Continuação das profecias de Daniel e João sobre o Apocalipse: a Grande Tribulação, o arrebatamento da Igreja, o juízo divino sobre os que têm a marca da besta; os 144.000 selados de Israel; os 24 anciãos, a 1ª ressurreição e o Dia do juízo.

Continuation of the prophecies of Daniel and John about the Apocalypse: The Great Tribulation, the Rapture; God’s judgment on those who have the mark of the beast; the 144,000 sealed of Israel; the 24 elders, the 1st resurrection and the Day of judgment.


A Grande Tribulação




— O povo de Deus ficará aqui na Grande Tribulação ou não?
A resposta é:
— Sim! A Igreja de Cristo enfrentará a Grande Tribulação (Lc 21: 35). Mas Senhor não permitirá que o Seu povo seja afligido antes que tenham Seu selo na testa, para que possam estar preparados contra todos os conflitos – Ap 7: 3b; Ap 9: 4b; Ap 14: 1; Ap 22: 3b-4; cf. Ez 9: 4-6. O selo do Espírito será claramente visto igualmente por amigos e inimigos. Depois o Senhor virá para arrebatá-la (Mt 24: 29-31). Após o arrebatamento, será o tempo dos flagelos para os que não se arrependeram de seus pecados e carregam a marca da besta na testa e nas mãos (Ap 13: 8; 16). Ela será derrotada por Jesus.

Deus sempre protegeu Seu povo das calamidades que Ele mesmo trouxe aos ímpios. Ele livrou os que eram dEle da Sua ira, mas não os tirou do lugar onde estavam. Ele os deixou lá para verem Sua ação, Seu juízo e Sua justiça. O povo presenciou as pragas do Egito, assistiu o juízo de Deus sobre a Babilônia antes de serem libertos de lá, mas não foram removidos por Ele antes que Sua obra fosse completada. O povo venceu o decreto de morte de Hamã sobre os judeus em Susã, na Pérsia, mas através da luta. Sadraque, Mesaque e Abede-Nego não se curvaram à estátua erguida por Nabucodonosor, mas foram libertos da morte, por crerem em Deus e resistirem à opressão. Jesus disse: “Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal. Eles não são do mundo, como também eu não sou” (Jo 17: 15-16). Também nos ensinou a orar: “e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal” (Mt 6: 13). O Sl 30: 1-2 diz: “Eu te exaltarei, ó Senhor, porque tu me livraste e não permitiste que os meus inimigos se regozijassem contra mim. Senhor, meu Deus, clamei a ti por socorro, e tu me saraste”.

A Grande Tribulação será um período de dificuldades sem precedentes na segunda metade da semana descrita em Dn 9: 26-27; Dn 12: 1-2; Dn 12: 9-12; Ap 7: 14, envolvendo toda a Terra (Lc 21: 35; Ap 3: 10), tendo o seu ápice na Terra Santa (Israel – Ap 11: 1-2), onde o Anticristo (a Besta que emerge do mar) será conhecido em forma de um homem (na primeira metade da semana de Daniel, ou seja, na 1ª parte da Grande Tribulação, ele parecerá favorável a todos os povos), recebendo poder e autoridade diretamente de Satanás (Ap 13: 4-5) e exercendo um reinado cruel (na segunda metade, quando revelará seu verdadeiro caráter). Durante este período haverá uma grande atividade de demônios que terão permissão para atormentar os homens (Ap 9: 2-11), juntamente com os juízos de Deus (os flagelos) contra todos os que têm a marca da besta. A Grande Tribulação será imediatamente seguida pelo retorno de Cristo (o Arrebatamento da Igreja: Mt 24: 15-31; Mc 13: 1-27; Lc 21: 5-28; Lc 17: 20-36).

Não podemos ser categóricos em afirmar um tempo literal aqui de 3 ½ anos em relação ao Anticristo escatológico, mas podemos dizer que será um período de tempo que o Senhor abreviará pela Sua misericórdia (Mc 13: 20). Este número (3 ½ anos), como podemos ver na profecia abaixo (Dn 9: 27), é o símbolo do poder vitorioso do mundo, ao contrário do número sete, o número da plenitude divina. Neste caso em especial, se referindo a Jesus, o tempo parece ter se cumprido do ponto de vista literal, bem como em relação a Tito, na primeira guerra judaico-romana (66-70 DC), às vezes chamada de grande revolta judaica, que foi a primeira de três grandes rebeliões dos judeus da Judéia contra o Império Romano. Começou no ano 66 DC, inicialmente devido a tensões religiosas entre gregos e judeus com protestos anti-taxações e ataques a cidadãos romanos. Terminou quando as legiões romanas sob o comando de Tito (Tito Flávio Vespasiano Augusto, filho de Tito Flávio Sabino Vespasiano) sitiaram e destruíram o centro da resistência rebelde em Jerusalém em 01 de agosto de 67 DC, culminando com a destruição do templo em 70 DC, e derrotaram as restantes forças judaicas [três anos e meio]. Entretanto, em relação ao Anticristo escatológico ainda fica uma incógnita.

Os versículos estão escritos aqui:

• Dn 9: 26-27: “26 Depois das sessenta e duas semanas, será morto o Ungido [a primeira vinda de Jesus e Sua morte] e já não estará; e o povo de um príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário [Refere-se a Tito, que destruiu Jerusalém e o templo], e o seu fim será num dilúvio, e até ao fim haverá guerra; desolações são determinadas [como num dilúvio de sangue derramado em guerra após guerra. Até os tempos do fim, Israel e Jerusalém sofrerão guerras, é o que quer dizer]. 27 Ele [*] fará firme aliança com muitos, por uma semana; na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; sobre a asa das abominações virá o assolador, até que a destruição, que está determinada, se derrame sobre ele [NVI: E numa ala do templo será colocado o sacrilégio terrível, até que chegue sobre ele e o fim que lhe está decretado]”. No documento original em hebraico, de acordo com a nota de rodapé da NVI, está escrito: “E aquele que causa desolação virá sobre o pináculo do templo abominável, até que o final que está determinado seja derramado sobre a cidade assolada”.

[*] A bíblia se refere aos tempos do fim e ao Anticristo, que estabelecerá esta desolação (‘sacrilégio terrível’ – Dn 11: 31) na segunda metade da semana profética de Daniel. Nós podemos perceber sua malícia, engano e arrogância dessa forma: ele tenta repetir um ato de aliança que foi feito pelo Ungido, pelo verdadeiro Messias, Jesus (mencionado no v. 26). Explicando melhor: foi Jesus que veio fazer uma aliança definitiva através do Seu sangue, e assim, confirmou a nova aliança com Seu povo, abolindo (fazendo cessar) os sacrifícios judaicos e o culto Levítico no templo para sempre, pois a antiga aliança foi revogada. Isso aconteceu na primeira metade da semana, o seu tempo de ministério, que simboliza a metade de uma semana de sete anos, ou seja, 3 ½ anos. Este número é o símbolo do poder vitorioso do mundo, ao contrário do número sete, o número da plenitude divina. O mundo se sentiu vitorioso com a morte de Jesus, mas isso era apenas o começo de algo maior. A bíblia diz que Jesus fez uma firme aliança com muitos: Is 42: 6; Is 53: 11; Jr 31: 31-34; Ml 3; 1; Mt 20: 28; Mt 26: 28; Lc 22: 20; Rm 5: 15; Hb 9: 28 etc.

• Dn 12: 1-2: “Nesse tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo, e haverá tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, será salvo o teu povo, todo aquele que for achado inscrito no livro [a bíblia está se referindo ao Livro da Vida]. Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno”.

• Dn 12: 9-12: “Ele respondeu: Vai, Daniel, porque estas palavras estão encerradas e seladas até ao tempo do fim. Muitos serão purificados, embranquecidos e provados; mas os perversos procederão perversamente, e nenhum deles entenderá, mas os sábios entenderão. Depois do tempo em que o sacrifício diário for tirado, e posta a abominação desoladora, haverá ainda mil duzentos e noventa dias. Bem-aventurado o que espera e chega até mil trezentos e trinta e cinco dias”.

Está escrito (v.10): “Muitos serão purificados, embranquecidos e provados”, o que significa que o povo de Deus que estiver vivendo naquela época estará também passando sua prova particular de fé e perseverança em Cristo para entrarem no Seu reino, como todos os santos do passado passaram as suas, por isso, o versículo abaixo diz:

• Ap 7: 14: “Respondi-lhe: meu Senhor, tu o sabes. Ele, então, me disse: São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro”.

• Ap 3: 10: “Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra”.

• Ap 11: 1-2: “Foi-me dado um caniço semelhante a uma vara, e também me foi dito: Dispõe-te e mede o santuário de Deus, o seu altar e os que naquele adoram; mas deixa de parte o átrio exterior do santuário e não o meças, porque foi ele dado aos gentios; estes, por quarenta e dois meses [3 ½ anos], calcarão aos pés a cidade santa”.

• Ap 13: 4-5: “e adoraram o dragão porque deu a sua autoridade à besta; também adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem pode pelejar contra ela? Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias e autoridade para agir quarenta e dois meses” [3 ½ anos].

• Mt 24: 1-31 (principalmente os versículos 15-31):
1 Tendo Jesus saído do templo, ia-se retirando, quando se aproximaram dele os seus discípulos para lhe mostrar as construções do templo.
2 Ele, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada.
3 No monte das Oliveiras, achava-se Jesus assentado, quando se aproximaram dele os discípulos, em particular, e lhe pediram: Dize-nos quando sucederão estas coisas e que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século.
4 E ele lhes respondeu: Vede que ninguém vos engane.
5 Porque virão muitos em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo, e enganarão a muitos.
6 E, certamente, ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; vede, não vos assusteis, porque é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim.
7 Porquanto se levantará nação contra nação, reino contra reino, e haverá fomes e terremotos em vários lugares;
8 porém tudo isto é o princípio das dores.
9 Então, sereis atribulados, e vos matarão. Sereis odiados de todas as nações, por causa do meu nome.
10 Nesse tempo, muitos hão de se escandalizar, trair e odiar uns aos outros;
11 levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos.
12 E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos.
13 Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo.
14 E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim.
15 Quando, pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo (quem lê entenda),
16 então, os que estiverem na Judéia fujam para os montes;
17 quem estiver sobre o eirado não desça a tirar de casa alguma coisa;
18 e quem estiver no campo não volte atrás para buscar a sua capa.
19 Ai das que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias!
20 Orai para que a vossa fuga não se dê no inverno, nem no sábado;
21 porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais.
22 Não tivessem aqueles dias sido abreviados, ninguém seria salvo; mas, por causa dos escolhidos, tais dias serão abreviados.
23 Então, se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! Ou: Ei-lo ali! Não acrediteis;
24 porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos.
25 Vede que vo-lo tenho predito.
26 Portanto, se vos disserem: Eis que ele está no deserto!, não saiais. Ou: Ei-lo no interior da casa!, não acrediteis.
27 Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até no ocidente, assim há de ser a vinda do Filho do Homem.
28 Onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão os abutres.
29 Logo em seguida à tribulação daqueles dias, o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados.
30 Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória.
31 E ele enviará os seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus.

• Mc 13: 1-27:
1 Ao sair Jesus do templo, disse-lhe um de seus discípulos: Mestre! Que pedras, que construções!
2 Mas Jesus lhe disse: Vês estas grandes construções? Não ficará pedra sobre pedra, que não seja derribada.
3 No monte das Oliveiras, defronte do templo, achava-se Jesus assentado, quando Pedro, Tiago, João e André lhe perguntaram em particular:
4 Dize-nos quando sucederão estas coisas, e que sinal haverá quando todas elas estiverem para cumprir-se.
5 Então, Jesus passou a dizer-lhes: Vede que ninguém vos engane.
6 Muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu; e enganarão a muitos.
7 Quando, porém, ouvirdes falar de guerras e rumores de guerras, não vos assusteis; é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim.
8 Porque se levantará nação contra nação, e reino, contra reino. Haverá terremotos em vários lugares e também fomes. Estas coisas são o princípio das dores.
9 Estai vós de sobreaviso, porque vos entregarão aos tribunais e às sinagogas; sereis açoitados, e vos farão comparecer à presença de governadores e reis, por minha causa, para lhes servir de testemunho.
10 Mas é necessário que primeiro o evangelho seja pregado a todas as nações.
11 Quando, pois, vos levarem e vos entregarem, não vos preocupeis com o que haveis de dizer, mas o que vos for concedido naquela hora, isso falai; porque não sois vós os que falais, mas o Espírito Santo.
12 Um irmão entregará à morte outro irmão, e o pai, ao filho; filhos haverá que se levantarão contra os progenitores e os matarão.
13 Sereis odiados de todos por causa do meu nome; aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse será salvo.
14 Quando, pois, virdes o abominável da desolação situado onde não deve estar (quem lê entenda), então, os que estiverem na Judéia fujam para os montes;
15 quem estiver em cima, no eirado, não desça nem entre para tirar da sua casa alguma coisa;
16 e o que estiver no campo não volte atrás para buscar a sua capa.
17 Ai das que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias!
18 Orai para que isso não suceda no inverno.
19 Porque aqueles dias serão de tamanha tribulação como nunca houve desde o princípio do mundo, que Deus criou, até agora e nunca jamais haverá.
20 Não tivesse o Senhor abreviado aqueles dias, e ninguém se salvaria; mas, por causa dos eleitos que ele escolheu, abreviou tais dias.
21 Então, se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! Ou: Ei-lo ali! Não acrediteis;
22 pois surgirão falsos cristos e falsos profetas, operando sinais e prodígios, para enganar, se possível, os próprios eleitos.
23 Estai vós de sobreaviso; tudo vos tenho predito.
24 Mas, naqueles dias, após a referida tribulação, o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade,
25 as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados.
26 Então, verão o Filho do Homem vir nas nuvens, com grande poder e glória.
27 E ele enviará os anjos e reunirá os seus escolhidos dos quatro ventos, da extremidade da terra até à extremidade do céu.

• Lc 21: 5-28:
5 Falavam alguns a respeito do templo, como estava ornado de belas pedras e de dádivas;
6 então, disse Jesus: Vedes estas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra que não seja derribada.
7 Perguntaram-lhe: Mestre, quando sucederá isto? E que sinal haverá de quando estas coisas estiverem para se cumprir?
8 Respondeu ele: Vede que não sejais enganados; porque muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu! E também: Chegou a hora! Não os sigais.
9 Quando ouvirdes falar de guerras e revoluções, não vos assusteis; pois é necessário que primeiro aconteçam estas coisas, mas o fim não será logo.
10 Então, lhes disse: Levantar-se-á nação contra nação, e reino, contra reino;
11 haverá grandes terremotos, epidemias e fome em vários lugares, coisas espantosas e também grandes sinais do céu.
12 Antes, porém, de todas estas coisas, lançarão mão de vós e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres, levando-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome;
13 e isto vos acontecerá para que deis testemunho.
14 Assentai, pois, em vosso coração de não vos preocupardes com o que haveis de responder;
15 porque eu vos darei boca e sabedoria a que não poderão resistir, nem contradizer todos quantos se vos opuserem.
16 E sereis entregues até por vossos pais, irmãos, parentes e amigos; e matarão alguns dentre vós.
17 De todos sereis odiados por causa do meu nome.
18 Contudo, não se perderá um só fio de cabelo da vossa cabeça.
19 É na vossa perseverança que ganhareis a vossa alma.
20 Quando, porém, virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a sua devastação.
21 Então, os que estiverem na Judéia, fujam para os montes; os que se encontrarem dentro da cidade, retirem-se; e os que estiverem nos campos, não entrem nela.
22 Porque estes dias são de vingança, para se cumprir tudo o que está escrito.
23 Ai das que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias! Porque haverá grande aflição na terra e ira contra este povo.
24 Cairão a fio de espada e serão levados cativos para todas as nações; e, até que os tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles (Ap 11: 2).
25 Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas; sobre a terra, angústia entre as nações em perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas;
26 haverá homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo; pois os poderes dos céus serão abalados.
27 Então, se verá o Filho do Homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória.
28 Ora, ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça; porque a vossa redenção se aproxima...
35 Pois há de sobrevir a todos os que vivem sobre a face de toda a terra.


A Grande Tribulação Jesus vem

Os 144.000 selados de Israel, o Cordeiro e Seus remidos no monte Sião e a grande multidão

Em Apocalipse há três textos de interesse para o nosso estudo:

Ap 7 (Os cento e quarenta e quatro mil selados de Israel – ARA – título):
3 ... Dizendo: Não danifiqueis nem a terra, nem o mar, nem as árvores, até selarmos na fronte os servos do nosso Deus.
4 Então, ouvi o número dos que foram selados, que era cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel:
5 da tribo de Judá foram selados doze mil; da tribo de Rúben, doze mil; da tribo de Gade, doze mil;
6 da tribo de Aser, doze mil; da tribo de Naftali, doze mil; da tribo de Manassés, doze mil;
7 da tribo de Simeão, doze mil; da tribo de Levi, doze mil; da tribo de Issacar, doze mil;
8 da tribo de Zebulom, doze mil; da tribo de José (Efraim), doze mil; da tribo de Benjamim foram selados doze mil.

Ap 7 (A visão dos glorificados – ARA – título):
9 Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar; de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos;
10 e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação.
14 Respondi-lhe: meu Senhor, tu o sabes. Ele, então, me disse: São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro.

Ap 14 (O Cordeiro e os seus remidos no monte Sião):
1 Olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o Monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, tendo na fronte escrito o seu nome e o nome de seu Pai.
2 Ouvi uma voz do céu como voz de muitas águas, como voz de grande trovão; também a voz que ouvi era como de harpistas quando tangem sua harpa.
3 Entoavam novo cântico diante do trono, diante dos quatro seres viventes e dos anciãos. E ninguém pôde aprender o cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra.
4 São estes os que não se macularam com mulheres, porque são castos. São eles os seguidores do Cordeiro por onde quer que vá. São os que foram redimidos dentre os homens, primícias para Deus e para o Cordeiro;
5 e não se achou mentira na sua boca; não têm mácula.

O número doze simboliza o número dos propósitos eletivos de Deus; em outras palavras: o número da eleição e do chamado. Cento e quarenta e quatro significa: doze vezes doze. Cento e quarenta e quatro mil significam um número infinitamente grande de salvos para o Senhor; símbolo de totalidade (12x12x1000), referindo-se a todos que serão salvos (no AT e no NT) e dos que serão selados no período da Grande Tribulação (Ap 7: 3; Ap 9: 4 cf. Ez 9: 4-6; Ap 7: 13-14) com o selo do Pai e do Filho, ao invés de terem a marca da besta (Ap 13: 17); portanto, para serem preservados das calamidades que virão. Eles lavaram suas vestiduras no sangue do Cordeiro (Ap 7: 9; 13-14): “Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos... Um dos anciãos tomou a palavra, dizendo: Estes, que se vestem de vestiduras brancas, quem são e donde vieram? Respondi-lhe: meu Senhor, tu o sabes. Ele, então, me disse: São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro”.

Não há separação entre judeus e gentios nestes textos; todos são salvos da mesma maneira: pela fé em Jesus e pela Sua graça. Por isso está escrito em Ap 5: 9b-10: “porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra”.

O que acontece é que se trata de duas fases da mesma visão da igreja de Cristo, do Israel espiritual de Deus: a primeira fase onde João ‘ouve’ o número dos que serão selados, antes que Deus derrame o sétimo flagelo (‘ouvi o número dos que foram selados’ – v.4), e que enfrentarão as tribulações. Depois João vê, como uma promessa consoladora dada por Deus, essa mesma multidão, já vencedora, resgatada e glorificada, diante do trono do Cordeiro, celebrando a vitória (‘depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos’).

No terceiro texto (Ap 14: 1-5), João fala dos cento e quarenta e quatro mil separados, remidos, “comprados da terra” (v. 3). Neste texto, a bíblia fala que “não se macularam com mulheres, porque são castos. São eles os seguidores do Cordeiro por onde quer que vá. São os que foram redimidos dentre os homens, primícias para Deus e para o Cordeiro; e não se achou mentira na sua boca; não têm mácula” (Ap 14: 4-5). São os mesmos 144.000 que foram selados (cap. 7) e que resistiram às mentiras e às investidas da besta, e não se deixaram corromper com a idolatria, se separando para Cristo e não negando o Seu nome.

“Comprados da terra” significa a Terra, de uma maneira geral, no período da Grande Tribulação.
“Entoavam novo cântico diante do trono, diante dos quatro seres viventes e dos anciãos. E ninguém pôde aprender o cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra” (Ap 14: 3) – este versículo significa o cântico de vitória (cf. Ap 5: 9-10) pela sua redenção por Cristo e só os que já estão no céu e os 144.000 comprados da terra podem cantá-lo.

A bíblia também fala sobre o “Cordeiro em pé sobre o Monte Sião” (O Cordeiro e os seus remidos no monte Sião – título), o que é a Jerusalém celestial (única referência a Sião no Apocalipse – cf. Hb 12: 22); estes 144.000 já estão no céu. Por isso, a bíblia fala serem eles as “Primícias”; porque são os que foram salvos no momento da ceifa e da vindima (Ap 14: 14-16 – a ceifa; 17-20 – a vindima), i.e., foram separados dos ímpios, o que corresponde à mesma cena de Ap 16: 16 (o arrebatamento da igreja, antes do Armagedom), antes que o Senhor traga a punição descrita em Ap 16: 17, ou seja, o sétimo flagelo, e Sua cólera seja consumada sobre os ímpios.

“Primícias” significam todos os salvos para Deus (“a igreja dos primogênitos arrolados nos céus”, descritos em Hb 12: 23), pois não se achou mentira na sua boca; não têm mácula, ou seja, são irrepreensíveis quanto ao testemunho de Cristo, têm pureza espiritual.

“São eles os seguidores do Cordeiro por onde quer que vá” – significa os que seguem Jesus até o fim, mesmo que seja até o martírio, e que estão agora com Ele em glória, ao lado da Sua pessoa, como uma recompensa pela sua fidelidade a Ele.

Os vinte e quatro anciãos

• Dn 7: 9-10; 26: “Continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e o Ancião de Dias (Deus) se assentou; sua veste era branca como a neve, e os cabelos da cabeça, como a pura lã; o seu trono eram chamas de fogo, e suas rodas eram fogo ardente. Um rio de fogo manava e saía de diante dele; milhares e milhares o serviam, e miríades de miríades estavam diante dele; assentou-se o tribunal (Deus e os vinte e quatro anciãos), e se abriram os livros... Mas depois se assentará o tribunal para lhe tirar o domínio (tirar o domínio da besta, é o que quer dizer), para o destruir e o consumir até o fim”.

No livro de Apocalipse, ‘os vinte e quatro anciãos’ são mencionados em:
• Ap 4: 4; 10-11: “Ao redor do trono, há também vinte e quatro tronos, e assentados neles, vinte e quatro anciãos vestidos de branco, em cujas cabeças estão coroas de ouro... os vinte e quatro anciãos prostrar-se-ão diante daquele que se encontra sentado no trono, adorarão o que vive pelos séculos dos séculos e depositarão as suas coroas diante do trono, proclamando: Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas”.
• Ap 5: 5; 8-10: “Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos... E, quando tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos, e entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra”.
• Ap 11: 16: “E os vinte e quatro anciãos que se encontram sentados no seu trono, diante de Deus, prostraram-se sobre o seu rosto e adoraram a Deus,...”
• Ap 19: 4: “Os vinte e quatro anciãos e os quatro seres viventes prostraram-se e adoraram a Deus, que se acha sentado no trono, dizendo: Amém! Aleluia!”

Os 24 anciãos participarão no julgamento do mal, no fim dos tempos. Mas em todos os textos acima, eles apenas se prostram diante de Deus e o adoram e o louvam pela Sua justiça e julgamento. Não proferem palavras de julgamento de suas próprias bocas. Tudo o que podemos pensar é que conhecem os pensamentos e a vontade de Deus mais do que qualquer um, e estão em concordância com o Senhor. Diante do Senhor, são santos; por isso podem se sentar ao Seu lado. Não são anjos, são seres humanos redimidos, pois a bíblia fala sobre coroas, e anjos não irão receber uma coroa, mas os santos, sim (1 Co 9: 24-25; 1 Pe 5: 4).

Mas quanto à identidade dos 24 anciãos, fica difícil de dizer exatamente quem são, ou seja, identificá-los com os patriarcas e com os doze apóstolos de Jesus não é totalmente correto; por isso, é mais certo dizer que eles representam o tribunal de Deus (Dn 7: 9-10; 26), a igreja do AT/NT, a igreja universal de Cristo na posição de honra, porque lavaram suas vestiduras no sangue do Cordeiro.

Em Jo 5: 22 está escrito que o Pai a ninguém julga, mas ao Filho (Jesus) confiou todo julgamento.

Durante a última ceia, nós podemos ler:
• Mt 19: 28: “Jesus lhes respondeu: Em verdade vos digo que vós, os que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do Homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel”.
• Lc 22: 28-30: “Vós sois os que tendes permanecido comigo nas minhas tentações. Assim como meu Pai me confiou um reino, eu vo-lo confio, para que comais e bebais à minha mesa no meu reino; e vos assentareis em tronos para julgar as doze tribos de Israel”.

Em Ap 3: 21 (carta à igreja de Laodicéia) está escrito: “Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono”.

Paulo também diz:
• 1 Co 6: 2-3: “Ou não sabeis que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deverá ser julgado por vós, sois, acaso, indignos de julgar as coisas mínimas? Não sabeis que havemos de julgar os próprios anjos? Quanto mais as coisas desta vida!”
• 1 Co 9: 24-25: “Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. Todo atleta em tudo se domina; aqueles, para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível”.

Quando Paulo fala sobre julgar os anjos, ele muito provavelmente está se referindo a Satanás e aos anjos caídos, o que está subentendido no fato de que nós concordaremos com o juízo de Deus que já está decretado sobre todos eles. Em outras palavras, nós somos um único corpo, cuja cabeça é Jesus. Assim, no dia do Julgamento, nós faremos parte dele tendo Cristo como juiz eterno e o representante de todos os seus escolhidos, os quais concordam em todas as suas decisões.

Pedro diz:
• 1 Pedro 5: 4: “Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível (NVI imperecível) coroa da glória”.

Resumindo: os crentes são e ainda serão incrivelmente abençoados por participar do reino de Deus, por receber a coroa da glória (a própria semelhança de Cristo) e ainda ter o direito de se assentar em tronos como os apóstolos do Senhor e os 24 anciãos. Todos os santos participarão do julgamento dado por Deus sobre o mal, sobre os anjos caídos e sobre os judeus apóstatas que recusaram a aceitar Jesus como Senhor e Filho de Deus, e todos os que têm a marca da besta.


Os 24 anciãos A grande multidão de salvos
Os vinte e quatro anciãos e a grande multidão de salvos diante do Cordeiro

A primeira ressurreição

Deus vem trazer também os flagelos para os ímpios que não foram arrebatados, ou seja, para os que serviram e adoraram a besta. A besta e o falso profeta serão lançados para dentro do lago de fogo e enxofre:

• Ap 19: 20: “Mas a besta foi aprisionada, e com ela o falso profeta que, com os sinais feitos diante dela, seduziu aqueles que receberam a marca da besta e eram os adoradores da sua imagem. Os dois foram lançados vivos dentro do lago de fogo que arde com enxofre”.
• Ap 20: 4-5: “Vi também tronos, e nestes sentaram-se aqueles aos quais foi dada autoridade de julgar. Vi ainda as almas dos decapitados por causa do testemunho de Jesus, bem como por causa da palavra de Deus, tantos quantos não adoraram a besta, nem tampouco a sua imagem, e não receberam a marca na fronte e na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos. Os restantes dos mortos não reviveram até que se completassem os mil anos. Esta é a primeira ressurreição”.
• Ap 20: 6: “Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre esses a segunda morte não tem autoridade; pelo contrário, serão sacerdotes de Deus e Cristo e reinarão com ele os mil anos”.

A ressurreição dos crentes salvos (‘a primeira ressurreição’ referida acima) é chamada de a ‘ressurreição dos justos’ (Lc 14: 14) ou ‘ressurreição da vida’ (Jo 5: 24: “Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida” – a vida, ou seja, a ressurreição espiritual agora, de quem o aceita; Jo 5: 28-29a: a ressurreição corporal no futuro, como está escrito em Dn 12: 2), também referida por Paulo em 1 Co 15: 20; 23-28; 44; 51-52 e 1 Ts 4: 13-17 (quando fala da ressurreição corporal dos que receberam a ressurreição espiritual aqui na terra ao entregar a vida para Jesus); Rm 6: 4: “Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida – cf. Cl 2: 12: “tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos”.

Depois vem a ‘ressurreição do juízo’ ou ‘a ressurreição para a condenação’ (Jo 5: 29; Dn 12: 1-2) no Dia do Juízo (Ap 11: 18; Ap 20: 11-15) diante do grande trono branco, e que determinará o destino de todos, por isso a bíblia fala sobre os livros das vidas dos homens serem abertos a fim de que sejam julgados pelo Senhor segundo as suas obras (Ap 20: 12; Dn 7: 9-10 cf. 1 Co 4: 5). Os salvos não terão seus livros abertos para serem condenados, mas receberem o Reino de Deus.

As duas ressurreições são dois eventos futuros sem distinção de tempo. Em Jo 5: 24-25; 28-29, Jesus estava ensinando sobre a totalidade da ressurreição para os salvos e para os ímpios incrédulos, não o tempo em que ela aconteceria. Assim:
1ª ressurreição: ‘ressurreição dos justos’ (Lc 14: 14) ou ‘ressurreição da vida’ (Jo 5: 24) – a ressurreição espiritual agora, de quem aceita Jesus, nasce de novo no espírito, morre para o velho homem e ressuscita para uma nova vida com Cristo.
2ª ressurreição (‘ressurreição do juízo’ ou ‘a ressurreição para a condenação’) – no dia do juízo, o dia da ressurreição corporal dos mortos: os mortos dos ímpios receberão a condenação, enquanto os que receberam Jesus em vida como Senhor e Salvador, os que passaram pela experiência da 1ª ressurreição (a espiritual), não passarão pela morte, não entrarão em condenação. Entretanto, todos os cristãos terão que comparecer diante do tribunal de Cristo (Rm 14: 10; 2 Co 5: 10), não para serem punidos pelo pecado, mas para receberem a herança no Reino do Messias. Apenas tomará posse do reino que já está reservado para ele desde a fundação do mundo, pois seu nome está escrito no livro da Vida do Cordeiro. Seu corpo, alma e espírito ressurretos estarão com Deus na eternidade.

Isso nos faz pensar que a vinda de Jesus e a consumação dos séculos não levam dias, meses ou anos de intervalo; elas ocorrerão no mesmo instante da vinda de Jesus. Ele vem, derrota as trevas e faz Seu julgamento (Mt 24: 29-31; Mt 25: 31-34; Mt 16: 27), passando o reino ao Pai: “Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas; e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos, à esquerda; então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mt 25: 31-34).

O Dia do Juízo

No juízo de Deus, o dia do julgamento (Ap 11: 18; Ap 20: 11-15), a segunda morte terá lugar (o lago de fogo e enxofre); em outras palavras, ‘a ressurreição para o juízo’ ou ‘a ressurreição para a condenação’ (Jo 5: 29; Dn 12: 1-2). Os mortos que não reviveram na primeira ressurreição serão julgados quando forem abertos os livros (Ap 20: 12; Dn 7: 9-10). A morte e o inferno, assim como aqueles cujos nomes não foram encontrados no Livro da Vida (Aqueles que não são de Cristo), todos eles serão lançados para dentro do lago que arde com fogo e enxofre (a segunda morte – Ap 20: 14-15; Ap 21: 8):

• Ap 20: 10-15: “O diabo, o sedutor deles, foi lançado para dentro do lago de fogo e enxofre, onde já se encontram não só a besta como também o falso profeta; e serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos. Vi um grande trono branco e aquele que nele se assenta [Jesus], de cuja presença fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono. Então, se abriram livros [os livros onde estão escritas as nossas histórias e tudo de bom ou ruim que fizemos]. Ainda outro livro, o Livro da Vida [onde os nomes de quem foi salvo está escrito], foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escritos nos livros. Deu o mar [símbolo das nações] os mortos que nele estavam. A morte e o além entregaram os mortos que neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas obras. Então, a morte e o inferno [Hades, em Grego] foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. E, sem alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo” – cf. Dn 7: 9-10; 26-27: “Continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e o Ancião de Dias se assentou; sua veste era branca como a neve, e os cabelos da cabeça, como a pura lã; o seu trono eram chamas de fogo, e suas rodas eram fogo ardente. Um rio de fogo manava e saía de diante dele; milhares e milhares o serviam, e miríades de miríades estavam diante dele; assentou-se o tribunal, e se abriram os livros... Mas depois se assentará o tribunal para lhe tirar o domínio (tirar o domínio da besta, segundo o assunto tratado pelo profeta, é o que quer dizer), para o destruir e o consumir até o fim. O reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será reino eterno, e todos os domínios o servirão e lhe obedecerão”.

“Esta é a segunda morte, o lago de fogo” = morte significa separação definitiva de Deus por toda a eternidade.
A primeira morte foi o pecado de Adão e Eva que separou espiritualmente o homem de Deus, por isso Jesus veio e morreu na cruz para nos reconciliar com o Pai. O que nós chamamos de morte, ou seja, ser enterrado, isso para Deus é apenas ‘dormir’ (cf. 1 Co 15: 20; 1 Ts 4: 13-18).

Vamos ler juntos os versículos 13 e 14 (Ap 20: 13-14): “Deu o mar [símbolo das nações] os mortos que nele estavam. A morte e o além (‘inferno’ ou ‘hades’, em outras traduções) entregaram os mortos que neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas obras. Então, a morte e o inferno (‘hades’) foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. E, sem alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida (Ap 13: 8; Ap 17: 8; Ap 20: 15; Ap 21: 27), esse foi lançado para dentro do lago de fogo”. As palavras em negrito, em grego, têm significados interessantes:

As duas palavras ‘mortos’ em grego é nekros (νεκρός ou νεκρους – Strong #3498), que significa: morto, sem vida, sujeito à morte, mortal; um corpo morto, um cadáver. Ela se origina da palavra ‘nekus’, que quer dizer: um cadáver; morto (literal ou figurativamente).

As três palavras ‘morte’, em grego, é thanatos (θάνατος – Strong #2288), que significa morte, física ou espiritual, e provém de outra palavra grega, thnesko: morte (literal ou figurativamente), mortal (no sentido de fatal).

E as palavras ‘além’ e ‘inferno’, em grego, é hadés (αδης – Strong #86), que provém de ‘a’ (como uma partícula negativa) e ‘eido’, mais propriamente: invisível, ou seja, ‘Hades’, ou o local (estado) das almas que partiram; inferno, sepultura; a habitação dos mortos no mundo inferior até o juízo final. Hades é equivalente à palavra hebraica ‘Seol’. A palavra Hades está escrita em: Lc 10: 15; Lc 16: 23; Ap 1: 18; Ap 6: 8; Ap 20: 14.

A região dos mortos era considerada pelos antigos judeus como ‘inferno’, Seol em hebraico (sheol – Strong #7585: sepultura, inferno, poço, mundo inferior, submundo), Hades, em grego. Os judeus achavam que o Seol era semelhante a uma concha onde os mortos permaneciam e eram submetidos a julgamento. Ali poderia haver um lugar separado para os justos e para os perversos.

A outra palavra grega, Geenna (em grego: Gehenna, γεεννης – Strong #g1067), provém de ‘ge’ (vale de) ‘hinnõm’ (Hinom), onde eram feitos sacrifícios idólatras ao sul de Jerusalém ou um lugar de punição para criminosos; também usado como sinônimo de castigo eterno ou inferno. A palavra Geena pode ser encontrada no NT em: Mt 5: 22; 29; 30; Mt 10: 28; Mt 11: 23; Mc 9: 43; 45; 47; Lc 12: 5; Tg 3: 6.

Parece haver uma diferença entre as palavras Hades e Geenna, pois Hades transmite a idéia de ‘local (estado) das almas que partiram; inferno, sepultura’, ao passo que Geenna parece se referir a algo mais forte que a simples sepultura ou morte física; ela sugere a morte espiritual, o verdadeiro inferno ou castigo eterno, como vemos na definição.

Em 2 Pe 2: 4, na nossa tradução, ‘inferno’, está escrita a palavra grega ‘tártaro’ (em grego: tartaroó ou tártaros, ταρταρωσας – Strong #g5020, ser lançado no inferno; o mais profundo abismo do Hades; ser encarcerado em eterno tormento).

Voltando, então, ao texto de Ap 20: 13-14: “Deu o mar os mortos que nele estavam. A morte e o além entregaram os mortos que neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas obras. Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. E, sem alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo”...

... o que podemos deduzir é que as nações (o mar) entregaram os corpos físicos dos seus mortos (nekros), a morte e o além [ou hades, i.e., o local (ou estado) das almas que partiram] entregaram as almas dos ímpios e perversos que lá estavam. E depois, eles mesmos (a morte e o inferno) também foram lançados para o lago de fogo e enxofre, ou Geenna, nós podemos dizer assim, o local de castigo eterno ou inferno ‘verdadeiro’, a separação definitiva de Deus, onde haverá tormento eterno.

Por isso, Jesus disse: “E, se tua mão te faz tropeçar, corta-a; pois é melhor entrares maneta na vida do que, tendo as duas mãos, ires para o inferno, para o fogo inextinguível [onde não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga]. E, se teu pé te faz tropeçar, corta-o; é melhor entrares na vida aleijado do que, tendo os dois pés, seres lançado no inferno [onde não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga]. E, se um dos teus olhos te faz tropeçar, arranca-o; é melhor entrares no reino de Deus com um só dos teus olhos do que, tendo os dois seres lançado no inferno, onde não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga” (Mc 9: 43-48 cf. Is 66: 24). Em Mt 18: 8 está escrito ‘fogo eterno’ e no v. 9, ‘inferno de fogo’.

Se você se lembra de Ap 20: 10, está escrito: “O diabo, o sedutor deles, foi lançado para dentro do lago de fogo e enxofre, onde já se encontram não só a besta como também o falso profeta; e serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos”. Isso quer dizer que eles não serão exatamente aniquilados, como as palavras nos dão a entender, mas ‘serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos’, ou seja, eles sofrerão penalidade eterna, serão atormentados pelo resto da eternidade.

Isso nos faz pensar, por outro lado, no que acontece com aqueles que foram salvos, os que têm parte na ‘primeira ressurreição’. Após a morte do corpo [o ‘dormir’, segundo a bíblia: 1 Co 15: 20; 1 Ts 4: 13 (*)], suas almas vão para o céu para ficar com Jesus (Ap 6: 9-10; Ap 20: 4; 2 Co 5: 8; Fp 1: 23; 1 Ts 5: 10; Lc 23: 43: “Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso”). Na Sua segunda vinda terão um corpo glorificado, ressurreto como foi o de Jesus (Lc 24: 5-6; 31; 36; 39; Jo 20: 14; 19; 26; Jo 21: 1; 4; 14; 1 Co 15: 4; 12; 20; 35; 42; 49; 51-54; Fp 3: 20-21) e como se Ele mostrou aos Seus discípulos no monte da transfiguração (Lc 9: 29). Nós podemos imaginar que após a morte do corpo, as almas dos ímpios, ficam em algum lugar conhecido por Deus (cf. Lc 16: 23), que não o paraíso; e no dia do juízo, seus corpos ressuscitarão para a condenação eterna (Ap 20: 5; 13).

(*) Vamos fazer um parêntese aqui para tirar as dúvidas de alguns irmãos: Com a segunda vinda de Jesus, a ressurreição dos santos à qual Paulo se refere em 1 Co 15: 20-27 e 1 Ts 4: 13-15, diz respeito ao corpo glorificado, que se ajuntará à alma salva que está no céu. Explicando melhor: A bíblia nos diz que quando a pessoa morrer, o corpo dormirá na terra (Gn 3: 19; 1 Co 15: 20; 1 Ts 4: 13), o espírito retornará para Deus (Ec 12: 7; Sl 146: 4) e apenas a alma dos que se entregaram a Jesus subirá para o céu e lá ficará (Ap 6: 9-10; Ap 20: 4; 2 Co 5: 8; Fp 1: 23; 1 Ts 5: 10; Lc 23: 43: “Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso”) até a segunda vinda de Jesus para o dia do arrebatamento da Sua Igreja (com seu corpo glorificado) e, depois, o juízo de Deus (Hb 9: 27). Os que não fizeram sua escolha por Jesus, ou seja, aqueles cujos nomes não foram encontrados no Livro da Vida (Ap 13: 8; Ap 17: 8; Ap 20: 15; Ap 21: 27), ficam em algum lugar conhecido por Deus (cf. Lc 16: 23), que não o paraíso; e no dia do juízo, seus corpos ressuscitarão para a condenação eterna (Ap 20: 5; 13).

Muitos interpretam os versículos 1 Co 15: 20; 1 Ts 4: 13 (‘os que dormem’) como se a morte fosse um estado de sono inconsciente, mas a situação que Paulo estava relatando aqui é que os gregos, na verdade, criam na imortalidade da alma, mas duvidavam da ressurreição do corpo (como estavam duvidando da ressurreição de Jesus), por isso discutiram com ele no Areópago de Atenas (At 17: 31-34). Areópago era uma espécie de tribunal ateniense, assembléia de magistrados, sábios e literatos. Se Jesus disse aquilo ao malfeitor arrependido crucificado ao Seu lado, e João relata em Ap 6: 9-10 que a almas dos mártires clamavam pedindo justiça é porque estavam conscientes no céu com o Senhor. E em Ap 20: 4 ele escreve que as almas dos decapitados por causa do testemunho de Jesus viveram e reinaram com Cristo.

Conclusão

Cristo está atualmente entronizado à direita de Deus (Mc 16: 19; Rm 8: 34; 1 Pe 3: 22); porém, Seu reino não é evidente para o mundo, por isso Ele voltará de maneira visível para os que não crêem, e para realizar o Seu juízo. Após Sua vitória, quando tudo estiver sujeito a Ele, Seu reino será passado ao Pai (1 Co 15: 24-28).

O Senhor aparecerá no céu, arrebatará Seus santos que estiverem vivos (com seu corpo glorificado) e ressuscitará o corpo dos santos que já morreram. Fará o Seu juízo sobre os que têm a marca da besta (Ap 13: 16-17; Ap 15: 7; Ap 16: 1-2; 3; 4; 8; 10-11; 12; 18-21; Ap 18: 9-10; 21) e lidará com as trevas (1 Co 15: 24-26; 28; Ap 19: 11-21; Ap 19: 11-21; Ap 20: 10). O último inimigo a ser destruído é a morte (1 Co 15: 26; Ap 20: 14). Em outras palavras, a segunda vinda inaugurará imediatamente a consumação, o julgamento final e os novos céus e nova terra (Ap 21: 1; Is 65: 17; Is 66: 22; 2 Pe 3: 13; 1 Co 15: 24-28).

“Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo. Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram. E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras” (Ap 21: 1-5).


Novo céu e nova terra As bodas do Cordeiro

Este texto se encontra no 1º volume do livro:


livro evangélico: Deus está presente na História

Deus está presente na História vol. 1 (PDF)

Deus está presente na História vol. 2

Deus está presente na História vol. 3

God is present in History vol. 1 (PDF)

God is present in History vol. 2

God is present in History vol. 3



Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti

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