Aprendizados com a história de vida do personagem bíblico Noé. Ele construiu uma arca de madeira e nela pôs os animais e sua família antes de vir o Dilúvio, que destruiu todos os seres vivos. Veja a “tabela das nações” no final da página.
Textos de referência: Gn 6 a 10
Resumo:
O gênero humano tinha se corrompido e Deus decidiu destruir a criação que tinha feito. Mas encontrou Noé, homem justo e temente a Ele, com quem decidiu fazer uma aliança (Gn 6: 18) e, a partir daí, recomeçar a história da humanidade. Em Gn 5: 32 a bíblia fala que Noé tinha três filhos e com quinhentos anos de idade foi chamado por Deus para construir uma arca que o protegesse, assim como a sua família e os animais da terra, do Dilúvio que estava por vir. Deus o orientou a construir uma arca de cipreste calafetada com betume de aproximadamente 300 x 50 x 30 côvados (NVI: 1 côvado = mais ou menos 45 cm), portanto, 135 m x 22,5 m x 13,5 m. O Senhor o orientou a separar sete pares de animais limpos e um par de animais imundos e colocá-los na arca (Gn 6: 19; Gn 7: 2). O termo hebraico para arca (têbhath) significa: caixa, cofre. A arca levou cem anos para ser construída (Gn 5: 32; Gn 7: 6). No ano seiscentos da vida de Noé veio o Dilúvio, no 17º dia do segundo mês (Gn 7: 11) e durou quarenta dias e quarenta noites (Gn 7: 17). A bíblia fala também que o nível das águas cobriu os montes por sete metros. Quando as águas se escoaram a arca repousou sobre as Montanhas de Ararate, mas Noé aí permaneceu ainda por muitos meses até as águas secarem totalmente. Aos vinte e sete dias do segundo mês do ano seguinte a terra estava seca (Gn 8: 14) e, então, Noé e sua família saíram da arca. Noé levantou um altar ao Senhor como holocausto e Deus os abençoou (Gn 9: 1) como tinha feito com Adão e Eva, dando-lhes fertilidade e prosperidade. Em Gn 9: 6, para que houvesse respeito pela vida e para que cada um visse nos outros a imagem de Deus, o Senhor disse que, se houvesse morte, essa morte seria também vingada pelo sangue (pena de morte). A aliança estabelecida com Noé foi que Deus jamais destruiria novamente Sua criação com outro Dilúvio. O sinal desta aliança seria a presença de um arco-íris no céu. Através de Sem, Cam e Jafé, filhos de Noé, o Senhor repovoou a terra. De Sem nasceram os povos semitas (Gn 10: 24-29; 1 Cr 1: 1-27, os descendentes de Héber: povos israelitas e não israelitas como os moabitas, os amonitas, os árabes, os acadianos e os arameus: sírios e assírios que ocuparam grande parte da Mesopotâmia). De Cam descenderam os povos do Egito, Etiópia, Norte da África e Canaã; e de Jafé, os povos indo-europeus. Noé era lavrador e plantou uma vinha. Ao beber o vinho embriagou-se e se pôs nu dentro de sua tenda. Cam, vendo a nudez do pai, falou com os irmãos que, andando de costas, cobriram-no com um manto para nada verem. Quando se viu novamente sóbrio, Noé amaldiçoou Cam para que fosse servo dos seus irmãos. Assim, feita a aliança com o homem, Deus espalhou os povos sobre a terra.
1) Dentro da arca se encontra o projeto de Deus: Noé significa: “trabalho do Senhor, repouso, consolo, Deus trouxe alívio”. Deus trabalhou com Noé para cumprir o Seu propósito para os homens. Nós, hoje, somos uma arca, um vaso nas mãos do Senhor, onde Ele guarda Seu propósito eterno e, através de nós, deseja mudar o rumo da humanidade lembrando os povos da Sua aliança.
2) Integridade, justiça e fidelidade a Deus: “Noé era homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos; Noé andava com Deus” (Gn 6: 9). Noé era diferente de todas as pessoas da época. Em meio a um ambiente decaído e uma sociedade depravada e sem compromisso com Deus, ele manteve sua integridade e não negou seu relacionamento com o Criador. Não se importou com o externo, mas com o que o seu interior o aconselhava. Manteve-se fiel ao Senhor, por isso pôde ouvir Sua voz e obedecer ao Seu chamado. Quando não nos importamos com as influências à nossa volta, mas conservamos no nosso coração o compromisso de sermos fiéis a Deus nós podemos ouvir Seu chamado com clareza e, portanto, sermos preservados da destruição que os desobedientes experimentam. Integridade significa: sermos autênticos, coerentes, ou seja, andarmos de acordo com o que pregamos, o nosso exterior refletindo exatamente o nosso interior.
3) Obediência e fé: “Assim fez Noé, consoante a tudo o que Deus lhe ordenara” (Gn 6: 22). Embora Noé não tenha sido reconhecido como “pai da fé” como Abraão, ele exercitou sua fé em Deus, obedecendo-Lhe sem questionar, quando tudo ao redor parecia contrário e improvável. Aos olhos humanos o que ele fazia parecia loucura, mas não se importou com as opiniões dos outros, pelo contrário, permaneceu na visão divina.
4) Aproveitou a situação para exercitar seu ministério profético: a sua atitude de obediência, exteriorizada através de uma ação prática (construir a arca) era uma forma de pregar o juízo vindouro de Deus sobre os que não se arrependessem. Deu ao povo a chance de conhecer o seu Deus e experimentar Seu livramento, mas não o ouviram, como aconteceu com outros profetas que vieram depois dele. O povo optou pelo pecado, pelo comodismo e pela falta de compromisso com o Altíssimo.
5) Perseverança e determinação: “Era Noé da idade de quinhentos anos e gerou a Sem, Cam e Jafé... Tinha Noé seiscentos anos de idade, quando as águas do dilúvio inundaram a terra” (Gn 5: 32; Gn 7: 6). Noé levou cem anos para realizar o projeto de Deus, pois muito provavelmente não tinha a ajuda dos outros, no máximo de sua própria família. Passaram-se cem anos até o Senhor cumprir o que prometera. Noé teve que permanecer firme na Palavra, usar sua força para ir em frente e não desistir, confiando Naquele que tinha feito a promessa.
6) Adoração e gratidão: “Levantou Noé um altar ao Senhor e, tomando de animais limpos e de aves limpas, ofereceu holocaustos sobre o altar” (Gn 8: 20). Assim como outros homens na bíblia que experimentaram o poder de Deus em suas vidas, Noé ergueu um altar a Ele em adoração e gratidão pelo livramento e pela promessa cumprida. Depois que o “dilúvio” leva as coisas mortas e as iniqüidades das nossas vidas, podemos e devemos erguer um altar ao Senhor, declarando-O o Único no nosso coração. Ele passa a ocupar o centro da nossa vontade e nos dar uma nova história.
7) Usou a autoridade de líder e profeta que Deus lhe tinha dado: “Despertando Noé do seu vinho, soube o que fizera o filho mais moço e disse: Maldito seja Canaã; seja servo dos servos a seus irmãos. E ajuntou: Bendito seja o Senhor, Deus de Sem; e Canaã lhe seja servo. Engrandeça Deus a Jafé, e habite ele nas tendas de Sem; e Canaã lhe seja servo” (Gn 9: 24-27). Agiu como profeta, como instrumento de Deus para fazer justiça, liberando a bênção sobre Sem e Jafé e a maldição sobre Cam, colocando a vontade e a justiça divina acima das ligações carnais. Não deixou que nada o trouxesse de volta ao passado nem competisse mais com o senhorio do Senhor na sua vida. Viu, talvez, depravação moral em Cam e amaldiçoou o pecado em nome de Deus. Não permitiu que se repetisse a história anterior de pecado dentro de sua própria casa e na nova terra que Ele lhe tinha dado. Assim, quando conquistamos a bênção, não devemos mais viver dos erros do passado, mas das novidades de Deus, e zelar pelo que Ele nos confiou.
8) Noé pôde experimentar a proteção de Deus pela sua fidelidade mesmo no período da tribulação: “Durou o dilúvio quarenta dias sobre a terra; cresceram as águas e levantaram a arca de sobre a terra” (Gn 7: 17). O número 40 na bíblia se refere a uma geração ou a um período de aprendizado. Noé, assim como todos nossos irmãos do passado, foi provado e venceu a prova, sobreviveu ao Dilúvio. Mesmo com as águas destruidoras ao seu redor, foi protegido por Deus e superou as dificuldades, como um prêmio pela sua integridade e fidelidade. Nesse período que ficou dentro da arca, com certeza, teve tempo de meditar e ouvir Sua voz; teve tempo para ser preparado para uma nova maneira de viver; teve tempo até de conhecer melhor sua família e instruí-la nos caminhos do Senhor; teve tempo para aprender. Da mesma forma acontece conosco: somos protegidos quando somos fiéis a Deus e temos tempo de aprender com Ele, mesmo nos períodos de tribulação da nossa vida, nos lembrando sempre que Ele é que está no comando do “nosso barco”.
9) Deus responde às nossas orações e ao nosso louvor (holocaustos) quando O colocamos em primeiro lugar na nossa vida: “Levantou Noé um altar ao Senhor e, tomando de animais limpos e de aves limpas, ofereceu holocaustos sobre o altar. E o Senhor aspirou o suave cheiro e disse consigo mesmo: Não tornarei a amaldiçoar a terra por causa do homem, porque é mau o desígnio íntimo do homem desde a sua mocidade; nem tornarei a ferir todo vivente, como fiz. Enquanto durar a terra, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8: 20-22). Em Gn 9: 1 está escrito: “Abençoou Deus a Noé e aos seus filhos e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra”. A mesma bênção que tinha sido dada a Adão antes do pecado estava sendo reafirmada sobre a humanidade, agora, na pessoa de Noé. Quando o Senhor passa a ser verdadeiramente nosso ‘centro’ podemos experimentar Sua recompensa e Sua bênção.
De Sem: Elão, Assur, Arfaxade, Lude, Arã, Uz, Hul, Geter, Meseque, Salá, Héber, Pelegue, Joctã, Almodá, Salefe, Hazar-Mavé, Jerá, Hadorão, Uzal, Dicla, Ebal, Abimael, Sabá, Ofir (Ufaz), Havilá, Jobabe.
De Cam: Cuxe, Mizraim (Egito), Pute, Canaã, Sebá, Havilá, Sabtá, Raamá, Sabtecá, Ninrode, Sabá, Dedã, Ludim, Anamim, Leabim, Naftuim, Patrusim; Casluim e Caftorim [Gn 10: 14; 1 Cr 1: 12; Dt 2: 23 (kaphtõrïm – Strong #3732; 3731); Jr 47: 4; Am 9: 7 – os dois povos dos quais descendem os filisteus]; Sidom, Hete, os jebuseus, amorreus, girgaseus, heveus, arqueus, sineus, arvadeus, zemareus, hamateus.
De Jafé: Gomer, Magogue, Madai, Javã, Tubal, Meseque, Tiras, Asquenaz, Rifate, Togarma, Elisá, Társis, Quitim, Rodanim.
Shem: Elam, Asshur, Arphaxad, Lud, Aram, Uz, Hul, Gether, Meshech, Shelah, Eber, Peleg, Joktan, Almodad, Sheleph, Hazarmaveth, Jerah, Hadoram, Uzal, Diklah, Obal, Abimael, Sheba, Ophir, Havilah, Jobab.
Ham: Cush, Mizraim (Egypt), Put, Canaan, Seba, Havilah, Sabtah, Raamah, Sabteca, Sheba, Dedan, Nimrod, Ludim, Anamim, Lehabim, Naphtuhim, Pathrusim, Casluhim and Caphtorim [their descendants were the Philistines; Gen. 10: 14; 1 Chr. 1: 12; Deut. 2: 23 (kaphtõrïm – Strong #3732; 3731); Jer. 47: 4; Am. 9: 7], Sidon, Heth, Jebusites, Amorites, Girgashites, Hivites, Arkites, Sinites, Arvadites, Zemarites, Hamathites.
Japheth: Gomer, Magog, Madai, Javan, Tubal, Meshech, Tiras, Ashkenaz, Riphath, Togarmah, Elishah, Tarshish, Kittim, Rodanim.
• O número 70 corresponde ao número de nações (povos) que repovoaram a terra após o Dilúvio (Gn 10: 1-32; 1 Cr 1: 5-23). Assim, também os descendentes de Jacó foram uma maneira de povoar o Egito; um grande momento para a humanidade, cumprindo-se parte da promessa de fazer de Abraão uma grande nação. Portanto, o número setenta pode simbolizar um tempo de reconstrução, de encher de novo a nossa terra que foi assolada.
‘ TABELA DAS NAÇÕES’ – Gn 10: 1-32 (NAÇÕES ORIGINADAS DOS FILHOS DE NOÉ)
‘TABLE OF NATIONS’ – Gen. 10: 1-32 (NATIONS DESCENDANTS OF NOAH’S SONS)
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“Noé”
Curso para Ensino Bíblico – nível 1 (PDF)
Biblical Teaching Course – first level (PDF)
Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti
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