Aprendizados com a história de vida do personagem bíblico Isaque, filho de Abraão e Sara, e que foi poupado do sacrifício no monte Moriá pela fé de seu pai. Isaque significa ‘riso’. Qual a importância do monte Moriá?


Personagens bíblicos – Isaque




Textos de referência: Gn 17: 19; Gn 21: 1-7; Gn 22: 1-19; Gn 24 a Gn 27

Resumo:

Em Gn 17: 19 Deus diz a Abraão que Sara dará à luz um filho e lhe porá o nome de Isaque (hebr. Yiçhãq, riso). Podemos ver aqui que foi Deus que lhe deu o nome: “Deus lhe respondeu: De fato, Sara, tua mulher, te dará um filho, e lhe chamarás Isaque; estabelecerei com ele a minha aliança, aliança perpétua para a sua descendência”. Isaque nasceu e foi circuncidado no oitavo dia como sinal da aliança com o Senhor (Gn 21: 1-7).

Isaque também foi posto à prova quando Deus disse a Abraão que Lhe oferecesse seu único filho como holocausto no Monte Moriá. Em Gn 22: 12 pela palavra usada pelo Senhor (“Não estendas a mão sobre o rapaz e nada lhe faças, pois sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho”), podemos imaginar que Isaque não era mais uma criança indefesa, poderia se defender se quisesse, mas a bíblia não disse que ele reagiu. De acordo com a tradição judaica, Isaque tinha aproximadamente trinta e sete anos de idade quando Abraão o levou a Moriá e foi um sacrifício voluntário que se pôs no altar. Mas por causa desse ato, Deus pôde mais tarde dar Jesus para morrer pela humanidade.

Moriá significa: ‘escolhido por Deus, visto por Deus’. Davi comprou aquele lugar do jebuseu Ornã, ou Araúna, por um alto preço: seiscentos siclos de ouro (1 Cr 21: 25), que correspondia a cinqüenta siclos de prata por cada tribo de Israel (2 Sm 24: 24). E ali seria, mais tarde, o lugar escolhido pelo Senhor para edificar o templo de Salomão: “Começou Salomão a edificar a Casa do Senhor, em Jerusalém, no monte Moriá, onde o Senhor aparecera a Davi, seu pai, lugar que Davi tinha designado na eira de Ornã, o jebuseu” (2 Cr 3: 1). Acredita-se que a mesquita ‘O Domo da Rocha’, em Jerusalém hoje, está construída sobre o antigo monte Moriá, onde Abraão levou Isaque ao sacrifício.


Abraão e Isaque


Abraão enviou Eliézer, seu servo, à sua parentela em Padã-Arã (Gn 24: 1-4; Gn 25: 20) para tomar esposa para seu filho Isaque. O servo lá chegou e encontrou Rebeca, filha de Betuel, filho de Milca e Naor, irmão de Abraão. Ela o levou à sua casa e o apresentou à sua família. Rebeca tinha um irmão chamado Labão, que se sentiu interessado na história de Eliézer, pois viu as jóias que este tinha dado a ela. Passaram ali a noite, ele e toda a sua comitiva, e pela manhã resolveram partir. Rebeca quis ir com ele e foi abençoada pela família com a bênção semelhante à que Deus tinha dado a Abraão: “Abençoaram a Rebeca e lhe disseram: és nossa irmã; sê tu a mãe de milhares de milhares, e que a tua descendência possua a porta dos seus inimigos” (Gn 24: 60). Partiu Rebeca com suas moças e sua ama [Débora – cf. Gn 35: 8] para o Neguebe para se encontrar com Isaque. Ele a tomou por esposa. Isaque tinha, segundo a bíblia, quarenta anos (Gn 25: 20) quando se casou com Rebeca. Abraão morreu com cento e setenta e cinco anos e foi enterrado por Isaque e Ismael junto com Sara (Gn 25: 7-10).

O nome ‘Rebeca’, em hebraico, Ribkah ou Ribqah (רבקה – Strong #7259), significa ‘laço’ ou ‘corda com laço’, ou seja, ‘obstruir ou entupir amarrando o boleto (a parte inferior da perna do cavalo)’, ‘acorrentado’ (pela beleza); por conseguinte, ‘aquela que une’, ‘união’, ‘ligação’, ‘uma donzela cuja beleza prende os homens’, como Rebeca era bela (Gn 24: 16; Gn 26: 6; 9) e prendeu Isaque a ela pelo amor (Gn 24: 67).

Rebeca também era estéril (Gn 25: 21) e Isaque intercedeu por ela junto ao Senhor. Deus ouviu sua oração e Rebeca engravidou. No seu ventre foram gerados gêmeos. Os dois lutavam e naquela ocasião Deus já lhe disse que o mais velho serviria ao mais moço, ao contrário do que devia se esperar. O primeiro nasceu ruivo e coberto de pêlos, por isso, o chamaram Esaú, que quer dizer: peludo, cabeludo. Depois nasceu o irmão e segurava com a mão o calcanhar de Esaú; por isso, o chamaram Jacó (o suplantador, o enganador, o que segura pelo calcanhar). Isaque tinha sessenta anos quando nasceram seus filhos (Gn 25: 26). Os meninos cresceram. Isaque amava Esaú e Rebeca, Jacó.

Como veio fome à terra, Isaque foi a Gerar para falar com Abimeleque, o filisteu. O Senhor lhe disse que permanecesse ali e não descesse ao Egito e confirmou sobre Isaque a mesma bênção da descendência dada para Abraão (Gn 26: 2-6). Então, Isaque ficou em Gerar. Ali, aconteceu caso semelhante com o que tinha acontecido com Abraão e Sara: Isaque disse aos homens da terra que Rebeca era sua irmã, com medo de ser morto pelos filisteus, mas Abimeleque descobriu a farsa e, com temor do juízo de Deus, proibiu qualquer um de tocar em Rebeca.

Isaque ficou ali, semeou e prosperou porque o Senhor o ajudava. Ficou riquíssimo. Os filisteus o invejaram e entulharam todos os poços que os servos de Abraão tinham cavado naquela região; eles os encheram de terra. Isaque saiu e se acampou no vale, reabrindo os poços que se cavaram nos dias de seu pai e que os filisteus tinham entulhado. Deu-lhes os mesmos nomes. Seus servos acharam um poço de água nascente e os pastores de Gerar contenderam com eles pelo poço de Eseque (= opressão, contenda). Cavaram os servos de Isaque outro poço e também houve contenda por causa dele (poço de Sitna = luta, cansaço, inimizade). Cavaram um terceiro poço e aí não houve contenda, por isso, o chamou Reobote (= espaço, lugar extenso). O Senhor o prosperou na terra.

Dali subiu para Berseba e, na mesma noite, o Senhor lhe apareceu confirmando mais uma vez Sua bênção sobre ele (Gn 26: 24). Então, levantou um altar a Ele e seus servos abriram um poço. Ali armou sua tenda. Fez também aliança com Abimeleque e o nome do poço, o mesmo que tinha sido aliança entre Abraão e Abimeleque, foi Berseba (poço dos sete ou poço do juramento). Isaque estava trilhando os mesmos passos de Abraão, aprendendo a confiar em Deus através das provações da vida.

Esaú, com quarenta anos, tomou duas esposas hetéias (Judite e Besamate), que foram amargura de espírito para Isaque e Rebeca (Gn 26: 34-35). Mais tarde, tomou por esposa a Maalate (filha de Ismael e neta de Abraão – Gn 28: 8-9). Tomou também mulheres entre as filhas de Canaã (Ada – hetéia, e Oolibama – hevéia). Na região de Edom, a sudeste do Mar Morto, em Seir (terra montanhosa na região de Edom), Esaú se fixou e estabeleceu descendência. Como tinha aberto mão do seu direito de primogenitura para Jacó por um cozido de lentilhas (Gn 25: 27-34), agia como um ímpio, não dando valor à promessa de Deus feita a Abraão.

Isaque já velho e enfraquecido quis abençoar os filhos. Seus olhos não enxergavam mais com nitidez. Pediu a Esaú que lhe fizesse uma comida saborosa de caça. Mas para se cumprir a palavra profética que Deus tinha dado a Rebeca, quando ainda os filhos estavam no seu ventre, de que o mais moço é que herdaria a bênção dada a Abraão, Jacó, usando de fraude, chegou primeiro e Isaque o abençoou como primogênito. Isaque morreu com cento e oitenta anos (Gn 35: 28) em Hebrom, onde peregrinou seu pai.

Aprendizados com Isaque

1) Isaque foi o filho da promessa, do milagre de Deus, por isso seu nome foi dado pelo próprio Deus e não foi mudado como o de Abrão e Jacó. Seu nome significa riso e ele viu a mão do Senhor sobre sua vida em bênção e proteção, poupando-o do sacrifício e cumprindo nele a promessa dada para sua descendência. Como ele tinha sido motivo de riso na vida de Abraão e Sara, a ação divina em sua vida também foi para ele motivo de riso, apesar das provações que passou. Assim também é conosco: nós podemos mostrar o riso sincero e verdadeiro de quem crê na palavra de Deus, mesmo que ainda não vejamos a promessa cumprida. Mantermo-nos na presença do Senhor como ele ficou nos garante livramento.

2) Ficou na presença de Deus apesar dos momentos difíceis e confiou, ou seja, ficou na total e completa dependência de Deus. Podemos ver isso quando esteve em Moriá, quando dependeu do Senhor para escolher sua esposa e quando esteve na terra dos filisteus (Gn 26: 2-6) e no caso dos poços disputados com Abimeleque.

3) O que Deus nos dá nós não perdemos mais: Isaque reabriu os poços cavados pelo pai e entulhados pelo inimigo, mas para não haver contendas maiores e até morte, abriu outro, quando o Senhor lhe deu, e não o perdeu mais (Reobote = lugares amplos). Aqui temos dois ensinamentos interessantes sobre os poços. Um ensinamento positivo é que seguiu os passos do pai como uma maneira de reafirmar sua fé como descendente da promessa e tentou reabrir os poços que Abraão havia aberto, mas os inimigos entulharam, pois assim poderia recolocar a marca da família ali naquela terra. Entretanto, Deus não permitiu que os poços fossem recuperados por Isaque, pelo contrário, deixou que as contendas o afastassem deles até que ele descobrisse outra lição importante: recursos antigos não matam a sede, e sim os novos dados pelo Senhor. Ele não queria que Isaque andasse na visão dos antepassados (carne), nem nas vitórias e experiências de outros, mas nas suas próprias experiências e conquistas, buscando novas revelações divinas para sua vida. Não era preciso contender pelo que não tinha mais vida, pelo velho, pelo que já passou, pois o Altíssimo tinha lugares mais amplos (Reobote) para ele habitar e águas mais frescas para saciar sua sede.

4) Assim como Abraão, Isaque também foi um intercessor. Abraão intercedeu por Ló no caso de Sodoma e Gomorra; Isaque o fez por Rebeca que era estéril e Deus o ouviu. A oração transforma maldição em bênção, morte em vida, esterilidade em prosperidade.

5) Apesar dos nossos aparentes erros e fracassos, prevalece a vontade de Deus. Apesar de o primogênito ser Esaú, com direito à bênção dobrada do pai, e apesar de parecer que Isaque foi enganado, o plano de Deus estava se cumprindo, pois Ele tinha escolhido Jacó para herdar a bênção da primogenitura. Posteriormente (Gn 28: 4), Isaque aceitou o fato de que seu filho mais moço era quem o Senhor usaria para o cumprimento da promessa dada a Abraão. Por isso o abençoou, tornando-o herdeiro do mais importante bem da família: a amizade com Deus.

Vídeo de ensino

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Isaque

Este texto se encontra no livro:


livro evangélico: Curso para ensino bíblico – nível 1

Curso para Ensino Bíblico – nível 1 (PDF)

Biblical Teaching Course – first level (PDF)


Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti

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