Estudo sobre o significado bíblico de vale, os vales mencionados na bíblia e algumas dicas de como superar as situações de vale.

Study on the biblical meaning of valley, the valleys mentioned in the Bible and some tips on how to overcome “the valleys” in our lives.


Significado de vale

Vale tem o significado de:


1) Situações antigas de conflito interior, aparentemente sem solução, que requerem a intervenção urgente de Deus (2 Rs 3: 16-20).
2) Uma situação perigosa e estreita, que exige de nós cautela e vigilância para podermos cruzá-la em segurança (Sl 23: 4a);
3) Lugar de dificuldade, mas também de vitória (Jz 4: 13; Jz 5: 21; 2 Cr 20: 26; Jz 7: 1; 2 Sm 8: 13; 1 Cr 18: 12; 2 Rs 14: 7; 2 Cr 25: 11) e de reconstrução (Os 2: 21-23);
4) De queimar o que é velho, que não serve mais, de jogar fora a idolatria (2 Rs 23: 15-20; 2 Rs 23: 10; Jr 7: 32; Jr 19: 6);
5) Lugar de confronto com as forças do inimigo (2 Rs 9: 16; 24; 27; 2 Cr 35: 22; Os 1: 4; 11) e de se preparar para batalhas maiores (1 Sm 28: 4; 1 Sm 29: 1; 1 Sm 31: 1).

A bíblia menciona alguns vales importantes da terra de Israel:

1) Vale de Esdrelom, forma grega do nome Jezreel. Por ele flui o ribeiro de Quisom (Jz 4: 13; Jz 5: 21) onde Baraque venceu os cananeus. Ali está o Monte Tabor, onde sob o comando de Débora, Baraque atacou seus inimigos. No vale de Esdrelom o exército de Saul acampou antes da batalha de Gilboa (1 Sm 28: 4; 1 Sm 29: 1; 1 Sm 31: 1) e onde Jorão e Acazias foram assassinados por Jeú (2 Rs 9: 16; 24; 27). É símbolo do juízo final (Os 1: 4; 11); também símbolo de fertilidade e favor divino (Os 2: 21-23). Jezreel (yizre’e’el) significa: Deus semeia. Outro nome para ele é Armagedom. Essa palavra grega vem da palavra latina ‘Har-Magedone’, que significa Monte Megido; assim, Armagedom pode se referir também à planície ou vale abaixo da colina de Megido – Har Megido (item 6). Megido hoje é uma colina arqueológica (‘tell’ = montículo) feita de 26 camadas de ruínas de antigas cidades, que foram construídas sobre o primeiro assentamento de Megido, milênios antes de Cristo.

2) Vale de Bênção (Hebr., Beracah = bênção, louvor): onde Josafá derrotou os amonitas, os moabitas e os do Monte Seir (2 Cr 20: 26).

3) Vale defronte ao outeiro de Moré: onde Gideão derrotou os midianitas (Jz 7: 1).

4) Vale do Sal: mostrando a vitória de Davi sobre os edomitas (2 Sm 8: 13; 1 Cr 18: 12) e onde Amazias também os derrotou (2 Rs 14: 7; 2 Cr 25: 11).

5) Vale de Hinom: ao sul de Jerusalém, onde se queimavam cadáveres de criminosos. Josias, por exemplo, queimou os ossos dos sacerdotes idólatras do tempo de Jeroboão (2 Rs 23: 15-20), pois no mesmo vale eram também oferecidos sacrifícios humanos a Moloque, o deus dos amonitas (2 Rs 23: 10). O significado de ‘Hinom’ é desconhecido; alguns sugerem: ‘Ben Hinom’, filho de Hinom [por causa do termo grego para o vale: Geenna – ge (vale de) hinnõm (Hinom)], dando a entender que é um nome próprio (2 Cr 28: 3; 2 Rs 23: 10). Em Jr 7: 32; Jr 19: 6 o nome é alterado pelo profeta para ‘vale da matança’. É também chamado de ‘Vale de Tofete’ (‘local de fogo, local de queima’ ou ‘local de torra’, ‘torrefação’) pelos Cananeus (Jr 7: 31-32).

6) Vale de Megido (ou Armagedom, ou Esdrelom): onde Josias morreu (609 AC) no confronto com Neco II, Faraó do Egito (2 Cr 35: 22). Armagedom (em latim, Har-Magedone; em hebraico, Megiddo ou Esdrelon), em grego é Armageddon, uma palavra usada no Textus Receptus. Textus Receptus (‘Texto Recebido’) é a denominação dada à série de impressões do Novo Testamento em grego, que serviu de base para diversas traduções dos séculos XVI ao XIX. Megido = lugar de tropas; Armagedom = monte de Megido, monte do lugar das multidões.

7) Vale de Elá: onde Davi venceu Golias (1 Sm 17: 2; 1 Sm 21: 9). É geralmente identificado com o moderno Wadi es-Sant, a 18 quilômetros a sudoeste de Jerusalém. Wadi é uma palavra que se refere a um vale dotado de uma corrente de água; no caso, o ribeiro onde Davi pegou as cinco pedras para colocar no seu alforje de pastor antes de enfrentar Golias.

Outro texto da bíblia onde vemos a palavra ‘vale’ é no Salmo 23: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte” (Sl 23: 4a). Na Palestina, entre Jerusalém e o Mar Morto, existe uma trilha estreita e perigosa que corta as montanhas e por isso alguns a chamam de “vale da sombra da morte”, embora a expressão, “da sombra da morte”, em hebraico signifique ‘trevas profundas’ ou ‘a mais escura sombra’, ‘escuridão’, ‘a sepultura’ (que é uma figura de calamidade); figuradamente: aflição, extremo perigo, caracterizando o mundo dos mortos. Assim, a frase pode ser traduzida como: ‘Quando estiver profundamente escuro’ ou ‘quando eu passar por um vale de densa escuridão’.

Algumas dicas para superar os vales

I) Largar o passado:

Uma das primeiras coisas que devemos fazer quando entramos num vale é aprender a largar o passado, pois isso vai nos libertar dos fardos desnecessários e facilitar nossa caminhada. Ao largar o passado, estaremos fechando as brechas que o inimigo insiste em tocar, tentando perpetuar o conflito em nossa vida e nos dando a falsa impressão de nada mais ter solução. O maior exemplo bíblico de alguém que decidiu atravessar o vale e largar o passado foi Abraão. Ele largou sua terra e sua família crendo numa promessa de Deus de ser pai de muitas nações. A promessa feita a Abraão (a bênção de Abraão) se compõe de três elementos principais: descendência (nele seriam benditas todas as nações da terra, inclusive os gentios), terra (prosperidade, posse da terra de Canaã) e relacionamento com Deus (intimidade e amizade com o Senhor, pois Deus chamou Abraão de “meu amigo” – Tg 2: 23; Is 41: 8; 2 Cr 20: 7).

É necessário entrarmos no vale com a certeza de que teremos que perder algo que não serve mais para nós, mas que, por fim, nos trará outro tipo de recompensa; é termos, igualmente, a certeza de que estaremos sendo preparados para uma missão maior, pois ali teremos vitória definitiva sobre o adversário e ele não mais nos afrontará. Muitas vezes, entramos num desses desafios de Deus como Abraão, pela fé, sem saber direito para onde vamos, crendo na direção divina apenas, que vai sendo revelada paulatinamente à medida que avançamos.

Muitas coisas vão sendo deixadas para trás, como por exemplo, nossas idolatrias, nossos aprendizados religiosos, as vontades do nosso ego e as nossas limitações carnais para que a ousadia do Espírito passe a nos dirigir. Começamos a ter consciência real das prioridades do Senhor para nós e, assim, podemos escolher racionalmente o que deve ficar e o que a nossa alma deve deixar. Para que entre o novo é preciso jogar fora o velho. Devemos dar prosseguimento ao trabalho divino para nós e passar para o próximo passo.

Pergunte ao Senhor o que precisa ser deixado para trás em sua vida para você poder avançar. Sinta-se livre para expor seus pensamentos e sentimentos a Ele, mas esteja disposto a ouvi-lo e a entregar-lhe o que Ele lhe pedir. Dessa forma, você estará galgando um degrau em direção ao autoconhecimento e ao conhecimento verdadeiro de Deus e de Sua vontade para sua vida. Firme-se nessa palavra: “Não to mandei eu? Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes, porque o Senhor, teu Deus, é contigo por onde quer que andares” (Js 1: 9).

II) Agarrar-se à promessa:

Quando passamos para o passo de agarrar-se à promessa, estamos falando sobre enfrentar os obstáculos que começam a se levantar no nosso caminho tentando nos fazer desistir dela ou nos provar que ela não existe e que estamos correndo atrás de uma ‘miragem’. Se não formos persistentes e não tivermos certeza da promessa que nos foi feita por Deus, terminaremos por perdê-la e experimentaremos a dor da frustração.

Ao falarmos sobre este assunto, temos um exemplo bíblico muito interessante em José, filho de Jacó, que foi levado como escravo para o Egito, vendido aos mercadores ismaelitas [também chamados midianitas (Gn 37: 25; Gn 37: 36)] pelos seus próprios irmãos por ciúmes do seu relacionamento com o pai e por ser um instrumento profético nas mãos de Deus. Apesar das circunstâncias ruins como o cativeiro no Egito, José se agarrou à promessa, deu valor aos sonhos proféticos de Deus para sua vida e se submeteu ao Seu trabalhar. Da mesma forma que José, nós devemos crer naquilo que o Senhor nos disse uma vez, agarrando-nos à promessa e não desistindo dela jamais, ainda que tudo ao nosso redor pareça ter nos desviado. Mesmo quando as circunstâncias tentem matar nossa esperança de que um dia alcançaremos a vitória, jamais devemos entregar nas mãos do adversário as ‘pérolas’ que recebemos do trono de Deus. Nós devemos entender que Ele sabe o que está fazendo e que o que estamos passando tem um propósito.

Peça ao Senhor para relembrá-lo da promessa que Ele lhe fez, mesmo que tenha sido há muitos anos atrás, e que lhe dê forças para se agarrar a ela. Lembre-se também da história de José e receba o consolo de saber que aqueles que o feriram, um dia poderão ser trazidos até você pelo próprio Deus para lhe pedirem perdão ou para conhecerem a vida eterna. Medite na seguinte palavra: “Espera no Senhor, segue o seu caminho, e ele te exaltará para possuíres a terra; presenciarás isso quando os ímpios forem exterminados” (Sl 37: 34).

III) Não desistir jamais:

Um dos personagens bíblicos mais lutadores e mais dispostos a tomar posse da bênção foi Jacó. Desde criança nós o vemos lutar com o irmão e com os parentes para receber o que já havia sido prometido por Deus para ele. No item anterior, nós falamos sobre se agarrar à promessa. Aqui, mais do que se agarrar à promessa, é lutar para que ela se torne realidade, não se importando com o que é preciso ser feito para tê-la. Como vimos no caso de José, ele creu, esperou, executou o dom e foi fiel. Jacó lutou por ela com sua própria força, inicialmente, até aprender a lutar da maneira de Deus.

Ele lutou desesperadamente com o anjo no vau de Jaboque para ser abençoado. Entretanto, essa luta contra o próprio Deus, na verdade, foi um marco na vida de Jacó, pois ali, figuradamente, colocou seu ego de lado para sempre e, assim, deixou o Espírito prevalecer; por isso conquistou a mudança do seu nome, passando a ser chamado Israel, não mais Jacó, sua alma foi realmente transformada e pôde, então, ter a herança do reino de Deus, exemplificada na bênção de Abraão: a bênção da descendência, da prosperidade (riqueza, posse da terra) e da intimidade com o Senhor.

Quando estamos passando por situações de vale, de conflitos insolúveis, a dica é não desistir jamais. Se o Senhor enxergar a determinação dentro de nós, Ele mesmo nos fará ver a maneira correta de guerrear para, então, alcançarmos a vitória. Outro ‘ingrediente’ importante é o que Jacó e Paulo fizeram: estarmos sempre dispostos a fazer o que for preciso para conquistar a promessa, não nos importando com nenhuma artimanha que o inimigo possa colocar no nosso caminho; em outras palavras, nada pode prevalecer contra a palavra que já foi liberada para a nossa vida e, absolutamente nada tem poder para impedir que o trabalho do Senhor seja feito.

Coloque-se na presença de Deus, avalie as promessas que já lhe foram dadas e o que você está fazendo realmente para torná-las uma realidade. Vá à luta e leve Jesus com você; derrube os seus gigantes. Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que o amam (Rm 8: 28). O Espírito Santo lhe dará as estratégias de guerra.

“Não abandoneis, portanto, a vossa confiança; ela tem grande galardão. Com efeito, tendes necessidade de perseverança, para que, havendo feito a vontade de Deus, alcanceis a promessa. Porque, ainda dentro de pouco tempo, aquele que vem virá e não tardará; todavia, o meu justo viverá pela fé, e: Se retroceder, nele não se compraz a minha alma” (Hb 10: 35-38).

IV) Estar atento como Neemias:

Neste item nós vamos ver que vale não só diz respeito a um lugar onde lutamos, destruímos e entregamos, mas também reconstruímos, e para reconstruir algo é preciso estar atento. Neemias foi um grande reconstrutor, pois dirigiu a reconstrução dos muros de Jerusalém que foram destruídos pelos inimigos, em especial os babilônios. Seu livro, na bíblia, fala de restauração de ‘muros’, da personalidade, do equilíbrio emocional, de relacionamentos; enfim, do que já se perdeu na alma. Traz de volta o tempo perdido. Neemias significa: Deus conforta ou Deus consola. Através desse livro, Deus nos chama a edificar nossa alma e nossa vida onde os nossos muros foram destruídos.

Os inimigos zombaram de Neemias a princípio, entretanto, começaram a se enfurecer e procuraram atrapalhar a reconstrução quando viram que Neemias estava decidido. Apesar de tudo, ele não deu atenção às zombarias e provocações, pelo contrário, colocou Deus na frente de tudo, pois o que ele se propunha a fazer parecia impossível aos olhos humanos. Assim, nós devemos colocar Deus à frente do nosso projeto e não dar atenção àqueles que têm visão carnal das coisas e que dizem que é muito difícil o que fazemos. Quando estamos num vale tentando reconstruir algo que para a nossa alma foi muito importante, precisamos ficar atentos, em primeiro lugar, às zombarias, às provocações que o adversário levanta para nos desanimar; em segundo, ficar atentos às suas ciladas e ações até violentas para tentar interromper nosso trabalho. Neemias vigiou e trabalhou ao mesmo tempo, com ânimo, força e perseverança; mesmo debaixo das ameaças, não deixou o trabalho por nada. Com uma mão eles seguravam a pá; com a outra, a espada, a lança e o arco. Isso significa para nós: continuar orando, profetizando, mas agindo concretamente. Neemias não se deixou distrair por coisas fúteis e sem importância que seus adversários colocaram no seu caminho para que largasse a obra. Da mesma forma, devemos resistir às provocações do adversário e nos revestir do Espírito Santo para termos discernimento espiritual e não cairmos nas ciladas do diabo. Quando tudo terminou, não deixou mais o comodismo e a estagnação tomarem conta do seu espírito em relação à obra de Deus. Nós também, depois que reconstruímos, não devemos deixar a acomodação dentro de nós. Agora, temos uma nova vida e um novo motivo para existir, que é fazer a obra do Senhor e jamais a acomodação pode entrar nesse projeto.

Entregue ao Senhor o que Ele já lhe pediu. Muitas vezes, precisamos destruir primeiro uma velha estrutura para, então, podermos construir uma nova e isso leva tempo. Faça coisas que agradem ao Senhor e não se comporte mais como no passado. “Agrada-te do Senhor, e ele satisfará os desejos do teu coração” (Sl 37: 4)

V) O inimigo mente:

Em Jo 8: 43-44 Jesus disse que o diabo foi homicida desde o princípio, pois ao tentar Adão e Eva e conseguir fazê-los pecar, ele os matou espiritualmente; igualmente, incutiu na natureza humana essa ‘morte’. Além disso, Jesus diz que tudo o que o inimigo fez foi baseado numa distorção das verdades divinas, ou seja, na mentira e no engano. Portanto, além do desejo de matar, o ser humano também adquiriu o hábito de mentir, não só para os outros como para si mesmo e até para o próprio Deus.

Neemias passou por essa prova, pois seus inimigos distorceram as intenções do seu coração e usaram de astúcia para fazê-lo desistir da obra, quase que tentando confundi-lo para que entrasse no templo sem ser sacerdote, pois seria morto por isso. É isso que o adversário faz conosco muitas vezes, quando nos encontramos cansados e exaustos no vale. Nossa mente cansada não consegue raciocinar com firmeza; nosso espírito enfraquecido pelas lutas pode dar brecha para as mentiras das trevas e, então, perdemos a bênção. Assim, é a leitura constante da Palavra que vai sedimentando em nós a força de Deus para, nessas horas, ser uma barreira de fé contra as investidas do diabo e uma espada aguda para cortarmos o mal. Sabendo que o inimigo mente, se dermos ouvido a tudo o que nos falam, sem checarmos as informações, podemos perder, sem saber, aquilo que já está bem próximo de nós e, se não tivermos a ousadia do Espírito para lutar pelos nossos direitos, acabaremos nos frustrando.


Vale


Uma vez o Senhor me deu uma grande vitória em relação a uma coisa que eu estava esperando, quando eu consegui superar a mentira do inimigo. Essa vitória não só reacendeu a minha esperança; também me fez sentir mais certeza na promessa que me fora dada pelo Senhor, jogando fora todas as palavras que outrora tentaram me fazer pensar o contrário. Um louvor me veio à mente de maneira bem clara. Ele dizia tudo o que o meu coração sentia, e profetizava o que haveria a seguir. Ele se chama:

TRANSPONDO OS VALES

Grande é o tempo esperando a bênção de Deus
Lutas e guerras tentando roubar o que é meu
Choros e prantos, angústias
Ninguém parece me ouvir
E a sensação de que Deus se esqueceu de mim.

Mas, de repente, uma mão me levanta do vale
Ouve-se a voz poderosa do único Rei
Tudo se prostra diante
Daquele que é poderoso
E restitui ao meu ser
O que é precioso

Posso dançar c’a alegria de quem é liberto
Posso dançar grandemente diante do trono
A esperança voltando
O sonho se realizando
E a minha alma sentindo Jesus me amando

Tudo hoje é diferente
Uma nova vida nascente
Vivendo a promessa real do Onipotente
Vivendo a promessa real do Onipotente

Olhe para dentro de você e para sua vida e receba agora a verdade da Palavra de Deus na sua alma e no seu espírito, com consciência de que ela tem mais força do que toda a mentira e o fará caminhar com segurança até o destino traçado por Jesus para você. Libere perdão para os ‘enviados do diabo’ que vieram até você para lhe tirar a paz, a fé e a alegria. Deixe-os nas mãos do Senhor e siga o seu caminho. Lembre-se que o Espírito Santo, além de Consolador, nos ensina toda a verdade, como diz a bíblia (Jo 14: 26; 1 Jo 2: 27). Peça a Ele que a firme dentro de sua alma; ela precisa se tornar um escudo contra a mentira. “Eis as coisas que deveis fazer: Falai a verdade cada um com o seu próximo, executai juízo nas vossas portas, segundo a verdade, em favor da paz; nenhum de vós pense mal no seu coração contra o seu próximo, nem ame o juramento falso, porque a todas estas coisas eu aborreço, diz o Senhor” (Zc 8: 16-17); “Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros” (Ef 4: 25).

VI) A batalha final:

Todos nós, quando estamos passando por uma situação de luta ou sofrimento, ansiamos ardentemente que ela chegue ao fim. A bíblia nos revela no Apocalipse a tremenda batalha final entre a luz e as trevas, estabelecendo o reinado eterno de Jesus Cristo. A vitória que haverá na segunda vinda de Cristo já foi conquistada, na verdade, na cruz do Calvário. Portanto, falar da batalha final sobre as nossas situações de vale significa repetir em nós mesmos o sacrifício de Cristo que foi a entrega total de si mesmo à vontade de Deus para nos salvar, ou seja, devemos nos entregar à vontade do Pai para nós, nos apossando de todas as bênçãos conquistadas pelo Filho na Sua morte; termos a mesma disposição de nos doar, mas ao mesmo tempo de exercer toda a autoridade divina que nos foi delegada. Na verdade, a maior estratégia de Jesus foi a rendição e a submissão ao Pai, que lhe garantiram a vitória espiritual sobre as trevas.

Se você está atravessando um vale e parece que chegou a um beco sem saída onde você não tem mais estratégias para guerrear nem forças para prosseguir, olhe para a cruz. Ali você encontrará a saída para os seus problemas e a liberdade. Na cruz encontramos o perdão para os nossos pecados, a cura para as nossas feridas e enfermidades, a quebra das nossas maldições, a justificação, a paz, o amor, a comunhão plena com o trono de Deus e a liberdade e a força do Seu Espírito em nós para realizarmos os mesmos milagres que Jesus fez. O segredo foi que Ele ‘pendurou seu ego’ ali, se submeteu à vontade do Pai integralmente. Na cruz devemos ‘pendurar’ a vontade do nosso ego, os desejos da nossa carne, nosso medo, orgulho e insegurança para que o plano divino se realize em nós e através de nós. Diante da cruz caem toda a idolatria, todos os falsos deuses, todas as armadilhas do diabo, a cegueira, a mentira e a carnalidade. Tudo se submete ao senhorio de Jesus.

Nossa fé em Cristo jamais deverá anular o nosso raciocínio e a nossa consciência diante das situações em nossa vida. Muitas vezes, enfrentamos os vales sem termos a revelação divina do porquê de muitas coisas. Muitas cadeias atuais podem ter origem nas nossas atitudes erradas do passado e ficaram escondidas dos nossos olhos e do nosso raciocínio, mas que ainda são ‘prisões’ inconscientes que precisam ser quebradas; isso só se consegue em contato espiritual constante com o Espírito Santo, recebendo Suas mensagens no nosso coração, e que nos levam a tomar, agora, as atitudes corretas para sermos libertos de verdade. A cura do Senhor demanda tempo, paciência, perseverança e fidelidade. Quando nós conhecemos o Seu tempo em nossa vida, somos preparados para enfrentar a batalha final do nosso vale, sair do ciclo vicioso anterior e sermos impulsionados para um novo patamar espiritual, emocional e material.

Coloque-se diante da cruz expondo seu coração ao Senhor e pedindo que lhe mostre a Sua verdade, libertando-o da ‘inconsciência’ em que você viveu até hoje. Que todas as armas forjadas das trevas sobre sua alma e sobre o seu espírito possam ser completamente destruídas pela força desse sangue santo. Continue a se entregar com confiança a Jesus, ‘pendurando’ na cruz o seu ‘eu’ e fazendo uma troca: o seu ‘eu’ infeliz, miserável, cego, pobre e nu (Ap 3: 17) pelo Espírito do Filho de Deus em você, levando-o a viver a vida plena de Deus. Chegou a sua hora de vencer, de recomeçar a viver como nova criatura.

“Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Is 53: 4-5).


Vale

VII) Restituição:

Há restituição e recompensa para todos os que conseguem superar os vales. Um exemplo bíblico é Rute, que deixou o seu vale pessoal (sua vida passada em Moabe, terra de idolatria e escassez) para seguir sua sogra de volta a Belém de Judá onde conheceu o verdadeiro Deus, fez aliança com Ele e pôde, então, tomar posse de uma terra fértil e próspera. Ela chegou de maneira pobre e humilde; procurou um trabalho simples, como catar o resto das espigas das searas de cevada e trigo (respigar, como diz a Palavra); entretanto, achou graça diante dos olhos de Boaz, o Resgatador, que prefigura Jesus, podendo, assim, ter o direito a uma nova vida. De uma simples catadora de espigas, Rute se transformou na ‘dona do campo’, senhora de toda aquela terra, junto com seu marido, sua sogra e seu filho, Obede. Rute trabalhou na mesma terra que lhe foi dada, ou seja, ela ‘semeou’ seu trabalho e seus sonhos ali, e foi honrada, ganhou de volta, multiplicado, tudo o que ‘investiu’ e cuidou.

Quando conseguimos superar nosso vale, estamos prontos para materializar o sonho do nosso coração, pois encontramos graça diante de Jesus, nosso Resgatador, e recebemos o direito de reinar na nossa própria terra. Aqui os intrusos não entram; apenas aqueles que o Senhor já preparou para serem os nossos companheiros, trabalhadores da Sua seara na terra. Aqui, nosso sonho, nosso filho, nosso Obede, pode glorificar a Deus pelas conquistas que Ele nos proporcionou, e nós podemos nos alegrar, pois sabemos que deixaremos uma descendência santa diante dEle.

Uma das coisas que precisamos fazer enquanto passamos pelo vale é semear na terra que queremos conquistar, a fim de termos direito a ela. Sem semeadura não há colheita. É preciso trabalhar com afinco naquilo que queremos ter ou nos projetos que desejamos atingir; saber investir de todas as formas no nosso sonho, inclusive financeiramente. Quando ‘lançamos a enxada’ profundamente, com esforço, com choro, com dor, sem ajuda real de ninguém, podemos ter a certeza de que alguém nos vê, Jesus, e que Ele jamais nos desamparará; pelo contrário, contribuirá para a nossa vitória, guardando o nosso tesouro até o fim, como diz a bíblia (2 Tm 1: 12). Ele sabe multiplicar as sementes que plantamos, principalmente quando plantamos no solo fértil do reino de Deus, profetizando as nossas bênçãos com fé, agindo de acordo com a Palavra e nos apegando às Suas verdades.

Se você conseguiu superar todas as provas até aqui, está apto para tomar posse da sua terra. Você vai entrar na fase de restituição em sua vida; poderá gozar dos frutos resultantes das sementes que plantou com choro. E aquilo que o Senhor lhe dá, você não perderá nunca mais, pois está escrito: “O homem não pode receber coisa alguma se do céu não lhe for dada” (Jo 3: 27). Receba, então, o consolo do Espírito Santo através da Palavra:

“Quando o Senhor restaurou a sorte de Sião, ficamos como quem sonha. Então, a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua, de júbilo; então, entre as nações se dizia: Grandes coisas o Senhor tem feito por eles. Com efeito, grandes coisas fez o Senhor por nós; por isso, estamos alegres. Restaura, Senhor, a nossa sorte, como as torrentes no Neguebe. Os que com lágrimas semeiam, com júbilo ceifarão. Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo trazendo os seus feixes” (Sl 126: 1-6).

Abaixo, nós podemos ver as imagens dos vales de Israel


Vale de Jezreel Vale de Elá
Vale de Jezreel e Vale de Elá

Vale de Hinom Vale de Bênção
Vale de Hinom (ao sul de Jerusalém) e Vale de Bênção (provavelmente perto de Edom)

Monte Tabor Monte Gilboa
Monte Tabor e Monte Gilboa

Monte Carmelo Ribeiro de Quisom
Monte Carmelo e Ribeiro de Quisom

Monte Sodoma
Monte de Sodoma (perto de onde, provavelmente, estava o Vale do Sal)

O texto completo se encontra no livro:


livro evangélico: Transpondo os vales

Transpondo os vales (PDF)

Surmounting the valleys (PDF)



Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti

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