Aprendizados com a história de vida dos personagens bíblicos Ana e Samuel. Ana chorou pedindo um filho a Deus. Ele lhe deu Samuel e ela o consagrou ao Senhor por toda a sua vida. Samuel foi um dos maiores profetas de Deus.

Lessons from the life story of the biblical characters Hannah and Samuel. Hannah wept, asking for a son to God. He gave her Samuel and she consecrated him to the Lord for his entire life. Samuel was one the greatest prophets of God.


Personagens bíblicos – Ana e Samuel




Textos de referência: 1 Sm 1–3; 1 Sm 7–16; 1 Sm 25: 1

Resumo:

Um homem de Efraim chamado Elcana (hebr. Elkaná, Deus consolou) tinha duas mulheres: Ana (Hannâ, ‘cheia de graça’) e Penina (‘coral’). Penina tinha filhos; Ana, não. Elcana era de linhagem levítica, mas não pertencia à linhagem de Anrão (1 Cr 6: 18; 27; 33-38), pois descendia do irmão deste: Isar. A bíblia escreve em 1 Sm 1: 1 a linhagem e a origem de Elcana com a genealogia levítica descrita acima no livro de Crônicas. Elcana era filho de Jeroão, filho de Eliú, filho de Toú, filho de Zufe, efraimita. Em 1 Cr 6: 34-35, o nome Eliel pode se referir à mesma pessoa de 1 Sm 1: 1 (Eliú); Toú em 1 Sm 1: 1 pode ser a mesma pessoa que Toá (1 Cr 6: 34); Zufe (1 Sm 1: 1) é confirmado em 1 Cr 6: 35. Zufe, provavelmente, era um levita que habitava na terra de Efraim.

Elcana morava na região montanhosa de Efraim, na cidade de Ramataim-Zofim, conhecida também como Ramá, a cidade de Samuel (1 Sm 7: 17). Havia em Israel mais duas cidades chamadas Ramá: uma em Benjamim (Js 18: 25), outra em Naftali (Js 19: 36).

Quando Elcana, uma vez por ano, em Siló, oferecia seu sacrifício ao Senhor, dava porções deste a Penina, a Ana e a seus filhos. Porém, dava a Ana porção dobrada porque a amava. Ana era estéril e Penina a provocava até irritá-la; assim Ana chorava e não comia. Elcana procurava consolá-la, tentava suprir com seu amor a necessidade que Ana tinha de ter filhos. No templo em Siló, Ana orou ao Senhor e chorou abundantemente derramando perante Ele sua alma e fez um voto de que se Ele lhe desse um filho homem ela o consagraria a Deus como Nazireu por toda a sua vida. Ana se demorou na presença do Senhor e o sacerdote Eli (hebr. = ‘Meu Deus’; aramaico = ‘altura’) viu que ela movia os lábios, mas não saía deles som algum e achou que estava embriagada. Ana lhe contou sua aflição e ele a despediu em paz, abençoando-a e desejando que Deus lhe concedesse o que pedira.

Ana voltou sem tristeza para sua casa em Ramá. Ela concebeu e teve um filho a quem chamou Samuel, pois dizia: “Do Senhor o pedi”. Provavelmente a sentença completa teria sido: “Pedi para ele um nome piedoso” (ref. O Novo Dicionário da Bíblia – J. D. Douglas – edições vida nova, 2ª edição 1995). Samuel (Shemü’el) significa: ‘nome de Deus’, ‘nome piedoso, ‘pedido de Deus’, ‘ouvido por Deus’.

Um ano após ter orado no templo pedindo um filho, Ana não subiu junto com Elcana para oferecer seu sacrifício anual, mas disse ao marido que, quando o menino fosse desmamado, com mais ou menos dois anos de idade, ela o levaria para ser apresentado ao Senhor e para lá ficar para sempre. Depois do desmame ela o levou a Eli, o sacerdote, e ali o deixou. Ana entoou um cântico de louvor e exaltação a Deus e voltou a Ramá.

Os filhos de Eli, Hofni (‘pugilista’ ou ‘pertencente ao punho’) e Finéias (‘negro’) eram homens pervertidos, indignos (“filhos de Belial” – Belial na bíblia pode se referir a um demônio, um anjo de hostilidade, ou simbolizar pessoas ímpias, pervertidas e sem valor) e não se importavam com o Senhor. Não exerciam corretamente os ofícios sacerdotais e, assim, pervertiam também o povo.

Samuel ministrava perante o Senhor, sendo ainda menino, vestido de uma estola sacerdotal de linho. De ano em ano, Ana lhe trazia uma túnica nova quando Elcana subia ao templo e Eli os abençoava. Deus também a abençoou e ela teve mais três filhos e duas filhas. O jovem Samuel crescia em estatura e no favor do Senhor e dos homens.

Veio um homem de Deus a Eli e lhe disse da parte do Senhor que Ele não se agradava dele nem de seus filhos e todos os seus descendentes morreriam jovens. Disse ainda que Hofni e Finéias morreriam no mesmo dia (o que de fato aconteceu quando os filisteus roubaram a arca do Senhor – 1 Sm 4: 11) e que Ele levantaria no seu lugar um sacerdote fiel, que lhe obedeceria; assim, sua descendência seria abençoada.

A bíblia fala que naqueles dias a palavra de Deus era muito rara e as visões não eram freqüentes. Sendo Samuel ainda jovem, o Senhor o chamou. Ele não tinha ainda a revelação de Deus; a bíblia fala que Samuel ainda não conhecia a voz do Senhor. Por três vezes Ele o chamou, mas o menino pensou que era Eli quem o chamava; até que na quarta vez ele disse: “Fala, Senhor, porque teu servo ouve”. Então, Deus lhe revelou o que iria acontecer a Israel num futuro próximo, principalmente, com Eli e sua casa. Samuel contou a este o que tinha ouvido, pois o sacerdote lhe pediu que dissesse tudo aquilo que o Senhor lhe tinha revelado. Samuel cresceu e suas palavras eram confiáveis, pois vinham da parte de Deus e todas se cumpriam. Todo o Israel o reconheceu como profeta do Senhor e Este continuou a aparecer a ele em Siló.


Profeta Samuel


Quando a arca da Aliança foi roubada pelos filisteus (por volta de 1063 AC, quando Samuel iniciou seu ministério), os dois filhos de Eli morreram e Samuel assumiu o ofício de sacerdote, pois aquele também faleceu ao saber da notícia da morte dos filhos. De ano em ano, Samuel fazia uma volta, passando por Betel, Gilgal e Mispa; e julgava a Israel em todos esses lugares – 1 Sm 7: 16. Mispa estava situada entre Efraim e Benjamim. Betel ficava em Efraim, e Gilgal ficava em Manassés do Oeste, próximo a Efraim.

Anos mais tarde, Samuel como juiz das questões religiosas, conclamou o povo ao arrependimento e a se voltar ao Senhor.

Os filhos de Samuel (Joel, ‘YHWH é Deus’, e Abias, ‘YHWH é Pai’, 1 Sm 8: 1-5) não foram bons juízes do povo, pois se inclinaram à avareza, aceitaram subornos e perverteram o direito. Então, o povo pediu um rei que governasse sobre ele. Samuel não só oficiava como juiz sobre questões religiosas, mas também estava envolvido com os negócios do estado, por isso os israelitas lhe pediram que ungisse um rei sobre eles. Deus permitiu e Saul foi ungido rei de Israel. Entretanto, suas atitudes trouxeram grande tristeza a Samuel, pois por duas vezes Saul desobedeceu às ordens divinas. Então, o Senhor o instruiu a ungir um sucessor de Saul e o profeta foi enviado à casa de Jessé em Belém de Judá, onde ungiu Davi como futuro rei. Eles dois (Samuel e Davi) voltaram a se encontrar anos mais tarde, quando Davi fugia de Saul, antes de Davi ser ungido rei de Judá em Hebrom.

A partir daí Samuel, “desaparece de cena” e a bíblia volta a falar sobre ele em 1 Sm 25: 1; 1 Cr 28: 3a, quando menciona sua morte e seu sepultamento em Ramá (Ramataim-Zofim, em Efraim). Morreu antes de ver Davi subir ao trono da nação. Joel o levita, filho de Samuel, gerou Hemã, um dos cantores da tribo dos coatitas separados para o louvor no reinado de Davi (1 Cr 6: 33-38).

Aprendizados importantes com Ana e Samuel

1) Jesus nos dá porção dobrada: Elcana é a figura de Jesus e, como amava Ana, dava-lhe porção dupla de alimento para compensá-la por sua aflição. Assim, somos escolhidos e amados do Senhor e Ele sempre tem para nós a porção dobrada das Suas bênçãos para nos consolar na nossa aflição e na nossa carência.

2) Ceder às provocações do inimigo tira a nossa força e nos faz rejeitar a graça de Deus: as provocações de Penina irritavam Ana e esta chorava e não comia. Ela rejeitava o consolo e o suprimento de Elcana porque dava atenção à sua rival; suas lágrimas embaçavam seus olhos e sua tristeza impedia de receber alimento e força para lutar. Da mesma forma, quando deixamos o adversário tirar nossa paz e nossa comunhão com Deus, não conseguimos usufruir o Seu melhor, pois nossa visão espiritual fica embaçada, da mesma forma que o choro nos tolda a visão física.

3) Perseverar no pedido e derramar o coração perante Deus traz solução: a bíblia fala que Ana se demorou na presença do Senhor, orando, o que chamou a atenção de Eli. Mesmo enfraquecida pelas provocações que ouvia, Ana derramou a amargura de sua alma diante do altar, se demorou ali, buscando a solução definitiva para seus problemas no trono de Deus. Por isso, voltou para casa justificada e satisfeita. A bíblia fala que seu semblante já não era triste. Nós devemos perseverar no nosso caminho, não abrindo mão dos nossos pedidos (sonhos), mesmo que tenhamos que chorar nossa aflição e nossa amargura diante do Senhor. O importante é crer que nEle está a solução para o que buscamos e Ele nos ouve.

4) Quando Deus é o autor do milagre, a honra é totalmente Sua: Deus foi o autor do milagre na vida de Ana, portanto, ela Lhe deu “as primícias” da sua bênção, que foi Samuel. Este foi consagrado ao Senhor como Nazireu por toda a vida. Podemos ver uma semelhança com mais duas situações onde o filho teve consagração de Nazireado vitalício: Sansão, cuja mãe foi resgatada da esterilidade, e João Batista, pois Isabel também era estéril. Nas três situações de impossibilidade humana (esterilidade), Deus fez o milagre e Lhe foi tributada a honra por isso; os filhos representaram as ofertas de primícias que Lhe foram dadas.

5) Deus consola aqueles que o buscam e honram: o Senhor conhecia o coração de Elcana e Ana e, como foi honrado por eles no seu voto, Ele os consolou dando-lhes aquilo que mais desejavam. Quando o colocamos em primeiro lugar em nossa vida, Ele nos consola, manifestando a Sua promessa.

6) Quando fazemos um voto devemos cumpri-lo e as primícias para Deus nos garantem novos frutos: o voto de Ana foi totalmente cumprido, por isso o Senhor a abençoou muito mais. Ela não só cumpriu o voto em si, mas Lhe deu o que primeiro frutificou em sua vida, por isso foi abençoada com novos filhos e filhas. Sua fidelidade não só gerou bênçãos para si, mas para a sua descendência, pois por seu intermédio Samuel foi também abençoado. Nossa fidelidade a Deus é preciosa e uma porta para que Sua abundância esteja sobre nós e não cesse mais.

7) Quando servimos ao Senhor de coração Sua unção vai aumentando: Samuel servia ao Senhor no templo e a cada ano Ana Lhe trazia uma túnica nova; isso significa que, a cada ano, Deus acrescentava ao Seu escolhido mais unção, mais conhecimento Dele e mais intimidade com Ele. Se formos constantes na nossa busca e no nosso crescimento espiritual, Deus nos honra aumentando a cada dia a unção do Seu Espírito, pois através dEle, poderemos ter mais conhecimento da verdade. Assim, Ele nos capacita com poder para realizarmos o Seu propósito aqui na terra.

8) Falta de compromisso gera conseqüências sérias: a falta de temor e de compromisso com suas funções sacerdotais fizeram com que Hofni e Finéias morressem e sua descendência sofresse a maldição decretada pelo Senhor. Eli também foi punido por não ter repreendido adequadamente os filhos e não tê-los corrigido pelo seu pecado.

9) É necessário um encontro particular com Deus para conhecê-lo de verdade: Samuel era jovem e ministrava no Tabernáculo junto com Eli, mas ainda não tinha experimentado um encontro pessoal com Deus, por isso não conhecia Sua voz e não entendia muitas coisas, porém, quando o Senhor lhe falou à noite e ele abriu sua mente para ouvi-lo, aí sim, lhe foi revelado Seu propósito como profeta e sacerdote de Israel. Não basta andarmos na revelação nem nas experiências dos outros. É necessário termos nossa própria revelação para sabermos, com exatidão, o que Ele quer de nós.

10) Deus sempre confirma Sua palavra: o Senhor falou duas vezes com Eli, usando pessoas diferentes para adverti-lo quanto à conduta errada de sua casa perante Ele. Usou em primeiro lugar outro profeta, e depois, o próprio Samuel. Quando Deus tem alguma mensagem importante para nos dar, vai falar a mesma coisa através de pessoas diferentes até que tenhamos entendido Seu recado.

11) A responsabilidade é pessoal, ou seja, o livre-arbítrio é individual: podemos ver referência sobre isso em Ez 18: 20; Dt 24: 16; 2 Cr 25: 4b; Jr 31: 30. Os pais não são responsáveis pelas escolhas pessoais dos filhos, nem os filhos pelas dos pais. Cada um receberá de Deus a justiça ou a punição de acordo com suas próprias escolhas. Samuel seguiu os caminhos piedosos de Elcana e Ana, por isso foi abençoado pelo Senhor e pôde viver debaixo de Sua graça (significado do nome Ana) e do Seu consolo (significado de Elcana). Entretanto, os filhos de Samuel não optaram pela mesma piedade e fidelidade a Deus, por isso foram rejeitados e desmoralizados como juízes de Israel. Desprezaram a herança que lhes tinha sido dada: ter Deus como Pai (Abias = YHWH é Pai) e Senhor (Joel = YHWH é Senhor), para seguir às inclinações da carne. Da mesma forma, os filhos de Eli foram negligentes para com Deus e se inclinaram para o mal, para a força da carne (Hofni = pugilista ou pertencente ao punho; Finéias = negro) e experimentaram a morte gerada pelo seu pecado. Não precisamos andar nos caminhos errados dos nossos pais, mas procurar seguir sempre a fidelidade e a obediência à Palavra; assim, seremos abençoados.


A terra das doze tribos
A TERRA DAS DOZE TRIBOS

Vídeo de ensino

Esse vídeo está em compartilhamento com meu Google Drive. Se estiver assistindo pelo celular, abra com o navegador, em modo paisagem e com tela cheia. Ele é parte do curso bíblico (ver link em dourado no alto das páginas).

Samuel

Este texto se encontra no livro:


livro evangélico: Curso para ensino bíblico – nível 1

Curso para Ensino Bíblico – nível 1 (PDF)

Biblical Teaching Course – first level (PDF)

Sugestão para download:


Genealogias bíblicas (PDF)

Genealogias bíblicas (PDF)

Biblical Genealogies (PDF)



Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti

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