Isaías 52: incentivo a sair da Babilônia e confirmação de restauração. Isaías inicia a uma nova profecia (Is 52: 13 e segs.; Is 53). Jesus (‘Meu Servo’) vai sofrer, mas agirá com sabedoria e será exaltado e elevado diante dos homens.
Isaiah 52: encouragement to leave Babylon and confirmation of restoration. Isaiah begins a new prophecy (Isa. 52: 13 et seq.; Isa. 53). Jesus (‘My Servant’) will suffer, but he will act wisely and will be exalted and lifted up before men.
Nessa parte o profeta fala com o povo que está no exílio na Babilônia e o enfoque é dado à vinda do Messias (chamado de ‘Servo’), que vai realizar toda a vontade de Deus e que mostra ao Seu povo qual deve ser a verdadeira postura de um servo. É inegável a relação disso com Jesus e com o Seu ministério, pois em várias passagens do Evangelho Ele mesmo se coloca como servo e menciona as profecias de Isaías para mostrar que Sua vinda já fora profetizada setecentos anos antes: Mc 10: 42-45; Lc 22: 25-30; Lc 22: 37 cf. Is 53: 12. A era do Messias pode ser comparada à criação de novos céus e nova terra.
O Senhor convoca Seu povo a se preparar para a libertação; Seu nome não mais será blasfemado – v. 1-6.
• Is 52: 1-6: “Desperta, desperta, reveste-te da tua fortaleza, ó Sião; veste-te das tuas roupagens formosas, ó Jerusalém, cidade santa; porque não mais entrará em ti nem incircunciso nem imundo [NVI: ‘Os incircuncisos e os impuros não tornarão a entrar por suas portas’]. Sacode-te do pó, levanta-te e toma assento, ó Jerusalém [NVI: ‘Sacuda para longe a sua poeira; levante-se, sente-se entronizada, ó Jerusalém’]; solta-te das cadeias de teu pescoço, ó cativa filha de Sião. Porque assim diz o Senhor: Por nada fostes vendidos; e sem dinheiro sereis resgatados. Porque assim diz o Senhor Deus: O meu povo no princípio desceu ao Egito, para nele habitar, e a Assíria sem razão o oprimiu [NVI: ‘ultimamente a Assíria o tem oprimido’]. Agora, que farei eu aqui, diz o Senhor, visto ter sido o meu povo levado sem preço? Os seus tiranos sobre ele dão uivos, diz o Senhor [NVI: ‘E agora o que tenho aqui?’, pergunta o Senhor. ‘Pois o meu povo foi levado por nada, e aqueles que o dominam zombam’]; e o meu nome é blasfemado incessantemente todo o dia. Por isso, o meu povo saberá o meu nome; portanto, naquele dia, saberá que sou eu quem fala: Eis-me aqui [NVI: ‘Por isso o meu povo conhecerá o meu nome; naquele dia eles saberão que sou eu que o previ. Sim, sou eu’]”.
‘Desperta, desperta, reveste-te da tua fortaleza, ó Sião; veste-te das tuas roupagens formosas, ó Jerusalém, cidade santa; porque não mais entrará em ti nem incircunciso nem imundo’ – Este primeiro versículo é uma continuação do pensamento de Isaías 51: 23 (um resgate da humilhação passada por Sião), onde o Senhor convoca o Seu povo e o estimula a reagir e se preparar para sair da Babilônia, não mais com as vestes do exílio, porém com força, determinação e com as vestes de resplendor daqueles que são filhos de Deus. Eles não serão mais invadidos nem destruídos, e os incircuncisos e os impuros não entrarão por suas portas.
No versículo seguinte, o Senhor lhes diz para se sacudir do pó desta terra de cativeiro e deixar a sua sujeira e os seus costumes pagãos ali, e adquirir novamente a dignidade de quem sabe reinar e tem autoridade. Chega de correntes de escravidão no seu pescoço. Elas não existem mais. Eles foram vendidos por nada, são zombados pelos inimigos, porém, serão resgatados sem dinheiro algum; apenas pela palavra de ordem do Senhor. Nós vimos em capítulos anteriores que o profeta escreveu sobre Ciro: “Eu [Deus], na minha justiça, suscitei a Ciro e todos os seus caminhos endireitarei; ele edificará a minha cidade e libertará os meus exilados, não por preço nem por presentes, diz o Senhor dos Exércitos” (Is 45: 13). Aqui em Is 52: 4 Deus confirma que tanto o Egito como a Assíria foram opressores do Seu povo. É interessante notar que a NVI diz: ‘ultimamente a Assíria o tem oprimido’, o que nos localiza temporalmente dentro das profecias de Isaías, ou seja, os judeus ainda estavam na sua terra, debaixo de ameaça assíria, sendo que o povo de Samaria já havia sido levado cativo. Então, Deus diz algo que ainda vai acontecer, mas aos Seus olhos já está ocorrendo, pois vê o estado dos exilados na Babilônia e pergunta a Si mesmo: “Agora, que farei eu aqui, diz o Senhor, visto ter sido o meu povo levado sem preço? Os seus tiranos sobre ele dão uivos, diz o Senhor [NVI: E agora o que tenho aqui? Pois o meu povo foi levado por nada, e aqueles que o dominam zombam]; e o meu nome é blasfemado incessantemente todo o dia”. Isso quer dizer: Seu nome era zombado entre as nações ímpias por causa do Seu próprio povo pecador; devido à iniqüidade deles, Ele os entregou nas mãos do inimigo. Por isso, Paulo repete isso para os judeus hipócritas que pregavam santidade aos gentios, mas cometiam os mesmos pecados: “Pois, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por vossa causa” (Rm 2: 24). Essa é a importância de andarmos na luz, pois quando um crente não se comporta como deve, o nome de Jesus é ridicularizado, zombado e blasfemado pelos ímpios por causa da sua atitude indigna. Voltando a Isaías 52, agora Deus terá que fazer algo surpreendente para que os outros povos parem de blasfemar e comecem a glorificar Seu nome. Então, Ele diz: “Por isso, o meu povo saberá o meu nome; portanto, naquele dia, saberá que sou eu quem fala: Eis-me aqui [NVI: ‘Por isso o meu povo conhecerá o meu nome; naquele dia eles saberão que sou eu que o previ. Sim, sou eu’]”. Em outras palavras: no dia que forem libertados do cativeiro saberão que isso foi obra de Deus e se lembrarão de que Ele já tinha previsto isso.
A libertação da escravidão; a volta do Senhor a Sião – v. 7-12.
• Is 52: 7-12: “Que formosos são sobre os montes os pés do que anuncia as boas-novas, que faz ouvir a paz, que anuncia coisas boas, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: O teu Deus reina! Eis o grito dos teus atalaias! Eles erguem a voz, juntamente exultam; porque com seus próprios olhos distintamente vêem o retorno do Senhor a Sião [NVI: ‘Quando o Senhor voltar a Sião, elas o verão com os seus próprios olhos’]. Rompei em júbilo, exultai à uma, ó ruínas de Jerusalém; porque o Senhor consolou o seu povo, remiu a Jerusalém. O Senhor desnudou [NVI: ‘desnudará’] o seu santo braço à vista de todas as nações; e todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus. Retirai-vos, retirai-vos, saí de lá, não toqueis coisa imunda; saí do meio dela, purificai-vos, vós que levais os utensílios do Senhor. Porquanto não saireis apressadamente, nem vos ireis fugindo; porque o Senhor irá adiante de vós, e o Deus de Israel será a vossa retaguarda”.
Aqui nós temos uma profecia sobre a alegria da terra da Judéia quando se der a notícia do retorno dos exilados, pois isso significa uma reconciliação entre Deus e Seu povo, e Ele voltará a estar com eles no templo que será reconstruído, e muito mais ainda com a vinda do Messias. Bem-aventurado aquele que anunciar estas boas novas, pois ele trará a paz aos corações ao saberem da libertação dos exilados. Essa profecia é citada em Naum 1: 15 em relação à queda de Nínive (Naum fez uso de uma parte deste versículo de Isaías: ‘Eis sobre os montes os pés do que anuncia boas-novas, do que anuncia a paz’), pois reflete a alegria dos judeus ao receberem as boas notícias de que Nínive foi destruída e eles não mais seriam oprimidos pelos assírios. Enfim, os judeus teriam paz. Aqui em Isaías, essa notícia é mais direcionada à libertação dos judeus e seu retorno à pátria, e mais do que isso, a reconciliação com Deus, pois Ele estará presente com eles outra vez, trazendo salvação (‘Que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: O teu Deus reina!’, ‘Seus próprios olhos distintamente vêem o retorno do Senhor a Sião’). A palavra ‘Salvação’ pode estender esta profecia para a era Messiânica, quando, de fato, veio a salvação para a humanidade, libertando-a do cativeiro da morte espiritual. Para a cidade de Jerusalém que está em ruínas é uma grande alegria saber que o Senhor fez um grande milagre de libertação, e que o Seu povo, antes entristecido, agora se acha consolado.
Os sacerdotes e levitas, em especial, são exortados a se santificar e não tocar em ídolos, superstições pagãs ou em outras coisas impuras, pois eles carregam os utensílios do Senhor, ou seja, eles são os responsáveis pelo cuidado com a Casa de Deus, portanto, os primeiros a mostrar que houve uma mudança interior, que seu coração agora está purificado. Entretanto, a saída de Babilônia não será da mesma maneira que a sua ida para o cativeiro, quando o inimigo veio e os levou rapidamente do jeito em que eles estavam, sem preparo algum, e muitos judeus acabaram fugindo para o Egito e outras terras para não serem levados junto com os babilônios. Agora seria diferente: o Senhor iria à frente deles, como outrora Ele foi numa coluna de nuvem pelo deserto adiante de Moisés e do povo de Israel para guiá-los. Isso quer dizer que o Senhor mesmo iria à frente deles limpando o caminho, preparando com cuidado o retorno à sua terra natal e facilitando isso com a ajuda dos outros povos. Ele também guardaria a retaguarda para que os inimigos que porventura sobreviveram não viessem a atacar os judeus, tentando levá-los de volta ao exílio. Isso significa que o Senhor quebraria todo o vínculo com esse passado de dor para que eles não voltassem a sofrer ou se sentissem tentados a repetir os erros de antes; pelo contrário, que olhassem para as coisas novas que estavam à sua frente.
Se nós transportarmos essa profecia para os dias de hoje, podemos dizer que atalaias são os ministros do evangelho que vêm trazendo as boas novas de salvação e libertação do cativeiro do pecado para aqueles que estão com a vida destruída pelo seu afastamento e desconhecimento de Deus. A boa notícia é que o Senhor agora virá aos seus templos interiores e dali jamais sairá; e o inimigo não mais os assolará.
O Servo do Senhor procederá com sabedoria – v. 13-15.
• Is 52: 13-15: “Eis que o meu Servo procederá com prudência; será exaltado e elevado e será mui sublime. Como pasmaram muitos à vista dele (pois o seu aspecto estava mui desfigurado, mais do que o de outro qualquer, e a sua aparência, mais do que a dos outros filhos dos homens), assim causará admiração às nações, e os reis fecharão a sua boca por causa dele; porque aquilo que não lhes foi anunciado verão, e aquilo que não ouviram entenderão” (ARA).
NVI: “Vejam, o meu servo agirá com sabedoria [ou ‘prosperará’]; será engrandecido, elevado e muitíssimo exaltado. Assim como houve muitos que ficaram pasmados diante dele [ou ‘diante de você’]; sua aparência estava tão desfigurada, que ele se tornou irreconhecível como homem; não parecia um ser humano; de igual modo ele aspergirá muitas nações, [A Septuaginta diz: muitas nações ficarão pasmadas diante dele] e reis calarão a boca por causa dele. Pois aquilo que não lhes foi dito verão, e o que não ouviram compreenderão”.
Este é o início de uma nova profecia, que continua até o final do próximo capítulo. ‘Meu Servo’ se trata de Jesus. Ele vai agir com sabedoria e, apesar do que será descrito no próximo capítulo sobre o que Ele sofreu na cruz e sobre Sua humilhação, o versículo aqui diz que Ele prosperará, será exaltado e elevado e será mui sublime. Isso quer dizer que Seu sofrimento não será em vão, pois resultará numa grande vitória para toda a humanidade e para que Seu nome seja engrandecido e exaltado ainda mais no céu, na terra e debaixo da terra. Aqui nós já podemos ver como ficou desfigurado o rosto de Jesus por tantos golpes recebidos por Seus executores antes de ser crucificado. O profeta diz que nem parecia um ser humano (NVI), e que muitos ficaram tão admirados que não puderam dizer mais nada depois de vê-lO daquele jeito. Talvez eles não pudessem entender como Ele pôde suportar aquilo calado, sem se rebelar contra aquela humilhação e sofrimento, como se merecesse sofrer. Mas na Sua humilhação e no Seu comportamento sábio diante daquela situação, muitos gentios que jamais ouviram as profecias a respeito dEle ponderariam nos seus corações que aquilo extrapolava o entendimento humano e tinha um propósito divino muito maior do que estavam vendo: “... porque aquilo que não lhes foi anunciado verão, e aquilo que não ouviram entenderão”. É incrível como depois de tantos socos no rosto, Jesus não teve nenhum dos Seus ossos quebrados, para se cumprir as Escrituras (Jo 19: 33; 36; Êx 12: 46; Nm 9: 12; Sl 34: 20). Ele estava desfigurado, sim, mas Seus ossos foram preservados. Com certeza, muitos soldados romanos ali mesmo aos pés da cruz devem ter se dado conta da Sua divindade; muitos soldados além do centurião que é mencionado em Mt 27: 54 e Lc 23: 47.
• Principal fonte de pesquisa: Douglas, J.D., O novo dicionário da bíblia, 2ª ed. 1995, Ed. Vida Nova.
• Fonte de pesquisa para algumas imagens: wikipedia.org e crystalinks.com
O livro do profeta Isaías vol. 1 (PDF)
O livro do profeta Isaías vol. 2
O livro do profeta Isaías vol. 3
The book of prophet Isaiah vol. 1 (PDF)
The book of prophet Isaiah vol. 2
The book of prophet Isaiah vol. 3
Profeta, o mensageiro de Deus (PDF)
Prophet, the messenger of God (PDF)
Table about the prophets (PDF)
Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti
PIX: relacionamentosearaagape@gmail.com