A Tetrarquia de Diocleciano (Caio Aurélio Valério Diocleciano Augusto ou Diócles) – em 284 DC – e o Dominato terminaram com a Crise do 3º século. Assuntos: a Grande Perseguição; estandartes do exército romano; éditos romanos.

The Tetrarchy of Diocletian (Caesar Gaius Aurelius Valerius Diocletianus Augustus or Diocles) – in 284 AD – and the Dominate ended with the crisis of the 3rd century. Subjects: The Great Persecution; the standards of the Roman army; Roman edicts.


Imperadores Romanos – A Tetraquia de Diocleciano




Não se esqueça que todos esses temas sobre imperadores romanos foram escritos para dar o entendimento da profecia do apóstolo João em Apocalipse sobre Roma, onde Deus a chama de ‘a grande meretriz’.

Na periodização das épocas históricas da humanidade, Idade Antiga ou Antiguidade é o período que se estende desde a invenção da escrita (4000-3500 AC) até a queda do Império Romano do Ocidente (476 DC). A Antiguidade clássica (também chamada de era clássica, período clássico ou idade clássica; do século VIII AC ao século V DC) é centrada nas civilizações do mar Mediterrâneo, tais como a Grécia antiga e a Roma antiga, ou seja, o mundo greco-romano.

A Idade Média (ou medieval) é um período da história da Europa entre os séculos V e XV. Inicia-se com a Queda do Império Romano do Ocidente (476 DC) e termina com a queda de Constantinopla (1453 DC = o fim do Império Romano do Oriente) e o período após o descobrimento da América em 1492 por Cristóvão Colombo; para fins práticos: 476-1499 DC. A Idade Média pode ser dividida em dois períodos menores: Alta Idade Média (476-999 DC) e Baixa Idade Média (1000-1499 DC). O período medieval é um evento estritamente europeu.

A partir daí começa a Idade Moderna. A Idade Contemporânea é o período atual da história ocidental que teve início com a Revolução Francesa (1789) e a ascensão de Napoleão Bonaparte.

X) A tetrarquia de Diocleciano

A tetrarquia de Diocleciano (284-311 DC) teve quatro imperadores: Diocleciano (285-305), Maximiano (285-305), Constâncio Cloro (305-306), Galério (305-311).


Tetrarquia de Diocleciano – Diocleciano Tetrarquia de Diocleciano – Maximiano Tetrarquia de Diocleciano – Constâncio Cloro Tetrarquia de Diocleciano – Galério
Diocleciano, Maximiano, Constâncio Cloro, Galério


O ano de 284, com a ascensão do imperador Diocleciano (284–305 DC) e a Tetrarquia, marcou o fim da crise do terceiro século, e iniciou o regime de governo chamado Dominato, uma monarquia despótica e militar no estilo grego. O Dominato é o período do Império Romano de 285 DC (iniciado por Diocleciano) a 565 DC (com a morte de Justiniano). As reformas que ele realizou e os imperadores que se seguiram foram apenas um período de transição para a Idade Média ou Medieval (476-1499 DC).

No período de 284–285 DC Diocleciano governou sozinho. Em 285 DC, para fins administrativos, Diocleciano dividiu o império romano em duas partes: leste e oeste, entre ele (Caio Aurélio Valério Diocleciano) – que ficou com o Oriente – e Maximiano (Marco Aurélio Valério Maximiano Hercúleo Augusto), que ficou com o Ocidente. Neste período, houve um evento conhecido como ‘a Grande Perseguição aos Cristãos’. Diocleciano abdicou em 305 DC e forçou Maximiano a abdicar também.

1) Caio Aurélio Valério Diocleciano Augusto (Caesar Gaius Aurelius Valerius Diocletianus Augustus) – r. 284-285 – governou sozinho; 285-305 DC, como imperador do Oriente (total 21 anos).
Nome de nascimento: Caio Aurélio Valério Diocleciano (Gaius Aurelius Valerius Diocletianus)
Nome como Imperador: César Caio Aurélio Valério Diocleciano Augusto (Caesar Gaius Aurelius Valerius Diocletianus Augustus)
Esposa: Prisca, uma cristã
Filhos: Galéria Valéria, uma cristã. Valéria se casou posteriormente com o imperador Galério (Gaius Galerius Valerius Maximianus)
Morte: 66 anos, provavelmente por suicídio

Diocleciano era nascido na Dalmácia (atual Croácia). Com sua ascensão ao poder, Diocleciano pôs um fim à Crise do terceiro século. Em 285 DC escolheu outro militar, Maximiano (Marco Aurélio Valério Maximiano Hercúleo Augusto) para o cargo de Augusto, como co-imperador. E em 293 DC Diocleciano indicou Galério Maximiano (Gaius Galerius Valerius Maximianus) como seu sucessor, enquanto Maximiano, por sua vez, indicou Caio Flávio Valério Constâncio (Gaius Flavius Valerius Constantius) ou Constâncio Cloro ou Constâncio I. Estes últimos eram co-imperadores de menor estatura e tomaram o título de César, ao invés de Augusto, que pertencia a Diocleciano e Maximiano. Os césares eram co-imperadores de menor estatura, geralmente chefes militares que governavam e protegiam o império, adotados como filhos pelos augustos. Eles os sucederiam em caso de morte ou velhice ou decorridos vinte anos de seus governos. Os césares também possuíam uma capital, exército e administração próprios. A essa organização dá-se o nome de tetrarquia, pois há dois augustos e dois césares. Assim, cada imperador governava um quarto do Império, embora fosse um governo conjunto.

Diocleciano trocou Roma como sua capital pela cidade grega de Nicomédia na Ásia Menor (atual İzmit, na Turquia), onde havia sido aclamado imperador. Dali ele exerceria seu governo.
Maximiano escolheu para sua residência a cidade de Mediolano (atual Milão), mais próxima da fronteira do Danúbio.
Quanto aos césares, Constâncio Cloro mantinha sua residência imperial em Augusta dos Tréveros (Augusta Treverorum), também chamada Trier (em alemão, atual Tréveris, na fronteira do rio Reno), e Galério, na Dácia, na cidade de Sirmio (atual Sremska Mitrovica, na província Sérvia da Voivodina).
Diocleciano defendeu as fronteiras do Império contra os sármatas (povos iranianos) e tribos do Danúbio (285-290 DC), os alamanos (Alemanha – 288 DC) e usurpadores no Egito (297-298 DC). Com os Sassânidas, o tradicional inimigo do Império no Oriente, conduziu negociações em 299 DC obtendo uma paz duradoura e favorável aos romanos. Diocleciano fundou vários centros administrativos mais próximos às fronteiras.

Houve necessidade de uma reforma tributária no seu governo devido aos gastos causados por constantes campanhas militares e muitos projetos de construção e reconstrução: as Termas de Diocleciano (‘os banhos de Diocleciano’) para comemorar 20 anos de reinado, a remodelação da Cúria Júlia (‘Curia Iulia’ é um antigo edifício onde eram realizadas assembléias do senado da Roma Antiga, construído em 44 AC por Júlio César) e do Fórum de César (construído em 54-46 AC por Júlio César; ele era formado por uma praça retangular alongada, onde havia uma estátua eqüestre de Júlio César, pórticos nos três lados, e ao fundo, o templo de Vênus Genetrix, deusa da maternidade), a construção ou reconstrução de um arco do triunfo (o Arco triunfal da tetrarquia) fazendo a ligação entre a Cúria e o Fórum, sendo que o arco foi decorado com partes reutilizadas de monumentos a Trajano e Marco Aurélio. Diocleciano criou o argento de prata, substituindo o antoniniano de Caracalla, que por sua vez tinha substituído o denário de prata. Diocleciano também criou o fólis, uma meda de bronze com uma leve cobertura de prata.


Curia Julia Fórum de César
‘Curia Iulia’ e o tempo de Vênus Genetrix, deusa da maternidade, no Fórum de César

Arco de Diocleciano Fórum de César
O Arco Triunfal da Tetrarquia e visão panorâmica do Fórum de César


O senado, apesar de ser ainda considerado pelo povo, passou a ser um simples conselho municipal da cidade de Roma. Diocleciano se denominou um autocrata tomando para si o poder em todos os níveis do estado, firmando-se, assim, como único governante. Dessa forma, os impostos foram controlados por ele cada vez mais, diminuindo também a liberdade dos cidadãos que passaram apenas a servir ao estado e a um déspota. Separou os cargos públicos civis dos cargos militares, e a Itália passou a ser dividida em províncias que também lhe pagavam impostos (como todas as outras províncias do Império). A única exceção era a cidade de Roma. O problema da desvalorização da moeda romana continuou, pois sua política tributária falhou.

A perseguição de Diocleciano ou Grande Perseguição e os Éditos

A perseguição de Diocleciano ou ‘Grande Perseguição’ foi a última e talvez a mais sangrenta perseguição aos cristãos no Império Romano, também conhecida como ‘a era dos mártires’. Em 303 DC, Diocleciano e seus colegas Maximiano, Galério e Constâncio Cloro emitiram uma série de éditos exigindo que os cristãos cumprissem as práticas religiosas tradicionais do Império Romano, ou seja, a realização de sacrifícios às suas divindades. O primeiro édito imperial de 303 DC ordenava a destruição geral de igrejas, objetos de culto cristãos, e a destituição de funcionários que fossem adeptos da ‘nova religião’; um segundo édito ordenou a prisão geral do clero. Um terceiro previa a libertação dos cristãos em caso de apostasia, e o quarto e último, de 304, ordenava toda a população do império a sacrificar aos deuses sob pena de morte ou trabalhos forçados em minas. Sua mulher e filha sofreram com a perseguição aos cristãos, mas só foram mortas no governo de Licínio. Ambas foram canonizadas como santas cristãs.

Apesar dessa perseguição a comunidade cristã se fortaleceu, tornando-se a religião aceita pelo Império após 313 DC, com o Edito de Tolerância de Milão. Segundo informações históricas essas perseguições começaram a diminuir quando Galério, o principal instigador delas, ficou enfermo em 311 DC e emitiu um decreto, junto com seu césar Licínio, desfazendo a discriminação contra os cristãos e pedindo orações a eles pelo seu restabelecimento. Cinco dias depois de assinar o édito, ele morreu. O Édito de Tolerância de Galério abriu caminho para o Édito de Milão de 313 (editado por Licínio e Constantino I), decretando não apenas a tolerância ao Cristianismo como também o reconheceria como uma das religiões oficiais e, finalmente, a única do Império (através do Édito de Tessalônica em 380 DC por Teodósio I, o Cristianismo foi decretado como a única religião do império romano, excluindo-se todos os outros deuses).

O Dominato

Podemos resumir o governo de Diocleciano da seguinte forma: apesar de ser chamada uma tetrarquia, Diocleciano instituiu o Dominato, i.e., uma monarquia despótica e militar no estilo grego. O príncipe, sob essa visão oriental, convertia-se em senhor (‘dominus’ para os romanos), ou seja, amo ou governante absoluto à frente de uma grande burocracia. O imperador tornava-se ‘senhor e deus’, usava coroas, púrpuras e outros ornamentos imperiais, e todos que eram admitidos em sua presença eram obrigados a ajoelhar-se e beijar a ponta do manto real. Isso extinguiu o governo civil, e o senado ficou sujeito a uma nobreza burocrática. O Dominato é o período do Império Romano de 285 DC (iniciado por Diocleciano) a 565 DC, com a morte de Justiniano. Extinguiu-se, com isso, o Principado Romano. Os civis haviam sido derrotados pelos militares.

Dominato x Principado:
O Principado é o primeiro período do Império Romano desde 27 AC quando o senado investiu Otaviano – o futuro Augusto – com poder supremo sob a denominação de príncipe (princeps) [em latim, ‘o primeiro’, ‘o que principia algo’, ‘chefe’], e se estende até 285 DC, quando se iniciou o dominato por Diocleciano. O Principado foi uma tentativa dos imperadores de manter uma ilusão de República. O nome dava uma idéia de que os imperadores eram simplesmente ‘os primeiros entre os cidadãos’, ‘o primeiro entre iguais’. De qualquer forma, era um absolutismo esclarecido, e os imperadores tendiam a não ostentar o seu poder, geralmente respeitando os direitos dos cidadãos. A partir de Diocleciano iniciou-se o Dominato, que era uma monarquia despótica e militar no estilo grego. Começou em 285 e terminou com a queda do Império romano do Ocidente em 476 DC, ou no reinado de Justiniano I (527–565). Durante esse período, a verdadeira natureza do regime era escondida atrás de conceitos republicanos, e os imperadores eram muitas vezes relutantes por falsa modéstia em se assumir como um ditador. Na metade oriental do Império, e especialmente a partir da época de Justiniano I, o sistema do Dominato evoluiu para o absolutismo autocrático. O termo ‘dominato’ é originado do latim, ‘dominus’, que significa, ‘amo ou senhor’. Diocleciano deixou os títulos anteriores de ‘Imperador César’ pelos os novos de ‘Dominus Noster’, senhor nosso. O estilo de governo em que o imperador procurava se mostrar como um modelo de comportamento aristocrático correto (como César Augusto) deu lugar a um estilo em que o imperador era visto como sendo distinto de todos os outros mortais. Até sua moradia tinha que ser diferente.

Diocleciano impôs o uso do latim como língua administrativa nas províncias de língua grega do Oriente. Prestigiou as leis romanas. Dividiu o império em 101 províncias, agrupadas em doze dioceses reunidas em quatro prefeituras: Diocese da Itália, Diocese da Britânia, Diocese da Gália, Diocese Vienense, Diocese da Hispânia, Diocese da Panônia, Diocese da Mésia, Diocese da Trácia, Diocese do Ponto, Diocese da Ásia, Diocese do Oriente, Diocese da África.

Em 305 DC, enfraquecido por causa de doença, Diocleciano abdicou de seu cargo. Ele se retirou para um palácio que mandou construir para sua fase de aposentadoria, localizado em Split, na Dalmácia, atual Croácia, na costa oriental do mar Adriático. Ele morreu com 66 anos (não se sabe se ele cometeu suicídio). Após sua abdicação, Maximiano também abdicou e o império passou a Constâncio Cloro e Galério como Augustos.


Cidade de Split
Localização do complexo histórico de Split com o palácio de Diocleciano na Croácia.

Palácio de Diocleciano
Esta é uma reconstrução do Palácio de Diocleciano em sua aparência original após a conclusão, em 305.
O modelo é uma obra de Ernest Hébrard (1877-1933), um arquiteto francês, arqueólogo e urbanista (fonte: wikipedia.org).


Palácio de Diocleciano é hoje o núcleo da cidade de Split. Hoje, todo o complexo engloba cerca de metade do centro da cidade antiga e da cidade atual de Split, na Croácia. Embora, se refiram ao edifício como um palácio por causa da intenção de Diocleciano usá-lo como sua residência durante o seu período de aposentadoria, pode-se ver que a estrutura é enorme, e mais se assemelha a uma fortaleza. Metade dela era para uso pessoal do imperador, e o resto abrigava uma guarnição militar.

2) Marco Aurélio Valério Maximiano Hercúleo Augusto (Caesar Marcus Aurelius Valerius Maximianus Herculius Augustus) – r. 285-305 (junto com Diocleciano) e 306-307 DC, como imperador do Ocidente (total 21 anos)
Nome de nascimento: Marco Aurélio Valério Maximiano (Marcus Aurelius Valerius Maximianus)
Nome como César sob Diocleciano (285-286): César Marco Aurélio Valério Maximiano (Caesar Marcus Aurelius Valerius Maximian)
Nome como Imperador (como Augusto do Ocidente, com Diocleciano como Augusto do Oriente): Marco Aurélio Valério Maximiano Hercúleo Augusto (Marcus Aurelius Valerius Maximianus Herculius Augustus – 286-305)
Esposa: Eutrópia, da Síria
Filhos:
• Magêncio e Fausta. Magêncio foi imperador entre 306 e 312. Fausta se casou com Constantino I e teve seis filhos com ele, incluindo os Augustos Constantino II, Constâncio II e Constante. Fausta foi assassinada por Constantino I, por suspeita de adultério com um filho (Crispo) de sua primeira esposa.
• Flávia Maximiana Teodora. Ela que casou com Constâncio Cloro, e era filha de Eutrópia e Afrânio Hanibaliano (senador e cônsul romano), portanto, enteada de Maximiano.
Morte: 60 anos (310 DC); ele se enforcou, sob pressão do seu genro Constantino I (casado com Fausta, filha de Maximiano)

A relação entre Diocleciano e Maximiano foi rapidamente expressa em termos religiosos. Por volta de 287, Diocleciano assumiu o título de Júpiter [também Jove (do latim: Iuppiter, Iovis)] e Maximiano assumiu o título de Herculius (Hercúleo).
Jove ou Júpiter:
Consorte – Juno
Pai – Saturno
Símbolo – relâmpago (um raio) e águia (por isso, nós podemos ver a águia nos escudos e nos estandartes romanos, segurando um raio com as suas garras)
Irmãos – Plutão e Netuno
Filhos – Marte, Vulcano, Minerva, Hércules (Heracles para os gregos)
Equivalente grego – Zeus
Júpiter, também Jove (do latim: Iuppiter, Iovis), é o deus do céu e do trovão e do rei dos deuses na religião romana e mitologia. Júpiter era a principal divindade da religião Romana do Estado em todas as eras: republicana e imperial, até que o Cristianismo se tornou a religião dominante do Império. Pensa-se que Júpiter surgiu como um deus do céu. Seu símbolo é o raio e seu primeiro animal sagrado é a águia, que manteve sua posição sobre outras aves na tomada de auspícios e tornou-se um dos símbolos mais comuns do exército romano.

Hércules é o nome romano para o herói divino grego Héracles, que era o filho de Zeus (equivalente romano Júpiter) e a mortal Alcmene. Na mitologia clássica, Hércules é famoso por sua força. Ele se fazia representar com a clava, o arco, flechas e uma pele de leão. Héracles, o deus grego, era reconhecido pela clava e pela pele de leão (pelo fato de ter derrotado o leão de Neméia, um local desconhecido; provavelmente, fruto da imaginação humana). A clava se devia à sua força nas batalhas corpo a corpo.


Estátua de Júpiter
Júpiter – dê uma olhada na águia

O exército romano

Vamos ver uma coisa interessante sobre o exército romano e a águia nos estandartes e nos escudos, e depois, as divisões do exército romano. Uma águia (aquila) era um símbolo de destaque usado na Roma antiga, especialmente como o estandarte de uma legião romana. Signífero era um porta-estandarte (corresponde ao posto de alferes; uma patente de oficial abaixo de tenente; no Brasil, a designação foi substituída pela de segundo-tenente). Um legionário conhecido como um aquilífero, ou portador da águia, carregava este estandarte. Um aquilífero era um signífero mais antigo que carregava o estandarte de águia de uma legião romana. Cada legião carregava uma águia. A águia era extremamente importante para o soldado romano, além de simplesmente ser um símbolo de uma legião. Um estandarte perdido era considerado como um acontecimento extremamente grave, e os soldados Romanos muitas vezes caminhavam grandes distâncias para proteger um estandarte ou para recuperá-lo se tivesse sido perdido. Uma série de outras águias romanas já foram descobertas por arqueólogos, quer simbolizando o domínio imperial ou usadas como emblemas de funeral. Os dois emblemas (a águia e o raio) eram vistos também nas moedas. Junto com Juno e Minerva (A Tríade Capitolina), Júpiter ele era o guardião central do estado. Sua árvore sagrada era o carvalho. Júpiter era o irmão de Netuno e Plutão. Cada um deles presidia sobre um dos três reinos do universo: o céu (Júpiter), as águas (Netuno), e o submundo (Plutão).

Um centurião era um soldado romano que comandava oitenta a cem soldados do exército, as centúrias. Elas se juntavam em grupos de três a dez (numeradas de I a X) formando as coortes (300 a 1000 soldados). Cada coorte tinha como o seu próprio estandarte a serpente ou dragão, que eram tecidos em um pedaço quadrado de pano (textilis anguis), hasteados em um bastão dourado, em que uma barra transversal foi adaptado para este propósito, e transportado pelo ‘draconarius’ (draconário). As coortes se juntavam e formavam as legiões. A legião romana era a divisão fundamental do exército romano. As legiões variavam entre 1.000 e 8.000 homens (em média de 3.000-6.000 soldados). Durante as suas campanhas na Gália, as legiões de Júlio César eram compostas por não mais de 3.000 soldados.


Águia romana Aquilífero
As asas de águia nos escudos e o aquilífero

Draconário
Draconário (Draconarius)


Maximiano escolheu para sua residência a cidade de Mediolano (atual Milão), mais próxima da fronteira do Danúbio. Diocleciano fez sua capital na cidade grega de Nicomédia na Ásia Menor (atual İzmit, na Turquia). Quanto aos césares, Constâncio Cloro mantinha sua residência imperial em Augusta dos Tréveros (Augusta Treverorum), também chamada Trier (em alemão, atual Tréveris, na fronteira do rio Reno), e Galério, na Dácia, na cidade de Sirmio (atual Sremska Mitrovica, na província Sérvia da Voivodina). A maior parte da sua vida, Maximiano passou em campanhas militares: Gália (285 DC), Tribos Germânicas (285-288) e os alamanos (junto com Diocleciano) em 288. Em 286 DC, com a revolta de um dos seus homens que havia sido designado para patrulhar o canal da Mancha (um braço de mar que é parte do oceano Atlântico e que separa a Grã-Bretanha do norte da França), houve uma divisão na Britânia (centro-sul da ilha da Grã-Bretanha) e o Noroeste da Gália (atual França). Houve grandes batalhas navais para reaver o poder desses territórios 289-290 DC. Quando o líder dos rebeldes foi derrotado em 296 DC, Maximiano levou suas tropas para o sul, a fim de combater piratas na Hispânia e incursões de outros bárbaros do norte da África na Mauritânia. Em 298 DC, após todas essas campanhas, Maximiano partiu para a Itália, onde abdicou em 305 DC. Passou o título de Augusto para Constâncio, e se estabeleceu no sul da Itália. No fim de 306 DC Maximiano assumiu novamente o título de Augusto e apoiou a rebelião liderada por seu filho, Magêncio (um usurpador), na Itália, para tomar o poder. Para isso, fez uma aliança com Constantino, lhe dando sua filha Fausta por esposa. Falhando nas conversações com Galério (Magêncio era genro de Galério), tentou depor seu filho em 307 DC, mas sem sucesso; então, fugiu para a corte de Constâncio (neto adotivo e genro de Maximiano), em Augusta dos Tréveros. Em 308 DC, Diocleciano e seu sucessor Galério forçaram Maximiano a renunciar novamente ao título de imperador. No início de 310 DC, Maximiano ainda fez uma tentativa de se apossar do título de Constantino, que estava em campanha militar no Reno. Ele acabou sendo preso por Constantino (por traição da própria filha Fausta) e cometeu suicídio for enforcamento em 310 DC, sob pressão deste. Logo depois, Fausta também foi assassinada por Constantino, por suspeita de adultério com um filho de sua primeira esposa (Crispo). Maximiano acabou sendo deificado.

3) Caio Galério Valério Maximiano (Caesar Gaius Galerius Valerius Maximianus Augustus) – r. 305-311 DC (6 anos)
Nome de nascimento: Caio Galério Valério Maximiano (Gaius Galerius Valerius Maximianus)
Nome como César: César Caio Galério Valério Maximiano (Caesar Gaius Galerius Valerius Maximianus)
Nome como imperador: César Caio Galério Valério Maximiano Augusto (Caesar Gaius Galerius Valerius Maximianus Augustus)
Esposa: Galéria Valéria, uma cristã, filha de Diocleciano, e que não teve filhos. Morreu em 315 junto com a mãe Prisca. As duas foram decapitadas, e seus corpos foram jogados no mar.
Filhos: Valéria Maximila e Candidiano (filhos de Galério com esposa de nome desconhecido). Valéria Maximila se casou com Megêncio, filho do imperador Maximiano. Segundo os rumores daquela época, Candidiano foi morto por Licínio.
Morte: 51 anos, ‘comido pelos vermes’ (possivelmente alguma forma de câncer de intestino ou síndrome de Fournier, um tipo de gangrena, comumente chamado de fasceíte necrotizante, geralmente afetando o períneo, que ocorre em homens idosos, com diabetes, alcoólatras, ou aqueles com baixa imunidade).

Galério foi nomeado César, com a atribuição de administrar as províncias balcânicas da Dácia, com capital em Sirmio (atual Sremska Mitrovica, na província Sérvia da Voivodina). Com a abdicação de Diocleciano e Maximiano, Constâncio Cloro e Galério foram elevados à posição de Augustos. Como novos Césares, foram eleitos Severo (Flávio Valério Severo – 305-307) e Maximino Daia (305-313 DC). Constâncio Cloro morreu 15 meses após sua ascensão ao trono e seu filho Constantino foi nomeado Augusto e imperador pelo exército em Iorque. Mas Galério lhe deu o título de César e nomeou Severo como Augusto e imperador da província da Itália. Com a revolta de Magêncio, filho de Maximiano querendo usurpar o trono, Severo se refugiou em Ravena, onde foi forçado a se suicidar. Maximiano, então, casou sua filha Fausta com Constantino, e legitimou seu título de Augusto dado pelo exército. Galério nomeou Licínio como Augusto sobre a província da Ilíria.

Maximino Daia (filho adotivo de Galério; sua mãe era irmã de Galério), o último César, também exigiu o título de Augusto para as províncias da Síria e do Egito. Com Magêncio se proclamando imperador na Itália, e forçando o pai, Maximiano a reassumir, havia seis imperadores governando o Império ao mesmo tempo. Maximiano foi morto logo depois pelo genro Constantino, tendo o apoio de sua filha Fausta, que optou por ficar do lado do marido.

Édito de Galério, Édito de Milão e Édito de Tessalônica

Galério promulgou o chamado ‘Édito de Tolerância de Galério’ ou ‘Édito de Tolerância de Nicomédia’ para com os Cristãos, em 311 DC, emitido pela tetrarquia de Galério, Constantino I e Licínio, colocando um fim às perseguições decretadas por Diocleciano e Maximiano, apesar de ele ter participado de todas elas. Ele reconheceu que este tipo de política para erradicar o Cristianismo falhara, além de deixar claro no édito a existência legal do mesmo e dar aos cristãos a liberdade de se reunirem e construírem templos para si. Na verdade, ele já estava enfermo ao emitir o decreto desfazendo a discriminação contra os cristãos, junto com seu César Licínio, e pediu orações aos cristãos pelo seu restabelecimento. Cinco dias depois de assinar o édito, ele morreu (‘comido pelos vermes’, como se dizia naquela época). O Édito de Tolerância de Galério abriu caminho para o Édito de Milão de 313 (por Licínio e Constantino I), decretando não apenas a tolerância ao Cristianismo como também o reconheceria como uma das religiões oficiais. O Cristianismo foi oficialmente legalizado mais tarde, em 27 de fevereiro de 380 DC por Teodósio I, através do Édito de Tessalônica onde se estabeleceu que o Cristianismo Niceno tornar-se-ia, exclusivamente, a religião de estado no Império Romano, abolindo todas as práticas politeístas dentro do império (excluindo-se todos os outros deuses) e fechando templos.

Após a morte de Galério, sobraram quatro imperadores: Maximino Daia (ou Maximino II) na Ásia e Egito, Licínio no Leste Europeu, Constantino no Oeste, e Magêncio como tirano da Itália e África do Norte. Após várias lutas, em 324, Constantino se tornou o único imperador.

4) Caio Flávio Valério Constâncio (Gaius Flavius Valerius Constantius Herculius Augustus) ou Constâncio Cloro ou Constâncio I – r. 305–306 DC (1 ano)
Nome de nascimento: Caio Flávio Valério Constâncio (Gaius Flavius Valerius Constantius)
Nome como César: César Caio Flávio Valério Constâncio (Caesar Gaius Flavius Valerius Constantius)
Nome como Imperador: César Caio Flávio Valério Constâncio Hercúleo Augusto (Caesar Gaius Flavius Valerius Constantius Herculius Augustus)
Esposas: Helena de Constantinopla (repudiada em 289) e Flávia Maximiana Teodora, filha de Eutrópia e Afrânio Hanibaliano (senador e cônsul romano) e enteada do imperador Maximiano.
Filhos:
• Constantino I ou Constantino, o Grande, filho de Helena de Constantinopla
Com Flávia ele teve cinco filhos:
• Flávio Dalmácio. Seu filho, Flávio Hanibaliano, o sobrinho de Constantino, morreu antes da eliminação em massa da família por Constâncio II em 337 DC, após a morte de Constantino. O irmão de Hanibaliano, também chamado Flávio Dalmácio, morreu no massacre. Hanibaliano era casado com a filha de Constantino, Constantina.
• Júlio Constâncio (pai do imperador Juliano e da primeira esposa de Constâncio II, cujo nome é desconhecido)
• Anastácia
• Flávia Júlia Constância (esposa do imperador Licínio)
• Eutrópia (esposa de Vírio Nepociano e mãe de Nepociano, um usurpador romano por breve período, governando na cidade de Roma por apenas vinte e oito dias até que Marcelino, o general do também usurpador Magêncio, acabou com a sua vida).
Morte: 56 anos de idade.

Caio Flávio Valério Constâncio recebeu o apelido de Chlorus, Cloro (em grego, Khlōrós, Χλωρός, o pálido) pelos historiadores bizantinos. Casou-se com Helena de Constantinopla, a quem repudiou em 289 DC para casar-se com Flávia Maximiana Teodora, filha do imperador Maximiano, por quem foi adotado e nomeado César. Com Helena, ele teve um único filho e sucessor Constantino I ou Constantino, o Grande.

A carreira de Constâncio esteve basicamente voltada à defesa de fronteira Noroeste do Império romano. No período de 293–296 ele lutou pela reconquista da Britânia e do norte da Gália, sob ameaça do usurpador Caráusio, e ainda em 296 derrotou os alamanos na Gália e em Vindonissa (atual Windisch, na Suíça).

Em 305 DC foi proclamado Augusto, e morreu quinze meses após ser coroado imperador (306 DC) na Britânia, durante uma campanha militar. Seu filho Constantino (mais tarde cognominado o Grande) foi saudado pelo exército de Iorque como Augusto e imperador. Galério, entretanto, deu a Constantino o título de César, e elevou Flávio Valério Severo como Augusto, com o controle da província da Itália.

Demonstrou sua humanidade para com os cristãos em 303 durante a perseguição de Diocleciano. Dizem que Constâncio Cloro era um cristão que fingia ser pagão e que por isso não tomou parte nas perseguições de Diocleciano. Porém, é mais provável que ele fosse, na realidade, como todos os imperadores desde Aureliano até Constantino – este, antes da sua conversão ao Cristianismo – um adepto do culto do Sol Invicto, o deus dos soldados romanos.


Mapa da tetrarquia

XI) Outros imperadores da tetrarquia

Os outros imperadores que se seguiram foram (305-324 DC):


Imperador Flávio Valério Severo Imperador Magêncio Imperador Maximino Daia Imperador Licínio
Flávio Valério Severo, Magêncio, Maximino Daia, Licínio


1) Flávio Valério Severo Augusto (Flavius Valerius Severus) – r. 305-307 DC, em competição com Constantino, Magêncio e Maximiano
Nome de nascimento: Flávio Valério Severo (Flavius Valerius Severus)
Nome como César (no Oeste, sob Constâncio Cloro): César Flávio Valério Severo (Caesar Flavius Valerius Severus)
Nome como Imperador: César Flávio Valério Severo Augusto (Caesar Flavius Valerius Severus Augustus)
Filho: Flávio Severiano (Flavius Severianus), que segundo os comentários da época, foi morto por Licínio
Morte: forçado a cometer suicídio

De origem humilde, Flávio Valério Severo ingressou no exército romano atingindo altos postos. Galério nomeou-o César e concedeu-lhe os governos da Panônia, África e Itália. Em 305, com a morte de Constâncio Cloro, Severo foi nomeado Augusto por Galério, que concedeu o título de César a Constantino I, que havia sido aclamado Augusto pelas tropas. Governando também a Hispânia, Severo saiu de Mediolano (atual Milão) em direção a Roma para conter uma conspiração de Magêncio (um usurpador, filho de Maximiano). Ao chegar, a maioria de suas tropas se voltou contra ele, o que o obrigou a fugir para Ravena. Mais tarde, depois de se entregar a Magêncio, Severo foi feito prisioneiro. Alguns historiadores dizem que ele foi forçado a se suicidar; outros, que ele foi executado. Foi sucedido por Magêncio e Licínio.

2) Marco Aurélio Valério Magêncio (Marcus Aurelius Valerius Maxentius Augustus) ou Magêncio ou Maxêncio – r. 306-312 DC (6 anos)
Nome de nascimento: Marco Aurélio Valério Magêncio (Marcus Aurelius Valerius Maxentius)
Nome como Imperador: Marco Aurélio Valério Magêncio Augusto
Pai: Imperador Maximiano (Marco Aurélio Valério Maximiano Hercúleo Augusto)
Mãe: Eutrópia
Esposa: Valéria Maximila, filha de Galério
Filhos: Valério Rômulo (Marcus Aurelius Romulus), um usurpador; e mais um filho de nome desconhecido
Irmã: Fausta, que se casou com Constantino I e teve seis filhos com ele, incluindo os Augustos Constantino II, Constâncio II e Constante. Fausta foi assassinada por Constantino I, por suspeita de adultério com um filho de sua primeira esposa
Morte: 34 anos de idade, em batalha.

Magêncio (Marcus Aurelius Valerius Maxentius Augustus) foi um usurpador e imperador romano. Ele era filho de Eutrópia e do imperador Maximiano (Marco Aurélio Valério Maximiano Hercúleo Augusto) e genro de Galério. Magêncio resistiu aos ataques de Flávio Severo e Galério (seu sogro), mas sucumbiu diante de Constantino na batalha da Ponte Mílvia, depois de reinar 6 anos como imperador (306-312 DC). A Batalha da Ponte Mílvia ou Ponte Mílvio (em latim: Pons Milvius), em outubro de 312 foi o último confronto travado entre Constantino e Magêncio, próximo à ponte Mílvia, uma das várias sobre o rio Tibre, em Roma. Constantino venceu da batalha e, a partir daquele dia, passou a desejar a posição de único governante, sabendo que só restava Licínio em seu caminho. Magêncio morreu afogado no rio durante o combate. O corpo de Magêncio foi retirado do rio e decapitado. Sua cabeça decepada foi enviada para Cartago, pois a África Proconsular pertencia aos seus territórios. O Arco de Constantino dedicado pelo Senado foi erigido para celebrar esta vitória.

3) Caio Valério Galério Maximino (Gaius Valerius Galerius Maximinus) ou Caio Valério Daia Maximino (Valerius Daja Maximinus), freqüentemente chamado de Maximino Daia ou Maximino II – r. 308-313 DC (5 anos)
Nome de nascimento até a adoção: Caio Valério Daia Maximino
Nome da adoção até César: Caio Valério Galério Maximino
Nome como César do oriente, sob Galério: César Caio Valério Galério Maximino Daia (305-308)
Nome como Imperador do oriente: Caio Valério Galério Maximino Daia Augusto (Gaius Valerius Galerius Maximinus Daia Augustus)
Pai adotivo: Galério (Gaius Galerius Valerius Maximianus)
Mãe: filha de uma meia-irmã do imperador Galério, de linhagem camponesa
Morte: 42 anos de idade.

Maximino nasceu numa família de camponeses e chegou a ser César no governo de Galério (proclamado Augusto do oriente). Como o último César, durante as guerras civis da tetrarquia, ele também exigiu o título de Augusto para as províncias da Síria e do Egito. Após a morte de Galério em 311, Maximino dividiu o império do oriente entre ele e Licínio. Convocou um exército de 70.000 homens contra o outro concorrente ao trono, mas sofreu uma grande derrota na batalha de Tzíralo. Ela foi uma das guerras civis da Tetrarquia, travada em 30 de abril de 313 entre os exércitos de Licínio e Maximino (este com 70.000 homens). O local foi o Campo Sereno ou Campo Ergeno, próximo a Tzíralo (a moderna cidade de Çorlu) na região da Trácia Oriental, a Turquia. Fontes colocam a batalha a uma distância de 18-36 milhas romanas de Heracléia Perinto, a cidade moderna de Marmara Ereğlisi. Uma milha romana equivale a 1490 metros, portanto, a localização descrita acima corresponde a aproximadamente 27-54 quilômetros de Marmara Ereğlisi. Ao ser derrotado, ele fugiu primeiro para Nicomédia e em seguida para Tarso, onde faleceu quatro meses depois. Sua morte tem sido atribuída à uma variedade de motivos, ao desespero, veneno e à justiça divina.

Maximino também participou de uma das últimas perseguições dos cristãos. Ele renovou sua perseguição após a publicação do Édito de Tolerância de Galério, em resposta às exigências de várias autoridades urbanas pedindo para expulsar os cristãos. Entretanto, voltou a aceitar o édito na véspera de sua batalha contra Licínio. Depois de ser derrotado, pouco antes de sua morte em Tarso, ele emitiu um édito de tolerância por conta própria, concedendo aos cristãos os direitos de se reunirem, de construírem igrejas, e de ter a restauração de suas propriedades confiscadas.

Não se sabe se ele casou e se deixou filhos. A única coisa comentada pelos historiadores, principalmente pelo escritor cristão Eusébio, é que Maximino Daia era supersticioso e avarento, e tinha uma vida muito dissoluta. Às vezes, seu comportamento chegava próximo à loucura, especialmente após as crises de bebedeira, quando dava certas ordens das quais se arrependia depois, quando já estava sóbrio. Ele não gostava de ver ninguém que o superasse em devassidão e libertinagem; pelo contrário, ele preferia ensinar outros, como um instrutor de maldade, tanto governantes como súditos. Ele incitava o exército a se comportar de uma maneira cruel e violenta (irresponsável, na verdade), em todo tipo de intemperança e orgia, assim como ensinava os governantes a agirem de maneira cobiçosa em relação aos impostos cobrados dos seus súditos. Eusébio (265-339 – bispo de Cesaréia e escritor) diz que Maximino Daia estava acostumado com a prática do adultério, corrompendo mulheres e violentando virgens. De acordo com Eusébio, apenas os Cristãos lhe resistiram, mesmo sofrendo mutilações, torturas ou passando fome nas minas, preferindo sofrer tudo isso a negarem o seu Deus. Até as mulheres agiam de maneira corajosa no ensino da Palavra de Deus, suportando provações e o conflito com os homens, pagando o mesmo preço pela virtude. E quando eram forçadas a deixar a vida cristã virtuosa para servir a propósitos corruptos, elas preferiam a morte a entregar seus corpos à impureza. Eusébio diz que houve uma mulher cristã de pais nobres que rejeitou seus avanços. Maximino Daia a exilou e confiscou toda a sua riqueza e os seus bens. Não se sabe o seu nome, muito menos o seu destino. Rumores dizem que ela se chamava Dorotéia ou Catarina de Alexandria.

4) Caio Valério Liciniano Licínio (Gaius Valerius Licinianus Licinius) – r. 308-324 DC (16 anos)
Nome de nascimento: Caio Valério Liciniano Licínio (Gaius Valerius Licinianus Licinius)
Nome como Imperador: Caio Valério Liciniano Licínio Augusto (Gaius Valerius Licinianus Licinius Augustus)
Mãe: Licínio era filho de Galério com uma concubina
Esposa: Flávia Júlia Constância, meia-irmã de Constantino e filha de Constâncio Cloro
Filho: Valério Liciniano Licínio ou Licínio, o jovem
Morte: 57-60 anos de idade. Licínio morreu enforcado por ordem de Constantino

Licínio foi um militar de origem humilde (uma família de Camponeses da Mésia superior, na Dácia), e nomeado Augusto do Império Romano do Ocidente em 308 por Galério sobre a província da Ilíria, Trácia e Panônia. Em 310 comandou a guerra contra os sármatas (uma confederação de povos iranianos a leste do império). Assim, em 313 Licínio casou com Flávia Júlia Constância, meia-irmã de Constantino I em Mediolanum (atual Milão); eles tiveram um filho, Licínio, o Jovem, em 315. O casamento deles foi a ocasião para o ‘Edito de Milão’ feito em 313 e que reeditava o Édito anterior de Galério, permitindo que Cristianismo fosse professado no Império, além de restaurar para as congregações cristãs as propriedades confiscadas e isentar o clero cristão dos deveres cívicos municipais. O Edito de Milão deu ao Cristianismo um status legal, mas não fez dele a religião oficial do império romano. Ele foi oficialmente legalizado mais tarde, em 27 de fevereiro de 380 DC por Teodósio I, através do Édito de Tessalônica.

Neste mesmo ano de 313, Licínio venceu Maximino Daia na Batalha de Tzíralo na região da Trácia Oriental, na Turquia, e massacrou sua família após sua morte. Licínio e Constantino decidiram dividir o mundo romano entre eles: Licínio se tornou único Augusto no Leste, enquanto o seu cunhado, Constantino, foi Augusto no Oeste. Em 313 Licínio unificou todo o Império Romano do Oriente. De 314 até 323 ele se envolveu em outras guerras contra os Sármatas. Mas a trégua feita entre Licínio e seu cunhado não foi pacífica, porque este último utilizou os Godos como uma desculpa para invadir o território Licínio. Este confronto terminou em outras guerras navais nas quais Constantino prevaleceu. Licínio sobreviveu até 324, quando Constantino o venceu após a batalha militar de Crisópolis. A batalha de Crisópolis foi travada em 18 de Setembro 324 em Crisópolis (moderna Üsküdar), perto de Calcedônia (moderna Kadıköy), entre Constantino I e Licínio, a última entre os dois imperadores. Antes dela, Constantino já havia derrotado a marinha de Licínio no Helesponto. Nesta última batalha, não havia mais esperança para ele. Foi enforcado por ordem de Constantino, acusado de conspiração, por tentar levantar tropas entre os bárbaros para derrotá-lo. Constantino conseguiu, afinal, o queria: transformar-se no comandante supremo de todo o Império Romano. Dessa forma, terminou o período da tetrarquia.

Constantino fez todos os esforços para manchar a reputação de Licínio, permitindo que certos rumores sobre sua crueldade circulassem, como, por exemplo, os que o acusavam de ser o responsável pela morte de Flávio Severiano, o filho do imperador Severo, bem como Candidiano, filho de Galério, além da execução da esposa e filha do imperador Diocleciano (Prisca e Galéria Valéria), que haviam fugido da corte de Licínio antes de serem descobertas em Tessalônica, decapitadas, e seus corpos serem jogados no mar. Muito disso pode ser considerado como uma propaganda imperial por parte de Constantino, que inclusive, dizia que Licínio apoiava o paganismo em detrimento do Cristianismo. Pelo contrário, os historiadores tendem a sugerir que ele era, pelo menos, um apoiador dos cristãos, uma vez que foi ele o co-autor do Edito de Milão, reafirmando os direitos do povo de Deus em sua metade do império. Dizem, inclusive, que sua esposa, Flávia Júlia Constância, meia-irmã de Constantino e filha de Constâncio Cloro, era uma cristã. Além disso, Licínio acrescentou o símbolo cristão (o peixe) aos seus exércitos. A verdade é que não há uma comprovação de nenhum desses fatos, nem de um lado nem de outro.

Sobre o fato de Constantino fazer sua propaganda imperial, não é de se estranhar, uma vez que está claro através de tudo o que foi exposto até aqui, a ambição do seu caráter, passando por cima de qualquer coisa para ser o soberano do império acima de qualquer outro homem. Sua atitude em relação à sua própria família confirma isso: ele matou seu sogro, Maximiano, depois da tentativa de usurpação do trono por Magêncio, seu cunhado, além de Licínio (seu outro cunhado). Magêncio morreu afogado no rio durante o combate contra o exército de Constantino. Depois, seu corpo foi retirado do rio e decapitado. Sua cabeça decepada, por ordem de Constantino, foi enviada para Cartago, pois a África Proconsular pertencia aos seus territórios. O Arco de Constantino dedicado pelo Senado foi erigido para celebrar esta vitória. Ela lhe trouxe o título de Augusto Ocidental e ela foi reconhecida por Licínio, o único Augusto Oriental remanescente, após a morte de Maximino Daia (r. 305–313). Fausta, irmã de Magêncio e filha de Maximiano se casou com Constantino I e foi assassinada por ele, por suspeita de adultério com um filho seu (Crispo) de sua primeira esposa, e que também foi assassinado por ordem do pai.

Fonte de pesquisa para textos e imagens: wikipedia.org
Fonte de pesquisa para imagens: crystalinks.com

Este texto se encontra no 2º volume do livro:


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Sugestão para download:


Lista dos imperadores romanos (PDF)

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List of Roman Emperors (PDF)



Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti

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