Isaías 44: o Senhor chama Israel de Jesurum e se revela aos Isralelitas. O nascimento de Ciro; a região da Lídia, na antiga Anatólia, rica em uma liga de ouro e prata (Electrum) do rio de Páctolos, que atravessava a conhecida cidade de Sardes.

Isaiah 44: the Lord calls Israel Jeshurun and reveals Himself to the Israelites. The birth of Cyrus; the region of Lydia, in ancient Anatolia, rich in an alloy of gold and silver (Electrum) from Pactolus River, which crossed the well-known city of Sardis.


Isaías capítulo 44




Uma coisa que chama muito a atenção nesta segunda parte das profecias do livro de Isaías (capítulo 40–55) é o chamado de Ciro como um instrumento de Deus para libertar Seu povo do cativeiro babilônico. Ciro foi obediente à voz do Deus de Israel no seu interior, até mais de que os próprios judeus, e realizou o Seu projeto, pois o Senhor achou nele um coração propício para executar Sua justiça. Deus chamou um gentio e o revestiu de autoridade para realizar essa missão, mas não interferiu em sua vida particular, por assim dizer, permitindo que ele exercesse seu livre-arbítrio e escolhesse seu próprio caminho espiritual. Em outras palavras, Ciro não se tornou um judeu, mas respeitou as outras religiões, como todos os governantes da sua dinastia, não tendo ele mesmo uma religião específica, segundo os historiadores. Parecia, apenas, apreciar a doutrina de Zoroastro (Zoroastres, Ζωροάστρης, Zōroastrēs), nome grego de Zaratustra (em persa moderno: Zartosht), um profeta e poeta nascido na Pérsia (atual Irã) no século VII AC, e que fundou o Zoroastrismo, a primeira religião monoteísta da Antiguidade depois do Judaísmo, adotada oficialmente pelos Aquemênidas (558-330 AC). O significado do seu nome, em Persa (Zaratustra), é obscuro; mas em Grego, Zoroastres significa ‘contemplador de astros’. Segundo o Zoroastrismo, Ahura Mazda era o Deus do Bem, o Deus do princípio, que criou todas as coisas.

Capítulo 44

O Senhor é o único Deus – v. 1-8.
• Is 44: 1-8: “Agora, pois, ouve, ó Jacó, servo meu, ó Israel, a quem escolhi. Assim diz o SENHOR, que te criou, e te formou desde o ventre, e que te ajuda: Não temas, ó Jacó, servo meu, ó amado, a quem escolhi [NVI: ‘Jesurum, a quem escolhi’]. Porque derramarei água sobre o sedento e torrentes, sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade e a minha bênção, sobre os teus descendentes; e brotarão como a erva, como salgueiros junto às correntes das águas. Um dirá: Eu sou do SENHOR; outro se chamará do nome de Jacó; o outro ainda escreverá na própria mão: Eu sou do SENHOR, e por sobrenome tomará o nome de Israel [NVI: ‘e tomará para si o nome Israel’]. Assim diz o SENHOR, Rei de Israel, seu Redentor, o SENHOR dos Exércitos: Eu sou o primeiro e eu sou o último, e além de mim não há Deus. Quem há, como eu, feito predições desde que estabeleci o mais antigo povo? Que o declare e o exponha perante mim! Que esse anuncie as coisas futuras, as coisas que hão de vir! Não vos assombreis, nem temais; acaso, desde aquele tempo não vo-lo fiz ouvir, não vo-lo anunciei? [NVI: ‘Não anunciei isto e não o predisse muito tempo atrás?’]. Vós sois as minhas testemunhas. Há outro Deus além de mim? Não, não há outra Rocha que eu conheça”.

• Is 44: 1-2: “Agora, pois, ouve, ó Jacó, servo meu, ó Israel, a quem escolhi. Assim diz o SENHOR, que te criou, e te formou desde o ventre, e que te ajuda: Não temas, ó Jacó, servo meu, ó amado, a quem escolhi [NVI: ‘Jesurum, a quem escolhi’]”.

No versículo 1, o Senhor se dirige ao Seu povo e continua a chamar Israel de servo, de Seu povo escolhido entre as nações, e diz que Ele, o Senhor, o formou e o ajudará.
No versículo 2, Ele chama Israel pelo nome de Jesurum (o nome simbólico de Israel), que aparece 4 vezes no AT em Dt 32: 15; Dt 33: 5; Dt 33: 26 e Is 44: 2. Jesurum (Yshuruwn – Strong #3484) significa justo; reto; erguido; em posição vertical. Mas é interessante perceber que essa correlação da Concordância Lexicon Strong com a versão ARA em Português ocorre quando a bíblia fala: ‘ó amado’ (Is 44: 2) ou ‘o meu amado’ (Dt 32: 15) ou ainda, ‘ao seu povo amado’ (Dt 33: 5), e ‘ó amado’ (Dt 33: 26). Em outras palavras: onde a NVI escreve ‘Israel’ (em hebraico, Yshuruwn – Strong #3484), a ARA escreve ‘amado’. Deus fala através do profeta Isaías a um remanescente de Israel que Ele considera separado para Ele; um povo de dentro de Israel que ainda está por nascer, um remanescente escolhido segundo a Graça (v. 3: ‘derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade e a minha bênção, sobre os teus descendentes’).

Desde os tempos antigos quando o Senhor escolheu Israel para ser Seu povo, Ele o formou e o criou, ou seja, o preparou e o fez crescer em intimidade com Ele para que um dia pudesse estar pronto para o grande projeto de Deus. Isso diz respeito, na verdade, a uma nova criação, não da carne, e sim do espírito; era uma criação espiritual do coração e da mente de Deus, e que já estava há muito tempo em andamento, ainda que eles não compreendessem isso. A herança deixada por eles agora seria para os seus descendentes escolhidos dentre os israelitas para o Seu novo propósito para a humanidade (Sl 100: 3; Gl 1: 15). Esse remanescente diz respeito àqueles israelitas justos e retos em quem não haveria maldade, os israelitas que foram separados para servir a Deus, não exatamente com o sacerdócio descrito no AT, mas de uma forma especial onde Ele mesmo os ajudaria a exercer esse serviço, o que aconteceu, por exemplo, com os apóstolos no NT e com todos os judeus separados por Deus por terem crido em Jesus e se colocado também à Sua disposição como Seus servos. Embora perseguidos, rejeitados e odiados pelos seus próprios compatriotas, eles levariam a palavra de Deus adiante, até aos gentios, pois o Senhor é quem lhes daria força e os ajudaria a cumprir essa missão.

• Is 44: 3-5: “Porque derramarei água sobre o sedento e torrentes, sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade e a minha bênção, sobre os teus descendentes; e brotarão como a erva, como salgueiros junto às correntes das águas. Um dirá: Eu sou do SENHOR; outro se chamará do nome de Jacó; o outro ainda escreverá na própria mão: Eu sou do SENHOR, e por sobrenome tomará o nome de Israel [NVI: ‘e tomará para si o nome Israel’]”.

A palavra ‘espírito’ está escrita com letra maiúscula (‘Espírito’), mostrando nitidamente que se trata do Espírito de Deus, que só foi derramado de tal forma quando Jesus veio em carne, ou seja, na Sua primeira vinda. Só Jesus poderia trazer o Espírito Santo da maneira plena para se cumprir a profecia descrita aqui, em especial no dia de Pentecostes. Trata-se, portanto, de uma profecia Messiânica. A água é o símbolo do Espírito Santo, cujos dons são derramados abundantemente (cf. Jl 2: 28; At 2: 17). Deus, em Cristo, era a única Rocha e o único Redentor que podia defendê-los. A Sua água viva mataria a sede não apenas dos Seus escolhidos (O remanescente santo e escolhido dentre o povo judeu), como fluiria livremente deles para os sedentos em todas as nações (João 7: 38).

O que os exilados receberiam como um sinal de favor e vida da parte de Deus (‘derramarei água sobre o sedento e torrentes, sobre a terra seca’), renovando neles a vontade de reconstruir sua nação e a sede pela Sua palavra, seria apenas o início de um grande derramamento do Espírito sobre a posteridade deles. Essa bênção, através do remanescente escolhido de Israel, traria outras nações, os gentios, à presença do Senhor. Essa descendência seria tão numerosa como as ervas e os salgueiros que brotam junto aos riachos, pois sentem a necessidade de água para florescer. Da mesma forma, os judeus se multiplicariam; principalmente os que se sentissem atraídos pelas águas renovadoras do Espírito Santo na presença física do Messias.

• Is 44: 6: “Assim diz o SENHOR, Rei de Israel, seu Redentor, o SENHOR dos Exércitos: Eu sou o primeiro e eu sou o último, e além de mim não há Deus” (cf. Is 48: 12; Ap 1: 17; Ap 22: 13).

Neste versículo, Deus se mostra a Israel como Ele é; com todas as Suas qualidades. Ele define totalmente a Sua personalidade e quais as Suas funções como o responsável por aquele povo. Em primeiro lugar Ele se declara como o Senhor, ou seja, o nome dado a Moisés no Monte Sinai, pelo qual Ele seria conhecido por eles: YHWH (הוהי). Não era Baal nem qualquer outro falso deus, mas Ele, somente, o SENHOR.

Depois, Deus se apresenta como o Rei de Israel (rei, em hebraico, melek). Israel não precisava ser governado por homens, como as nações pagãs tinham seus reis. Deus era o Rei de Israel; na verdade, o único governante realmente capacitado sobre aquele povo.

Em seguida, Ele fala sobre a Sua função como o Redentor de Israel, ou seja, o Seu Resgatador, como o Resgatador de uma família no AT (Boaz, por exemplo). ‘Redentor’ (em hebraico, go’el ou gho’êl), vem do verbo ‘redimir’ (ga’al, Strong #1350). Portanto, a palavra hebraica ga’al ou go’el significa: resgatar (de acordo com a lei oriental do parentesco), ou seja, ser o parente mais próximo, vingar, libertar, parente (masculino), comprar, resgatar, redimir, redentor, vingador.
O Resgatador, em Hebraico, é também chamado ‘parente-redentor’ e ‘vingador’.
Portanto, neste versículo de Isaías, Deus se mostrava ao Seu povo como o Resgatador, o parente mais próximo que compraria Israel da mão de qualquer outro dono ou possuidor, restituiria sua terra e sua herança, o libertaria da escravidão e o vingaria da injustiça.

Em quarto lugar, Deus se diz ‘o SENHOR dos Exércitos’ (YHWH tsebhâ’oth ou YHWH sebhã’ôth; tsebhâ’oth – pronuncia-se sabaô). ‘Exércitos’ (Strong #6635, em hebraico, tsaba’), significa: uma massa de pessoas (ou figurativamente, coisas), especialmente um regimento organizado para a guerra (um exército); uma campanha, companhia ou hoste literalmente ou figurativamente (adoração); exército, batalha, serviço, soldados, guerra. A palavra tsaba’ também provém de uma raiz primitiva que significa: convocar, reunir (como numa assembléia), lutar, executar, esperar em, reunir. ‘O SENHOR dos Exércitos’ aparece pela primeira vez no livro de Samuel (1 Sm 1: 3) pelo qual Deus era adorado em Siló. Foi um termo usado por Davi ao desafiar Golias (1 Sm 17: 45), e depois num cântico de vitória (Sl 24: 10). É muito encontrado no livro de profetas (88 vezes só em Jeremias) para mostrar Deus como o salvador e o protetor do Seu povo (Sl 46: 7; 11, por exemplo). Os exércitos ou ‘as hostes celestiais’ são todos os poderes celestiais, no caso, o exército de anjos prontos a obedecer ao Senhor. O Senhor governava o exército celestial para combater todo inimigo de Israel, da mesma maneira que sempre fez com todos os exércitos da terra que vieram contra o Seu povo, ou fortalecendo o exército deles para todas as guerras que tinham enfrentado até aquele momento. Era Ele que tinha dado grandes vitórias aos reis de Israel e Judá com os seus exércitos. Isso lhes transmitia a idéia de que Ele, como um general, conhecia sempre as melhores estratégias de guerra para dar vitória aos Seus filhos. Em breve, eles veriam isso.

Depois de se declarar SENHOR dos Exércitos, Deus renova a memória dos judeus, dizendo que Ele era o primeiro e o último, uma expressão usada em Is 48: 12, e muito conhecida em Ap 1: 17 e Ap 22: 13. ‘O primeiro e o último’, ‘O alfa e o ômega’, ‘o princípio e o fim’ significam a mesma coisa, ou seja, foi Ele que começou todas as coisas, e será Ele quem vai terminar. Ele abre e Ele fecha, Ele começa e Ele termina o que começou, como o alfabeto começa com a letra ‘A’ e termina com a letra ‘Z’ (nas línguas ocidentais), ou com o ‘alfa’ e o ‘ômega’ (em grego).

A palavra ‘primeiro’, em hebraico, é riishon (ראשון, Strong #7223, derivada de rishah, רִאשֹׁת Strong #7221, ‘início’), e significa: pioneiro, em primeiro lugar, primeiro no tempo ou primeiro em posição, antes no tempo, começo, início, princípio, o mais velho, predecessor, antecessor, ancestral, anterior, de uma época antiga.
A palavra ‘último’, em hebraico, é acharon (אחרון, Strong #314), e significa: tardio, último; dificultar, atrasar, retardar; de face para o oeste, para o ocidente; depois, a seguir, por vir, para trás, o último, o fim, término.

Por último, o Senhor repete mais uma vez que Ele é Deus (Elohim, םיהלא) e não há outro (‘além de mim não há Deus’). Isso acaba com toda idolatria, com toda a dúvida sobre quem o Seu povo deve servir, ou quem é o autor dos livramentos e milagres que eles já presenciaram ou ouviram de seus antepassados.

• Is 44: 7-8: “Quem há, como eu, feito predições desde que estabeleci o mais antigo povo? Que o declare e o exponha perante mim! Que esse anuncie as coisas futuras, as coisas que hão de vir! (cf. Is 41: 23; 26) Não vos assombreis, nem temais; acaso, desde aquele tempo não vo-lo fiz ouvir, não vo-lo anunciei? [NVI: ‘Não anunciei isto e não o predisse muito tempo atrás?’]. Vós sois as minhas testemunhas. Há outro Deus além de mim? Não, não há outra Rocha que eu conheça”.

Novamente, Deus fala sobre a Sua eternidade e a Sua superioridade sobre todos os outros deuses e sobre sábios, astrólogos, adivinhos, falsos profetas e agoureiros. Também fala que Ele fez predições desde que fez o primeiro homem sobre a terra, desde as primeiras eras do mundo. Tudo o que Ele tinha dito está registrado. Foi Ele quem falou desde o princípio e fez com que o ser humano conhecesse a Sua vontade e o que havia em Seu coração. Ele já não havia dito o que iria acontecer até aquele momento? Ele já não havia dito o que está acontecendo agora com aquele povo e o que vai acontecer no futuro; o que está perto e o que está longe deles? Os propósitos divinos eram imutáveis e tudo já estava ordenado desde o princípio. Ninguém, além dEle poderia predizer as coisas que virão, das quais Ele deu aviso por intermédio dos Seus profetas. Israel era Sua testemunha. Os povos pagãos eram Suas testemunhas, pois viram o que Ele já havia feito por Israel. Os deuses pagãos poderiam fazer isso? Quem poderia se comparar com o Redentor e Rei de Israel? Deus termina dizendo que não há outra Rocha além dEle.

A palavra ‘Rocha’ é usada aqui por Deus para se referir a Ele mesmo como o Poderoso de Israel, como uma força, um lugar forte de abrigo para o Seu povo. Na nossa bíblia, a palavra ‘Rocha’ neste versículo de Isaías, em Hebraico é tsuwr ou tsur (Strong #6697), que significa: um penhasco, uma rocha afiada (como que comprimida); geralmente, rocha ou pedregulho; pedra, força, forte (pessoa); figurativamente, um refúgio; o Poderoso (Deus).
Essa palavra hebraica aparece 75 vezes no AT, com o sentido de ‘Deus Poderoso’, ‘força’, ‘Rocha’ (com letra maiúscula se referindo a Deus, e com letra minúscula se referindo a outros deuses ou a um substantivo comum: rocha, pedra):
• Dt 32: 4: “Eis a Rocha (Se referindo a Deus)! Suas obras são perfeitas, porque todos os seus caminhos são juízo; Deus é fidelidade, e não há nele injustiça; é justo e reto”.
• Dt 32: 15: “Mas, engordando-se o meu amado [Jesurum = Israel], deu coices; engordou-se, engrossou-se, ficou nédio e abandonou a Deus, que o fez, desprezou a Rocha (Se referindo a Deus) da sua salvação”.
• Dt 32: 18: “Olvidaste a Rocha (Se referindo a Deus) que te gerou; e te esqueceste do Deus que te deu o ser” [NVI: “... vocês se esqueceram do Deus que os fez nascer?”].
• Dt 32: 30-31: “Como poderia um só perseguir mil, e dois fazerem fugir dez mil, se a sua Rocha (Se referindo a Deus) lhos não vendera, e o Senhor lhos não entregara? Porque a rocha deles (falsos deuses, mas a mesma palavra hebraica) não é como a nossa Rocha (Se referindo a Deus); e os próprios inimigos o atestam”.
• Dt 32: 37: “Então, dirá: Onde estão os seus deuses? E a rocha (falsos deuses, mas a mesma palavra hebraica) em quem confiavam?”

Como vimos em Is 42: 11 há outra palavra para ‘rocha’ em hebraico, cela` (Strong #5553), de uma raiz não utilizada que significa ser elevada; uma rocha escarpada, literalmente ou figurativamente (uma fortaleza): rocha áspera, pedra, pedregoso, forte (fortificação, cidadela), fortaleza.

Davi também faz uso da palavra ‘rocha’ quando se refere a Deus como Seu refúgio, proteção, abrigo; e a palavra hebraica é cela`, algumas vezes traduzida como ‘rocha’, outras, como ‘rochedo’:
• 2 Sm 22: 2: “E disse: O Senhor é a minha rocha (cela`), a minha cidadela, o meu libertador”.
• Sl 18: 2: “O Senhor é a minha rocha (cela`), a minha cidadela, o meu libertador; o meu Deus, o meu rochedo (força, ‘tsuwr’) em que me refugio; o meu escudo, a força da minha salvação, o meu baluarte”.

No NT, a palavra grega é ‘petra’ (πέτρα – Strong #g4073), quando na nossa tradução é ‘rocha’; e ‘lithos’ (λίθος – Strong #g3073) quando na nossa tradução é ‘pedra’.
No NT a palavra ‘rocha’ aparece 9 vezes; ela é escrita junto com outra: ‘lithos’, ‘pedra’ (Rm 9: 33); ou é substituída pela palavra grega ‘laxeutos’ (λαξευτός – Strong #g2991), em Lc 23: 53, no sentido de um composto de pedras, pedreira, (feito de) pedra. Embora nós possamos ver a referência simbólica com Jesus, a palavra ‘rocha’ nos textos do NT está escrita no sentido de um substantivo comum.

Os textos no NT estão em:
• Mt 7: 24: “Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha (petra)”.
• Mt 7: 25: “e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha (petra)”.
• Mt 27: 51: “Eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo; tremeu a terra, fenderam-se as rochas (petra)”.
• Mt 27: 60: “e o depositou no seu túmulo novo, que fizera abrir na rocha (petra); e, rolando uma grande pedra (lithos) para a entrada do sepulcro, se retirou”.
• Mc 15: 46: “Este, baixando o corpo da cruz, envolveu-o em um lençol que comprara e o depositou em um túmulo que tinha sido aberto numa rocha (petra); e rolou uma pedra (lithos) para a entrada do túmulo”.
• Lc 6: 48: “É semelhante a um homem que, edificando uma casa, cavou, abriu profunda vala e lançou o alicerce sobre a rocha (petra); e, vindo a enchente, arrojou-se o rio contra aquela casa e não a pôde abalar, por ter sido bem construída”.
• Lc 23: 53: “e, tirando-o do madeiro, envolveu-o num lençol de linho, e o depositou num túmulo aberto em rocha (laxeutos), onde ainda ninguém havia sido sepultado”.
• Rm 9: 33: “como está escrito: Eis que ponho em Sião uma pedra (lithos) de tropeço e rocha (petra) de escândalo, e aquele que nela crê não será confundido”.
• 1 Pe 2: 8: “e: Pedra (lithos) de tropeço e rocha (petra) de ofensa. São estes os que tropeçam na palavra, sendo desobedientes, para o que também foram postos”.

Em Português, há uma exceção em:
• Mt 16: 18: “Também eu te digo que tu és Pedro (Strong #4074, Petros, Πέτρος), e sobre esta pedra (‘petra’ – Strong #4073, πέτρα; na KJV também está escrita a palavra ‘rocha’) edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”.

A loucura da idolatria – v. 9-20.
• Is 44: 9-20: “Todos os artífices de imagens de escultura são nada, e as suas coisas preferidas são de nenhum préstimo [NVI: ‘são sem valor’]; eles mesmos são testemunhas de que elas nada vêem, nem entendem, para que eles sejam confundidos. Quem formaria um deus ou fundiria uma imagem de escultura, que é de nenhum préstimo? Eis que todos os seus seguidores ficariam confundidos [NVI: ‘Todos os seus companheiros serão envergonhados’], pois os mesmos artífices não passam de homens; ajuntem-se todos e se apresentem, espantem-se e sejam, à uma, envergonhados. O ferreiro faz o machado, trabalha nas brasas, forma um ídolo a martelo e forja-o com a força do seu braço; ele tem fome, e a sua força falta, não bebe água e desfalece. O artífice em madeira estende o cordel [NVI: ‘O carpinteiro mede a madeira com uma linha’] e, com o lápis, esboça uma imagem; alisa-a com plaina, marca com o compasso e faz à semelhança e beleza de um homem, que possa morar em uma casa [NVI: ‘para que habite num santuário’]. Um homem corta para si cedros, toma um cipreste ou um carvalho, fazendo escolha entre as árvores do bosque; planta um pinheiro, e a chuva o faz crescer. Tais árvores servem ao homem para queimar [NVI: ‘É combustível usado para queimar’]; com parte de sua madeira se aquenta e coze o pão; e também faz um deus e se prostra diante dele, esculpe uma imagem e se ajoelha diante dela. Metade queima no fogo e com ela coze a carne para comer; assa-a e farta-se; também se aquenta e diz: Ah! Já me aquento, contemplo a luz [NVI: ‘Ah! Estou aquecido; estou vendo o fogo’]. Então, do resto faz um deus, uma imagem de escultura; ajoelha-se diante dela, prostra-se e lhe dirige a sua oração, dizendo: Livra-me, porque tu és o meu deus. Nada sabem, nem entendem; porque se lhes grudaram os olhos, para que não vejam, e o seu coração já não pode entender [NVI: ‘seus olhos estão tapados, não conseguem ver, e suas mentes estão fechadas, não conseguem entender’]. Nenhum deles cai em si, já não há conhecimento nem compreensão para dizer: Metade queimei e cozi pão sobre as suas brasas, assei sobre elas carne e a comi; e faria eu do resto uma abominação? Ajoelhar-me-ia eu diante de um pedaço de árvore? Tal homem se apascenta de cinza [NVI: ‘Ele se alimenta de cinzas’]; o seu coração enganado o iludiu, de maneira que não pode livrar a sua alma, nem dizer: Não é mentira aquilo em que confio?”

Aqui o profeta explica como um homem faz um ídolo para que as pessoas percebam a insensatez da idolatria. Um homem corta uma árvore do bosque para que possa queimar e cozer seu alimento. Com o que sobrou da madeira ele faz um ídolo e se prostra diante dele, mas seu coração está tão iludido e sua mente está tão fechada à verdade que ele não consegue atinar com a futilidade de tudo aquilo. Ele faz uma imagem de madeira ou de metal à semelhança de homem, e com isso desagrada a Deus. As coisas mundanas, as corrupções da sua mente, a incredulidade, a superstição ou qualquer tipo de doutrina religiosa são como cinzas para alimentar o estômago desse artesão. Nada do que o homem faça com suas próprias mãos pode salvar sua alma ou livrá-la do inferno. Os que continuam nesse caminho deveriam questionar a si mesmos se o que fazem tem algum proveito. Os ídolos nos quais as pessoas sentem tanto prazer são sem valor. E o que elas fazem testifica contra elas mesmas. O artesão escolhe a melhor madeira para que a imagem dure mais, como a madeira do carvalho, por exemplo, ao invés de usar a madeira para um objetivo mais útil. Depois de pronto o ídolo, o homem o coloca num santuário; e outras pessoas também acompanham seu engano, achando que o que estão fazendo é certo. Elas nem têm consciência do Deus verdadeiro que as fez. ‘O ferreiro faz o machado, trabalha nas brasas, forma um ídolo a martelo e forja-o com a força do seu braço; ele tem fome, e a sua força falta, não bebe água e desfalece’: essa frase mostra o zelo que elas têm pelos ídolos, sua devoção mal empregada, pois deixam de comer e de beber, até desmaiam pelo excesso de esforço, mas de que vai adiantar?

A promessa de livramento – v. 21-28
• Is 44: 21-28: “Lembra-te destas coisas, ó Jacó, ó Israel, porquanto és meu servo! Eu te formei, tu és meu servo, ó Israel; não me esquecerei de ti. Desfaço as tuas transgressões como a névoa e os teus pecados, como a nuvem; torna-te para mim, porque eu te remi [NVI: ‘Volte para mim, pois eu o resgatei’]. Regozijai-vos, ó céus, porque o Senhor fez isto; exultai, vós, ó profundezas da terra; retumbai com júbilo, vós, montes, vós, bosques e todas as suas árvores, porque o Senhor remiu a Jacó e se glorificou em Israel. Assim diz o Senhor, que te redime, o mesmo que te formou desde o ventre materno: Eu sou o Senhor, que faço todas as coisas, que sozinho estendi os céus e sozinho espraiei a terra (cf. Is 40: 12); que desfaço os sinais dos profetizadores de mentiras e enlouqueço os adivinhos [NVI: ‘que atrapalha os sinais dos falsos profetas e faz de tolos os adivinhadores’]; que faço tornar atrás os sábios, cujo saber converto em loucuras [NVI: ‘que derruba o conhecimento dos sábios e o transforma em loucura’]; que confirmo a palavra do meu servo (*) [o profeta Isaías, provavelmente, profetizando o livramento do seu povo] e cumpro o conselho dos meus mensageiros [os profetas]; que digo de Jerusalém: Ela será habitada; e das cidades de Judá: Elas serão edificadas; e quanto às suas ruínas: Eu as levantarei; que digo à profundeza das águas: Seca-te, e eu secarei os teus rios; que digo de Ciro: Ele é meu pastor e cumprirá tudo o que me apraz; que digo também de Jerusalém: Será edificada; e do templo: Será fundado [NVI: ‘Sejam lançados os seus alicerces’]”.

(*) Is 44: 26: Na NVI está escrito: “... que executa [Ele, Deus] as palavras de seus servos [a palavra está no plural, o que pode significar ‘os profetas’] e cumpre as predições de seus mensageiros, que diz acerca de Jerusalém: Ela será habitada, e das cidades de Judá: Elas serão construídas, e de suas ruínas: Eu as restaurarei, ...”. Na KJV, a palavra está no singular: ‘servo’.

Aqui, em Is 44: 21 (“Lembra-te destas coisas, ó Jacó, ó Israel, porquanto és meu servo! Eu te formei, tu és meu servo, ó Israel; não me esquecerei de ti”), o Senhor chama a Israel novamente de Seu servo, reafirmando que Ele fez essa nação para servi-lo. E também diz que não se esquece deles e que pode transformar suas transgressões em nada, como se sopra uma nuvem ou como a neblina que se dissipa com o calor do sol (Is 44: 22). Para nós, o Sol da Justiça, Jesus, dissipou as nuvens de treva que nos separava Dele por causa dos nossos pecados. Mais uma vez, Ele chama de volta o Seu povo dizendo que eles já foram resgatados por Ele. Por isso, toda a natureza pode se alegrar junto com eles por esse livramento. O Senhor está seguro da Sua capacidade de dar a vitória sobre os inimigos do Seu povo. A sabedoria deles não é nada diante Dele; pelo contrário, são loucura. Os magos e os astrólogos, numerosos e muito estimados na Babilônia, haviam predito a longevidade e a prosperidade do império caldeu. Esses adivinhos e falsos profetas se envergonharão, pois reconhecerão que o que disseram e previram não aconteceu como eles imaginavam porque o Deus de Israel estava contra eles. Entretanto, as profecias que vêm dEle através da boca de Seus profetas serão cumpridas. O seu cumprimento é um sinal da confirmação de Deus quanto à veracidade delas. O que o Senhor havia reservado para o Seu povo já estava sendo profetizado aqui, antes mesmo de irem para o cativeiro. Ele conhecia as dificuldades e as provas pelas quais eles passariam até que esta libertação ocorresse, mas haveria uma saída: Deus já estava preparando um libertador, que nesta profecia já tem seu nome revelado: Ciro (em Is 41: 1-7 seu nome ainda não havia sido revelado). Quando os cativos ouvissem falar do seu nome, eles saberiam que a redenção estava próxima.

Ciro é uma figura do Messias, o rei e conquistador ungido, que está pronto para lutar pela causa da justiça, pois o próprio Deus o escolheu. A comparação dele com um pastor de Deus o faz, sem dúvida, semelhante a Jesus, nosso Bom Pastor. Ele tiraria Israel da boca dos ‘lobos’ e o reuniria de todas as nações onde ele foi espalhado, governando gentilmente sobre ele e levando-o de volta ao ‘aprisco’ (Palestina).

Detalhes sobre a Lídia, na região oeste da antiga Anatólia

Não se sabe exatamente quando Isaías fez esta profecia, mas sabe-se que o seu exercício profético foi no período de 740-681 AC. As fontes históricas relatam o nascimento de Ciro por volta de 599 AC; e sua morte, em 530 AC. Sabe-se também que Ciro (Ciro II ou Ciro, o Grande) era da dinastia Aquemênida (fundada pelo rei Aquêmenes da Pérsia, seu bisavô paterno), e reinou como rei da Pérsia no lugar de seu pai, Cambises I, no período de 559-530 AC. Em 550 AC, ele tomou o trono de seu avô materno Astíages (585–549 AC), rei da Média, passando a governar sobre os Medos também. Conquistou a Lídia em torno de 547 AC (o antigo império hitita conquistado pelos assírios e localizado na região oeste da Anatólia, atual Turquia, onde no NT estavam as sete igrejas da Ásia Menor), depondo Creso, seu governante. Os historiadores dizem que em todas as suas conquistas Ciro usou de uma generosidade incomum no seu tempo, poupando seus inimigos vencidos ou empregando-os em cargos administrativos de seu império, como aconteceu com Creso, rei da Lídia (embora haja outras histórias sobre o fim dele). Creso fora famoso pela sua riqueza, a qual foi atribuída à exploração do ouro de aluvião do Páctolos. O rio Páctolos (em Turco, Sart Çayı) é um rio perto da costa do Mar Egeu na Turquia. Ele nasce no Monte Tmolus (atualmente, Bozdağ) e flui através das ruínas da antiga cidade de Sardes, a capital da Lídia, e deságua no rio Gediz, o antigo Hermo. O Páctolos continha uma liga de ouro e prata (o ‘Electrum’), que foi a base da economia do antigo estado de Lídia na Antiguidade. O Electrum é uma liga natural de ouro e prata, com vestígios de cobre e outros metais como níquel, às vezes, o zinco. Como sua cor varia do amarelo pálido ao amarelo brilhante, dependendo da proporção de ouro e prata, os gregos antigos o chamavam de ‘ouro branco’ ou ‘ouro’, para diferenciá-lo do ouro refinado; por isso, seria mais apropriado chamá-lo de ‘ouro pálido’. O Electrum natural da Anatólia Ocidental tem uma proporção de ouro que varia de 70 a 90%. Seu nome é a forma latina da palavra grega ήλεκτρον (èlektron), que originou também as palavras ‘elétron’ e ‘eletricidade’. O ‘Electrum’ parece ter as mesmas propriedades eletrostáticas do âmbar. O que chamamos modernamente de ‘ouro branco’ geralmente diz respeito à liga de ouro com alguns dos seguintes metais, ou com uma combinação deles: prata, platina, níquel e paládio, que produz um ouro de cor prateada.


Anatólia, com a região da Lídia
Anatólia, com a região da Lídia, a cidade de Sardes e o rio Páctolos (escrito sobre mapa da wikipedia.org)

Monte Tmolus na Turquia Ruínas de Sardes
Monte Tmolus (atualmente, Bozdağ), onde nasce o rio Páctolos / Ruínas de lojas Grego-Bizantinas em Sardes

Ruínas da Sinagoga de Sardes Templo de Ártemis, na Turquia
Ruínas da sinagoga de Sardes no século III DC / Templo de Ártemis, em Sardes, na Turquia

Rio Páctolos
Rio Páctolos

Sardes, descrita no livro de Apocalipse e onde havia uma igreja cristã, desfrutava igualmente dessa riqueza nos tempos do NT.

Em 539 AC Ciro tomou a Babilônia das mãos de Nabonido, que governava conjuntamente com seu filho, Belsazar. Então, supondo que Isaías tenha escrito esta profecia alguns anos antes de sua morte (681 AC), podemos dizer que do momento em que ela foi escrita até o ano da conquista da Babilônia por Ciro, libertando os judeus do cativeiro (539 AC), se passaram aproximadamente 140-150 anos.

Seus 29 anos de reinado como soberano de todo Império Medo-Persa (559-530 AC) foram de grande benefício para muitos povos conquistados, seguindo a política de toda a dinastia Aquemênida, com sua tolerância para com as diversas religiões e culturas, reconstruindo templos antes destruídos e permitindo que seus súditos estivessem sob a administração de líderes locais, e assim, muitos daqueles povos se viram em melhor situação sob os persas do que independentes deles. Os governantes da dinastia Aquemênida construíram estradas ligando as principais cidades, e o seu sistema de correios era bastante eficiente. As estradas também facilitavam o comércio do Egito e da Europa com a Índia e a China, do qual a Pérsia se beneficiou grandemente. A habilidade política de Ciro, seguida pelos seus sucessores imediatos, assegurou a força e a unidade do seu grande império, composto por uma miríade de povos diferentes, algo que jamais havia sido conseguido na história da humanidade até então (Média, Irã, Lídia, Síria, Babilônia, Palestina, Armênia e Turquistão).

Aqui já podemos ver a mão de Deus sobre alguém que Ele ungiu por Sua soberana vontade, mas que não o conhecia. A História diz que Ciro não tinha uma religião específica, embora reconhecesse a existência do nosso Deus e lhe creditasse o sucesso dos seus feitos:
• Ed 1: 1-2: “No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia, para que se cumprisse a palavra do Senhor, por boca de Jeremias, despertou o Senhor, o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como também por escrito, dizendo: Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor, Deus dos céus, me deu todos os reinos da terra e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém de Judá”.
• 2 Cr 36: 23: “Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor, Deus dos céus, me deu todos os reinos da terra e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá; quem entre vós é de todo o seu povo, que suba, e o Senhor, seu Deus, seja com ele” cf. Is 44: 28: “que digo de Ciro: Ele é meu pastor e cumprirá tudo o que me apraz; que digo também de Jerusalém: Será edificada; e do templo: Será fundado”.
Ele ordenou que tudo o que tivesse sido roubado por Nabucodonosor, inclusive os utensílios do templo de Jerusalém fosse devolvido e colocado sob a guarda de Sesbazar, a quem constituiu príncipe de Judá. Os persas e todos os cidadãos do reino ajudaram os judeus dando-lhes prata, ouro, bens e gado, coisas preciosas, afora as dádivas voluntárias para a Casa de Deus. Assim, os judeus voltaram e reconstruíram o templo do Senhor.

Ciro, que na profecia de Is 41: 1-7 não tem o seu nome revelado, é descrito claramente em Is 44: 28; Is 45: 1-4; Is 45: 13-14; Is 48: 14. Em Is 46: 11 ele é chamado de ‘a ave de rapina’.

O nascimento de Ciro

Sua mãe se chamava Mandane, filha do último rei da Média, Astíages (reinado: 596-560 AC). Ela se casou em 600 AC com Cambises I, filho de Ciro I, rei da Pérsia. Quando o filho (Ciro, o Grande, ou Ciro II) estava para nascer, Astíages teve dois sonhos proféticos que foram interpretados pelos magos como uma previsão de que seu neto (Ciro II, Kūruš, em persa antigo) um dia iria se rebelar e o sucederia no trono; por isso, mandou buscá-la na Pérsia com a intenção de assassinar o bebê, assim que ele nascesse. Ordenou ao mordomo, Hárpago, que o matasse. Alguns historiadores dizem que Hárpago era um general de Astíages. Entretanto, a criança não foi morta, mas entregue aos cuidados de um pastor. Em seu lugar, apresentaram a Astíages um natimorto, e o pai desta criança morta, o tal pastor, adotou Ciro como filho. Com 10 anos de idade, Ciro foi apresentado ao seu avô. Por intervenção dos magos ele não sofreu punição, e foi mandado de volta à Pérsia aos seus pais biológicos. Anos mais tarde, por uma rebelião de Hárpago contra Astíages, Ciro dominou a Média (região do atual Irã), entrando na capital, Ecbátana, e poupou a vida do seu avô. Talvez pela história do seu nascimento e de sua infância, Deus o tenha chamado de pastor (Is 44: 28), além do fato de usá-lo para conduzir Seu povo de volta a Israel. O sucessor de Ciro foi seu filho Cambises II.


• Principal fonte de pesquisa: Douglas, J.D., O novo dicionário da bíblia, 2ª ed. 1995, Ed. Vida Nova.
• Fonte de pesquisa para algumas imagens: wikipedia.org e crystalinks.com

Este texto se encontra no 2º volume do livro:


livro evangélico: O livro do profeta Isaías

O livro do profeta Isaías vol. 1 (PDF)

O livro do profeta Isaías vol. 2

O livro do profeta Isaías vol. 3

The book of prophet Isaiah vol. 1 (PDF)

The book of prophet Isaiah vol. 2

The book of prophet Isaiah vol. 3

Sugestão de leitura:


livro evangélico: Profeta, o mensageiro de Deus

Profeta, o mensageiro de Deus (PDF)

Prophet, the messenger of God (PDF)

Sugestão para download:


tabela de profetas AT

Tabela dos profetas (PDF)

Table about the prophets (PDF)



Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti

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