Isaías 32: uma grande reforma no âmbito civil e religioso (o reinado de um Rei justo; Jesus, provavelmente). Isaías adverte as mulheres de Jerusalém e fala de uma assolação e de uma restauração através do derramamento do Espírito.
Isaiah 32: a great reform in the civil and religious sphere (the reign of a just King; Jesus, probably). Isaiah warns the women of Jerusalem and speaks of destruction and restoration through the outpouring of the Spirit.
O reino de justiça planejado por Deus para o Seu povo – v. 1-8 (‘O reinado do justo Rei’ – ARA).
• Is 32: 1-8: “Eis aí está que reinará um rei com justiça, e em retidão governarão príncipes. Cada um [NVI: ‘Cada homem’] servirá de esconderijo contra o vento, de refúgio contra a tempestade, de torrentes de águas em lugares secos e de sombra de grande rocha em terra sedenta. Os olhos dos que vêem não se ofuscarão [NVI: ‘não mais estarão fechados’], e os ouvidos dos que ouvem estarão atentos [NVI: ‘e os ouvidos dos que ouvem escutarão’]. O coração dos temerários saberá compreender, e a língua dos gagos falará pronta e distintamente [NVI: ‘A mente do precipitado saberá julgar, e a língua gaguejante falará com facilidade e clareza’]. Ao louco nunca mais se chamará nobre, e do fraudulento jamais se dirá que é magnânimo [NVI: ‘e o homem sem caráter não será tido em alta estima’]. Porque o louco fala loucamente, e o seu coração obra o que é iníquo [NVI: ‘e só pensa no mal’], para usar de impiedade e para proferir mentiras contra o Senhor, para deixar o faminto na ânsia da sua fome e fazer que o sedento venha a ter falta de bebida [NVI: ‘deixa o faminto sem nada e priva de água o sedento’]. Também as armas do fraudulento são más; ele maquina intrigas para arruinar os desvalidos [NVI: ‘o pobre’], com palavras falsas, ainda quando a causa do pobre é justa [NVI: ‘mesmo quando a súplica deste é justa’]. Mas o nobre projeta coisas nobres e na sua nobreza perseverará [NVI: ‘Mas o homem nobre faz planos nobres, e graças aos seus feitos nobres permanece firme’]”.
Embora alguns digam que a profecia deste capítulo de Is 32: 1-8 tenha sido entregue no tempo de Acaz, bem antes da anterior, que foi dada no tempo de Ezequias, se referindo agora a ele, um tipo de Cristo, estas palavras mais se parecem com um projeto de Deus para Seu povo; um projeto de uma grande reforma no meio deles no âmbito civil e religioso e o desejo do Seu coração em relação à retidão e à justiça que os homens deveriam seguir para que os menos privilegiados pudessem encontrar segurança, abrigo, direção correta e entender o plano de Deus para suas vidas. Por juízo e justiça é entendido um governo justo, tanto na política quanto na religião. Não parece algo dito para algum rei ou sobre algum rei em especial, mas algo atemporal, que serviria para todos os crentes em todas as épocas. Também não parece se aplicar aos governantes do tempo do Messias, pois nenhum rei ou príncipe governou desta maneira reta e sábia no tempo que Ele veio a terra. Pelo contrário, a Judéia e a maior parte do mundo estavam debaixo do governo opressivo e cego de Roma. Mesmo pensando como um judeu da época de Isaías, esperando por um Messias material, que viria trazendo a libertação de Seu povo do jugo de povos gentios, idólatras, e fazendo justiça como um rei ou o comandante de um grande exército, nem assim se conseguiria este tipo de atitude humana por parte de nenhum governante na terra. Dá a impressão de algo muito espiritual da parte de Deus, atemporal mesmo, uma mensagem para ser colocada como um ‘guia’ no coração de todos os Seus filhos para que conhecessem a Sua perfeição, a perfeição do Seu reino (Is 32: 1-4). Só Jesus conseguiu isso, e o mostrou em Sua pessoa quando viveu em carne entre nós, mas transpondo essa justiça para o reino de Deus, onde ela é perfeita, e onde os dons do Espírito Santo ajudam os homens a projetar coisas nobres. Jesus veio trazer um reino espiritual, e a palavra ‘príncipes’ poderia se referir aos ministros do evangelho, colocados por Deus sobre o governo de Suas ovelhas, conduzindo-as segundo a Sua Palavra. Portanto, esta profecia é Messiânica. O rei se refere a Jesus, mesmo porque o título neste trecho na ARA é: ‘O reinado do justo Rei’ (‘rei’ com letra maiúscula).
Advertência contra as mulheres de Jerusalém e a terra destruída – v. 9-14.
• Is 32: 9-14: “Levantai-vos, mulheres que viveis despreocupadamente, e ouvi a minha voz; vós, filhas, que estais confiantes, inclinai os ouvidos às minhas palavras. Porque daqui a um ano e dias [NVI: ‘Daqui a pouco mais de um ano’] vireis a tremer, ó mulheres que estais confiantes, porque a vindima se acabará, e não haverá colheita [NVI: ‘a colheita de uvas falhará, e a colheita de frutas não virá’]. Tremei, mulheres que viveis despreocupadamente; turbai-vos, vós que estais confiantes. Despi-vos, e ponde-vos desnudas, e cingi com panos de saco os lombos [NVI: ‘Arranquem suas vestes, e vistam roupas de lamento’]. Batei no peito por causa dos campos aprazíveis e por causa das vinhas frutíferas. Sobre a terra do meu povo virão espinheiros e abrolhos [NVI: ‘roseiras bravas’], como também sobre todas as casas onde há alegria, na cidade que exulta. O palácio será abandonado, a cidade populosa ficará deserta; Ofel [NVI: ‘a cidadela’] e a torre da guarda [NVI: ‘a torre das sentinelas’] servirão de cavernas para sempre, folga para os jumentos selvagens e pastos para os rebanhos...”.
Esta parte da profecia, dentre todas as outras profecias de Isaías, é muito difícil de localizar temporalmente desde que ela foi liberada e a qual evento histórico ela se refere. Ao mesmo tempo em que nos lembra do capítulo 3: 16-26, sobre o orgulho das mulheres e seu julgamento, incluindo Is 4: 1, ela nos faz pensar sobre outra época em que ela pode ter sido cumprida. Aqui não parece ser o caso de chamar as cidades da Judéia de ‘mulheres’ ou ‘filhas’. Parece mesmo ser dirigida às mulheres de Jerusalém a respeito de um tempo de dificuldade a que elas estão alheias, por exemplo, uma época de seca ou de invasão de exércitos inimigos e, até mesmo, de deportação dos seus cidadãos.
Quando a bíblia fala ‘Porque daqui a um ano e dias’ [NVI: ‘Daqui a pouco mais de um ano’] é muito diferente de outros versículos onde está escrito ‘como os anos de um jornaleiro’, ou coisa parecida [“Porque assim me disse o Senhor: Dentro de um ano, tal como o de jornaleiro; NVI: Dentro de um ano, e nem um dia mais” – cf. Is 21: 16], e que deixa a entender que se trata de um tempo determinado por Deus, um tempo exato que só Ele conhece a duração. O que podemos perceber aqui é que ainda demoraria mais de um ano para que o desastre acontecesse. Uma seca poderia afetar a lavoura e não haver colheita de uvas, por exemplo. As mulheres são chamadas a tirar suas vestes costumeiras, colocar pano de saco sobre si e baterem no peito, o que significa luto por alguma coisa, por exemplo, a escassez de alimento, como a falta da uva e outras culturas, pois no seu lugar crescerão espinheiros e abrolhos. A ‘cidade que exulta’ dá a entender que se trata de Jerusalém, que sempre teve motivo para se alegrar nas suas festas religiosas, e em vários eventos civis que aconteceram nela, durante o reinado de vários reis (Davi, Salomão, Ezequias, Josias, por exemplo).
Depois vem o seguinte versículo: ‘O palácio será abandonado, a cidade populosa ficará deserta; Ofel [NVI: ‘a cidadela’] e a torre da guarda [NVI: ‘a torre das sentinelas’] servirão de cavernas para sempre, folga para os jumentos selvagens e pastos para os rebanhos’ (Is 32: 14).
Alguns estudiosos acham que ‘mulheres’ se referem a outras cidades da Judéia, que foram destruídas pelos assírios, mas este texto se refere a Jerusalém mesmo. Ofel é um nome próprio de uma colina a leste de Jerusalém, perto do Monte do Templo e da antiga cidade de Jerusalém, onde também havia um muro e uma torre (2 Cr 27: 3; 2 Cr 33: 14; Ne 3: 26-27; Ne 11: 21 – Strong #6077 – `ophel – העופל). Os restos arqueológicos de Ofel, são tidos pelos judeus como parte da cidade de Davi. Mas aqui em Isaías 32: 14 (‘Ofel e a torre da guarda servirão de cavernas para sempre’) a mesma palavra hebraica (`ophel – Strong #6076) é usada como um substantivo comum, e significa ‘elevação’, ‘fortaleza, forte (fortificação), torre’, designando as torres altas e as fortificações de Jerusalém, construídas com rochas que, quando demolidas, serviam de cavernas para ladrões e animais selvagens. Por isso, na KJV em inglês, a palavra usada para ‘fortaleza’ ou ‘fortificação’ é ophel (`ophel), e ‘torres’ ou ‘torre da guarda’ (ARA) é bachan (Strong #975), que significa: torre, uma torre de vigia. O termo ‘torre da guarda’ [NVI: ‘a torre das sentinelas’] pode se referir a uma das torres importantes da cidade, como a Torre dos Cem (Ne 3: 1), em hebraico, meah (me’â), que significa ‘cem’, e que ficava a nordeste da cidade, ao norte do muro de Ofel. Não se sabe exatamente porque se chamava a Torre dos Cem; se é porque tinha uma altura de cem côvados (quarenta e cinco metros), ou se era pelo número de soldados que ficavam de vigia nela. Além do que nenhuma outra cidade menor da Judéia precisava de cem soldados numa única torre de vigia; Jerusalém, sim, por ser cidade real. Outros versículos além de Isaías 32: 14, onde a mesma palavra hebraica (`ophel – Strong #6076) é usada como um substantivo comum são: 2 Reis 5: 24 (outeiro – ARA; torre – KJV) e Miquéias 4: 8 (monte – ARA; fortaleza – KJV).
A bíblia também diz que ‘O palácio será abandonado, a cidade populosa ficará deserta’. O palácio pode significar a casa real ou o templo, uma moradia importante que Deus entregou nas mãos do inimigo. A cidade ficará deserta, sem pessoas, o que sugere uma fuga dos seus habitantes ou um exílio dos mesmos. Até as torres e fortalezas ficarão sem soldados e servirão de cavernas para os jumentos selvagens.
Dos reis assírios que invadiram Israel [Tiglate-Pileser III em 732 AC; Salmaneser V que sitiou Samaria (2 Rs 17: 5; 2 Rs 18: 9-11); Sargom II (722-705 AC) que a capturou em 722 AC (2 Rs 18: 10); Senaqueribe em 701 AC, que invadiu Síria, Fenícia, Filístia, Judá (2 Rs 18: 13-14; 17; Mq 1: 13) e até tentou atacar Ezequias (2 Rs 18: 17-19), mas sem sucesso] nenhum deles conseguiu invadir Jerusalém. Portanto, essa profecia não se encaixaria neste período histórico. Esar-Hadom fez uma grande expedição contra o Egito em 672 AC e Assurbanipal capturou Tebas (Na 3: 8, ‘Nô’) em 661 AC. Nenhum deles esteve preocupado com Jerusalém naquela época. Não muitos anos depois, Nínive caiu (612 AC), e com ela, o império assírio. O próximo inimigo de Israel e que realmente destruiu a cidade foi Nabucodonosor em 586 AC, e o panorama descrito acima poderia se encaixar neste momento histórico, mas a expressão ‘Porque daqui a um ano e dias’ ou ‘Daqui a pouco mais de um ano’ não poderia designar um tempo exato; seria ‘um determinado tempo’ estabelecido por Deus.
O que mais interessa para nós aqui é a mensagem de Deus sobre deixar a futilidade, o pecado e o sono espiritual e estar atento à realidade, pois quando Ele determina um tempo de prova ou julgamento, é preciso estar preparado para ele, e mais do que isso, estar disposto a entender o porquê desta aflição e pedir perdão ao Senhor para que o cativeiro cesse.
Derramamento do Espírito para uma restauração – v. 15-20.
• Is 32: 15-20: “... até que se derrame sobre nós o Espírito lá do alto; então, o deserto se tornará em pomar [NVI: ‘campo fértil’], e o pomar será tido por bosque [NVI: ‘e o campo fértil pareça uma floresta’]; o juízo [NVI: ‘justiça’] habitará no deserto, e a justiça [NVI; ‘retidão’] morará no pomar. O efeito da justiça será paz, e o fruto da justiça, repouso e segurança, para sempre. O meu povo habitará em moradas de paz, em moradas bem seguras e em lugares quietos e tranqüilos, ainda que haja saraivada [ou saraiva: forte chuva de granizo ou grande quantidade de coisas que se atiram repentinamente, como flechas, por exemplo], caia o bosque e seja a cidade inteiramente abatida. Bem-aventurados vós, os que semeais junto a todas as águas e dais liberdade ao pé do boi e do jumento [NVI: ‘deixando soltos os bois e os jumentos!’]”.
Esses versículos dão seqüência à advertência de destruição descrita acima e prometem uma restauração através do derramamento do Espírito. Em hebraico, o verbo ‘derramar’ significa: ‘revelar de forma evidente e em abundância’, ou seja, derramar Seu Espírito do céu sobre Seu povo, o que foi plenamente realizado nos dias do Messias. O campo fértil ou pomar pode ser igualado à metáfora da vinha, como sendo o povo de Deus. Isso significa que o que estava deserto e assolado pelo pecado renascerá e florescerá. E o que parecia apenas um campo será uma floresta. Isso nos lembra o que está escrito em Jó 14: 7-9: “Porque há esperança para a árvore, pois mesmo cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus rebentos. Se envelhecer na terra a sua raiz, e no chão morrer o seu tronco, ao cheiro das águas, brotará e dará ramos como a planta nova”.
A misericórdia e a bondade de Deus, consumando o Seu juízo e fazendo a justiça, trarão como fruto, a paz, o repouso e a segurança, porque já não haverá medo da punição. A aliança com Deus foi refeita. Isso foi realizado através de Jesus na cruz, trazendo a reconciliação dos filhos com o Pai, pois o pecado foi definitivamente propiciado, e o perdão, ampla e definitivamente liberado. O fato de os judeus não aceitarem este sacrifício ou não verem Jesus mais do que apenas um profeta já é outra questão. O que Deus havia planejado para o Seu povo, mas recebido pelos gentios, foi fazê-los ‘habitar em moradas de paz, em moradas bem seguras e em lugares quietos e tranqüilos, ainda que haja saraiva [ou saraivada; forte chuva de granizo ou grande quantidade de coisas que se atiram repentinamente, como flechas, por exemplo], caia o bosque e seja a cidade inteiramente abatida’. Podemos interpretar isso como: ter a consciência de que nós somos o templo, a casa espiritual do Espírito de Deus, onde há paz, repouso e segurança, apesar do que estiver acontecendo fora de nós, no mundo, na vida dos incrédulos e no mundo espiritual.
• Is 32: 20: “Bem-aventurados vós, os que semeais junto a todas as águas e dais liberdade ao pé do boi e do jumento [NVI: ‘deixando soltos os bois e os jumentos!’]”.
Um comentário sobre o boi e o jumento:
O boi era usado como alimento (Dt 14: 4; 1 Rs 1: 25; 1 Rs 19; 21; Ne 5: 18; Is 22: 13; Mt 22: 4), como sacrifício no templo (Êx 20: 24; Lv 7: 4; 23; Lv 9: 4; 18; Nm 7: 3; 17; 53; Jz 3: 26), como transporte de carga e carros (2 Sm 6: 6; 1 Cr 12: 40; 1 Cr 13: 9), para lavrar a terra (Dt 22: 10; Dt 14: 10; Is 30: 24) ou para debulhamento e moagem (grãos e até azeite – Dt 25: 4; 1 Co 9: 9; 1 Tm 5: 18).
O boi simbolizava a força física, o suprimento, a provisão, a riqueza e a abundância, além de ser um animal usado na adoração a Deus. Por isso, os bois que sustentavam o mar de bronze de Salomão (1 Rs 7: 25; 2 Cr 4: 4).
O jumento é símbolo de docilidade, humildade, servidão ou serviço (Gn 22: 3; 5; Gn 42: 26-27; Gn 44: 13; Gn 49: 14; Êx 23: 5; Nm 22: 27; 32; Dt 22: 10; Js 9: 4; 1 Sm 16: 20; 1 Sm 25: 18; 2 Sm 16: 1-2; 1 Rs 13: 29; 1 Cr 12: 40; 2 Cr 28: 15; Pv 26: 3; Is 1: 3; Is 30: 6; Is 30: 24; Is 32: 20). Era o meio de transporte mais comum (Êx 4: 20; Nm 22: 21-23; 25; Js 15: 18; Jz 1: 14; Jz 19: 3; Jz 19: 10; 19; 21; 28; 1 Sm 25: 20; 23; 42; 2 Sm 17: 23; 2 Sm 19: 26; 1 Rs 2: 40; 1 Rs 13: 13; 23; 24; 27; 28; 2 Rs 4: 22; 24; Zc 9: 9), assim como levavam cargas e ajudavam na elevação de água e outros trabalhos (Gn 45: 23; Êx 23: 5; 1 Sm 25: 18; 2 Sm 16; 1; 1 Cr 12: 40; Ne 13: 15; Is 30: 6). Também era um animal usado para os trabalhos domésticos (Gn 22: 3; 5; Gn 36: 24; 1 Sm 10: 2; 14; 16; Jó 1: 14).
O boi e jumento descansavam no 7º dia, segundo a Lei (Êx 23: 12; Dt 5: 14).
O boi e do jumento eram usados para arar e cultivar a terra (Is 30: 24) e para torná-la adequada para semear a semente. Não poderiam trabalhar juntos na mesma canga (“Não lavrarás com junta de boi e jumento” – Dt 22: 10; Dt 14: 10).
Mais freqüentemente, o boi era usado para arar (abrir os sulcos e puxar o trilho para esfarelar os torrões de terra depois da passagem do arado, antes da semeadura); isso por causa de sua força (1 Rs 19:19; Jó 1: 14; Pv 14: 4; Jr 51: 23; Am 6: 12; Lc 14: 19). Mas também faziam o serviço de debulha (Dt 25: 4; 1 Co 9: 9; 1 Tm 5: 18). Os jumentos eram mais comumente usados depois, na colheita, na debulha e na moagem dos cereais (grãos e até azeite).
O profeta termina dizendo que são felizes (“Bem-aventurados”) aqueles que podem semear junto a todas as águas, deixando soltos os bois e os jumentos! Materialmente falando, isso dizia respeito a uma vida de paz, sem opressão ou medo de ataques.
‘Semear junto águas’ – para que a cultura de cereais seja bem regada, por exemplo, o trigo ou o arroz.
‘Dar liberdade ao boi ou ao jumento’ – para pastar e descansar, como estava prescrito na Lei no dia do descanso (7º dia – Êx 23: 12; Dt 5: 14).
O significado espiritual disso é: ter a alegria de semear o evangelho de Cristo onde estão os corações amolecidos e receptivos à palavra de salvação que vem do Espírito de Deus, pois seus corações são boas terras e a semente semeada cresce, produzindo muito fruto, o que recompensa amplamente as dores do semeador.
‘Semear junto a todas as águas’ indica a total liberdade de semear e ensinar a Palavra de Deus em todo o mundo (‘águas’ = ‘nações’; conseqüentemente, ‘pessoas que aceitam o Evangelho e chegam ao arrependimento, são batizadas na águas e nascem de novo’, tanto judeus como gentios).
Isso também abrange a grande força de Deus, Sua unção e os vários dons derramados pelo Espírito Santo, a fonte de águas vivas e inesgotáveis para nós.
Analisando o comentário acima, nós podemos notar que o boi e o jumento são símbolos de estar ocupado no serviço do Senhor, tanto na pregação do evangelho quanto no ensino da igreja de Deus (1 Co 9: 9-10; 1 Tm 5: 17-18). Assim, os ministros do Evangelho (evangelistas, pregadores, pastores e mestres) são os pacientes trabalhadores da seara de Deus, e que são cuidados por Ele e administram seus dons com sabedoria.
Em Dt 25: 4 está escrito: ‘Não atarás a boca do boi quando debulha’; uma palavra repetida em 1 Co 9: 9 (‘Porque na lei de Moisés está escrito: Não atarás a boca ao boi, quando pisa o trigo. Acaso, é com bois que Deus se preocupa?’) e 1 Tm 5: 18 (‘Pois a Escritura declara: Não amordaces o boi, quando pisa o trigo. E ainda: O trabalhador é digno do seu salário’).
Em 1 Coríntios, Paulo completa nos versículos seguintes: ‘Ou é, seguramente, por nós que ele o diz? Certo que é por nós que está escrito; pois o que lavra cumpre fazê-lo com esperança; o que pisa o trigo faça-o na esperança de receber a parte que lhe é devida. Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito recolhermos de vós bens materiais?’ (1 Co 9: 10-11). Isso nos leva a entender que tanto em Deuteronômio, quanto em Isaías e no NT, a semeadura no reino de Deus almejando a salvação de vidas traz atrelada a ela uma promessa de sustento e provisão do próprio Deus por fazer este trabalho e engrandecer o Seu nome.
• Principal fonte de pesquisa: Douglas, J.D., O novo dicionário da bíblia, 2ª ed. 1995, Ed. Vida Nova.
• Fonte de pesquisa para algumas imagens: wikipedia.org e crystalinks.com
O livro do profeta Isaías vol. 1 (PDF)
O livro do profeta Isaías vol. 2
O livro do profeta Isaías vol. 3
The book of prophet Isaiah vol. 1 (PDF)
The book of prophet Isaiah vol. 2
The book of prophet Isaiah vol. 3
Profeta, o mensageiro de Deus (PDF)
Prophet, the messenger of God (PDF)
Table about the prophets (PDF)
Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti
PIX: relacionamentosearaagape@gmail.com