Isaías 31: o Senhor continua a advertir sobre não confiar no Egito. Embora os assírios invadissem Judá, Ele mesmo defenderia Jerusalém e eles cairiam pelas Suas mãos, não pelas tropas do Egito. O exército de Senaqueribe seria morto pelo anjo do Senhor.

Isaiah 31: The Lord continues to warn against trusting Egypt. Although the Assyrians invaded Judah, He Himself would defend Jerusalem and they would fall by His hand, not by the troops of Egypt. Sennacherib’s army would be killed by the angel of the Lord.


Isaías capítulo 31




Capítulo 31

Egito é homem e não deus – v. 1-3 (ARA)
• Is 31: 1-3: “Ai dos que descem ao Egito em busca de socorro e se estribam em cavalos; que confiam em carros, porque são muitos, e em cavaleiros, porque são mui fortes, mas não atentam para o Santo de Israel, nem buscam ao Senhor! Todavia, este é sábio, e faz vir o mal, e não retira as suas palavras; ele se levantará contra a casa dos malfeitores e contra a ajuda dos que praticam a iniqüidade [NVI: ‘Ele se levantará contra a casa dos perversos, contra quem ajuda os maus’]. Pois os egípcios são homens e não deuses [NVI: ‘Mas os egípcios são homens, e não Deus’]; os seus cavalos, carne e não espírito. Quando o Senhor estender a mão, cairão por terra tanto o auxiliador como o ajudado, e ambos juntamente serão consumidos”.

Esta advertência de Deus dá continuidade à do capítulo 30: 1-17, onde o Senhor fala ao Seu povo para não buscar ajuda no Egito. Nestes versículos acima Ele lastima os que põem sua confiança em cavalos, em carros de guerra que eram muitos no Egito, e na força dos seus cavaleiros. No livro de Dt 17: 14-28, podemos perceber as ordens divinas quanto à escolha de um rei. Este deveria ser escolhido por Deus, não deveria multiplicar para si cavalos (para fazer o povo errar e voltar ao Egito, pois o Senhor disse que jamais voltariam por aquele caminho), nem mulheres, nem prata nem ouro. O termo ‘cavalos’ significa que um rei não deveria se firmar na força humana. Na época, Israel não tinha cavalos, só mulas, e o Egito era o maior exportador deles. Deus não queria que Israel fizesse aliança novamente com o Egito, do qual Ele os resgatara, mas queria que Seu povo confiasse apenas nEle, não em sua própria força. Cavalo é símbolo de guerra, pressa, atitudes diante do nosso próximo. Os reis de Israel e Judá depois de Davi não cumpriram, em grande parte, essas orientações, pois dependeram das coligações políticas com nações estrangeiras para socorrê-los contra os ataques dos invasores; não mantiveram sua fidelidade a Deus como deveriam e, com isso, fizeram o povo pecar ainda mais e cair na idolatria (voltar ao Egito). Não confiaram nEle para resolver seus problemas particulares, deixaram os interesses próprios pelo poder sobrepujarem Sua escolha e Seu projeto, o que mereceu repreensão profética muitas vezes.

O texto de Dt 17: 17 também dá outras orientações a um rei: “Tampouco para si multiplicará mulheres, para que o seu coração se não desvie; nem multiplicará muito para si prata ou ouro”. Isso seria para não imitar a prática da poligamia dos países vizinhos, cujos reis tinham numerosos haréns. Um rei deveria conter suas paixões, diferentemente de um homem comum do povo. A bíblia escreve “para que o seu coração se não desvie”, isso porque a mulher tem um grande poder de influência sobre o homem; muitas mulheres influenciariam negativamente um rei no exercício de suas funções. E a orientação para não multiplicar para si muita prata ou ouro significa que os reis foram proibidos de acumular dinheiro para fins privados. Isso demonstraria que ele também tinha um comportamento diferente de um homem perverso, que era ganancioso; se usasse mal seu dinheiro, poderia ser um mau exemplo para os súditos. O rei também não deveria multiplicar para si nem ouro nem prata, pois não deveria ficar debaixo dos valores do mundo. O que o Senhor nos dá é para abençoar outras pessoas, pois é Ele a fonte de suprimento, não para ser usado para fins egoístas.

Mas, o Senhor também diz que a sabedoria para todas as coisas está nEle, e que Ele mesmo se levantará contra os pecadores, rebeldes e perversos, que ajudam os maus. Continua dizendo que os egípcios são homens e não deuses [Is 31: 3 – ARA; NVI: ‘Mas os egípcios são homens, e não Deus’]. O fato de estar escrito ‘deuses’ numa tradução e ‘Deus’ em outra pode se dever ao fato de que na bíblia hebraica está escrito ‘Elohim’, todas as vezes que se refere a Deus, ou seja, sempre a palavra no plural (Elohim é o plural de Elohe ou El), pois, na época, era uma forma comum de se referir a Deus. Seus homens e seus cavalos eram carne, não espírito. Deus é espírito, e não carne, por isso tinha uma força maior contra os inimigos poderosos de Israel, pois eles também eram manipulados por forças espirituais das trevas; e só o Senhor conhecia a maneira correta de lidar com elas. Acreditando na força de homens e impérios, tanto Israel como estes seriam destruídos por Deus.

Deus lutará por Jerusalém – v. 4-5.
• Is 31: 4-5: “Porque assim me disse o Senhor: Como o leão e o cachorro do leão rugem sobre a sua presa [NVI: ‘Assim como quando o leão, o leão grande, ruge ao lado da presa’], ainda que se convoque contra eles grande número de pastores, e não se espantam das suas vozes, nem se abatem pela sua multidão [NVI: ‘e ele (o leão) não se intimida com os gritos deles e não se perturba com o seu clamor’], assim o Senhor dos Exércitos descerá, para pelejar sobre o monte Sião e sobre o seu outeiro. Como pairam as aves [NVI: ‘Como as aves dão proteção aos filhotes com suas asas’], assim o Senhor dos Exércitos amparará a Jerusalém; protegê-la-á e salvá-la-á, poupá-la-á [No original: ‘passará sobre ela’] e livrá-la-á”.

Na KJV, ao invés de ‘Como o leão e o cachorro do leão’ está escrito: ‘Como o leão e o leão jovem’. A palavra hebraica para ‘leão’ é ‘ariy (Strong #738) ou, de uma maneira prolongada, earyeh, que significa: um leão (no sentido de violência), um leão ou leão jovem (animal), ou perfurar.
A palavra hebraica para ‘leão jovem’ é kphiyr (Strong #3715), que significa um vilarejo (como se coberto, rodeado por muralhas); também um leão jovem, talvez coberto por uma juba.

Dessa forma, assim como o leão e o leão jovem lutam pela presa que já está entre seus dentes, sem se importar com o número de pastores à sua volta e sem se assustarem com seus gritos, o Senhor defenderia Jerusalém, sozinho, porque Nele estava a força de um leão. Ele ‘desceria’ para pelejar sobre o monte Sião e sobre o seu outeiro, ou seja, de Sua morada no céu Ele desceria sobre Sua cidade, como no passado havia descido com toda Sua glória sobre o Monte Sinai para se revelar ao Seu povo. Isso nos lembra de como o Senhor enviou o Seu anjo do céu sobre o exército dos assírios e matou a todos. Senaqueribe se assustou e fugiu. Jerusalém foi salva pelo Senhor dos Exércitos de uma invasão e assolação. E da mesma forma como as aves dão proteção aos filhotes com suas asas, o Senhor ampararia Jerusalém, e a protegeria debaixo das Suas asas, do seu manto. Ele a protegeria e a salvaria; mais do que isso, Ele a pouparia de muitas aflições e a livraria da destruição. ‘Poupá-la-á’ [No original: ‘passará sobre ela’], é a mesma palavra hebraica para ‘pessach’, ‘passar por cima’, como Ele passou por cima das casas dos Israelitas no Egito na noite da morte dos primogênitos, enquanto Seu povo comia o cordeiro da Páscoa (Êx 12: 11; 13). Em Êx 12: 13, na KJV está escrito ‘passing over’, ou seja, ‘passando por cima’, em hebraico ‘pacach’ (Strong #6452), que significa saltar, pular, parar ou hesitar, pular sobre uma perna só (como no salto de uma dança). A palavra ‘pacach’ é parecida com ‘pecach’ (Strong #6453), pessach: uma preterição, i.e., isenção; usada apenas para a Páscoa judaica (o festival ou a vítima): passar por cima, páscoa (oferta).

‘Porque assim me disse o Senhor’ – o profeta Isaías tinha ouvido e recebido esse consolo do Senhor, por isso podia confiar nEle. São palavras de graça e misericórdia, que prometem preservação e libertação. Portanto, era uma coisa tola pedir socorro ao Egito.

Os israelitas são chamados a se converter para Deus – v. 6-7.
• Is 31: 6-7: “Convertei-vos, pois, ó filhos de Israel, àquele de quem tanto vos afastastes. Pois, naquele dia, cada um lançará fora os seus ídolos de prata e os seus ídolos de ouro, que as vossas mãos fabricaram para pecardes”.

O povo é novamente chamado a se converter a Deus, de quem eles já haviam se afastado tanto. E o profeta continua dizendo em nome do Senhor que quando tudo isso acontecer, eles jogarão fora os seus ídolos de ouro e prata, e se envergonharão deles mesmos porque reconhecerão o seu pecado. O Senhor espera por eles; e sabe que eles retornarão, mas só depois de serem disciplinados por Ele. Era povo de dura cerviz, que não tinha ouvido as palavras dos profetas até então. Sempre se recusaram a ouvi-las.

A queda da Assíria – v. 8-9.
• Is 31: 8-9: “Então, a Assíria cairá pela espada, não de homem; a espada, não de homem, a devorará; fugirá diante da espada, e os seus jovens serão sujeitos a trabalhos forçados. De medo não atinará com a sua rocha de refúgio [NVI: ‘Sua fortaleza cairá por causa do pavor’]; os seus príncipes, espavoridos, desertarão a bandeira [NVI: ‘ao verem a bandeira da batalha, seus líderes entrarão em pânico’], diz o Senhor, cujo fogo está em Sião e cuja fornalha, em Jerusalém”.

Esses dois versículos reforçam o que foi dito no capítulo anterior, no versículo 33, sobre a destruição dos assírios e sobre a fogueira que o Senhor já tinha preparada para o seu rei.
‘Então, a Assíria cairá pela espada, não de homem; a espada, não de homem, a devorará’ – significa que os assírios caíram pelas mãos do próprio Deus, não pelo exército de Israel sob Ezequias, nem pelas tropas do Egito. Foi o que aconteceu com o exército de Senaqueribe, morto pelo anjo do Senhor, quando cercavam Jerusalém. Quando Senaqueribe viu 185.000 soldados mortos, o pavor se apoderou dele. Ele desistiu do cerco e fugiu para sua terra.

‘E os seus jovens serão sujeitos a trabalhos forçados’ pode se referir aos seus moços, os carregadores das armas, os servos dos soldados que cuidavam de seus animais. O texto hebraico concordante interlinear (CHES – Concordant Hebrew English Sublinear), baseado no vocabulário da Versão Concordante do Antigo Testamento (CVOT – Concordant Version of the Old Testament), escreve algo como: ‘e os seus melhores jovens serão para serviço tributário’ ou ‘e jovens escolhidos dele por serviço tributário eles serão’. Na bíblia de Jerusalém está escrito: ‘seus melhores guerreiros serão destinados para trabalho [forçado – nota minha]’. KJV escreve: ‘e os seus jovens ficarão desconcertados’. A palavra hebraica para ‘confusos’ ou ‘desconcertados’ aqui (Strong #4522) pode significar desvanecer, desmaiar, desaparecer; ou, outra tradução: arrecadação, tarefa, feitor, tributo, tributário, um imposto na forma de trabalho forçado. Como a bíblia não fala em nenhum tributo assírio pago a Ezequias, e nenhum cativeiro de moços assírios sendo sujeitos pelos israelitas a trabalhos forçados, provavelmente, a melhor tradução para ‘e os seus jovens serão sujeitos a trabalhos forçados’ seria: eles desmaiariam de medo e desapareceriam, sairiam correndo deixando o exército assírio ali, sozinho.

‘De medo não atinará com a sua rocha de refúgio [NVI: ‘Sua fortaleza cairá por causa do pavor’]’ – quer dizer que a Assíria nem se daria conta da sua fortaleza (Nínive) caindo sob as ordens de destruição do Deus de Israel; ou então, Senaqueribe fugiu para Nínive ao ver a destruição misteriosa do seu exército e, provavelmente, só se sentiu seguro ao chegar lá. Mas sua confiança, sua fortaleza interior, estava em frangalhos. Seus homens de confiança e que eram a sua força também fugiram ou estavam mortos agora.

‘Os seus príncipes, espavoridos, desertarão a bandeira [NVI: ‘ao verem a bandeira da batalha, seus líderes entrarão em pânico’], diz o Senhor, cujo fogo está em Sião e cuja fornalha, em Jerusalém’ – quer dizer: os seus generais e os principais do seu exército ficariam com medo também e nem fariam conta dos seus estandartes. Tentariam fugir. ‘Cujo fogo está em Sião e cuja fornalha, em Jerusalém’ é uma metáfora da presença forte do Deus de Israel em Jerusalém, com o fogo de Sua ira para defender Seu povo, além de ser uma metáfora da presença do Senhor no templo, onde os sacrifícios eram feitos e, como Ele mesmo disse em Levítico para os filhos de Arão (Lv 6: 9; 13): “Dá ordem a Arão e a seus filhos, dizendo: Esta é a lei do holocausto: o holocausto ficará na lareira do altar toda a noite até pela manhã, e nela se manterá aceso o fogo do altar... O fogo arderá continuamente sobre o altar [do holocausto, era o que queria dizer]; não se apagará”. Como vimos em Is 29: 1-2; 7 Jerusalém era chamada ‘a Lareira de Deus’.


• Principal fonte de pesquisa: Douglas, J.D., O novo dicionário da bíblia, 2ª ed. 1995, Ed. Vida Nova.
• Fonte de pesquisa para algumas imagens: wikipedia.org e crystalinks.com

Este texto se encontra no 1º volume do livro:


livro evangélico: O livro do profeta Isaías

O livro do profeta Isaías vol. 1 (PDF)

O livro do profeta Isaías vol. 2

O livro do profeta Isaías vol. 3

The book of prophet Isaiah vol. 1 (PDF)

The book of prophet Isaiah vol. 2

The book of prophet Isaiah vol. 3

Sugestão de leitura:


livro evangélico: Profeta, o mensageiro de Deus

Profeta, o mensageiro de Deus (PDF)

Prophet, the messenger of God (PDF)

Sugestão para download:


tabela de profetas AT

Tabela dos profetas (PDF)

Table about the prophets (PDF)



Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti

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