Nos capítulos 4, 5 e 6 Amós continua falando sobre a cegueira espiritual de Israel por causa da idolatria (Sicute e Quium – Am 5: 25-6), profetiza contra as mulheres de Samaria (“vacas de Basã” – Am 4: 1) e denuncia a falta de justiça.

In chapters 4, 5 and 6 Amos continues talking about Israel’s spiritual blindness due to idolatry (Sakkuth and Kaiwan – Am. 5: 25-6), prophesies against the women of Samaria (“cows of Bashan” – Am 4: 1) and denounces the lack of justice.


Explicação de Amós 4–6




Nesta página nós seguimos com a explicação sobre as profecias do livro de Amós, capítulos 4, 5 e 6.


Profeta Amós

Capítulo 4

Am 4: 1-3Ameaças contra as mulheres de Samaria

• Am 4: 1-3: “Ouvi esta palavra, vacas de Basã, que estais no monte de Samaria, oprimis os pobres, esmagais os necessitados e dizeis a vosso marido: Dá cá, e bebamos [NVI: Tragam bebidas e vamos beber]. Jurou o Senhor Deus, pela sua santidade, que dias estão para vir sobre vós, em que vos levarão com anzóis e as vossas restantes com fisga de pesca [NVI: O Senhor, o Soberano, jurou pela sua santidade: “Certamente chegará o tempo em que vocês serão levados com ganchos, e os últimos de vocês com anzóis”]. Saireis cada uma em frente de si pelas brechas e vos lançareis para Hermom [NVI: Cada um de vocês sairá pelas brechas do muro e serão atirados na direção do Harmom; ‘montanha de opressão’], disse o Senhor”.

O profeta Amós, da mesma forma que Isaías (Is 3: 16-26; Is 4: 1; Is 32: 9-19), é um pouco duro com as mulheres de Samaria, que pareciam gozar de um bom status social e ainda participavam da cobiça e da ganância dos seus maridos. Elas tinham sua parcela de culpa nas injustiças cometidas por eles. Amós se refere a elas como ‘vacas de Basã’, pois, tinham uma aparência de quem é bem-alimentado, e tem uma vida luxuosa. Basã ficava a leste do Mar da Galiléia. Ali se plantava trigo e havia muitas pastagens. Seu gado era gordo e com o pêlo brilhante (Dt 32: 14; Sl 22: 12; Ez 39: 18).
‘Jurou o Senhor Deus, pela sua santidade’ – talvez por causa desta frase, nós podemos dizer que além das injustiças sociais das quais essas mulheres faziam parte, havia a prática de cultos formais com mistura de ritos pagãos em seus santuários. Por isso, o Senhor as entregaria ao exílio para vindicar Sua santidade.
‘Brechas’ se referem às brechas feitas pelos inimigos na muralha da cidade.
‘Saireis cada uma em frente de si pelas brechas’ – O Senhor já estava falando que elas iriam para o cativeiro, em fila, uma atrás da outra. É interessante notar que a versão ARA escreve ‘Saireis cada uma em frente de si’, como se referindo às mulheres, mas a NVI escreve: ‘Cada um de vocês sairá pelas brechas do muro’, dando a entender que o artigo indefinido masculino (‘um’) se refere a homens e mulheres de Samaria levados cativos.
‘E vos lançareis para Hermom’ ou ‘e serão atirados na direção do Harmom’ – a palavra Harmon, em hebraico é, Harmown (Strong #2038), diferente de Hermom (Strong #2768 – Chermown, o monte ao norte de Israel). Harmown significa: um castelo, um palácio, uma fortaleza. Isso significa que eles seriam lançados como prisioneiros na fortaleza, no castelo, no palácio (do inimigo), que é a ‘montanha de opressão’ à qual a NVI se refere, ou seja, a fortaleza do inimigo é ironicamente chamada de ‘palácio’, e os habitantes de Samaria seriam atirados nele.

Am 4: 4-13A cegueira espiritual de Israel

• Am 4: 4-5: “Vinde a Betel e transgredi [NVI: ponham-se a pecar], a Gilgal, e multiplicai as transgressões [NVI: e pequem ainda mais]; e, cada manhã, trazei os vossos sacrifícios e, de três em três dias, os vossos dízimos [ou, no original, ‘a cada três anos’]; e oferecei sacrifício de louvores (ofertas pacíficas) do que é levedado [NVI: Queimem pão fermentado como oferta de gratidão], e apregoai ofertas voluntárias, e publicai-as, porque disso gostais, ó filhos de Israel, disse o Senhor Deus”.

Embora seguissem os rituais religiosos, eles permaneciam interiormente na impiedade e na imoralidade, tentando mascarar as injustiças do dia a dia, e Deus rejeitava esses rituais (Am 4: 4-5; Am 5: 21-27). Os israelitas continuavam a adorar em Betel, onde estavam também os bezerros de ouro de Jeroboão I (cf. Os 10: 5). Quanto mais eles visitavam os seus santuários, mais se afastavam de Deus; por isso, o profeta fala com ironia: ‘Vinde a Betel e transgredi, a Gilgal, e multiplicai as transgressões’ ou ‘pequem ainda mais’. Mesmo que oferecessem seus dízimos a cada três anos (‘o segundo dízimo’ – Dt 14: 28; Dt 26: 12), e suas ofertas contínuas (*), suas ofertas pacíficas (‘sacrifício de louvores’ ou ‘oferta de gratidão’) e suas ofertas voluntárias (Dt 12: 6-7), elas não seriam ofertas aceitas pelo Senhor. O pão sem fermento era usado na Páscoa (Êx 23: 18) e nas ofertas de manjares (Lv 2: 11), mas nas ofertas pacíficas (Lv 7: 12-13) onde o sacerdote participava das refeições comunitárias era permitido o fermento. As ofertas voluntárias (Dt 12: 6-7) referem-se às ofertas espontâneas, que eram a expressão sincera da sua devoção a Deus.

Ofertas contínuas (*) – em Êx 29: 39-42; Êx 30: 7-8 e Nm 28: 1-8 está escrito sobre as ofertas contínuas que eram oferecidas: um cordeiro de um ano, a décima parte de um efa de flor de farinha (1 efa = 17,60 litros), amassada com a quarta parte de um him de azeite batido (1 him = 3,47 litros), e a quarta parte de um him de vinho como libação duas vezes por dia, além do incenso sagrado queimado no altar de ouro por Arão e seus filhos pela manhã e à tarde.


Sacrifício Bíblia Elementos Objetivo
Oferta de manjares Lv 2:1-16 Flor de farinha, azeite de oliva, incenso, bolos com sal, sem fermento nem mel, que também faziam parte dos holocaustos e das ofertas pacíficas (junto com uma libação). Ato voluntário de adoração e dedicação a Deus por Sua bondade e provisão. O azeite simboliza alegria.
Oferta pacífica (simboliza a ceia com o Senhor) Lv 3:1-17 Qualquer animal sem defeito do rebanho.
Variedade de pães.
Ato voluntário de adoração; ação de graças e comunhão (junto com uma refeição comunitária).


• Am 4: 6-9: “Também vos deixei de dentes limpos [NVI: estômagos vazios] em todas as vossas cidades e com falta de pão [NVI: falta de alimentos] em todos os vossos lugares; contudo, não vos convertestes a mim, disse o Senhor. Além disso, retive de vós a chuva, três meses ainda antes da ceifa [NVI: quando ainda faltavam três meses para a colheita]; e fiz chover sobre uma cidade e sobre a outra, não; um campo teve chuva, mas o outro, que ficou sem chuva, se secou. Andaram duas ou três cidades, indo a outra cidade para beberem água, mas não se saciaram; contudo, não vos convertestes a mim, disse o Senhor. Feri-vos com o crestamento e a ferrugem [NVI: castiguei-os com pragas e ferrugem]; a multidão das vossas hortas, e das vossas vinhas, e das vossas figueiras, e das vossas oliveiras, devorou-a o gafanhoto; contudo, não vos convertestes a mim, disse o Senhor”.

O Senhor os havia castigado com seca, fome, queimadas na lavoura (crestamento e ferrugem = queimar pelo sol ou frio intensos, tostar, secar), mas nem assim eles se converteram dos seus maus caminhos. As hortas, as vinhas, as figueiras e as oliveiras foram devoradas pelo gafanhoto (cf. Am 7: 1-3), mas isso também não os trouxe de volta a Deus.

• Am 4: 10-11: “Enviei a peste contra vós outros à maneira do Egito; os vossos jovens, matei-os à espada, e os vossos cavalos, deixei-os levar presos, e o mau cheiro dos vossos arraiais fiz subir aos vossos narizes [NVI: Enchi os seus narizes com o mau cheiro dos mortos em seus acampamentos]; contudo, não vos convertestes a mim, disse o Senhor. Subverti alguns dentre vós, como Deus subverteu a Sodoma e Gomorra [NVI: Destruí algumas de suas cidades, como destruí Sodoma e Gomorra], e vós fostes como um tição arrebatado da fogueira [NVI: como um tição tirado do fogo]; contudo, não vos convertestes a mim, disse o Senhor”.

Da mesma maneira que Deus castigou o Egito, Ele os castigou, com pragas, doenças. Seus jovens morreram à espada e seus cavalos foram roubados. Os acampamentos ficaram com mau cheiro por causa dos mortos, entretanto, eles não se lembraram do Senhor nas suas tribulações. O Senhor chegou a destruir algumas de suas cidades como Sodoma e Gomorra, e muitos chegaram a morrer queimados, mas não se converteram. Tudo isso é uma referência à severidade do castigo e à destruição provocada pelas pragas egípcias (cf. Dt 28: 21-27; 31; 45; 48; 60).

• Am 4: 12-13: “Portanto, assim te farei, ó Israel! E, porque isso te farei, prepara-te, ó Israel, para te encontrares com o teu Deus. Porque é ele quem forma os montes, e cria o vento, e declara ao homem qual é o seu pensamento; e faz da manhã trevas e pisa os altos da terra; Senhor, Deus dos Exércitos, é o seu nome”.

O Senhor traria sobre eles um julgamento muito maior e que os faria se voltar para Ele em busca de socorro. Não era um aviso para que Israel se preparasse para enfrentar o castigo, mas um chamado ao arrependimento (A Septuaginta diz: prepara-te, ó Israel, para clamar ao teu Deus). O profeta termina descrevendo a majestade, o poder e a soberania de Deus sobre todas as coisas. A natureza revela Sua majestade.

Capítulo 5 – Buscai a Deus e vivei

• Am 5: 1-3: “Ouvi esta palavra que levanto como lamentação sobre vós, ó casa de Israel: Caiu a virgem de Israel, nunca mais tornará a levantar-se; estendida está na sua terra, e não há quem a levante. Porque assim diz o Senhor Deus: A cidade da qual saem mil conservará cem, e aquela da qual saem cem conservará dez à casa de Israel [NVI: A cidade que mandar mil para o exército ficará com cem; e a que mandar cem ficará com dez]”.

O profeta se lamenta sobre a terra de Israel, que será assolada de tal maneira que não mais será a mesma. Ele já a vê destruída, sem ter quem a ajude. Seus príncipes e seus habitantes foram mortos pela espada, pela fome e pela peste, ou levados em cativeiro, e assim não podem lhe dar assistência; seus ídolos, a quem ela adorou, também não podem. Amós lembra seu povo do seu passado, quando as cidades tinham um exército grande que saía à guerra e voltavam vitoriosos. Mas depois que o Senhor começar a lidar com eles, as cidades serão reduzidas no número de seus habitantes e até do seu exército. 90% dos soldados serão destruídos. Ele chama Israel de virgem porque, até então, a nação nunca tinha sido subjugada por estrangeiros (cf. Jr 18: 13; Jr 31: 4; Jr 31: 21; Lm 2: 13), ou porque sob o ponto de vista espiritual, a nação foi acolhida pelo Senhor como uma virgem casta e, ironicamente, agora, tinha se tornado uma adúltera, adorando os bezerros em Dã e Betel.

• Am 5: 4-6: “Pois assim diz o Senhor à casa de Israel: Buscai-me e vivei. Porém não busqueis a Betel, nem venhais a Gilgal, nem passeis a Berseba [NVI: não façam peregrinação a Berseba] porque Gilgal, certamente, será levada cativa, e Betel será desfeita em nada. Buscai ao Senhor e vivei, para que não irrompa na casa de José como um fogo que a consuma, e não haja em Betel quem o apague”.

O Senhor faz como que um último apelo: ‘Buscai-me e vivei’. Ele os advertia a não buscar os falsos deuses nos centros de adoração criados por Jeroboão I (desde a época da separação da nação em dois reinos) e seguidos por todos os demais reis de Israel. Betel, Gilgal, Berseba se tornaram centros de cultos corruptos. Betel ficava na tribo de Efraim; Gilgal, no território de Manassés do oeste, próximo à fronteira de Efraim; e Berseba, ao sul, no território de Simeão. Quanto a Dã, onde estava o outro bezerro de ouro de Jeroboão I, ficava ao norte de Israel, na tribo de Naftali.
Se o povo buscasse a Deus e voltasse a fazer sua adoração em Jerusalém, como foi prescrito na lei, eles alcançariam o favor do Senhor e teriam vida. Caso contrário, eles seriam consumidos no fogo da Sua ira.
Embora eles seguissem os rituais religiosos (ainda mais, misturados com adoração idólatra), permaneciam interiormente na impiedade e na imoralidade, tentando mascarar as injustiças do dia a dia, e Deus rejeitava esses rituais.

• Am 5: 7-9: “Vós que converteis o juízo em alosna [NVI: em amargura] e deitais por terra a justiça, procurai o que faz o Sete-estrelo [NVI: aquele que fez as Plêiades] e o Órion, e torna a densa treva em manhã, e muda o dia em noite; o que chama as águas do mar e as derrama sobre a terra; Senhor é o seu nome. É ele que faz vir súbita destruição sobre o forte [NVI: sobre a fortaleza] e ruína contra a fortaleza [NVI: sobre a cidade fortificada]”.

Deus continua falando que os líderes, os juízes, transformam o direito e a justiça em algo muito amargo e muito venenoso, pois corrompem essa justiça. A alosna (o nome correto é ‘losna’) é uma erva amarga e venenosa (Jr. 9: 15; Dt. 29: 18), também conhecida como absinto (Ap 8: 11) ou sintro, e cujo nome científico é Artemisia absinthium, da família Asteraceae, gênero Artemisia. Na Grécia Antiga, esta planta era dedicada à deusa Ártemis (Diana, entre os romanos, deusa da caça e da castidade; protetora das florestas e das crianças). Daí a origem de seu nome científico (Artemisia absinthium). É cultivada como planta ornamental. Sua folha tem sabor amargo e é utilizada como planta medicinal na Europa (para estimular o apetite e para aliviar a indigestão – desde 1792 por um médico francês), bem como na fabricação da bebida destilada conhecida como ‘absinto’ (proibida em 1915 em muitos países em virtude de um suposto efeito alucinógeno). Ela contém um princípio ativo que pode causar convulsões epilépticas, espasmos e insuficiência renal quando ingerida em grandes quantidades. É diferente do que se conhece atualmente como Vermute (Em alemão, wermut significa absinto; mas o atual vermute é uma bebida alcoólica à base de vinho com adição de flores ou ervas aromáticas).


Artemisia absinthium – planta Artemisia absinthium – inflorescência
Artemisia absinthium – planta e inflorescência (wikipedia.org)


Eles precisam buscar Aquele que fez as constelações de Plêiades e o Órion, e é capaz de transformar a escuridão em manhã e o dia em noite; Aquele que criou o mar e seu movimento sobre a terra, e que é capaz de fazer algo mais impressionante que é a destruição de tudo o que Ele mesmo criou, inclusive as fortalezas, onde os homens se sentem seguros e pensam que se escondem da justiça divina; ou, metaforicamente, o orgulho dos homens.

• Am 5: 10-12: “Aborreceis na porta ao que vos repreende [NVI: vocês odeiam aquele que defende a justiça no tribunal] e abominais o que fala sinceramente. Portanto, visto que pisais o pobre e dele exigis tributo de trigo, não habitareis nas casas de pedras lavradas que tendes edificado; nem bebereis do vinho das vides desejáveis que tendes plantado. Porque sei serem muitas as vossas transgressões e graves os vossos pecados; afligis o justo, tomais suborno e rejeitais os necessitados na porta [NVI: impedem que se faça justiça ao pobre nos tribunais]”.

O profeta começou a mostrar os erros abertamente. Os juízes odiavam os que defendiam a justiça e os que falavam a verdade. Como havia injustiça em relação aos pobres, o Senhor diz a eles que não mais habitariam em casas ricas, nem beberiam o vinho das videiras que eles plantavam. A opressão contra os pobres era comum. Os ricos eram de coração endurecido e indiferente para com as aflições dos famintos (Am 6: 3-6). A justiça se inclinava para os que podiam pagar subornos mais elevados (Am 2: 6; Am 8: 6). Nos períodos de seca (Am 4: 7-9) os pobres só podiam obter recursos entre os agiotas (Am 5: 11; Am 8: 4-6) a quem eram obrigados a hipotecar suas terras e suas pessoas, até seus entes queridos.
O Senhor sabia que as transgressões deles eram grandes, e graves eram os seus pecados. Antigamente, a porta da cidade era não apenas um ponto de honra numa cidade fortificada, como símbolo do seu poder, mas era o local onde juízes e anciãos se assentavam; ela era o centro das atividades comerciais e jurídicas. O poder de qualquer cidade era o lugar onde a justiça era administrada (Dt 22: 15). Um juiz ou profeta que repreendia a injustiça perdia sua popularidade (Is 29: 21).

• Am 5: 13-15: “Portanto, o que for prudente guardará, então, silêncio, porque é tempo mau. Buscai o bem e não o mal, para que vivais; e, assim, o Senhor, o Deus dos Exércitos, estará convosco, como dizeis. Aborrecei o mal, e amai o bem, e estabelecei na porta o juízo [NVI: estabeleçam a justiça nos tribunais]; talvez o Senhor, o Deus dos Exércitos, se compadeça do restante de José”.

O profeta continua a exortar o povo ao arrependimento, em especial, a praticar a justiça, pois se eles se arrependerem dos seus caminhos e se voltarem ao Senhor, poderão encontrar o Seu favor de novo. O homem prudente, que tiver consciência dos pecados de Israel, guardará silêncio e entenderá o motivo da ira e da punição do Senhor. O remanescente (‘restante de José’) será salvo por Ele.

• Am 5: 16-20: “Portanto, assim diz o Senhor, o Senhor, Deus dos Exércitos: Em todas as praças haverá pranto; e em todas as ruas dirão: Ai! Ai! [NVI: e gritos de angústia em todas as ruas] E ao lavrador chamarão para o pranto e, para o choro, os que sabem prantear [NVI: Os lavradores serão convocados para chorar e os pranteadores para se lamentar]. Em todas as vinhas haverá pranto, porque passarei pelo meio de ti, diz o Senhor. Ai de vós que desejais o Dia do Senhor! Para que desejais vós o Dia do Senhor? É dia de trevas e não de luz. Como se um homem fugisse de diante do leão, e se encontrasse com ele o urso; ou como se, entrando em casa, encostando a mão à parede, fosse mordido de uma cobra. Não será, pois, o Dia do Senhor trevas e não luz? Não será completa escuridão, sem nenhuma claridade?”

Como em todas as demais profecias do AT, o Dia do Senhor (‘dia dos juízos de Deus’ ou ‘o dia da vinda de Cristo’) é descrito como um dia de juízo e escuridão, de trevas, não de luz, como que refletindo a retidão das atitudes de julgamento de Deus para com os que estão em pecado consciente e de coração duro à Sua voz. Sua autoridade é temida na terra e no céu.
O profeta diz que haverá pranto, angústia e lamentos em todas as ruas e entre os que estão na lavoura. Não pensem que o Dia do Senhor virá com alegria para eles, como se fosse dia da vingança de Deus contra os inimigos de Israel; mas será como se um homem fugisse do leão e, de repente, se encontrasse com um urso; ou como se estivesse em casa e, colocando a mão na parede, fosse picado por uma cobra. Serão pegos de surpresa. Não haverá para onde correr nem para onde fugir, pois haverá destruição de uma nação apóstata.

Am 5: 21-27: Deus exige justiça e não sacrifícios

• Am 5: 21-24: “Aborreço, desprezo as vossas festas e com as vossas assembléias solenes não tenho nenhum prazer [NVI: não suporto]. E, ainda que me ofereçais holocaustos e vossas ofertas de manjares [NVI: ofertas de cereal], não me agradarei deles, nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais cevados. Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos, porque não ouvirei as melodias das tuas liras. Antes, corra o juízo como as águas [NVI: corra a retidão como um rio]; e a justiça, como ribeiro perene”.

Deus lhes diz que não sente prazer em nenhuma de suas festas e reuniões religiosas, ainda que eles Lhe ofereçam sacrifícios. Não adianta cantar para Ele quando seus corações são corruptos e sua devoção é hipócrita. Ele não se agrada de sacrifícios, mas quer justiça, e que ela flua de maneira constante. Na verdade, Ele estava declarando que, agora, Ele é que faria o Seu juízo prevalecer, até que o que estivesse torto fosse corrigido aos Seus olhos.

• Am 5: 25-27: “25 Apresentastes-me, vós, sacrifícios e ofertas de manjares no deserto por quarenta anos, ó casa de Israel? 26 Sim, levastes Sicute, vosso rei, Quium, vossa imagem, e o vosso deus-estrela, que fizestes para vós mesmos. 27 Por isso, vos desterrarei para além de Damasco, diz o Senhor, cujo nome é Deus dos Exércitos” (ARA).

A NVI escreve: “Foi a mim que vocês trouxeram sacrifícios e ofertas durante os quarenta anos no deserto, ó nação de Israel? 26 Não! Vocês carregaram o seu rei Sicute, e Quium, imagens dos deuses astrais, que vocês fizeram para si mesmos (ou: ergueram seu rei Sicute e seus ídolos Quium, seus deuses astrais). 27 Por isso, eu vos mandarei para o exílio, para além de Damasco, diz o Senhor; Deus dos Exércitos é o seu nome”.

A Septuaginta diz no v. 26: “levantaram o santuário de Moloque e a estrela do seu deus Renfã, ídolos que fizeram para adorar!” (cf. At 7: 43: “e, acaso, não levantastes o tabernáculo de Moloque e a estrela do deus Renfã, figuras que fizestes para as adorar? Por isso, vos desterrarei para além da Babilônia”). Renfã (em grego: ρεμφαν, Remphan) é uma transliteração errada da palavra original hebraica Kiyuwn, um ídolo egípcio.

O Senhor lembra este povo do momento do Êxodo. Eles apresentaram ofertas a outros deuses no deserto, e por isso Sua ira foi tão grande a ponto de consumir toda aquela geração.

Isso significa que Deus já estava avisando Israel da sua deportação para a Assíria (‘Por isso, vos desterrarei para além de Damasco’), após a invasão de Samaria em 722 AC, por causa da idolatria deles. ‘Sicute, vosso rei, Quium, vossa imagem, e o vosso deus-estrela’ (v. 26 – ARA) diz respeito a deuses assírios, mas também adorados no Egito. Sicute (em hebraico: Sikkuth) era um ídolo a quem deram o título de rei. Quium ou Chiun ou Khiun (em hebraico: Kiyyun, Kiyuwn) significa: uma imagem, um pilar. Provavelmente era uma estátua do deus assírio-babilônico do planeta Saturno e, às vezes, é chamado de Kewan ou Kaiwan, significando ‘estrela’. A estrela de Saturno era um deus, o deus da guerra e da luz. Kēwān é a outra pronúncia da palavra persa antiga de Kayvân, que significa Saturno.

Sabemos que Harã ou Padam-Aram, desde a época de Abraão, mantinha relações comerciais e amigáveis com o Egito. Não admira o povo de Israel ter conhecimento deles!

Sakkuth ou Kaiwan ou Chiun são deuses assírios e objetos de adoração idólatra que, em Acadiano, significam ‘o planeta’ ou ‘estrela’, Saturno, também adorados no Egito. Embora tendo sido liberto do Egito, o povo de Israel se lembrou daqueles deuses no deserto.

Agora, com a deportação para a Assíria, os ídolos podiam ser levados ao exílio pelos seus adoradores, para onde essas divindades reinavam soberanas, da mesma forma que tinham sido carregadas por eles ao sair do Egito (cf. At 7: 43, onde Estevão diz ‘Por isso, vos desterrarei para além da Babilônia’ ao invés de ‘vos desterrarei para além de Damasco’).

Capítulo 6 – A corrupção e a destruição de Israel

• Am 6: 1-2: “Ai dos que andam à vontade em Sião e dos que vivem sem receio no monte de Samaria, homens notáveis da principal das nações, aos quais vem a casa de Israel! Passai a Calné e vede; e, dali, ide à grande Hamate; depois, descei a Gate dos filisteus; sois melhores que estes reinos? Ou será maior o seu território do que o vosso território?”

Amós fala sobre os tempos ruins (‘ai’) por vir sobre os homens e mulheres que andavam despreocupados em Samaria e Judá, confiando na fortaleza da sua cidade e nas suas próprias forças, pois os juízes e líderes de Israel e seus habitantes vinham a Samaria em busca de justiça. Ele compara Samaria às cidades que eram motivo de orgulho para os assírios (Calné e Hamate), e à cidade dos filisteus, Gate.

Calné pode ser uma cidade cuja localização ainda é incerta. Alguns estudiosos também associaram esse lugar (Calné) com Calno, que é mencionado em termos semelhantes no Livro de Isaías (Is 10: 9) e é identificado por alguns arqueólogos como Kulnia, Kullani ou Kullanhu, a moderna Kullan-Köy, entre Carquemis no rio Eufrates e Arpade, perto de Alepo, no norte da Síria, a cerca de nove quilômetros e seiscentos metros a sudeste de Arpade. Calno ficava na Síria, antes de ser capturada pelos assírios. Calno ou Calné foi associada a Cane (Ez 27: 23), como uma das cidades com as quais Tiro manteve relações comerciais.

Em Gn 10: 10 está escrito que foi uma das quatro cidades fundadas por Ninrode: Babel, Ereque, Acade e Calné. Mas, provavelmente, não se trata da mesma cidade, uma vez que estas quatro cidades estavam localizadas na Caldéia, ao norte da Suméria, e não da região da Mesopotâmia (ao Norte), onde depois se estabeleceu o império assírio. No caso de Ninrode (Gn 10: 10), W. F. Albright (1944) diz que a palavra não se referia a uma cidade, mas foi corrompida de uma expressão que significa: ‘todos eles’.

Arpade foi primeiramente capturada pelos assírios em 754 AC, no reinado de Assurnirari V (755-745 AC), em seus esforços para controlar a rota para Hamate e Damasco, que eram suas aliadas (Jr 49: 23). Arpade foi saqueada por Tiglate-Pileser III em 740 AC, após dois anos de cerco, e novamente por Sargom II, em 720 AC. Sua queda simbolizou o poder avassalador da Assíria (Is 10: 9). Hoje existem ruínas dela em Tell Rifa’ad, a trinta e dois quilômetros a noroeste de Alepo (Síria).

Hamate, ‘Fortaleza ou recinto sagrado’, foi uma cidade e reino da alta Síria, no vale de Orontes.

Na época de esplendor da Assíria, essas cidades eram seu orgulho. Eles achavam que eram invencíveis e que seus comandantes eram tão poderosos como os reis, mas Deus diz que Seu poder atingiria todos esses reinos, cujos deuses eram mais numerosos do que os de Samaria.

Há uma comparação interessante com Is 9: 8, que foi profetizado em relação a Israel (a nação do norte): o despojamento das cidades de Samaria e Damasco (Is 8: 4), a deportação dos habitantes de Damasco para Quir (2 Rs 16: 9) e sua destruição. Depois, em Is 9: 13-21, o profeta Isaías descreve um povo desunido, que vive em contendas, cheio de violência uns contra os outros; um povo de índole maldosa, com líderes que ensinam mentiras; e o povo recebe suas mentiras sem questionar. Até os que parecem mais humildes e indefesos como órfãos e viúvas desagradam a Deus, pois não o temem. As tribos do norte brigam entre si e também atacam Judá. Então, em Is 10: 1-4 está escrito: “Ai dos que decretam leis injustas, dos que escrevem leis de opressão; para negarem justiça aos pobres, e arrebatarem o direito aos aflitos do meu povo, a fim de despojarem as viúvas e roubarem os órfãos! Mas que fareis vós outros no dia do castigo, na calamidade que vem de longe? A quem recorrereis para obter socorro e onde deixareis a vossa glória? Nada mais vos resta a fazer, senão dobrar-vos entre os prisioneiros e cair entre os mortos. Com tudo isto, não se aparta a sua ira, e a mão dele continua ainda estendida”.

Estes quatro versículos são uma continuação dos últimos versículos do capítulo 9, onde o profeta descreve a maldade do seu povo e, mesmo assim não mostram arrependimento nem mudança; por isso, o Senhor continua com a Sua mão estendida em ira contra eles. Aqui Deus lhes pergunta o que eles farão no dia que forem para o cativeiro. O que lhes resta apenas é ficar em silêncio e humilhados entre os prisioneiros de guerra ou estendidos junto aos mortos.
Essa era a descrição do que acontecia em Israel e Samaria, como Amós também havia dito.

Gate continuou subordinada a Judá até o tempo de Roboão, que a fortificou (2 Cr 11: 8). Foi capturada por Hazael (843-796 AC), de Damasco, no fim do século IX AC (2 Rs 12: 17, quando este, logo em seguida, investiu contra Judá no governo de Joás – 835-796 AC), e talvez tenha recuperado sua independência até o tempo de Uzias, quando este derrubou seu muro, ao fazer campanha na Filístia (2 Cr 26: 6 – derrubou também o muro de Jabné e Asdode); pouco depois, Amós descreve a cidade como pertencente aos filisteus (Am 6: 2), pois é possível que fosse um território filisteu encravado em território judaico, a quem prestava algum tipo de vassalagem. Gate foi sitiada e conquistada por Sargom II da Assíria (722-705 AC), no final do século VIII AC. O local não foi identificado com certeza, embora se pense ter estado a nordeste de Gaza.

O fato de Amós escrever: “Passai a Calné e vede; e, dali, ide à grande Hamate; depois, descei a Gate dos filisteus; sois melhores que estes reinos? Ou será maior o seu território do que o vosso território?” pode estar relacionado com o versículo de Isaías (Is 10: 10), que diz: “O meu poder atingiu os reinos dos ídolos, ainda que as suas imagens de escultura eram melhores [NVI: ‘eram mais numerosas’] do que as de Jerusalém e do que as de Samaria”.
Isso quer dizer que, assim como Deus tinha poder para destruir reinos idólatras maiores do que Samaria, Ele também o teria para corrigir Seu próprio povo.

• Am 6: 3-6: “Vós que imaginais estar longe o dia mau e fazeis chegar o trono da violência [NVI: Vocês acham que estão afastando o dia mau, mas na verdade estão atraindo o reinado do terror]; que dormis em camas de marfim, e vos espreguiçais sobre o vosso leito, e comeis os cordeiros do rebanho e os bezerros do cevadouro [NVI: e os novilhos mais gordos]; que cantais à toa ao som da lira e inventais, como Davi, instrumentos músicos para vós mesmos; que bebeis vinho em taças e vos ungis com o mais excelente óleo, mas não vos afligis com a ruína de José”.

Como falei anteriormente sobre o reinado de Jeroboão II (2 Rs 14: 23-29) sob qual Amós viveu, os ricos de coração endurecido eram indiferentes para com as aflições dos famintos (Am 6: 3-6), pois comiam bem e viviam muito bem. Imaginavam que o tempo de provação ainda estava longe, mas estavam enganados. Do jeito que eles se comportavam, atraíam a ira de Deus para eles mesmos, cada vez mais.
‘Bebeis vinho em taças’ – as taças comuns não eram suficientemente grandes; por isso, na sua ociosidade e para lhes dar prazer, eles se apropriavam dos vasos comumente usados nos sacrifícios a Deus (Êx 38: 3; Zc 14: 20).

• Am 6: 7-11: “Portanto, agora, ireis em cativeiro entre os primeiros que forem levados cativos, e cessarão as pândegas dos espreguiçadores [NVI: Por isso vocês estarão entre os primeiros a ir para o exílio; cessarão os banquetes dos que vivem no ócio]. Jurou o Senhor Deus por si mesmo, o Senhor, Deus dos Exércitos, e disse: Abomino a soberba de Jacó e odeio os seus castelos; e abandonarei a cidade e tudo o que nela há. Se numa casa ficarem dez homens, também esses morrerão. Se, porém, um parente chegado, o qual os há de queimar [NVI: queimar os corpos], toma os cadáveres para os levar fora da casa e diz ao que estiver no seu mais interior: Haverá outro contigo? E este responder: Não há; então, lhe dirá: Cala-te, não menciones o nome do Senhor [NVI: Calado! Não devemos sequer mencionar o nome do Senhor]. Pois eis que o Senhor ordena, e será destroçada em ruínas a casa grande, e a pequena, feita em pedaços”.

‘Jurou o Senhor Deus por si mesmo, o Senhor, Deus dos Exércitos’ – o Senhor estava jurando pela Sua própria santidade. Essa expressão só é vista na bíblia em Am 4: 2; Am 6: 8 e Jr 51: 14. Há uma expressão parecida com esta em Gn 22: 16 e Hb 6: 13.
O Senhor fala claramente que os levará ao cativeiro, e assim cessarão os banquetes dos que vivem no ócio, sem trabalhar, e vivendo à custa dos pobres. Ele também diz que abomina a soberba deles e odeia os seus castelos (suas grandes e luxuosas casas). A soberba de Israel parecia estar ligada às suas cidades e aos seus palácios, dos quais eles se orgulhavam.


Exílio de Israel


Ele abandonará a cidade e tudo o que há nela. Seus habitantes serão destruídos e isso também infundirá temor nos seus parentes que restarem.
‘Se numa casa ficarem dez homens, também esses morrerão’ significa que quem não morrer pela espada morrerá de peste. Onde houver pecado o Senhor trará a destruição.
O enterro, para os hebreus, era o modo usual de proceder para com os mortos. A referência aqui à cremação é, provavelmente, por causa da peste, para evitar a contaminação. Ela era feita em casos de necessidade, como aconteceu com Saul e seus filhos (1 Samuel 31: 12), quando os homens de Jabes-Gileade tiraram seus corpos dos muros de Bete-Seã e os queimaram para não serem insultados pelos filisteus. No caso descrito por Amós também parece ser porque morreriam tantos, que um único homem não podia transportar todos os corpos para a sepultura para enterrá-los; portanto, primeiro os cadáveres eram queimados, e depois, os ossos eram enterrados.
‘Cala-te, não menciones o nome do Senhor. Pois eis que o Senhor ordena, e será destroçada em ruínas a casa grande, e a pequena, feita em pedaços’ – isso significa que os parentes e amigos teriam o cuidado de evitar a menção do nome do Senhor por causa do temor do juízo de Deus (Am 8: 3; Hc 2: 20; Sf 1: 7).

• Am 6: 12-14: “Poderão correr cavalos na rocha? E lavrá-la com bois? No entanto, haveis tornado o juízo em veneno e o fruto da justiça, em alosna [NVI: Mas vocês transformaram o direito em veneno, e o fruto da justiça em amargura]. Vós vos alegrais com Lo-Debar [NVI: vocês que se regozijam pela conquista de Lo-Debar (significa ‘nada’)] e dizeis: Não é assim que, por nossas próprias forças, nos apoderamos de Carnaim? [significa ‘chifres’; chifre simboliza força] Pois eis que levantarei sobre vós, ó casa de Israel, uma nação, diz o Senhor, Deus dos Exércitos, a qual vos oprimirá, desde a entrada de Hamate [no original: Lebo-Hamate] até ao ribeiro da Arabá”.

O profeta volta a falar em nome do Senhor sobre os juízes, que transformaram a justiça e o julgamento correto em algo venenoso e amargo (losna), pois se inclinaram a subornos e favoreceram os mais fortes e poderosos, negligenciando os fracos e pobres. Não era possível julgar as causas usando de métodos errados, pervertendo a justiça, como não se podia lavrar uma rocha com bois, nem correr sobre ela a cavalo. Existem leis naturais, espirituais e morais no universo que não podem ser ignoradas. Eles conquistavam pouco ou nada (Lo-Debar – lo = nada; debar = pastagem) e ainda se orgulhavam daquilo como se tivessem muito poder, ou se tivessem conquistado qualquer coisa pelo seu próprio poder (Carnaim = chifres; símbolo de poder e glória). Lo-Debar, aqui, é colocado como o símbolo de ‘ninharia’, de ‘nada’, de coisas pequenas e insignificantes nas quais o povo acreditava, pois provinha de sua imaginação.
• A bíblia fala de uma cidade com o nome de Lo-Debar (2 Sm 9: 4-5; 2 Sm 17: 27), perto de Maanaim, onde Davi recebeu auxílio de alguns amigos quando fugia de Absalão. Esta palavra (Lo-Debar) é escrita como Lo’ Dbar ou Low Dbar ou Lidbir, ou Lidebir no texto Massorético (Js 13: 26 – está escrito: Debir) – Strong #3810, e se refere a uma cidade na fronteira de Gade, perto de Maanaim, e que, provavelmente, é a atual Umm Ed Debar, a quinze quilômetros ao sul do Mar da Galiléia; melhor seria escrevê-la como Lodbar, ‘sem pastagem’; algumas vezes chamada de Debir. Há outra cidade chamada Debir (Js 15: 7) na fronteira norte de Judá, hoje Tugret ed Debr, a três quilômetros a oeste de Ma‘ale Adummim.
• Então, o Senhor diz que levantará sobre eles uma nação (a Assíria) que os oprimirá de norte a sul, ou seja, desde Hamate (no norte, na Síria) até a Arabá. Como nós vimos em Am 6: 2 Hamate era uma cidade e reino da alta Síria, no vale de Orontes. Foi o limite que espiado pelos israelitas (Nm 13: 21), mas que não foi conquistado. Arabá (’arabah = ermo – Strong #6160) é um vocábulo que significa ‘deserto (no sentido de esterilidade); seco, terra desolada, campo, deserto, planície’ e é usada para descrever as estepes do deserto. Arabá (Dt 1: 1; Is 33: 9; Is 35: 1 – onde está escrito: ‘ermo’), especialmente com o artigo ‘o’, é um vale cheio de fendas que corre do Mar da Galiléia até o golfo de Aqaba. O Mar Morto é também chamado de Mar de Arabá. É uma região realmente seca e desértica.

• Como vimos também em Am 5: 7 a alosna (o nome correto é ‘losna’) é uma erva amarga e venenosa (Jr. 9: 15; Dt. 29:18), também conhecida como absinto (Ap 8: 11) ou sintro, e cujo nome científico é Artemisia absinthium, da família Asteraceae, gênero Artemisia. Na Grécia Antiga, esta planta era dedicada à deusa Ártemis (Diana, entre os romanos, deusa da caça e da castidade; protetora da floresta e das crianças). Daí a origem de seu nome científico (Artemisia absinthium). É cultivada como planta ornamental. Sua folha tem sabor amargo e é utilizada como planta medicinal na Europa (para estimular o apetite e para aliviar a indigestão – desde 1792 por um médico francês), bem como na fabricação da bebida destilada conhecida como ‘absinto’ (proibida em 1915 em muitos países em virtude de um suposto efeito alucinógeno). Ela contém um princípio ativo que pode causar convulsões epilépticas, espasmos e insuficiência renal quando ingerida em grandes quantidades. É diferente do que se conhece atualmente como Vermute.

Este texto se encontra no 1º volume do livro:


livro evangélico: Os profetas menores

Os profetas menores vol. 1 (PDF)

Os profetas menores vol. 2

Os profetas menores vol. 3

The minor prophets vol. 1 (PDF)

The minor prophets vol. 2

The minor prophets vol. 3

Sugestão de leitura:


livro evangélico: Profeta, o mensageiro de Deus

Profeta, o mensageiro de Deus (PDF)

Prophet, the messenger of God (PDF)

Sugestão para download:


tabela de profetas AT

Tabela dos profetas (PDF)

Table about the prophets (PDF)



Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti

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