As características de personalidade dos apóstolos de Jesus, o significado dos seus nomes e o que isso significa para nós. Como eles morreram? Vamos nos concentrar nas características de quem Ele chamou e a capacitação que lhes foi dada.
The personality characteristics of Jesus’ apostles, the meaning of their names and what this means for us. How did they die? Let’s focus on the characteristics of those He called and the empowerment given to them.
Se você quer ouvir uma pregação sobre como servir a Cristo, ser discípulo e levar sua cruz, ela está aqui. Ela se chama: “Tome sua cruz”, e foi gravada por mim em 26/02/21. É só seguir este link em azul.
Existe outra pregação interessante sobre ouvir o chamado de Jesus, deixando tudo para trás. Ela fala sobre santificação e renovação interior, e se chama: “Segue-me”, e foi gravada por mim em 19/02/21. É só seguir este link em azul.
“E, então, se dirigiu a seus discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois ao senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara. Tendo chamado seus doze discípulos, deu-lhes Jesus autoridade sobre espíritos imundos para os expelir e para curar toda sorte de doenças e enfermidades. Ora, os nomes dos doze apóstolos são estes: primeiro, Simão, por sobrenome Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o Zelote, e Judas Iscariotes, que foi quem o traiu” (Mt 9: 37-38; Mt 10: 1-4 cf. Lucas 6: 12-16).
O Mestre estava falando para rogar a Deus pedindo trabalhadores para a Sua seara, ou seja, estava explicando aos discípulos que Sua obra é grande e é preciso que Ele mesmo traga os trabalhadores para ela, isto é, que chame aqueles cujo coração está voltado às coisas do céu mais do que às coisas da carne, pois precisam ser treinados de uma maneira diferente da que aqueles que se importam apenas com a vida natural. O chamado específico de Deus para certas pessoas para realizar a Sua obra é de vontade e conhecimento exclusivo dEle. Seu trabalho é muito grande, pois envolve a salvação de almas e, conseqüentemente, uma dedicação, uma entrega e uma disposição maior dos Seus discípulos, mesmo tendo que correr certos riscos para cumprir a missão que lhe foi dada. Podemos ver que todos os seguidores de Cristo sofreram pela causa da justiça, arriscaram suas vidas e “pagaram um preço alto” por causa daqueles que Jesus desejava salvar. Tiveram ousadia e perseverança e, com certeza, obtiveram grande galardão diante do Senhor.
Vamos dar enfoque a dois pontos interessantes na escolha dos doze apóstolos:
1) As características daqueles a quem Jesus chamou para ser apóstolos.
2) A capacitação que lhes foi dada para exercerem a missão.
Em primeiro lugar, o número deles foi doze, pois o número doze significa o número da eleição divina, do chamado, dos propósitos eletivos de Deus. Repetindo, seus nomes são: Simão Pedro e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu (também chamado Natanael); Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu (também chamado Judas); Simão, o Zelote, e Judas Iscariotes.
Nós pouco sabemos a respeito da personalidade dos discípulos, a não ser pelo que podemos inferir de suas atitudes nos evangelhos.
a) Simão (Σίμων, em grego, Simon): era uma forma posterior do nome Simeão que, em hebraico, significa: “audição, o que ouve, Deus ouviu”. A palavra hebraica é Shim‘ôn, que deriva de Shâma‘ (ouvir). Mais tarde, o Senhor lhe acrescentou o nome de Cefas (aramaico) ou Pedro (grego), que significa: “rocha, pedra”. Provavelmente, Pedro era um tipo sangüíneo, com emoções afloradas, leal em suas amizades, sincero, porém, inseguro e necessitando de mais domínio próprio. É só analisar as suas reações durante sua caminhada com Jesus. E por ter família e responsabilidades com o negócio da pescaria (Lc 5: 10), deveria ser um homem também preocupado em fazer o melhor que podia, e em tudo o que fazia colocava todo o seu ser. Quando sacou a espada no Getsêmani para proteger Jesus e cortou a orelha do servo do sumo sacerdote, ele mostrou que com ele era tudo ou nada. Mas logo depois acabou negando Jesus na casa de Caifás por medo de ser preso e morrer. Uma instabilidade emocional visível e compreensível, em se tratando de um ser humano em uma situação de tamanho perigo.
Além de Pedro, o outro Simão descrito é Simão, o Cananeu ou Simão, o zelote. Era assim chamado zelote (grego: zelõtes) por causa do seu zeloso temperamento com as coisas do Senhor e do reino de Deus. Não se sabe exatamente se ele era um revolucionário. Talvez, o povo tenha lhe dado esse apelido pelo fato do seu espírito zeloso lembrar o comportamento dos seguidores do partido dos zelotes, fundado por Judas, o Galileu, que liderou uma revolta contra os romanos em 6 DC e se opunha ao pagamento de tributo dos israelitas a um imperador pagão. Foram apelidados zelotes por seguirem o exemplo de Matatias e seus filhos e seguidores, pelo seu zelo pela Lei de Deus quando Antíoco IV tentou suprimir a religião judaica (na época dos Macabeus), por volta de 167–163 AC.
Portanto, a primeira característica de um discípulo é saber ouvir a voz do Senhor (ser “Simão”) e permanecer firme nessa convicção, ou seja, deixar a Palavra ser uma rocha no seu espírito; em outras palavras, ser uma pessoa firmada na Palavra, que é o próprio Jesus, a “Rocha”, e zelar pelas coisas de Deus (ser um “zelote”).
b) André era irmão de Pedro e foi quem o apresentou a Jesus (Jo 1: 41-42). André havia sido discípulo de João Batista e seguiu Jesus por causa do testemunho do profeta (Jo 1: 37; 40). Seu temperamento parecia ser mais prudente e sensível do que o de Pedro, estando disposto a ajudar e tomando atitudes práticas: “Um de seus discípulos, chamado André, irmão de Simão Pedro, informou a Jesus: Está aí um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas isto que é para tanta gente?” (Jo 6: 8-9).
André é um nome grego que significa: “varonil, viril, vencedor”. Portanto, a segunda característica de um discípulo é se posicionar como uma pessoa corajosa e vencedora.
c) João, filho de Zebedeu. João deveria ser um tipo mais pacífico e amoroso, mais sensível à essência das coisas e das pessoas, entretanto, com um temperamento explosivo em se tratando de situações mais sérias, pelo fato de Jesus tê-lo chamado, juntamente com seu irmão Tiago, de Boanerges (Mc 3: 17), que quer dizer “filhos do trovão”. João e Tiago eram Galileus com espíritos fortes, determinados e impetuosos e, provavelmente, com um sentimento nacionalista que trazia a eles um comportamento um tanto impaciente com as injustiças e com a opressão. Entretanto, fica muito claro seu caráter sempre disposto e servir. Talvez houvesse certa ambição nos seus corações (de João e Tiago) de um dia serem mais do que eram agora, pelo fato de disputarem a posição à direita e à esquerda de Jesus no Seu trono. João era o mais jovem dos apóstolos, e bem próximo a Jesus. Por ter seguido Jesus até a casa de Anás (Jo 18: 15 – João era conhecido do sumo sacerdote) e depois à de Caifás (Jo 18: 24), depois que O prenderam no Getsêmani, nos faz pensar que ele era fiel e jamais seria capaz de abandonar um amigo em apuros, mesmo colocando em risco sua própria vida. Ainda que fosse conhecido dos servos do sumo sacerdote ali, a agitação daquele momento era grande e tudo poderia se voltar contra ele, pelo fato de ser um discípulo de Jesus. Também foi o único discípulo que esteve presente abertamente na crucificação.
Seu nome (João) é de origem judaica (Yôhãnãn) e significa “O Senhor é gracioso”. Graça significa: um favor imerecido de Deus, ou seja, um favor divino, simplesmente porque Deus é abençoador, não porque precisamos fazer algo para merecê-lo. Em hebraico, a palavra usada em alguns textos do Antigo Testamento, é hesedh ou chesed (misericórdia), e chen (graça, favor) ou chanun (o adjetivo), derivada de chanan, uma raiz primitiva que significa: amabilidade, graciosidade, beleza, favor ou boa vontade. Portanto, ser como João é ter a certeza de que Deus é abençoador, provedor de toda graça e de todo favor.
d) Tiago. O evangelho fala de dois Tiago: o primeiro (também conhecido como Tiago, o maior), irmão de João, filho de Zebedeu e Salomé; e o segundo Tiago (o menor), filho de Alfeu e irmão de José (este não escolhido por Jesus para ser apóstolo) – Mt 10: 3; Mc 3: 18; Lc 6: 15; At 1: 13 (Alfeu, também conhecido como Clopas, cf. Mt 27: 56; Mc 15: 40; Lc 24: 10; Jo 19: 25). Sua mãe se chamava Maria (Mc 15: 40; Mt 27: 56). Presume-se que o significado do apelido ‘menor’ seja, talvez, por ele ser de estatura menor que Tiago, irmão de João, ou mais moço do que ele; ou, então, por ter sido o segundo Tiago escolhido por Jesus como discípulo. Outra hipótese está relacionada ao terceiro Tiago, o irmão de Jesus, ordenado como primeiro bispo de Jerusalém, e conhecido como ‘Tiago, o Justo’, ou ‘Tiago, o irmão do Senhor’ (Gl 1: 19), o escritor da epístola com o mesmo nome.
Tiago, o irmão de João, foi um dos três discípulos mais próximos de Jesus, ao lado de João e Pedro. Esteve presente na ressurreição da filha de Jairo, na transfiguração de Jesus e no Getsêmani.
Seja como for, seu nome é derivado do grego, Iákõbos, uma transliteração do hebraico, Ya`aqob ou Ya‘aqõbh (Strong #3290 – יעקב), Jacó, ‘segurador do calcanhar’, ‘suplantador’, ‘enganar’, ‘lograr’. Outro significado para o seu nome é: ‘o que enverga, mas não quebra’, ‘inda e vinda’, ‘aquele que oscila’. Isso quer dizer que, apesar das fraquezas da carne como indecisão, insegurança e até um espírito competitivo, Jesus pode escolher alguém, transformando essas deformações de caráter em qualidades como: a capacidade de permanecer inquebrantável nas lutas e manter intacto o espírito lutador para se conseguir o que se almeja. Em outras palavras, apesar das investidas do inimigo tentando derrubar um servo de Deus, ele pode ter a certeza de vai “envergar”, mas não vai se quebrar, que pode oscilar às vezes como um ser humano de carne, porém seu espírito se mantém na força de um guerreiro pela fé em Jesus e na Sua promessa. É algo parecido com o que aconteceu no Antigo Testamento com Jacó, que depois de ter lutado com o anjo teve seu nome mudado para Israel (yiś·rā·’êl – ישראל – Strong #3478), que significa: “o que luta com Deus e prevalece, vencedor, príncipe de Deus”; no original em hebraico: “ele governará como Deus”.
Segundo alguns estudiosos o nome de Israel é mais provavelmente uma compilação do verbo ‘sarar’ e o substantivo El, a abreviação comum de Elohim (Deus, plural de Elohe). Tem a mesma raiz do nome próprio Sara (como Sara, mulher de Abraão), que vem do verbo sarar (Strong #8323), que significa governar, reinar, ser príncipe, controlar, dominar. Então, Israel teria o significado de “Deus luta, Deus se esforça, Deus persevera, Deus contende, ele será um príncipe com Deus, ele governará como Deus”. Como dissemos, o nome Tiago é derivado do grego Iákõbos (IAKWBOS), uma transliteração do hebraico, Ya‘aqõbh, Jacó. Em Latim, o nome é tanto IACOBUS como IACOMUS (um dialeto variante do primeiro nome). IACOMUS foi trazido para o Inglês como James, a consoante j no lugar da vogal i, e sem as letras CO, JAMUS. O nome é escrito como Giacomo na Itália, Jaime na Espanha, e Iames na França. O Inglês (James) é parecido com a forma francesa, mas com o i ‘anglicizado’ para j.
e) Filipe era de Betsaida, como Simão Pedro e André (Jo 1: 44; Jo 12: 21). Parecia ser um conhecedor da Lei e dos profetas e identificou Jesus com o Messias e com o Grande profeta profetizado por Moisés (Jo 1: 45). Parecia ser ávido pelo conhecimento da palavra de Deus; uma pessoa inteligente, do tipo disposto a ter experiências, sem se importar de correr riscos (é só ver sua pergunta durante a Ceia: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta” – Jo 14: 8). Participou da multiplicação de pães e peixes, e seu comentário mostrou o que todos os outros sentiam, ou seja, a sensação de impossibilidade de alimentar uma multidão: “Respondeu-lhe Filipe: Não lhes bastariam duzentos denários de pão, para receber cada um o seu pedaço” (Jo 6: 7). Era amigo de Natanael (também conhecido como Bartolomeu), de Caná da Galiléia (Jo 21: 2).
“Filipe” vem do grego “Philippos”, amante de cavalos, domador de cavalos. O cavalo, na bíblia, tem vários significados; por exemplo, é um símbolo de guerra, assim como de uma força carnal ou mundana, pois na época da entrada em Canaã e por muitos séculos depois, Israel não possuía cavalos, tinha que importá-los do Egito (prefigura o mundo). Também pode simbolizar pressa ou a nossa atitude frente aos nossos semelhantes. Assim, Filipe, como um “domador de cavalos, um amante de cavalos”, nos ensina que um discípulo deve ter domínio próprio, sabendo controlar sua alma e seu espírito, com o intuito de mantê-los debaixo do domínio do Espírito Santo de Deus. É fazer a carne se submeter à vontade divina.
f) Natanael (Jo 1: 45), do hebraico, significa: “presente de Deus, dom de Deus, Deus tem dado”. Também era conhecido como Bartolomeu, do aramaico, “filho de Timeu ou filho que levante as águas, filho do muito estimado”. Natanael era de Caná da Galiléia (Jo 21: 2) e pela sua atitude descrita em Jo 1: 43-51, quando é apresentado a Jesus por Filipe, podemos imaginar que tinha uma mente viva, aguçada; ele deveria ser uma pessoa também estudiosa da palavra e temente a Deus, orando e buscando respostas, pois Jesus o havia visto debaixo da figueira, antes de Filipe o trazer ao Mestre, e o Senhor mesmo disse que ele era um verdadeiro israelita em quem não havia dolo (Jo 1: 43-51). Ele creu em Jesus por essa simples revelação. Ele mesmo havia dito a Filipe:
— De Nazaré pode sair alguma coisa boa?
— Vem e vê. — respondeu Filipe.
Quando Jesus o viu, disse:
— Eis um verdadeiro israelita, em quem não há dolo!
— Rabi, donde me conheces? — Natanael perguntou.
— Antes de Filipe te chamar, eu te vi, quando estavas debaixo da figueira.
— Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel!
— Porque te disse que te vi debaixo da figueira, crês? Pois maiores coisas do que estas verás. E acrescentou: Em verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem.
Com isso, podemos inferir que, ser um “Natanael ou um Bartolomeu” significa buscar a verdade, se sentir um filho amado de Deus e ser uma bênção, um presente divino aos irmãos.
g) Mateus: é um nome hebraico que significa: “dom de Deus, homem de Deus, recompensa de Deus”. Jesus chamara Mateus, o publicano, na coletoria de impostos. Publicano (grego: telõnes) era um coletor de impostos ou de alfândega em favor dos romanos, empregado por um contratador de cobrança de impostos. Era uma classe desprezada e odiada, pois era composta por tipos de atitude egoísta, avarenta e ambiciosa, ávida pelo dinheiro e pelas vantagens que ele oferecia. O publicano era reputado imundo por causa do seu contato contínuo com os gentios. Lidando como dinheiro de impostos, ele deveria ser meticuloso ao fazer seu trabalho, de maneira prática e profissional e também gostava de dinheiro, como todos os de sua classe, cobrando a mais para que tivesse lucro para si mesmo (cf. Zaqueu – Lc 19: 1-10).
Era também conhecido como Levi (Mc 2: 13-14; Lc 5: 27-28), filho de Alfeu (Mc 2: 14), que quer dizer: “associado, unido, aderido, separado, consagrado ao Senhor”. Mas será que ele era conhecido como Levi, ou foi Jesus que naquele momento lhe deu este nome? Parecia uma grande contradição com a profissão que tinha. Por isso, sermos um Levi, um Mateus, significa que Jesus nos retirou do mundo e do pecado, da impureza, e nos separou para Ele. Nós agora estamos ligados, unidos, aderidos a Ele e nada nos separará dessa aliança. A salvação foi para nós um dom de Deus, uma recompensa de Deus, mesmo que não a tenhamos merecido.
h) Tomé: nome aramaico (Te’ômã’), que os gregos chamavam Dídimo, gêmeo. Provavelmente, Tomé era uma pessoa mais racional, e essa racionalidade não o permitia ir mais longe do que sua visão humana e limitada lhe concedia; preferia as coisas reais e palpáveis para poder crer em alguma coisa, ou talvez necessitasse de mais informações para conseguir assimilar as experiências; talvez, até, sua atitude mais prática e intelectual fosse uma maneira do seu ego lidar com as dificuldades emocionais. Sua racionalidade seria transformada na sua caminhada com Jesus e sua aparente incredulidade seria uma forma de mostrar aos outros o que um discípulo pode esperar e pedir ao seu mestre. Como toda pessoa racional demais, ele também deveria ser do tipo mais desconfiado, não se abrindo demais com as pessoas nem se deixando ser enganando por qualquer coisa. Outra característica que podemos deduzir de Tomé era a obediência e a lealdade, pois o comentário que fez no episódio da morte de Lázaro nos faz pensar que ele levava em consideração a fidelidade a Jesus e o senso de grupo (“Vamos também nós para morrermos com ele” – Jo 11: 16).
Embora não haja confirmação sobre Tomé ter ou não um irmão gêmeo (talvez, “gêmeo” seja apenas o significado aramaico do seu nome), nós podemos extrapolar esse raciocínio dizendo que, assim como Tomé foi transformado ao longo do seu contato íntimo com Jesus e se tornou parecido com o Mestre, sermos “Tomé” significa: sermos “irmãos gêmeos” do Senhor, nos tornar parecidos com Ele, sendo transformados a cada momento da nossa vida, através das provas que temos, ganhando a cada dia mais fé; como diz a bíblia, sermos transformados de glória em glória à imagem do Senhor (2 Co 3: 18). Muitas atitudes de Tomé foram consideradas como incredulidade, desrespeito ou descontrole da carne, porém, se formos buscar o propósito escondido no fundo de cada uma delas, poderemos ver que ele não teve medo de ousar e pedir mais de Deus. Portanto, um discípulo pode até ser mal compreendido nas suas atitudes, entretanto, jamais deve ter medo de querer mais do Senhor. O que pode parecer grosso modo uma irreverência diante dEle pode ser um “grito de socorro” da alma e do espírito pedindo força para superar as dificuldades e atingir outro patamar de fé.
i) Judas. O evangelho fala de dois Judas. O primeiro era também chamado Tadeu, filho de Tiago (Mt 10: 3; Mc 3: 18; Lc 6: 16). Judas, derivado de Judá, Yehüdhâ, significa: “celebrado ao Senhor, festejado em louvor (ydh) ao Senhor”. Tadeu era também um nome hebraico que significa: “aquele que louva ou confessa”. Tadeu, no aramaico, significa: “corajoso” e no siríaco, “amável”. Pouca informação se tem a respeito de Judas Tadeu nos evangelhos. Talvez, nós possamos dizer em relação às suas características de personalidade que nele havia a coragem e a amabilidade, portanto, o espírito de quem tinha motivos para agradecer a Deus, embora fosse humano e sujeito à fragilidade como todos os outros.
O segundo Judas relatado no evangelho recebeu o sobrenome de Iscariotes, do hebraico, ’ïsh qerïyoth, homem de Queriote, se referindo à cidade de Queriote-Hezrom localizada a dezenove quilômetros ao sul de Hebrom. Em aramaico era ’isqaryã’ã, um assassino. Judas Iscariotes, logicamente, deveria ser um temperamento mais desconfiado, calculista e avarento, com outras fragilidades humanas que poderiam até levá-lo a pensar em roubo. Era ele o tesoureiro do grupo e, com certeza, colocado pelo próprio Jesus para prová-lo e ensiná-lo de alguma forma. Da mesma forma que Simão, o zelote, ele também não via os romanos com bons olhos, fazendo-o esperar ansiosamente pelo Messias de Israel que livraria a todos daquele jugo incômodo.
Embora conhecendo tudo, Jesus não o recebeu como um provável traidor naquele momento, mas como alguém que o Pai tinha escolhido para aprender com Ele, ser restaurado e transformado num instrumento de bênçãos para o Seu povo (Ele testaria Judas). Como todos aqueles que escolheu, Jesus o amou.
Ser como “Judas” [Yehüdhâ, Judá] significa que, como discípulos, nós precisamos ter dentro de nós, acima de tudo, a vontade de louvar ao Senhor, pois essa qualidade nos torna amáveis a Ele, além do que um levita é um guerreiro corajoso; através do louvor o Senhor o livra dos seus inimigos como é descrito em várias passagens na bíblia. Judas Iscariotes caiu porque abandonou essa qualidade e deu brecha para que Satanás o usasse para trair o Mestre. Quando não louvamos a Deus, pelo contrário, blasfemamos e murmuramos, damos brecha para o diabo e o engrandecemos, entristecendo o coração de Deus e apagando a chama do Espírito dentro de nós. Portanto, a última qualidade essencial a um discípulo é saber louvar, ser um adorador. É importante lembrar que nós fomos criados para louvar a Deus. Nos nossos lábios deve haver sempre o louvor, pois isso nos aproxima do trono.
a) saber ouvir a voz do Senhor, ser uma pessoa firmada na palavra e zelar pelas coisas de Deus (ser um “zelote”) [Simão].
b) se posicionar como uma pessoa corajosa e vencedora [André].
c) ter a certeza de que Deus é abençoador, é provedor de toda força, de toda vida, de toda graça e de todo favor [João].
d) ter a certeza de que pode “envergar”, mas não vai se quebrar, pois seu espírito se mantém na força de um guerreiro pela fé em Jesus e na Sua promessa [Tiago].
e) ter domínio próprio e fazer a carne se submeter à vontade de Deus [Filipe].
f) buscar a verdade, se sentir um filho amado de Deus e ser uma bênção, um presente divino aos irmãos [Natanael | Bartolomeu].
g) ter a certeza de que estamos ligados, unidos, aderidos a Jesus e que nada nos separará dessa aliança [Levi | Mateus].
h) ser transformado de glória em glória à imagem do Senhor e jamais ter medo de querer mais de Deus [Tomé].
i) saber louvar, ser um adorador [Judas].
“Tendo chamado seus doze discípulos, deu-lhes Jesus autoridade sobre espíritos imundos para os expelir e para curar toda sorte de doenças e enfermidades”. Aqui temos bem clara a capacitação que o Senhor nos confere quando nos posicionamos como verdadeiros discípulos. Recebemos, em primeiro lugar, a mesma autoridade que foi dada a Jesus, e essa autoridade tem um propósito específico: expelir demônios e curar toda sorte de doenças e enfermidades, sejam elas físicas, emocionais ou espirituais. Os dons são derramados à medida que os exercitamos, assim como um “talento” (Mt 25: 14-29) que é multiplicado. Também isso nos é conferido pelo Pai de acordo com a Sua vontade, com a nossa necessidade, com a necessidade daqueles a quem Ele quer alcançar por nosso intermédio e com a característica particular do Espírito Santo para a nossa personalidade. Isso significa que um dom de cura pode se manifestar de várias formas, de acordo com a personalidade de cada filho de Deus.
Após o suicídio de Judas Iscariotes e a ascensão de Jesus, antes de se completarem os dias para o cumprimento do Pentecostes, houve uma nova escolha entre os discípulos que seguiram Jesus desde o início do seu ministério, daqueles que estavam entre os setenta, para substituir o traidor. O escolhido foi Matias, cujo nome parece ser uma contração de Matatias (“Deus tem dado”). Não há informações a respeito de Matias. Portanto, de acordo com o nosso raciocínio anterior, vamos dizer que no lugar de honra ao lado de Jesus no céu não podem ficar os traidores, mas os que souberam guardar o que receberam de Deus para que ninguém roubasse sua coroa. Dessa forma, quando os separados pelo Pai para ser Seus adoradores não ocupam sua posição e desistem de perseverar, como foi o caso de Judas Iscariotes, Ele levanta alguém para que a Sua obra e o Seu projeto não se interrompam. Por isso, Deus deu à humanidade nosso irmão Matias; para que a missão que Seu Filho amado iniciou na terra não fosse frustrada ou incompleta. A história de Judas Iscariotes lembra muito a de Saul, que perdeu sua unção e, conseqüentemente, seu reinado, sendo substituído por Davi para que a obra divina não fosse interrompida pelos erros e fracassos humanos. Assim, ser um “Matias” significa ser colocado por Deus para completar uma estrutura que já foi planejada por Ele e que precisa dessa “última peça” para que o todo permaneça estruturado. Ser um “Matias” é estar disposto a ocupar o posto que o Senhor quiser nos colocar, a fim de que a Sua obra não morra. Por isso, o Senhor diz que nós somos um corpo e, individualmente, membros desse corpo (1 Co 12: 27). Os dons que temos são úteis na posição e no lugar onde Deus nos coloca, onde Ele “nos dá” à Sua Igreja, para que a obra que foi começada não venha a ser arruinada. Foi Jesus que disse a Pedro: “Também te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16: 18).
• Simão Pedro morreu crucificado de cabeça para baixo em Roma, por volta de 65 DC.
• Tiago (o maior), irmão do apóstolo João e filho de Zebedeu, foi decapitado pelo rei Herodes Agripa em 44 DC em Jerusalém.
• Filipe (apóstolo de Jesus) pregou o evangelho na Palestina, Grécia e na Ásia Menor, onde a mulher de um procônsul romano se converteu. Ali morreu crucificado e, a seguir, apedrejado no ano 80 DC em Hierápolis, na Frígia, por ordem do procônsul.
• André, irmão de Pedro, é considerado o fundador da igreja em Bizâncio (Constantinopla e, atualmente, Istambul), onde o imperador Constantino mais tarde atuou, instituindo a Igreja Católica Apostólica Romana. Foi crucificado na Grécia (domínio romano) em uma cruz em forma de X.
• Paulo de Tarso morreu decapitado em Roma (por ser um cidadão romano, senão sofreria outro tipo de morte).
• Matias: escolhido para ficar no lugar de Judas Iscariotes. Morreu queimado numa fogueira, não se sabe onde.
• Lucas (médico e evangelista): morreu em Tebas, na Beócia (prefeitura da Grécia), com 84 anos; não se sabe se foi martirizado.
• Tomé: foi provavelmente o mais ativo dos apóstolos ao leste da Síria, pregando até a Índia, onde morreu traspassado por lanças.
• Bartolomeu (também conhecido por Natanael): pregou até na Índia com Tomé, voltando à Armênia, Etiópia e ao sul da Arábia. Segundo relatos, morreu por esfolamento em Albanópolis (moderna Derbent, ao norte do Azerbaijão), nas montanhas do Cáucaso (entre o Mar Negro e o Mar Cáspio), a mando do governador.
• Judas Tadeu (apóstolo de Jesus): dedicou-se à pregação do evangelho na Judéia, Samaria, Mesopotâmia (hoje região do Iraque) e na Pérsia. Antigas tradições afirmam que foi martirizado na Pérsia, a mando de sacerdotes pagãos de Zoroastro, tendo sido decapitado juntamente com Simão, o Zelote (apóstolo de Jesus), que também pregava naquela região. Este foi morto depois de negar sacrificar ao deus Sol.
• Mateus: ministrou na Pérsia (atual Irã) e na Etiópia. Não se sabe se foi martirizado (apunhalado até morrer na Etiópia).
• Tiago, o menor (filho de Alfeu), apóstolo de Jesus: ministrou na Síria, onde, provavelmente, morreu apedrejado.
• João (apóstolo de Jesus): o único que não foi martirizado. Foi exilado na ilha de Patmos, no leste do Mar Egeu, durante a perseguição do imperador romano Domiciano, por volta de 90 DC. Ali, escreveu o Livro de Apocalipse. Morreu de morte natural, em Éfeso, 98 ou 100 DC, quando tinha 94 anos, após ter sido solto da prisão no governo de Nerva, imperador romano. Uma tradição latina muito antiga informa que ele escapou sem se queimar, depois de ter sido jogado num caldeirão de óleo fervente. Isso teria acontecido na cidade de Roma.
• Tiago, o Justo, escritor da Epístola de Tiago, primeiro bispo de Jerusalém e meio-irmão de Jesus (Mc 6: 3; Gl 1: 19), foi atirado do pináculo do templo e depois apedrejado, não se sabe se por judeus tradicionais.
• João Marcos (autor do segundo evangelho) morreu arrastado por cavalos em Alexandria (Império Romano) em 70-80 DC.
Ensinos, curas e milagres (PDF)
Teachings, healings and miracles (PDF)
Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti
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