Explicação sobre o livro de Zacarias cap.13–14: após o encontro com o Senhor, acontece uma grande restauração e purificação do remanescente fiel. A profecia judaica (Zc 13: 7-9) é encerrada quando o Bom Pastor é ferido. Zc 14: o Milênio judaico.

Explanation of the book of Zechariah 13–14: after the encounter with the Lord, a great restoration and purification of the faithful remnant takes place. Jewish prophecy (Zech. 13: 7-9) ends when the Good Shepherd is wounded. The Jewish ‘Millennium’.


Explicação de Zacarias 13–14




Zacarias profetizou no período de 520-480 AC, durante o reinado de Dario I (522-486 AC). A partir do capítulo 9 se inicia a segunda parte do seu livro, o qual se refere às suas profecias no período em que já era idoso (Zc 9–14). No capítulo 13, ele dá continuidade às profecias apocalípticas para Israel: após o encontro com o Senhor e com a Sua graça, acontece uma grande restauração e purificação do remanescente fiel (Zc 13: 1-6; 9). A profecia judaica (Zc 13: 7-9) é encerrada quando o Bom Pastor é ferido. No capítulo 14, Zacarias fala sobre o Milênio (do ponto de vista judaico – cf. minha introdução Zc 12).


Profeta Zacarias

Capítulo 13 – Eliminados os ídolos e os falsos profetas / Ferido o pastor de Deus

Após o encontro com o Senhor e com a Sua graça, acontece uma grande restauração e purificação do remanescente fiel (Zc 13: 1-6; 9). A profecia judaica (Zc 13: 7-9) é encerrada quando o Bom Pastor é ferido e assim é aberta a fonte que purifica de todo o pecado.

Zc 13: 1-6 – Eliminados os ídolos e os falsos profetas:

• v. 1: “Naquele dia, haverá uma fonte aberta para a casa de Davi e para os habitantes de Jerusalém, para remover o pecado e a impureza”.
• ‘Naquele dia’ dizia respeito à 1ª e à 2ª vinda de Cristo (conversão dos judeus). Deus ainda estava dando uma chance para os judeus do AT, como continua a falar sobre a conversão dos judeus na época da Sua segunda vinda (após pranto nacional pela morte do Messias).
• ‘Uma fonte aberta para a casa de Davi e para os habitantes de Jerusalém, para remover o pecado e a impureza’ – o sangue de Jesus faz a remoção desses pecados, e Ele o fez na cruz para todos quantos o aceitaram como Salvador no momento da Sua primeira vinda. No mundo espiritual, que é atemporal, essa é uma fonte contínua e disponível para qualquer pessoa, em qualquer época, para judeus e gentios, para todos os que decidem abandonar o pecado e se voltar para Deus, desejando a purificação verdadeira e total das suas vestes. Quanto à conversão dos judeus na época da Sua segunda vinda (após o pranto nacional pela morte do Messias) descrita no capítulo anterior, isso tem sua confirmação em Rm 11: 25-27: “Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério (para que não sejais presumidos em vós mesmos): que veio endurecimento em parte a Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios (cf. Mt 21: 43; Lc 21: 24; Rm 11: 25; Ez 30: 3; Ap 11: 2). E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: Virá de Sião o Libertador e ele apartará de Jacó as impiedades. Esta é a minha aliança com eles, quando eu tirar os seus pecados”.
A profecia de Ezequiel terá o seu cumprimento (Ez 36: 25: “Aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei”).

• v. 2: “Acontecerá, naquele dia, diz o Senhor dos Exércitos, que eliminarei da terra [NVI: da terra de Israel] os nomes dos ídolos, e deles não haverá mais memória [NVI: e nunca mais serão lembrados]; e também removerei da terra os profetas e o espírito imundo”.
• ‘Eliminarei da terra os nomes dos ídolos’ – para todos os que aceitaram Jesus na Sua primeira vinda isso foi cumprido, e os Cristãos passaram a ter outro tipo de atitude (tanto os judeus convertidos como os gentios). Para o povo judeu que ainda experimentará a conversão no final dos tempos, isso também ocorrerá da parte do Senhor: a idolatria será completamente desarraigada, e a lembrança dos ídolos se perderá.
• ‘O espírito imundo’ – o diabo, com seu espírito de imundícia por trás de toda idolatria.
• ‘Também removerei da terra os profetas’ – os falsos profetas, bem entendido, aos quais o profeta Zacarias estava se referindo, e que sempre apareceram para desviar o rebanho do caminho correto. Para a conversão futura de Israel isso diz respeito ao falso profeta, que os enganará no primeiro período da Grande Tribulação, manifestando seu verdadeiro caráter no segundo período, ao fim do qual o Senhor vai intervir.

• v. 3: “Quando alguém ainda profetizar, seu pai e sua mãe, que o geraram, lhe dirão: Não viverás, porque tens falado mentiras em nome do Senhor; seu pai e sua mãe, que o geraram, o traspassarão quando profetizar” – a falsa profecia que acompanha a idolatria não será facilmente removida da nação. Isso sempre foi uma pedra de tropeço no caminho de Israel, e Deus deixou leis bem estabelecidas quanto a isso: Dt 13: 1-5; Dt 13: 6-10; 12-18; Dt 17: 2-7. Em muitos livros proféticos, o desprazer do Senhor fica evidente, assim como Sua sentença: Is 9: 15-16; Jr 14: 14-16; Jr 23: 13-16; 28-32; Jr 28: 15-17; Jr 29: 21; 32; Ez 13: 1-16; 17-23; Mq 3: 5-7; Mq 3: 11. Aqui no livro de Zacarias (Zc 13: 3) o Senhor diz que se alguém reivindicar a posição de profeta, até os seus pais o condenarão à morte por amor a Deus. A fidelidade do povo purificado ao Messias será maior do que os laços sangüíneos.
No NT há um episódio relatado na primeira viagem de Paulo, quando passou por Salamina até que chegou a Pafos, onde encontrou Elimas (ou Barjesus), o mágico e falso profeta. Segundo a palavra de poder do Espírito Santo através do apóstolo (At 13: 4-12), a mão de Deus foi vista ali, não o matando, mas deixando-o cego. Eu escrevi isso só para mostrar que essa profecia de Zacarias não se aplicava apenas ao final dos tempos para Israel, mas foi cumprida também da parte de Deus no NT. Paulo era um zeloso da lei e um zeloso de Cristo.

• v. 4: “Naquele dia, se sentirão envergonhados os profetas, cada um da sua visão quando profetiza [NVI: Naquele dia todo profeta se envergonhará de sua visão profética]; nem mais se vestirão de manto de pêlos, para enganarem [NVI: Não usará o manto de profeta, feito de pele, para enganar]”.
Os falsos profetas que antes se gloriavam na sua posição, no dia da purificação de Israel passarão a se envergonhar dos seus atos. Os falsos profetas não terão espaço no meio do Israel convertido.
‘Nem mais se vestirão de manto de pêlos, para enganarem [NVI: Não usará o manto de profeta, feito de pele, para enganar]’ – isso significa que não poderão mais usar de nenhum subterfúgio, não poderão mascarar ou esconder suas verdadeiras intenções. No AT os profetas costumavam se vestir com roupas de pêlos de animais e cinto de couro, e levavam um manto, como foi com Elias: 2 Rs 1: 8; 1 Rs 19: 13; 19; 2 Rs 2: 13-14; Is 20: 2. Talvez daí é que se tenha originado a expressão ‘manto profético’. João Batista se vestia de igual maneira: Mt 3: 4.

• v. 5: “Cada um, porém, dirá: Não sou profeta, sou lavrador da terra [NVI: Sou um homem do campo], porque fui comprado desde a minha mocidade [no original: um homem vendeu-me em minha mocidade; NVI: a terra tem sido o meu sustento desde a minha mocidade]” – nenhum falso profeta vai poder reivindicar um dom profético que não tem, por isso será melhor dizer que é uma pessoa humilde, e se colocar no seu lugar, ainda que como um escravo (‘fui comprado desde a minha mocidade’). Ele se contentará com o trabalho para viver. Assim, ele negará qualquer ligação com a profecia. É melhor ser lavrador da terra e morar no céu do que ser falso profeta e morar no inferno.

• v. 6: “Se alguém lhe disser: Que feridas são essas nas tuas mãos?, responderá ele: São as feridas com que fui ferido na casa dos meus amigos” – as feridas podem ser sinal de punição por ser falso profeta ou estar se referindo a marcas idólatras (1 Rs 18: 28). Seus pais ou amigos podem ter feito as feridas por ele ser falso profeta. Nem as pessoas mais próximas os apoiarão, nem aceitarão sua atividade contrária ao ensino bíblico.

Zc 13: 7-9 – Ferido o pastor de Deus:

• v. 7: “Desperta, ó espada, contra o meu pastor e contra o homem que é o meu companheiro [NVI: Levante-se, ó espada, contra o meu pastor, contra o meu companheiro], diz o Senhor dos Exércitos; fere o pastor, e as ovelhas ficarão dispersas; mas volverei a mão para os pequeninos”.
• ‘Desperta, ó espada’ – pode significar aflições, perseguições, até mesmo a cruz. É símbolo do juízo de Deus e de Sua punição sobre uma nação.
• ‘Fere o pastor, e as ovelhas ficarão dispersas’ – antes que Jesus viesse (Sua primeira vinda), os judeus seriam dispersos por causa da opressão dos impérios que os dominaram após o retorno do cativeiro babilônico. Entretanto, houve uma grande dispersão depois da destruição do templo por Tito em 70 DC e que continuou na Idade Média até os dias de hoje. Por isso, na Sua segunda vinda, o Senhor rebanhará os judeus novamente para sua terra. Se pensarmos na época que Zacarias estava profetizando, e que a palavra profética se dirigia a uma liderança no futuro próximo, isso pode significar que os pastores infiéis de Israel seriam punidos por Deus e, conseqüentemente, Seu rebanho se dispersaria (cf. Zc 11: 6; 8; 9; 16).
Em se tratando de Jesus, a espada se refere à cruz; espada = um instrumento de punição, juízo, morte.
• ‘Contra o meu pastor, contra o homem que é o meu companheiro’ – o Pastor a que a bíblia se refere aqui é Jesus (Mt 26: 31; Mc 14: 27). A espada era o juízo de Deus sendo feito contra o Filho para poder realizar o Seu projeto de salvação. Com a Sua prisão e morte, Seus discípulos ficariam dispersos.
• ‘Contra o homem que é o meu companheiro’ – reafirma a identidade de Jesus como estando ao lado do Pai e sendo um com Ele: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10: 30).
• ‘Mas volverei a mão para os pequeninos’, pode significar a mão de misericórdia para os Seus apóstolos naquele dia que Ele foi traído, e que estavam com a fé abalada. Da mesma forma, na regeneração de Israel Ele reunirá o remanescente com cuidado amoroso e o atrairá para Si.
É evidente a conotação messiânica aqui (a primeira vinda de Jesus), mas é inegável a conotação escatológica de todo o capítulo como um todo, tratando-se da restauração e da purificação do futuro Israel, e da fidelidade do povo diante da sua redenção. Mas ela só será possível após o ferimento mortal do Bom Pastor, o Deus encarnado na pessoa de Jesus. Ele é o verdadeiro profeta, ao contrário dos outros descritos nos versículos anteriores.

• v. 8: “Em toda a terra, diz o Senhor, dois terços dela serão eliminados e perecerão; mas a terceira parte restará nela”.
A profecia diz que 2/3 dos habitantes da terra de Israel serão destruídos, mas um remanescente fiel permanecerá.

• v. 9: “Farei passar a terceira parte pelo fogo, e a purificarei como se purifica a prata, e a provarei como se prova o ouro; ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: é meu povo, e ela dirá: O Senhor é meu Deus”.
A terça parte que restar será purificada. O fogo, usado na purificação de metais como ouro e prata, simboliza provas e tribulações, além da Grande Tribulação. O remanescente purificado reconhecerá Deus, e Ele reconhecerá esse remanescente como Seu povo. Isso mostra que o relacionamento com Ele será renovado. ‘Invocará o meu nome’ é o resultado de uma conversão sincera e do reconhecimento de que só dEle vem o socorro, só nEle se coloca a confiança.

Capítulo 14 – O juízo sobre Jerusalém e seus opressores / a glória futura da cidade de Deus

Este último capítulo de Zacarias mostra o retorno visível do Messias (v. 1-5) e o Seu reino santo (v. 6-21). Entretanto, o profeta avisa que, antes disso, muitas dores e lutas ainda virão (a meu ver, é o jeito dele de descrever a Grande Tribulação). No capítulo anterior foi falado que muitos serão exterminados durante os dias da Grande Tribulação. Agora, o capítulo 14 mostra que toda a situação será revertida pela presença e pela ação do Messias no meio do Seu povo.

Zc 14: 1-15 – O juízo sobre Jerusalém e seus opressores:

• v.1: “Eis que vem o Dia do Senhor, em que os teus despojos se repartirão no meio de ti [NVI: os seus bens serão divididos]”.

Zacarias está se referindo, mais uma vez, ao que falou no capítulo 12 sobre a invasão de Jerusalém pelas nações ímpias (Zc 12: 2-3), antes da volta do Messias à terra. Naquele dia, ‘o Dia do Senhor’, Ele vingará Seu povo, fazendo prevalecer a Sua justiça. ‘Naquele dia’ ou ‘o Dia do Senhor’ se refere ao momento no qual Deus trará juízos a Israel e às nações da Terra, durante a Grande Tribulação. Esses anos antecederão a vinda do Messias para reinar definitivamente. Assim, o profeta mostra a eles que haverá muitos sofrimentos; seus pertences serão divididos, pois sua terra será dominada por estrangeiros que tirarão suas propriedades e bens e repartirão o despojo entre si. Isso pode ter acontecido na época de Tito ou de outras tantas invasões que a cidade já sofreu em todas as eras. Jerusalém sofreu sucessivas invasões e seus muros foram destruídos quase que por completo pelo menos duas vezes, por Nabucodonosor e Tito. Dizem os estudiosos que além dessas duas destruições, Jerusalém foi sitiada 23 vezes, atacada 52 vezes e capturada e recapturada outras 44 vezes.

• v.2: “Porque eu ajuntarei todas as nações para a peleja contra Jerusalém; e a cidade será tomada, e as casas serão saqueadas, e as mulheres, forçadas [NVI: violentadas]; metade da cidade sairá para o cativeiro [NVI: para o exílio], mas o restante do povo não será expulso da cidade [NVI: não será tirado da cidade]”.

O Senhor diz mais uma vez que Ele ajuntará as nações que durante séculos odiaram Israel desejando dar um golpe fatal à cidade de Jerusalém. E isso será por Sua permissão. A cidade será tomada e ninguém escapará do sofrimento da pilhagem. Sua população será desmoralizada e metade da população dispersa e cativa, mas a outra metade será deixada. O texto acima provavelmente se refere a um grupo confederado de nações, como é descrito no livro de Apocalipse (Ap 13: 1-2; 7-8; Ap 16: 14-16; Ap 19: 17-19). Os dez chifres (Ap 13: 1) são um império de dez reis confederados abrangendo a esfera de autoridade da Roma Antiga, talvez as nações descendentes do antigo império romano dividido, representando a oposição mundial ao povo de Deus e a Ele também (Ap 19: 19). ‘Jerusalém’ representa toda a nação de Israel (neste contexto de Zacarias). No passado, Nabucodonosor e Tito fizeram algo parecido. No fim dos tempos, os inimigos se disporão a destruí-la (Ap 16: 14-16).

• v. 3: “Então, sairá o Senhor e pelejará contra essas nações, como pelejou no dia da batalha [NVI: como ele faz em dia de batalha]”.
Quando isso acontecer, o Senhor virá defender a causa deles, como ‘homem de guerra’ (Êx 15: 3), da mesma forma que fez no passado, em muitas batalhas que Israel enfrentou, como por exemplo, no Êxodo (Êx 14: 15-31), no dias de Josafá (2 Cr 20) e Josué (Js 10: 11), Débora (Jz 5: 20-22), e em muitos outros eventos históricos.

• v. 4: “Naquele dia, estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente [NVI: a leste de Jerusalém]; o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande [NVI: e o monte se dividirá ao meio, de leste a oeste, por um grande vale]; metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade, para o sul”.

‘Seus pés sobre o monte das Oliveiras’ – os pés de Jesus, de maneira visível, corporal, em todo o Seu poder. O Monte das Oliveiras a leste de Jerusalém é uma barreira excelente para alguém que procure fugir da cidade. Mas com a ação sobrenatural do Senhor, esse monte será fendido para que o povo amedrontado tenha este caminho de escape (v. 5). A ascensão de Jesus ocorreu no Monte das Oliveiras, e lá se dará igualmente a Sua vinda (At 1: 9-12), de maneira visível. Em Ezequiel esse local também é descrito (Ez 11: 23).

• v. 5: “Fugireis pelo vale dos meus montes, porque o vale dos montes chegará até Azal [ou Azel]; sim, fugireis como fugistes do terremoto nos dias de Uzias, rei de Judá; então, virá o Senhor, meu Deus, e todos os santos, com ele”.

Azel ou Azal (Atsel, אצל, Strong #682) – Pode ser o nome de um israelita ou de um local desconhecido na Palestina, que existiu no passado ou virá a existir.

‘Fugireis como fugistes do terremoto nos dias de Uzias, rei de Judá’ – isso pode ser comparado com Ez 38: 19-20: “Pois, no meu zelo, no brasume do meu furor, disse que, naquele dia, será fortemente sacudida a terra de Israel, de tal sorte que os peixes do mar, e as aves do céu, e os animais do campo, e todos os répteis que se arrastam sobre a terra, e todos os homens que estão sobre a face da terra tremerão diante da minha presença; os montes serão deitados abaixo, os precipícios se desfarão, e todos os muros desabarão por terra” – está falando da invasão de Gogue e Magogue.
No reinado de Uzias (781-740 AC) houve um terremoto, que, provavelmente, foi grande, pois foi descrito por dois profetas (Zc 14: 5 e Am 1: 1).

‘Então, virá o Senhor, meu Deus, e todos os santos, com ele’ – ‘santos’, aqui, muito provavelmente se referem às Suas hostes celestiais (cf. Dt 33: 2; Jó 5: 1; Sl 89: 5; 7; Dn 4: 13; Dn 8: 13; Ap 19: 14), que o ajudarão na batalha. No NT está escrito: Mt 24: 30-31 (seus anjos); Mt 25: 31 (todos os anjos com ele); Mc 8: 38 (santos anjos); Lc 9: 26 (santos anjos). Entretanto, pode se tratar dos santos glorificados no dia do arrebatamento da igreja.

• v. 6-7: “Acontecerá, naquele dia, que não haverá luz, mas frio e gelo [NVI: ‘Naquele dia não haverá calor nem frio’; KJV: ‘E acontecerá naquele dia que a luz não ficará clara nem escura’; ASV: ‘E acontecerá naquele dia que não haverá luz; os brilhantes (provavelmente se referindo às estrelas) se retirarão’]. Mas será um dia singular conhecido do Senhor; não será nem dia nem noite, mas haverá luz à tarde [NVI: um dia... no qual não haverá separação entre dia e noite, porque, mesmo depois de anoitecer, haverá claridade]”.

A natureza mostrará a chegada do Messias, o céu, o mar, o clima e os corpos celestes (sol, lua, estrelas) – Jl 2: 10; 30-31; Jl 3:15; Mt 24: 29; Mc 13: 24-25; Lc 21: 25-26; Ap 6: 12-14; Ap 8: 12. Isso nos mostra que a volta do Messias será precedida por eventos cósmicos.
Metaforicamente falando, isso pode se relacionar aos dias sombrios de juízo que virão antes de Sua vinda. Frio e gelo podem se referir metaforicamente ao esfriamento do amor de Deus nos corações e, portanto, à falta da Sua luz (cf. Mt 24: 12).

• v. 8: “Naquele dia, também sucederá que correrão de Jerusalém águas vivas, metade delas para o mar oriental [Mar Morto – cf. Ez 47: 1; 8], e a outra metade, até ao mar ocidental [Mar Mediterrâneo]; no verão e no inverno, sucederá isto [NVI: Isso acontecerá tanto no verão como no inverno]”.

‘Naquele dia’ – quando Jesus se materializar fisicamente sobre o Monte das Oliveiras para os judeus, é o que quer dizer, ou um pouco antes do momento da Sua segunda vinda, quando houver angústia a perseguição por causa da palavra, que ainda estará sendo pregada para dar uma chance aos homens.
Para nós, cristãos, a profecia de Ezequiel 47 foi cumprida em Cristo, o verdadeiro tabernáculo entre os homens: “Aquele que crê em mim, como diz a Escritura, do seu interior correrão rios de água viva. Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele cressem; pois o Espírito até aquele momento não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda glorificado” (Jo 7: 38-39); e o Espírito Santo presente nEle se espalhou para as nações ao redor de Israel, o que passou a acontecer após o Pentecostes: “Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis” (Atos 2: 33). “No verão e no inverno” = ininterruptamente, o que para nós Cristãos também pode se referir à luz do evangelho brotando sem interrupção no final dos tempos, antes do período de treva que ocorrerá durante a Grande Tribulação. O evangelho brotará por todo o mundo para conversão de Judeus e Gentios (v. 9).

Os versículos 9, 10 e 11 parecem que dão um salto para um momento posterior, quando Israel já estiver purificado e restaurado, i.e, quando os dias de idolatria tiverem terminado.

• v. 9: “O Senhor será Rei sobre toda a terra; naquele dia, um só será o Senhor, e um só será o seu nome [NVI: seu nome será o único nome]”.

O Senhor será rei sobre toda a terra, sobre todos os povos: “Então, ouvi uma como voz de numerosa multidão, como de muitas águas e como de fortes trovões, dizendo: Aleluia! Pois reina o Senhor, nosso Deus, o Todo-Poderoso” (Ap 19: 6). Haverá uma só fé, um só Deus, considerando o capítulo 13, onde toda idolatria foi extirpada. “Toda a terra” pode se referir também a toda a terra da Judéia, que será preenchida pelo conhecimento de Deus. A nação de Israel será reconhecida pelo próprio Deus como Seu povo.

• v. 10: “Toda a terra se tornará como a planície de Geba a Rimom, ao sul de Jerusalém; esta [Jerusalém] será exaltada e habitada no seu lugar, desde a Porta de Benjamim até ao lugar da primeira porta (Porta Antiga, ou Porta Velha), até à Porta da Esquina e desde a Torre de Hananel até aos lagares do rei”.

Geba é o limite norte (Js 21: 17; 2 Rs 23: 8); e Rimom, o limite Sul de Judá (Js 15: 32; Js 19: 7), como em outras passagens bíblicas se referiam a ‘Dã e Berseba’ para definir a grande extensão de atuação de Deus em Israel. De norte a sul a terra será aplanada, deixando apenas Jerusalém em lugar proeminente sobre os montes. Os portões indicam os lados de Jerusalém, que serão visíveis e acessíveis para todos. Metaforicamente falando, isso representa a grande extensão do domínio de Jesus sobre toda a Terra, quando as forças do mal forem derrotadas. Ele será o único Rei.

• v. 11: “Habitarão nela, e já não haverá maldição [NVI: Será habitada; nunca mais será destruída], e Jerusalém habitará segura”.

O v.11 pode ter ligação com os novos céus e com a nova terra (Ap 21: 1; 4; Ap 22: 3) e com a Nova Jerusalém (Ap 21: 2-3), onde essas figuras de linguagem tentam descrever a nova vida, a vida eterna que teremos com Deus, onde nossa união será perfeita e tudo será revelado como realmente é (1 Co 13: 10; 12: “Quando, porém, vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado... Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido”).
Já não haverá maldição, nem pecado (Ap 22: 3); as lutas e as guerras terminarão. A segurança virá da presença de Jesus com Sua igreja.
O NT se refere à nossa morada celestial (Hb 13: 14: ‘a cidade que há de vir’; Fp 3: 20: ‘a nossa pátria está nos céus’); a Nova Jerusalém (Ap 21: 2; 10; Ap 3: 12), onde habitaremos tranqüilos e sem temor do mal.

• v. 12: “Esta será a praga com que o Senhor ferirá [NVI: castigará] a todos os povos que guerrearem contra Jerusalém: a sua carne se apodrecerá, estando eles de pé, apodrecer-se-lhes-ão os olhos nas suas órbitas, e lhes apodrecerá a língua na boca”.

Aqui, o profeta volta a descrever os eventos anteriores à paz de Jerusalém no reinado do Messias (v. 8-11). O Senhor terá vitória contra os exércitos do inimigo, ferindo-os com uma praga sobrenatural. Os inimigos serão destruídos violentamente, terão seus corpos corrompidos de uma forma rápida e irreversível.

• v. 13: “Naquele dia, também haverá da parte do Senhor grande confusão entre eles; cada um agarrará a mão do seu próximo, cada um levantará a mão contra o seu próximo [NVI: Cada um atacará o que estiver ao seu lado]”.

A obra de devastação será completada com grande confusão (cf. Zc 12: 4), um verdadeiro caos nos exércitos invasores, como nos tempos de Gideão (Jz 7: 22) ou de Josafá (2 Cr 20: 23), e também por guerra civil: ‘Cada um agarrará a mão do seu próximo, cada um levantará a mão contra o seu próximo’ ou ‘Cada um atacará o que estiver ao seu lado’ – cf. Ez 38: 21.

• v. 14: “Também Judá pelejará em Jerusalém; e se ajuntarão as riquezas de todas as nações circunvizinhas, ouro, prata e vestes em grande abundância”.

‘As riquezas de todas as nações’ – o inimigo não apenas perderá vidas, mas também riqueza e bens materiais (‘vestes’). Isso mostra a reversão da situação anterior quando as nações saquearam Jerusalém, levando seus despojos (Zc 14: 1-2).

• v. 15: “Como esta praga, assim será a praga dos cavalos, dos mulos, dos camelos, dos jumentos e de todos os animais que estiverem naqueles arraiais [NVI: todos os animais daquelas nações]”.

A praga atingirá não apenas os homens, mas também os animais. E essa linguagem parece ser mais compreensível aos leitores do passado, por isso o profeta fez questão de descrever o raio de atuação de Deus.

Zc 14: 16-21 – A glória futura da cidade de Deus:

A partir do v.16, Zacarias descreve como será o reinado do Messias e como isso influenciará outras nações. Embora muitos estudiosos interpretem este trecho e o descrevam como o Milênio do ponto de vista judaico (Comentado na introdução do Cap. 12), talvez esta seja a maneira de Zacarias descrever a vida eterna na nova Jerusalém (pois o título deste trecho bíblico é: ‘A glória futura da cidade de Deus’), onde ele está prevendo reverência, santidade e adoração ao único Deus e Senhor de todas as coisas. Sendo um judeu, ele via as coisas do ponto de vista material, não espiritual como vemos hoje. Em segundo lugar, como era sacerdote, ele usou as festas religiosas do AT, os rituais de sacrifício e os utensílios do templo como símbolos dessa santidade e desse compromisso com Deus.

Entretanto, isso pode ser entendido de uma maneira melhor com o que o apóstolo João escreveu em Apocalipse:
• “Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo. Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles” (Ap 21: 1-3).
• “Nela (na nova Jerusalém), não vi santuário, porque o seu santuário é o Senhor, o Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro. A cidade não precisa nem do sol, nem da lua, para lhe darem claridade, pois a glória de Deus a iluminou, e o Cordeiro é a sua lâmpada. As nações andarão mediante a sua luz, e os reis da terra lhe trazem a sua glória. As suas portas nunca jamais se fecharão de dia, porque, nela, não haverá noite. E lhe trarão a glória e a honra das nações (cf. Is 60: 11). Nela, nunca jamais penetrará coisa alguma contaminada, nem o que pratica abominação e mentira, mas somente os inscritos no Livro da Vida do Cordeiro” (Ap 21: 22-27).

• v. 16: “Todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém subirão de ano em ano para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos, e para celebrar a Festa dos Tabernáculos”.

É o que acontecia naquele tempo entre os judeus e os gentios reverentes a Deus, que subiam a Jerusalém anualmente para a festa.
A Festa dos Tabernáculos, em hebraico, hagh hassukkôth (ou festa de Sucot; sucot = tendas, plural de sucá = tenda), ou festa da colheita do final do ano, em hebraico, hagh hã’ãsïph (Êx 23: 16; Êx 34: 22; Lv 23: 34-43; Nm 29: 12-40; Dt 16: 13-17) durava sete dias sendo que o primeiro e o último eram convocações santas. As frutas eram colhidas e o povo habitava em cabanas feitas de ramos e galhos de árvores, iniciando-se no 15º dia do sétimo mês (Lv 23: 39-43; Nm 29: 12-40). O fato de viverem em tendas durante a festa lembrava os judeus sobre as suas peregrinações no deserto, após terem sido libertos de Faraó. Assim como nas demais festas era guardado o descanso, havia muitas alegria e os sete dias eram reservados exclusivamente para adoração e meditação na lei.

O mais importante de tudo para nós, que vivemos debaixo da graça ao invés da lei, é saber interpretar à luz da sabedoria divina o que essas festas significam espiritualmente, pois o nosso espírito pode se alegrar não só com algo que foi bênção do Senhor no passado, mas continua a ser para todo aquele que nEle crê. Nos dias de hoje, debaixo da graça de Jesus, celebrar a Festa dos Tabernáculos significa nos lembrarmos de todas as coisas que Ele já fez por nós até hoje no nosso deserto espiritual em busca da ‘Terra Prometida’ e nos alegrarmos sabendo que na nossa peregrinação na terra Ele estará sempre nos dirigindo a cada passo do caminho, nos dando vitória e livramentos.

Jesus disse que nós somos o templo do Seu Espírito na terra (At 7: 48-50; 1 Co 3: 16-17; 1 Co 6: 19), como o Seu corpo o foi (Jo 2: 19; 21). O tabernáculo era o símbolo da encarnação de Cristo, que se fez carne e tabernáculo entre nós. Em se tratando da nova Jerusalém, nada mais será preciso, pois está escrito:
“Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo. Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles” (Ap 21: 1-3). Jesus é o Tabernáculo de Deus entre os homens.

• v. 17-19: “Se alguma das famílias da terra não subir a Jerusalém, para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos, não virá sobre ela a chuva. Se a família dos egípcios não subir, nem vier [NVI: não subirem para participar], não cairá sobre eles a chuva; virá a praga com que o Senhor ferirá as nações que não subirem a celebrar a Festa dos Tabernáculos. Este será o castigo dos egípcios e o castigo de todas as nações que não subirem a celebrar a Festa dos Tabernáculos”.

Aqui, ele fala o que vai acontecer com quem não subir a Jerusalém para adorar o Senhor nessa festa: os egípcios e os povos que não subirem a Jerusalém para adorar o Rei, não terão chuva. A chuva é símbolo das bênçãos derramadas pelo Espírito Santo, avivamento. O Egito é o símbolo do mundo, assim como ‘as nações da terra’ é o símbolo dos gentios, das pessoas não israelitas. Transpondo isso para o nosso entendimento Cristão, quem não viesse adorar o Senhor, sofreria com a praga que o Senhor enviaria. O profeta usa a palavra ‘praga’ como uma forma de ameaçar os que desobedecessem, em especial o Egito, que sofreu com as dez pragas que Deus enviou antes de tirar Seu povo do cativeiro.

Se o profeta liberasse esta palavra nos dias de hoje, sob a ótica espiritual, nós poderíamos dizer que aqueles que não adoram o Senhor e não fazem dos seus corpos um tabernáculo para Ele, sendo povo do mundo nas mãos de Satanás, ímpios que não dão valor às coisas sagradas; ou gentios que crêem nEle, mas não têm intimidade com Ele, esses não podem receber a vida do Seu Espírito. Além de não receberem as bênçãos que os fiéis recebem, sofrem com as maldições das trevas.

No caso da nova Jerusalém, o apóstolo João escreve isso de outra forma:
• Ap 21: 8: “Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte”.
• Ap 22: 15: “Fora ficam os cães, os feiticeiros, os impuros, os assassinos, os idólatras e todo aquele que ama e pratica a mentira”.

• v. 20-21: “Naquele dia, será gravado nas campainhas dos cavalos: Santo ao Senhor [NVI: Separado para o Senhor]; e as panelas da Casa do Senhor [NVI: Os caldeirões do templo do Senhor] serão como as bacias diante do altar; sim, todas as panelas em Jerusalém e Judá serão santas ao Senhor dos Exércitos [NVI: será separada para o Senhor dos Exércitos]; todos os que oferecerem sacrifícios virão, lançarão mão delas e nelas cozerão a carne do sacrifício. Naquele dia, já não haverá mercador na Casa do Senhor dos Exércitos [NVI: E, a partir daquele dia, nunca mais haverá comerciantes (Hebraico: cananeus) no templo do Senhor dos Exércitos]”.

O profeta confirma que a cidade será santa. ‘Santo ao Senhor’ eram as palavras que estavam sobre a tiara do sumo sacerdote de Israel (Êx 28: 36; Êx 39: 30). Elas serão colocadas sobre as campainhas dos cavalos, significando que aquilo que era usado para a guerra (‘cavalos’) e propósitos pessoais será totalmente dedicado ao Senhor. As campainhas (ou sinos) nos cavalos faziam parte dos enfeites dos arreios dos cavalos e tinham o nome de seu proprietário gravado neles. Além disso, elas eram colocadas nos seus arreios para mantê-los juntos durante uma jornada.

Zacarias diz que nas campainhas dos cavalos serão gravadas as palavras ‘Santo ao Senhor’, o que indica uma consagração de tudo o que pertencia ao seu povo, e que a partir daquele momento estaria consagrado a Deus e, portanto, Dele era a posse de todos os bens que pertencessem aos judeus. O sumo sacerdote também tinha campainhas de ouro na borda do manto que estava sobre a estola sacerdotal (Êx 28: 33) para que se ouvisse seu som quando ele ministrasse perante o Senhor e para que não morresse, ou seja, as pessoas ouviriam o som das campainhas de fora da tenda da Congregação e saberiam que o sacerdote não tinha morrido por causa de pecado. Dessa forma, os sinos ou campainhas falam não apenas de santidade, mas também de alegria, pois era como um cântico ao Senhor. Igualmente serão puras as panelas da Casa do Senhor e de toda a terra de Judá e Jerusalém, indicando que tudo ali é santo e adequado ao Senhor. A santidade das panelas comuns seria igual a dos utensílios reservados aos sacrifícios e ao altar, mostrando que em qualquer tarefa no serviço a Deus Seu povo estaria em santidade.

O apóstolo João também descreve o quanto a santidade é importante para alguém estar no céu, na presença do Senhor:
• Ap 7: 9; 13-14: “Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos... Um dos anciãos tomou a palavra, dizendo: Estes, que se vestem de vestiduras brancas, quem são e donde vieram? Respondi-lhe: meu Senhor, tu o sabes. Ele, então, me disse: São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro”.
• Ap 19: 7-8: “Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou, pois lhe foi dado vestir-se de linho finíssimo, resplandecente e puro. Porque o linho finíssimo são os atos de justiça de santos”
• Ap 22: 14: “Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras [no sangue do Cordeiro], para que lhes assista o direito à árvore da vida, e entrem na cidade pelas portas”.

Zacarias termina dizendo: “Naquele dia, já não haverá mercador na Casa do Senhor dos Exércitos [NVI: E, a partir daquele dia, nunca mais haverá comerciantes (Hebraico: cananeus) no templo do Senhor dos Exércitos]”. Isso também fala de santidade, ou seja, sem comércio com Sua palavra, pois ‘Cananeus’ ou ‘Fenícios’ (ambos significam: comerciantes) era um termo ligado, geralmente, a práticas ímpias inescrupulosas, gananciosas: Os 12: 7. Não haveria mais comerciantes no templo vendendo ovelhas, bois e pombas para sacrifícios, pois com a vinda de Jesus os sacrifícios estariam abolidos. Em relação ao aspecto apocalíptico da profecia, podemos dizer que todos os seguidores do Senhor serão puros e não haverá nem hipócritas nem corruptos, distorcendo o verdadeiro serviço do sacerdócio e mercadejando Sua palavra.

Conclusão

O que podemos ver na vida de Zacarias é a força da palavra profética que nos ajuda a reconstruir o que foi destruído em nossa vida, além do que Ele nos lembra do que é sacerdócio santo, do que precisamos fazer para agradá-lo como nosso Senhor. Ele não deseja nos ver apáticos em relação ao nosso chamado nem à Sua obra, pois isso poderia desanimar toda a Sua Igreja. Cada um de nós tem a responsabilidade de perseverar no próprio caminho e zelar pelos dons espirituais que nos foram dados para que possamos ser um canal de Suas bênçãos para outras vidas. Assim sendo, através do nosso testemunho vivo, estaremos profetizando e trazendo a salvação do Messias para todos os que se acham em trevas. Em nossa boca, Suas palavras são vivas e são verdadeiros tijolos que ajudam nossos semelhantes a reconstruir seus ‘templos’. Por isso, o profeta deve obedecer em tudo à voz do Espírito de Deus, tanto para exortar, repreender, convencer do erro e eliminar o pecado, como para trazer o consolo e o incentivo àqueles que o Senhor nos envia. Mesmo condenando o mal e trazendo à luz os erros da carne, estaremos contribuindo para a ‘edificação de muros e reparação de brechas’ (cf. Is 58: 12).


A nova Jerusalém

Este texto se encontra no 3º volume do livro:


livro evangélico: Os profetas menores

Os profetas menores vol. 1 (PDF)

Os profetas menores vol. 2

Os profetas menores vol. 3

The minor prophets vol. 1 (PDF)

The minor prophets vol. 2

The minor prophets vol. 3

Sugestão de leitura:


livro evangélico: Profeta, o mensageiro de Deus

Profeta, o mensageiro de Deus (PDF)

Prophet, the messenger of God (PDF)

Sugestão para download:


tabela de profetas AT

Tabela dos profetas (PDF)

Table about the prophets (PDF)



Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti

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