanto, é Jesus que nos cobre com o Seu sangue. Era ali, no meio dos dois querubins que o Senhor falava com Moisés. Agora podemos falar diretamente com Jesus, pois Ele já está dentro de nós. Seus anjos nos guardam e nos levam para onde Deus determina que nós caminhemos (“varais”). O propiciatório era de ouro puro, assim como Jesus foi o mais precioso de Deus para nós. Todo o capítulo 9 de Hebreus fala que Jesus veio substituir o sacrifício da antiga aliança no lugar do cordeiro e do sumo sacerdote, e em Hb 10: 12-13 ele fala: “Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus, aguardando, daí em diante, até que os seus inimigos sejam postos por estrado dos seus pés”. Da mesma forma, os inimigos já estão debaixo dos nossos pés.

Em todo o Antigo Testamento, a arca era muito importante para os israelitas, tanto é que nos períodos em que ela não estava com eles (porque tinha sido roubada pelo inimigo), o povo se sentia fraco e abandonado (1 Sm 4: 21-22). Também para o Senhor a arca era muito importante e simbolizava a Sua presença e não permitia que nada que fosse profano tocasse nela. Veja o que está escrito em 1 Sm 5: 10-11. Os filisteus tinham roubado a arca, mas sofreram tanto com a ira de Deus por causa disso que resolveram devolvê-la para que no meio do seu povo não morresse mais ninguém. Mesmo os israelitas não tinham o direito de tocar nela, a menos que fossem sacerdotes; quem tocasse, morria (1 Sm 6: 19 – quando o Senhor mata setenta israelitas de Bete-Semes por terem olhado para dentro da arca).

A trajetória da arca

Foi em Siló que a tenda da congregação foi armada nos primeiros dias depois da conquista da terra prometida (Js 18: 1), e foi esse o principal santuário dos israelitas durante o tempo dos juízes (Jz 18: 31). Pelo tempo de Eli (o sacerdote) e seus filhos, o santuário já se tornara uma estrutura bem estabelecida de adoração centralizada (1 Sm 1: 3; 9; 1 Sm 3: 3). Depois de Siló, a arca da Aliança mudou várias vezes de lugar (Ebenézer: 1 Sm 4; 3; 1 Sm 5: 1; Asdode: 1 Sm 5: 1; 6; Gate: 1 Sm 5: 8; Ecrom: 1 Sm 5: 10; Bete-Semes: 1 Sm 6: 12), pois foi roubada pelos inimigos (filisteus), até ser transferida para Baalim de Judá, também chamada de Quiriate-Jearim ou Quiriate-Baal (Js 18: 14; 1 Sm 7: 1-2; 1 Cr 13: 5) para a casa de Abinadabe e seus filhos: Eleazar (1 Sm 7: 1), Uzá e Aiô (2 Sm 6: 2-3), onde ficou por 20 anos (1 Sm 7: 2) no tempo de Samuel; dali foi para casa de Obede-Edom (provavelmente um filisteu de Gate e que morava perto de Jerusalém – 2 Sm 6: 10; 1 Cr 13: 13-14; 1 Cr 15: 25 – segundo: “O Novo Dicionário da Bíblia – J. D. Douglas – edições vida nova, 2ª edição 1995”), de onde Davi (como rei) a tomou e a levou até o monte Sião, a cidade de Davi, até conquistar seu lugar definitivo no templo de Jerusalém construído por Salomão (o povo sacrificava no altar do holocausto colocado no alto em Gibeão – 1 Cr 16: 39; 1 Cr 21: 29; 2 Cr 1: 3-5 – mas a arca ficou em Jerusalém, numa tenda que Davi construiu para ela: 1 Cr 15: 1; 1 Cr 16: 1; 37-39; 2 Cr 1: 3-5; 1 Rs 3: 4; 15).


Gibeão e Jerusalém

A cidade de Davi e o templo A cidade de Davi e o templo
A cidade de Davi e o templo

Jerusalém atual
Jerusalém atual, vista do Monte das Oliveiras


Quando Davi era rei de Israel, a arca se achava em Baalim de Judá e ele decidiu trazê-la de volta para Jerusalém. Só que da primeira vez agiu de maneira errada, trazendo-a sobre um carro de bois e mais um israelita foi morto pelas mãos de Deus por tocar na arca. Esse homem foi Uzá (2 Sm 6: 1-11 cf. 1 Sm 7: 1; 2 Sm 6: 3). Assim somos nós, como a arca do Senhor; quem não for ungido de Deus não pode tocar em nós. Se o inimigo atentar contra nossa vida, Deus dá cabo dele. Por isso, Ele quer que zelemos pela santidade e pelos dons que Ele nos deu para que não sejamos roubados pelos “filisteus” (demônios). Quando Davi se lembrou qual era a maneira correta de carregar a arca, ele conseguiu trazê-la intacta para Jerusalém (2 Sm 6: 12-19). Ele se lembrou que a arca só poderia ser transportada pelos Levitas, por isso, dessa vez, ele a trouxe com louvor e santidade. Assim também é conosco. A arca representa também a glória de Deus em nós, portanto, para trazê-la para a nossa vida não conseguiremos realizar isso na força da nossa alma (“carro de boi”), nem de qualquer jeito como Uzá fez, mas com santidade e alegria no coração. Quando louvamos o Senhor, Sua glória enche nosso ser.

Quando foi construído o templo de Salomão, a arca deixou de habitar em tendas e passou a habitar definitivamente no Santo dos Santos, no lugar mais interior do templo. Em 1 Rs 8: 1-11, quando ela foi colocada no seu lugar, a glória do Senhor foi tão forte ali que nem Salomão nem os sacerdotes puderam ficar para ministrar. Isso quer dizer que quando nos colocamos no altar do Senhor, no centro do Seu coração, Sua glória nos cobre de tal forma que nada mais é necessário. A palavra bíblica para glória do Senhor é kãbhôdh (hebr.) ou doxa (Septuaginta, a versão grega do AT) = peso ou dignidade, e que pode ser entendida como a manifestação do poder de Deus onde é preciso, vitória, proteção, abundância, riqueza, dignidade, reputação. É o equivalente judaico do Espírito Santo. A conhecida palavra Shekïnâ, traduzida como ‘resplendor, presença de Deus habitando entre o Seu povo’, não aparece nem no AT nem no NT. Ela deriva do verbo Shãkhan (שכן = habitar, fazer morada), o qual aparece em versículos como Gn 9: 27; Gn 14: 13 e Jr 33: 16. Também aparece em Êx 40: 35: “Moisés não podia entrar na tenda da congregação, porque a nuvem permanecia [Shãkhan] sobre ela, e a glória do Senhor [kãbhôdh] enchia o tabernáculo”. Shekiná (Shekhinah, Shekïnâ), na verdade, é um conceito cabalístico, místico, que a considera como a face feminina da Presença Divina. Segundo a Cabala, Shekiná é uma energia cósmica poderosíssima em si mesma e que habita no interior do Universo, vivifícando-o e sendo a sua alma ou espírito. Os escritores dos Targuns criaram a palavra ‘Shekiná’ para indicar o próprio Deus, removendo o conceito de Deus com forma e sentimentos, o que o judaísmo tradicional pregava e não deixava ser removido. Esse novo ponto de vista, na verdade, trouxe um conceito abstrato de Deus, mais frio e distante (uma simples ‘energia cósmica’, ao invés de um ser com identidade própria).

Significado da palavra Arca em hebraico

A palavra arca em hebraico significa: ‘cofre, arca, caixa’ e guarda o projeto de Deus. Em Êx 2: 3, a palavra arca (hebr.: têbhath) foi traduzida por ‘cesto’, onde foi colocado o bebê Moisés. Ele era o projeto de Deus para Israel. Assim, nós somos a arca e guardamos dentro de nós Seu projeto. Outros consideram a arca de Moisés como uma versão em miniatura da arca de Noé (hebr.: têbhath), mas apenas com o tamanho suficiente para conter um bebê. Foi feita de junco (gõme') e calafetada com betume e, pelo fato de ser necessário abri-la (Êx 2: 6) aparentemente à semelhança da arca de Noé, presume-se que era completamente fechada. A palavra usada para arca da Aliança é outra: ’ãrôn (ou Arun – ארון), que não só significa ‘cofre, arca, caixa’, como também ‘armário, gabinete’.

Como foi planejado o tabernáculo dado a Moisés

Vamos ver como foi planejado o tabernáculo dado a Moisés (Êx 25 e 26). No templo de Salomão algumas alterações foram feitas, em especial com relação aos utensílios e materiais empregados na sua construção. Para nosso entendimento, o tabernáculo era dividido em três partes: o Átrio Exterior onde eram feitos os holocaustos e sacrifícios. A parte mais interior, chamada Lugar Santo, era onde somente os sacerdotes entravam e ali estava a mesa, os pães e o candelabro (Hb 9: 1-5). O candelabro significava a luz, o Espírito de Deus com eles. A mesa significava comunhão e intimidade com Deus, e os pães da Presença ou pães da Proposição (Êx 25: 30; Êx. 35: 13; Êx. 39: 36; Êx. 40: 23), a comida e a provisão divina. O altar do incenso, embora colocado defronte da arca para fora do véu, no Lugar Santo, era considerada uma peça do Santo dos Santos. Separando o Lugar Santo do Santo dos Santos havia um véu espesso, que simbolizava a separação entre o santo e o profano, entre Deus e os homens. No Santo dos Santos havia a arca da Aliança e ali só podia entrar o sumo sacerdote uma vez por ano para adorar ao Senhor e lhe oferecer sacrifícios. O sumo sacerdote entrava com vestes especiais de linho fino (Ez 44: 15-19), após ter se lavado com água limpa. Foi o véu que se rasgou quando Jesus morreu na cruz, simbolizando que Sua morte estava rompendo a separação entre nós e Deus. A partir daquele momento, Ele, como sumo sacerdote, estava fazendo o sacrifício definitivo para nos dar livre acesso ao coração do Pai. O templo ou tabernáculo assim construído tem uma semelhança com o nosso ser e com a nossa vida. O Átrio Exterior representa nossos relacionamentos sociais em que muitas pessoas nos vêem, nos cumprimentam, mas conhecem pouco de nós. O Lugar Santo é a nossa alma, da qual participam pessoas mais próximas como a família e os amigos que nos conhecem melhor e sabem do que se passa no nosso coração. No Santo dos Santos, que corresponde ao nosso espírito, onde estão os mais íntimos dos nossos desejos e nosso verdadeiro ‘eu’, aí só o Espírito de Deus tem acesso.

Hoje, fica bem claro para nós que somos um templo e uma arca não construídos por mãos humanas; somos nós que carregamos a presença de Deus para onde formos e somos protegidos e guardados pelos anjos para que nada nos cause dano algum. Dentro de nós deve haver o fogo do Espírito queimando constantemente (a chama acesa no altar: Lv 6: 12-13) e o louvor, pois é ele que nos aproxima do trono. O Salmo 22: 3 diz: “Contudo, tu és santo, entronizado entre os louvores de Israel”.

Quando os babilônios saquearam Jerusalém e destruíram o templo, a Arca foi levada por Nabucodonosor e destruída, por isso nunca mais foi encontrada. Por isso, também, sua ausência no segundo templo foi um fator para torná-lo inferior ao de Salomão. Em uma das suas profecias messiânicas, Jeremias fez menção à arca da Aliança: “Sucederá que, quando vos multiplicardes e vos tornardes fecundos na terra, então, diz o Senhor, nunca mais se exclamará: A arca da Aliança do Senhor! Ela não lhes virá à mente, não se lembrarão dela nem dela sentirão falta; e não se fará outra. Naquele tempo, chamarão a Jerusalém de Trono do Senhor; nela se reunirão todas as nações em nome do Senhor e já não andarão segundo a dureza do seu coração maligno. Naqueles dias, andará a casa de Judá com a casa de Israel, e virão juntas da terra do Norte para a terra que dei em herança a vossos pais. Mas eu a mim me perguntava: como te porei entre os filhos e te darei a terra desejável, a mais formosa herança das nações? E respondi: Pai me chamarás e de mim não te desviarás” (Jr 3: 16-19).

Agradeçamos a Deus por ter nos dado Jesus, que com Seu sangue nos abriu o caminho até o Pai e nos permitiu conhecer livremente, pela graça, os segredos do Seu coração. A Ele toda a honra, toda glória e todo o louvor, pelos séculos dos séculos.

Este texto se encontra no livro:


livro evangélico: Jamais falte óleo sobre tua cabeça

Jamais falte óleo sobre tua cabeça (PDF)

Never be lacking oil on your head (PDF)



Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti

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