Estudo sobre Eglah Arufah (Eglá Arufá – Dt 21:4). No caso de assassinato sem culpado evidente uma novilha (`eglah) era levada a um vale de águas correntes e desnucada (`araph). Pilatos fez o mesmo, lavando as mãos e se inocentando pela morte de Jesus.

Study about Eglah Arufah (Deut. 21:4). In the case of murder with no obvious culprit, a heifer (`eglah) was taken to a valley with a flowing stream and had its neck broken (`araph). Pilate did the same, washing his hands in the event of Jesus’ death.


Eglah Arufah




Neste texto nós vamos estudar sobre Eglah Arufah (pronuncia-se Eglá Arufá), um dos rituais do AT descritos na bíblia por Moisés (Dt 21: 1-9). Quando um assassinato não tinha culpado evidente, uma novilha (`eglah) que não havia trabalhado nem puxado com o jugo era levada até um vale de águas correntes e ali era sacrificada (desnucar = `araph). Os anciãos da cidade mais próxima ao morto lavavam as mãos sobre o animal desnucado como um sinal de inocência diante daquele assassinato.

Vale a pena lembrar que o AT foi uma ‘sombra’ do NT (Cl 2: 16-17; Hb 10: 1), ou seja, um ‘rascunho’ da realidade espiritual vivida no NT. Assim, os dois rituais descritos na Torá (Eglah Arufah e Para Aduma) simbolizam algo simples dado por Deus para que o ser humano entendesse a Sua vontade. Como a visão daquela época era carnal e material, Deus precisava ensinar através de coisas físicas. O povo precisava de símbolos, de coisas palpáveis para crer no Senhor. Por isso, Jeremias, Isaías e Ezequiel encenavam suas profecias. Hoje, nós temos a compreensão das coisas invisíveis.

Eglah Arufah (pronuncia-se Eglá Arufá) e Para Aduma (pronuncia-se Para Adumá) têm um significado para nós cristãos.

• Dt 21: 1-9: “Quando na terra que te der o Senhor, teu Deus, para possuí-la se achar alguém morto, caído no campo, sem que se saiba quem o matou, sairão os teus anciãos e os teus juízes e medirão a distância até às cidades que estiverem em redor do morto. Os anciãos da cidade mais próxima do morto tomarão uma novilha da manada, que não tenha trabalhado, nem puxado com o jugo, e a trarão a um vale de águas correntes, que não foi lavrado, nem semeado; e ali, naquele vale, desnucarão (`araph) a novilha (`eglah). Chegar-se-ão os sacerdotes, filhos de Levi, porque o Senhor, teu Deus, os escolheu para o servirem, para abençoarem em nome do Senhor e, por sua palavra, decidirem toda demanda e todo caso de violência. Todos os anciãos desta cidade, mais próximos do morto, lavarão as mãos sobre a novilha desnucada no vale e dirão: As nossas mãos não derramaram este sangue, e os nossos olhos o não viram derramar-se. Sê propício ao teu povo de Israel, que tu, ó Senhor, resgataste, e não ponhas a culpa do sangue inocente no meio do teu povo de Israel. E a culpa daquele sangue lhe será perdoada. Assim, eliminarás a culpa do sangue inocente do meio de ti, pois farás o que é reto aos olhos do Senhor”.


Eglah Arufah (Dt 21: 1-9)


Aqui, nós podemos ver um paralelo com o que aconteceu com Jesus. O novilho sem defeito era o animal sacrificado no caso de oferta pelo pecado do sumo sacerdote, dos sacerdotes (Lv 8: 14-15; Lv 4: 3) ou da congregação (Lv 4: 13-14; Nm 15: 24-25). Jesus é o nosso sumo sacerdote que se ofereceu como sacrifício pelo nosso pecado (como reis e sacerdotes, conforme a bíblia diz que somos).

Uma novilha ao invés de um novilho é uma figura feminina de uma congregação, uma nação, o povo de Deus, a Igreja arrependida, os filhos de Deus como sacerdotes e reis na terra (“nação santa, de reis e sacerdotes” – 1 Pe 2: 9: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”).

No caso da novilha desnucada, ela era levada a um vale de águas correntes, pois a água simbolizaria a purificação dos homens, inocentando-os da culpa. O sangue faria a expiação pelo pecado. Quem matou Jesus não foram os judeus nem os romanos, e sim os pecados de toda a humanidade. Assim, quando Jesus já havia morrido e os judeus reivindicaram Seu corpo perante Pilatos, um soldado Lhe abriu o lado com uma lança, e por ali saiu sangue e água. O sangue confirmava que a expiação pelo nosso pecado e pela nossa culpa estava completada; e a água dizia que a mancha deixada por eles diante de Deus estava lavada pelo poder do Espírito Santo, inocentando os homens:

• Jo 19: 31-37: “Então, os judeus, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, visto como era a preparação, pois era grande o dia daquele sábado, rogaram a Pilatos que lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados. Os soldados foram e quebraram as pernas do primeiro e ao outro que com ele tinham sido crucificados; chegando-se, porém, a Jesus, como vissem que já estava morto, não lhe quebraram as pernas. Mas um dos soldados lhe abriu o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. Aquele que isto viu testificou, sendo verdadeiro o seu testemunho; e ele sabe que diz a verdade, para que também vós creiais. E isto aconteceu para que se cumprisse a Escritura: Nenhum dos seus ossos será quebrado. E outra vez diz a Escritura: Eles verão aquele a quem traspassaram”.


Jesus rendeu o espírito

Do Seu lado saiu sangue e água


Pilatos também realizou o mesmo ritual quando lavou as mãos, se inocentando da responsabilidade pela morte de Jesus:


Pilatos lavou as mãos


• Mt 27: 24-25: “Vendo Pilatos que nada conseguia, antes, pelo contrário, aumentava o tumulto, mandando vir água, lavou as mãos perante o povo, dizendo: estou inocente do sangue deste [justo]; fique o caso convosco! E o povo todo respondeu: Caia sobre nós o seu sangue e sobre nossos filhos”.

Ao dizer isso, o povo não sabia que estava assumindo diante do Pai e do mundo espiritual, a culpa pela morte do Messias; por isso, o povo judeu até hoje carrega o peso da maldição da lei sobre si: por rejeitar o Messias e por ter assumido a culpa da sua morte. Só quando se arrependerem diante de Deus, estarão libertos do jugo.

• Jo 3: 36: “Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus”.
• 1 Jo 2: 22-23: “Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo, o que nega o Pai e o Filho. Todo aquele que nega o Filho, esse não tem o Pai; aquele que confessa o Filho tem igualmente o Pai”.
• 1 Jo 4: 2-3; 6: “Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo... Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus nos ouve; aquele que não é da parte de Deus não nos ouve. Nisto conhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro”.
• 1 Jo 5: 11-12: “E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho. Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida”.
• Gl 3: 10-11;13-14: “Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las. E é evidente que, pela lei, ninguém é justificado perante diante de Deus, porque o justo viverá pela fé... Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado num madeiro), para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido”.

Este texto se encontra no livro:


livro evangélico: O Senhor quer falar com Seu povo

O Senhor quer falar com Seu povo (PDF)

The Lord wants to talk to His people (PDF)



Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti

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