Estudo sobre os anjos de Deus, sua hierarquia, seus nomes revelados na bíblia e sua função. Serafins e querubins, os arcanjos (Miguel e Gabriel), Apoliom (Abadom) e os anjos da guarda. O anjo Rafael existe?


Anjos




Neste estudo, nós vamos falar sobre os anjos de Deus, sua hierarquia, seus nomes revelados na bíblia, sua função e qual deve ser nossa postura como filhos de Deus diante deles. Os serafins e querubins são anjos de alta hierarquia, pois tem sua função diretamente ligada ao trono de Deus. Os arcanjos, como Miguel e Gabriel, são anjos responsáveis por proteger o povo do Senhor, fazê-lo prosperar e lhe dar as boas novas da parte de Deus. Gabriel é também conhecido como o ‘mensageiro das boas novas’, pois foi ele o portador das promessas de Deus para Zacarias e Maria, mãe de Jesus.

Como base para o nosso estudo, usaremos o texto sobre as visões do profeta Daniel. Antes de entrar propriamente no texto das visões de Daniel, vamos relembrar o texto sobre as visões do profeta Ezequiel, onde também mencionamos as visões do profeta Isaías. Isaías viu os serafins ao redor do trono de Deus; e Ezequiel viu os querubins com quatro faces: homem, leão, boi e águia, o que foi confirmado pelo apóstolo João nas suas visões escritas no livro de Apocalipse.

Ezequiel 1: 1-25:

1 Aconteceu no trigésimo ano, no quinto dia do quarto mês, que, estando eu no meio dos exilados, junto ao rio Quebar, se abriram os céus, e eu tive visões de Deus.
2 No quinto dia do referido mês, no quinto ano de cativeiro do rei Joaquim,
3 veio expressamente a palavra do Senhor a Ezequiel, filho de Buzi, o sacerdote, na terra dos caldeus, junto ao rio Quebar, e ali esteve sobre ele a mão do Senhor.
4 Olhei, eis que um vento tempestuoso vinha do Norte, e uma grande nuvem com fogo a revolver-se, e resplendor ao redor dela, e no meio disto, uma coisa como metal brilhante, que saía do meio do fogo.
5 Do meio dessa nuvem saía a semelhança de quatro seres viventes [Ez 10: 12; 15; 20 deixa claro que eram querubins], cuja aparência era esta: tinham a semelhança de homem.
6 Cada um tinha quatro rostos, como também quatro asas [Ez 10: 14; 21. cf. Ap 4: 8 – seis asas].
7 As suas pernas eram direitas, a planta de cujos pés era como a de um bezerro e luzia como o brilho de bronze polido.
8 Debaixo das asas tinham mãos de homem, aos quatro lados; assim todos os quatro tinham rostos e asas.
9 Estas se uniam uma à outra; não se viravam quando iam; cada qual andava para a frente.
10 A forma de seus rostos era como a de homem; à direita, os quatro tinham rosto de leão; à esquerda, rosto de boi; e também rosto de águia, todos os quatro [cf. Ap 4: 6-7].
11 Assim eram os seus rostos. Suas asas se abriam em cima; cada ser tinha duas asas, unidas cada uma à do outro; outras duas cobriam o corpo deles.
12 Cada qual andava para a sua frente; para onde o espírito havia de ir, iam; não se viravam quando iam.
13 O aspecto dos seres viventes era como carvão em brasa, à semelhança de tochas; o fogo corria resplendente por entre os seres, e dele saíam relâmpagos,
14 os seres viventes ziguezagueavam à semelhança de relâmpagos.
15 Vi os seres viventes; e eis que havia uma roda na terra, ao lado de cada um deles.
16 O aspecto das rodas e a sua estrutura eram brilhantes como o berilo; tinham as quatro a mesma aparência, cujo aspecto e estrutura eram como se estivera uma roda dentro da outra.
17 Andando elas, podiam ir em quatro direções; e não se viravam quando iam.
18 Os seus aros eram altos, e metiam medo; e, nas quatro rodas, as mesmas eram cheias de olhos ao redor.
19 Andando os seres viventes, andavam as rodas ao lado deles; elevando-se eles, também elas se elevavam.
20 Para onde o espírito queria ir, iam, pois o espírito os impelia; e as rodas se elevavam juntamente com eles, porque nelas havia o espírito dos seres viventes.
21 Andando eles, andavam elas e, parando eles, paravam elas, e, elevando-se eles da terra, elevavam-se também as rodas juntamente com eles; porque o espírito dos seres viventes estava nas rodas.
22 Sobre a cabeça dos seres viventes havia algo semelhante ao firmamento, como cristal brilhante que metia medo, estendido por sobre a sua cabeça.
23 Por debaixo do firmamento, estavam estendidas as suas asas, a de um em direção à de outro; cada um tinha outras duas asas com que cobria o corpo de um e de outro lado.
24 Andando eles, ouvi o tatalar das suas asas, como o rugido de muitas águas, como a voz do Onipotente; ouvi o estrondo tumultuoso, como o tropel de um exército. Parando eles, abaixavam as asas.
25 Veio uma voz de cima do firmamento que estava sobre a sua cabeça. Parando eles, abaixavam as asas.

João (Ap 4: 6-7) descreve os mesmos seres viventes que Ezequiel (Ez 1: 1-14; Ez 10: 14-15). Os seres viventes têm a aparência de leão, novilho, homem e águia, e são símbolos dos querubins que cercam o trono de Deus. A diferença é que João diz que cada um deles tem rostos diferentes, ao passo que Ezequiel vê as quatro faces nos quatro querubins (Ez 1: 6,10; Ez 10: 14).

João e Isaías dizem que esses seres têm seis asas e Isaías os chama de ‘serafins’ (Is 6: 2: “Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobria o rosto, com duas cobria os seus pés e com duas voava”). Ezequiel disse que tinham quatro asas (Ez 1: 6; Ez 10: 14; 21).

Segundo o profeta Isaías na sua visão do trono de Deus descrita em Is 6: 1-13, os serafins estavam diante do trono e tinham uma forma humana (“rosto”, “pés”), ainda que se dispusessem de seis asas, e repetiam: “Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; a terra inteira está cheia de sua glória”. Era tão forte esta ação de adoração que abalava o lugar.

Serafins e querubins

Por isso, os serafins e os querubins constituem uma ordem de seres angélicos responsáveis por certas funções de vigilância e adoração. Os serafins eram agentes de purificação pelo fogo, segundo os estudiosos hebraicos que procuram ligar o nome serafim à raiz: sãraph = queimar, consumir com fogo. Eles lideram a adoração no céu e protegem a santidade de Deus.

Semelhantemente, os querubins, em hebraico (kerühbïm, plural de ‘querube’ = celestial) também são seres celestiais e no livro de Gênesis está escrito que tinham a incumbência de guardar o caminho para a árvore da vida [símbolo de Jesus] no jardim do Éden (Gn 3: 24), assim como foram colocados sobre a arca da Aliança (Êx 25: 18-22 e Hb 9: 5) para proteger os objetos sagrados guardados nela (1 Sm 4: 4; 2 Sm 6: 2; 2 Rs 19: 15; Sl 80: 1; Sl 99: 1). No Sl 80: 1, a bíblia diz: “Dá ouvidos, ó pastor de Israel, tu que conduzes a José como um rebanho; tu que estás entronizado acima dos querubins, mostra o teu esplendor” e no Sl 99: 1 está escrito: “Reina o Senhor; tremam os povos. Ele está entronizado acima dos querubins; abale-se a terra”. Em outras palavras, são guardiões do Trono de Deus. Isso também indica uma classe de anjos com grande força de conhecimento, sabedoria e iluminação divina e que refletem a beleza do Criador. Por isso, se diz que são conhecedores dos mistérios divinos (“cheios de olhos”). Talvez, por esse motivo, Ezequiel (Ez 1: 1-25) os descreve no meio de tanto fogo (= poder e santidade de Deus).

Sob esse prisma, os serafins e querubins são anjos de alta hierarquia, pois tem sua função diretamente ligada ao trono de Deus.

Arcanjos

Daniel, assim como Ezequiel e João, teve visões e revelações bastante claras da parte de Deus. Ele também foi instruído por anjos, como Gabriel, sobre as visões que não conseguia entender, além de ser consolado com a certeza do amor de Deus por ele.

• Dn 8: 15-16: “Havendo eu, Daniel, tido a visão [a do bode com os 4 chifres, dos quais um se tornou forte, representando Antíoco Epifânio], procurei entendê-la, e eis que se me apresentou diante uma como aparência de homem. E ouvi uma voz de homem de entre as margens do Ulai (Dn 8: 26) [pode ter sido o ramo oriental do rio Karkheh (ou Choaspes) a noroeste de Susã; ou o Coprates, afluente do rio Karun; ou um canal artificial perto de Susã e que conectava os dois rios], a qual gritou e disse: Gabriel, dá a entender a este a visão”.

• Em Dn 9: 21-23 está escrito: “Falava eu, digo, falava ainda na oração, quando o homem Gabriel, que eu tinha observado na minha visão ao princípio, veio rapidamente, voando, e me tocou à hora do sacrifício da tarde. Ele queria instruir-me, falou comigo e disse: Daniel, agora, saí para fazer-te entender o sentido. No princípio das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu vim, para to declarar, porque és mui amado; considera, pois, a coisa e entende a visão”.

A aparência do anjo que ele viu foi completamente diferente da de Ezequiel, em primeiro lugar, porque a mensagem que Deus queria lhe transmitir era diferente da revelada ao outro profeta; em segundo, porque ele estava entrando em contato com outra hierarquia de anjos (arcanjos), dos quais este era um anjo mensageiro. Gabriel é também conhecido como o “mensageiro das boas novas”, pois foi ele o portador das promessas de Deus para Zacarias, pai de João Batista (Lc 1: 19), Maria, mãe de Jesus (Lc 1: 26) e os pastores (Lc 2: 9-11). As mesmas palavras ou símbolos foram usados para descrever o resplendor do anjo. Também a sua forma era humana.

• Dn 10: 4-12: “No dia vinte e quatro do primeiro mês, estando eu à borda do grande rio Tigre, levantei os olhos e olhei, e eis um homem vestido de linho, cujos ombros estavam cingidos de ouro puro de Ufaz (*); o seu corpo era como o berilo, o seu rosto como um relâmpago, os seus olhos, como tochas de fogo, os seus braços e os seus pés brilhavam como bronze polido; e a voz das suas palavras era como o estrondo de muita gente [provavelmente, Jesus, antes da Sua encarnação]. Só eu, Daniel, tive aquela visão; os homens que estavam comigo nada viram; não obstante, caiu sobre eles grande temor, e fugiram e se esconderam. Fiquei, pois, eu só e contemplei esta grande visão, e não restou força em mim; o meu rosto mudou de cor e se desfigurou, e não retive força alguma. Contudo, ouvi a voz das suas palavras; e, ouvindo-a, caí sem sentidos, rosto em terra. Eis que certa mão me tocou [Agora, um mensageiro do Senhor, Gabriel ou outro anjo], sacudindo-me e me pôs sobre os meus joelhos e as palmas das minhas mãos. Ele me disse: Daniel, homem muito amado, está atento às palavras que te vou dizer; levanta-te sobre os pés, porque eis que te sou enviado. Ao falar ele comigo esta palavra, eu me pus em pé, tremendo. Então, me disse: Não temas, Daniel, porque, desde o primeiro dia em que aplicaste o coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, foram ouvidas as tuas palavras; e, por causa das tuas palavras, é que eu vim”.

(*) Ufaz: Uma localidade não identificada e de onde vinha ouro fino. Entretanto, pode ter sido um termo técnico com o sentido de “ouro refinado” (1 Rs 10: 18: müphãz; Is 13: 12: mippãz, semelhante à definição de “ouro puro”; zãhãbh tãhôr de 2 Cr 9: 17). Outros estudiosos preferem ler ’üphïr (Ofir) em lugar de ‘uphaz, por causa da semelhança dos caracteres hebraicos para z e r.

• Dn 10: 13-19: “Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu por vinte e um dias; porém Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu obtive vitória sobre os reis da Pérsia. Agora, vim para fazer-te entender o que há de suceder ao teu povo nos últimos dias [o mensageiro do Senhor referido acima, Gabriel ou outro anjo]; porque a visão se refere a dias ainda distantes. Ao falar ele comigo estas palavras, dirigi o olhar para a terra e calei. E eis que uma como semelhança dos filhos dos homens me tocou nos lábios; então, passei a falar e disse àquele que estava diante de mim: meu senhor, por causa da visão me sobrevieram dores, e não me ficou força alguma. Como, pois, pode o servo do meu senhor falar com o meu senhor? Porque, quanto a mim, não me resta já força alguma, nem fôlego ficou em mim. Então, me tornou a tocar aquele semelhante a um homem e me fortaleceu; e disse: Não temas, homem muito amado! Paz seja contigo! Sê forte, sê forte. Ao falar ele comigo, fiquei fortalecido e disse: fala, meu senhor, pois me fortaleceste”.

Aqui temos comentários importantes sobre as visões de Daniel. Ele estava extremamente fraco pela luta espiritual que estava enfrentando e impedindo-o de saber a verdade do que o Senhor queria lhe transmitir. Ficara em jejum por vinte e um dias (Dn 10: 2-3); estava extremamente sensível ao mundo espiritual. Pela aparência do mensageiro divino descrita antes no v. 6-7 podemos pensar no próprio Jesus, antes da Sua encarnação, a quem a bíblia muitas vezes chama de “O Anjo do Senhor”. Difícil dizer se no cap. 10 era o anjo Gabriel, como ficou tão claro nas referências bíblicas anteriores (Dn 9: 21 e Dn 8: 16).

Outro comentário pertinente aqui é a presença de mais um anjo relatada por Daniel. Trata-se de um anjo de guerra, um príncipe deles, na verdade, que é o arcanjo Miguel. Gabriel (também um arcanjo) disse ao profeta que a revelação que buscava estava sendo impedida por principados das trevas; estes demoraram vinte e um dias para cair, o tempo de jejum de Daniel, mas Miguel estava ao seu lado para lhe dar vitória e permitir que o servo de Deus recebesse a revelação:
• Dn 10: 21: “Mas eu te declararei o que está expresso na escritura da verdade; e ninguém há que esteja ao meu lado contra aqueles [ele se referia ao príncipe da Grécia e o da Pérsia], a não ser Miguel, vosso príncipe”.

Há outra referência em Jd 9: “Contudo, o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo e disputava a respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a proferir juízo infamatório contra ele; pelo contrário, disse: O Senhor te repreenda!”

Os arcanjos são, portanto, uma hierarquia de anjos abaixo dos serafins e querubins, e que parecem ser responsáveis por proteger o povo do Senhor, fazê-lo prosperar e lhe dar as boas novas da parte de Deus.

A bíblia só revela o nome de três anjos

Em relação à experiência de Daniel que foi escrita acima podemos dizer que ela nos ensina algo: embora muitas teorias tentem dizer que há vários nomes de anjos, na bíblia apenas três têm seus nomes revelados: Miguel, Gabriel e Apoliom (Abadom) o anjo descrito no Apocalipse (Ap 9: 11: “e tinham sobre eles [os gafanhotos, personificação de demônios], como seu rei, o anjo do abismo, cujo nome em hebraico é Abadom, e em grego, Apoliom”). Abadom é o anjo satânico do abismo, cujo nome em grego significa ‘Destruidor’; em hebraico ’abhaddôn significa ‘Destruidor, i.e., Anjo Destruidor’ ou ‘lugar de destruição’ e é regularmente traduzido como tal em certas versões no Antigo Testamento para denominar a região dos mortos. Esta região era considerada pelos antigos judeus como “inferno”, seol em hebraico, hades e geenna em grego, este último nome proveniente de ge (vale de) hinnõm (Vale de Hinom), onde eram feitos sacrifícios idólatras ao sul de Jerusalém, principalmente a Moloque, o deus dos amonitas (2 Rs 17: 17; 31; 2 Rs 23: 10; 2 Cr 28: 2-3; 2 Cr 33: 6-7; Jr 19: 1-6). O significado de ‘Hinom’ é desconhecido; alguns sugerem: ‘Ben Hinom’, filho de Hinom [por causa do termo grego para o vale: Geenna – ge (vale de) hinnõm (Hinom)], dando a entender que é um nome próprio (2 Cr 28: 3; 2 Rs 23: 10 – ‘vale dos filhos de Hinom’). É também chamado de ‘Vale de Tofete’ (‘local de fogo’, ‘local de queima’ ou ‘local de torrefação’) pelos Cananeus (Jr 7: 31-32; Jr 19: 12). Também tem o significado de ‘fornalha’, ‘fogueira’ (Is 30: 33), ‘lugar de chama ou aborrecimento’. A palavra ‘Tofete’ pode ser vista em 2 Rs 23: 10; Jr 7: 30-32; Jr 19: 6; 12; Jr 32: 34-35. Em Jr 7: 32; Jr 19: 6 o nome é alterado pelo profeta para ‘vale da matança’. O ‘Devorador’ (de Ml 3: 11) ou Abadom (o ‘Destruidor’ – Ap 9: 11) é o demônio que foi liberado para matar todos os primogênitos do Egito (Êx 12: 12-13, 23).

Anjo Rafael

O conhecido Anjo Rafael não é na verdade um anjo criado por Deus, mas o próprio Espírito de Deus em ação de cura. Seu nome deriva de El = Deus; rafa = cura: O Senhor é o que sara (Êx 15: 26: “E disse: Se ouvires atento a voz do Senhor, teu Deus, e fizeres o que é reto diante dos seus olhos, e deres ouvido aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma enfermidade virá sobre ti, das que enviei sobre os egípcios; pois eu sou o Senhor, que te sara”).

Nosso comportamento em relação aos anjos

Os anjos são seres poderosos e cheios do resplendor divino, como diz a palavra (Sl 103: 20-21), entretanto, não devem ser adorados ou reverenciados como se eles fossem Deus. Só há um Deus a ser adorado: Jesus. Por isso, está escrito em:

• Sl 103: 20-21: “Bendizei ao Senhor, todos os seus anjos, valorosos em poder, que executais as suas ordens e lhes obedeceis à palavra. Bendizei ao Senhor, todos os seus exércitos, vós, ministros seus, que fazeis a sua vontade”.
• Hb 1: 13-14: “Ora, a qual dos anjos jamais disse: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés? Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação?”
• Ap 19: 10: “Prostrei-me ante os seus pés para adorá-lo. Ele, porém, me disse: Vê, não faças isso; sou conservo teu e dos teus irmãos que mantêm o testemunho de Jesus; adora a Deus. Pois o testemunho de Jesus é o espírito da profecia”.
• Ap 22: 8-9: “Eu, João, sou quem ouviu e viu estas coisas. E, quando as ouvi e vi, prostrei-me ante os pés do anjo que me mostrou essas coisas, para adorá-lo. Então, ele me disse: Vê, não faças isso; eu sou conservo teu, dos teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus”.

Acender velas e fazer pedidos e orações a eles não é certo. As orações devem ser feitas a Deus Pai, em nome de Jesus (Jo 14: 13-14; Jo 15: 16).

Outras referências aos arcanjos estão em:
• 1 Ts 4: 16-17: “Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor” (Paulo escreveu em relação à segunda vinda de Cristo).
• Jd 9: “Contudo, o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo e disputava a respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a proferir juízo infamatório contra ele; pelo contrário, disse: O Senhor te repreenda!”

Os anjos, abaixo dos arcanjos

Abaixo dos arcanjos vem a hierarquia dos anjos, que pode se referir tanto a mensageiros humanos quanto a sobrenaturais, sob um ponto de vista mais abrangente, pois em hebraico, ‘anjo’ significa ‘mensageiro’, como também são conhecidos os profetas de Deus. O nome Malaquias, por exemplo, o profeta de Deus, significa “meu mensageiro”.

Uma última palavra antes da nossa conclusão. Trata-se da existência ou não dos anjos que chamamos “anjos da guarda”, ou seja, de anjos específicos determinados por Deus para guardar uma pessoa. A bíblia não é tão específica quanto a isso; apenas sugere esta possibilidade:
• Mt 18: 10 (em referência às crianças que Jesus tinha pegado nos braços para abençoar): “Vede, não desprezeis a qualquer destes pequeninos; porque eu vos afirmo que os seus anjos nos céus vêem incessantemente a face de meu Pai celeste”.
• At 12: 7-8; 11-15 (quando Pedro é liberto da prisão por um anjo do Senhor e vai até a casa de Maria, mas a criada não abre a porta porque fica assustada e as pessoas pensam que se trata do ‘anjo de Pedro’): “Eis, porém, que sobreveio um anjo do Senhor, e uma luz iluminou a prisão; e, tocando ele o lado de Pedro, o despertou, dizendo: Levanta-te depressa! Então, as cadeias caíram-lhe das mãos. Disse-lhe o anjo: Cinge-te e calça as sandálias. E ele assim o fez. Disse-lhe mais: Põe a capa e segue-me... Então, Pedro, caindo em si, disse: Agora, sei, verdadeiramente, que o Senhor enviou o seu anjo, e me livrou da mão de Herodes e de toda a expectativa do povo judaico. Considerando ele a sua situação, resolveu ir à casa de Maria, mãe de João, cognominado Marcos, onde muitas pessoas estavam congregadas e oravam. Quando ele bateu no postigo do portão, veio uma criada, chamada Rode, ver quem era; reconhecendo a voz de Pedro, tão alegre ficou, quem nem o fez entrar, mas voltou correndo para anunciar que Pedro estava junto do portão. Eles disseram: estás louca. Ele, porém, persistia em afirmar que assim era. Então, disseram: É o seu anjo”.

Quando Jesus estava em agonia no Getsêmani, Lucas descreve que Deus enviou um anjo para consolá-lO, mas não se referiu especificamente ao Seu anjo da guarda: “[Então, lhe apareceu um anjo do céu que o confortava. E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra]” (Lc 22: 43-44).


O anjo aparece para Jesus no Getsêmani


Muitos outros servos de Deus viram anjos e foram ajudados por eles em diversas situações. Às vezes, a palavra ‘anjo’, na bíblia, foi escrita com letra maiúscula (‘Anjo do SENHOR’), dando a entender que se tratava do próprio Jesus. Alguns exemplos de servos de Deus que tiveram a visão e o auxílio de anjos: Abraão e Sara, Josué, Zacarias o pai de João Batista, Maria mãe de Jesus, José pai de Jesus, Maria Madalena e as mulheres que foram ao túmulo de Jesus no domingo de manhã, o profeta Elias, Gideão, a mãe de Sansão e seu marido Manoá, Pedro, o centurião Cornélio, Jacó, Isaías, Daniel, Ezequiel, o apóstolo João, os pastores que presenciaram o nascimento de Jesus.

Conclusão

Deus envia os anjos, Seus mensageiros (significado da palavra anjo, em hebraico, muitas vezes também em referência aos profetas e sacerdotes – Ml. 2: 7) para trazer revelações e visões quando um filho Seu está necessitado dela. Ele é quem comanda todas as coisas e determina a maneira de se revelar e de se manifestar aos homens. Também chegamos ao entendimento que há várias categorias de anjos, cada uma delas criadas pelo Senhor com um propósito. Os anjos estão sob o nosso comando, pois servem a Deus e a todos os que receberam dEle a autoridade sobre o mundo espiritual, ou seja, a todos os que são fiéis à Sua palavra. Por isso, não devem ser objeto de veneração ou adoração. Acender velas e fazer pedidos e orações a eles não é certo. As orações devem ser feitas a Deus Pai, em nome de Jesus (Jo 14: 13-14; Jo 15: 16).

Este texto se encontra no livro:


livro evangélico: Curiosidades e Revelações

Curiosidades e Revelações (PDF)

Curiosities and Revelations (PDF)


Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti

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