Isaías 26: o povo que alcançou misericórdia ergue um cântico de louvor pela proteção de Deus. Isaías agradece a Ele pelas bênçãos da justiça, pelos Seus julgamentos e pelo Seu favor para com eles e confessa sua crença na ressurreição dos mortos.

Isaiah 26: the people who have obtained mercy raise a song of praise for God’s protection. Isaiah thanks Him for the blessings of righteousness, His judgments, and His favor toward them, and confesses his belief in the resurrection of the dead.


Isaías capítulo 26




Capítulo 26

Cântico de confiança na proteção divina – v. 1-21.
• Is 26: 1-6: “Naquele dia, se entoará este cântico na terra de Judá: Temos uma cidade forte; Deus lhe põe a salvação (yeshu`âh) por muros e baluartes [NVI: como muros e trincheiras]. Abri vós as portas, para que entre a nação justa, que guarda a fidelidade. Tu, Senhor, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em ti. Confiai no Senhor perpetuamente, porque o Senhor Deus é uma rocha eterna; porque ele abate os que habitam no alto, na cidade elevada; abate-a, humilha-a até à terra e até ao pó. O pé a pisará; os pés dos aflitos, e os passos dos pobres”.

Aqui, o profeta faz um cântico de louvor e confiança em Deus, pelas bênçãos da justiça, pelos julgamentos sobre os seus inimigos e favor para com o Seu povo; também mostra o castigo dos perversos, o arrependimento e a esperança.

• Is 26: 1: ‘Naquele dia’, parece significar o tempo do evangelho, e Jerusalém será uma cidade forte, pois Deus põe a Sua salvação por muros e baluartes (NVI: ‘trincheiras’). Baluarte significa: fortaleza inexpugnável, lugar seguro, suporte, apoio, sustentáculo. O Messias é uma figura de Salvação para Israel. A palavra ‘salvação’ (em hebraico, ישועה, yeshu`âh) aparece 146 vezes na bíblia – 103 vezes no AT e 43 vezes no NT. No AT ela é transliterada como yeshu`âh – assim como Jesus (Yeshua – ישוע) é comumente chamado (yshuw`ah ou yeshu`âh – Strong #3444, e significa: algo salvo, libertação; ajuda, vitória, prosperidade: saúde, ajuda, salvação, salvo, salvar, bem-estar). No NT a palavra ‘salvação’ (Σωτηρία) é escrita em grego como: sôtêrias (σωτηριας – Lc 1: 69; 77), sôtêria (σωτηρια – At 4: 12), sôtêrion ou sôtêrian (σωτηριαν – Lc 3: 6; At 28: 28), por exemplo. A palavra ‘Salvador’ é escrita como Sōtèr (Σωτήρ = um libertador, i.e., Deus ou Cristo), e que pode corresponder às palavras hebraicas: mattan e mattnay, significando ‘dar’ ou ‘recompensa’. As palavras gregas sôtêrias, sôtêria ou sôtêrion significam: ‘resgate, segurança, libertar, saúde, salvação, salvo, salvar, defesa, e defensor’. A palavra hebraica yeshu`âh (salvação) é claramente vista em 3 versículos de Isaías: Is 26:1; Is 49: 8 e Is 60: 18.

Yshuw`ah (ou yeshu`âh) é palavra derivada de Yhowshuwa` (Jehoshua; Joshua; Josué; Yehôshua‘, יהושע, Strong #3091, significa: YHWH salvou), transliterada para o grego como Iēsoùs (Ίησούς – Strong # g2424), Jesus (em Latim) – Mt 1: 21; Lc 1: 31.

Portanto, esse versículo pode ser não apenas um cântico de gratidão a Deus pelo livramento do Seu povo do jugo babilônico, como também uma profecia a respeito de Jesus, colocado em Jerusalém como um forte muro contra todo inimigo da igreja de Cristo, toda religiosidade e hipocrisia, toda idolatria e falsos ensinos, toda falsa profecia e treva com aparência de luz. Sua presença torna a cidade inexpugnável como uma fortaleza. Assim, mesmo após o retorno dos exilados e depois da destruição do segundo templo pelos romanos sob Pompeu, a palavra de Salvação de Deus já era um escudo a proteger Seu povo. O templo de Salomão durou 380 anos. O segundo templo, que terminou sua construção em 516 AC (iniciou em 536 AC, mas ficou parada até 520 AC) e foi dirigido pelo sacerdote Esdras (480 AC) após o retorno dos exilados da Babilônia para Jerusalém, perdurou por 473 anos. Embora menor e menos opulento que o primeiro, o segundo templo durou mais tempo e, ainda que tenha sido invadido pelo rei selêucida Antíoco IV Epifânio por volta de 168-166 AC (período do domínio selêucida sobre Israel), sob a liderança de Judas Macabeu o templo foi purificado e, já nos fins de 164 AC, seus móveis foram substituídos. Os judeus transformaram o recinto numa fortaleza tão poderosa que resistiu ao cerco de Pompeu durante 3 meses (63 AC).
Resumindo: A imutável promessa e aliança do Senhor são os muros da igreja de Deus.

• Is 26: 2-3: “Abri vós as portas, para que entre a nação justa, que guarda a fidelidade. Tu, Senhor, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em ti”.

O profeta diz que as portas da cidade se manterão abertas para receber uma nação justa e fiel. Que os pecadores sejam então encorajados a unir-se ao Senhor. E no versículo 3 ele diz que o Senhor manterá em paz todo aquele cujo propósito for firme e confiante nEle; isto é: em perfeita paz, paz interior, paz exterior, paz com Deus, paz de consciência, paz em todos os momentos, em todos os eventos. Aqueles que confiam em Deus não só encontrarão paz nEle, mas receberão a força que os levará a transpor todos os obstáculos na vida.

• Is 26: 4-6: “Confiai no Senhor perpetuamente, porque o Senhor Deus é uma rocha eterna; porque ele abate os que habitam no alto, na cidade elevada [NVI: a cidade altiva]; abate-a, humilha-a até à terra e até ao pó. O pé a pisará; os pés dos aflitos, e os passos dos pobres”.

O profeta exorta novamente a confiar no Senhor, porque Ele é uma rocha eterna e abate os orgulhosos e altivos como fez com a suntuosa cidade de Babilônia, com seus edifícios altos como montanhas querendo alcançar o céu, e com largos muros que a faziam se sentir inexpugnável. Ele a humilhou e a destinou à ruína. Assim, até os pobres e humildes puderam pisar sobre o que restou dela.

• Is 26: 7-11: “A vereda do justo é plana; tu, que és justo, aplanas a vereda do justo [NVI: tornas suave o caminho do justo]. Também através dos teus juízos [NVI: tuas ordenanças], Senhor, te esperamos; no teu nome e na tua memória está o desejo da nossa alma. Com minha alma suspiro de noite por ti e, com o meu espírito dentro de mim, eu te procuro diligentemente [NVI: ‘meu espírito por ti anseia’]; porque, quando os teus juízos reinam na terra, os moradores do mundo aprendem justiça. Ainda que se mostre favor ao perverso, nem por isso aprende a justiça; até na terra da retidão ele comete a iniqüidade [NVI: ‘ele age perversamente’] e não atenta para a majestade do Senhor. Senhor, a tua mão está levantada, mas nem por isso a vêem; porém verão o teu zelo pelo povo e se envergonharão; e o teu furor, por causa dos teus adversários, que os consuma”.

O profeta afirma a justiça de Deus que torna planos os caminhos dos justos, sem pedras de tropeço neles. Andar em conformidade com o projeto do Senhor nos livra de colocar os pés em caminhos tortuosos que possam nos levar ao mal. Andando nos caminhos dos Seus juízos, o povo espera no Senhor para que Ele o defenda nas horas de tribulação. O desejo do profeta era o desejo do povo: poder se lembrar do nome do seu Deus e tê-lo sempre em sua memória. Ele também fala que sua alma suspirava de dia e de noite pelo Senhor, pois quando os juízos e os mandamentos dEle eram vistos na terra, aí sim, os homens justos compreenderiam o que significava a justiça divina. Mas os perversos, mesmo vendo a mão de Deus erguida em julgamento contra eles, não aprendiam a fazer o bem; pelo contrário, continuavam a fazer o mal. Apesar de não atentar para a mão poderosa de Deus, eles seriam forçados a ver Seu cuidado pelos judeus, e o livramento que Ele lhes traria. Com isso, os perversos seriam envergonhados e consumidos pelo furor da ira de Deus. Está escrito em Hb 10: 31: “Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo”.

• Is 26: 12-15: “Senhor, concede-nos a paz, porque todas as nossas obras tu as fazes por nós [NVI: tudo o que alcançamos, fizeste-o para nós]. Ó Senhor, Deus nosso, outros senhores têm tido domínio sobre nós; mas graças a ti somente é que louvamos o teu nome. Mortos não tornarão a viver, sombras não ressuscitam [NVI: Agora eles estão mortos, não viverão; são sombras, não ressuscitarão]; por isso, os castigaste, e destruíste, e lhes fizeste perecer toda a memória. Tu, Senhor, aumentaste o povo, aumentaste o povo e tens sido glorificado; a todos os confins da terra dilataste”.

O profeta pede a paz para o Senhor, e reconhece que tudo o que eles tinham conquistado até aquele momento fora feito por Deus; todas as obras que lhes trouxeram vitória foi pela força de Deus neles; tudo foi feito pelo Senhor e veio de Suas mãos por causa de Sua bondade, graça e poder. Nenhuma glória poderia ser atribuída a eles. O Senhor faz com que tudo coopere para o nosso bem, mesmo que não compreendamos Seus caminhos. Dessa forma, o profeta tinha razões ainda para acreditar que a paz e a prosperidade que haviam sido prometidas a eles viriam às suas mãos. A obra de Deus sobre Seu povo é justamente a operação da Sua graça no coração do homem, concedendo-lhes os dons do Seu Espírito para que tudo que o ser humano deseja fazer, ele possa fazer com sucesso e em conformidade com a vontade divina. Eles haviam sido escravos do pecado, e Satanás fez com eles o que quis. Mas pela graça divina eles conseguiram ser libertos quando se lembraram do seu Deus. Os antigos senhores não tinham mais poder sobre eles, significando tanto homens poderosos (reis de grandes nações) quanto os falsos deuses a quem eles prestaram culto.

Em seguida, o profeta fala que os inimigos agora estavam mortos e não voltariam a viver; eram sombras, não ressuscitariam. Deus fez perecer a memória deles. Ninguém mais se lembraria deles.

Na Versão de King James (já traduzida para o Português) está escrito: “Eles morreram, não viverão; eles morreram, não ressuscitarão; portanto, tu os visitaste e os destruíste, e fez toda a sua memória perecer”.
‘Eles morreram, não viverão’, em hebraico transliterado é: muwth (תים – mortos – Strong #4191), uma raiz primitiva que significa: morrer (literalmente ou figurativamente); matar, chorar, estar morto, corpo morto de homem, de alguém; levar à morte, digno de morte, destruir, destruidor, fazer morrer, que deve morrer.
sombras não ressuscitam’ (ARA) ou ‘são sombras, não ressuscitarão’ (NVI), em hebraico transliterado é: rapha’ (רפאים – fantasma – Strong #7496), no plural, repha’ïm, e tem o sentido de ‘almas dos mortos’. rapha’ (Strong #7496) significa: frouxo; (figuradamente): um fantasma (como morto, somente no plural); mortos, falecidos.
Resumindo: ele fala que os inimigos agora estavam mortos (no corpo) e não poderiam mais viver. Suas almas também não ressuscitariam. Mas o povo havia sido liberto e multiplicado, e o Senhor era glorificado por isso; as fronteiras da terra dos judeus tinha sido alargada. Isso queria dizer que eles foram para o cativeiro e se multiplicaram lá; mas mesmo retornando para sua terra, um remanescente havia ficado no lugar para onde eles haviam sido deportados e ali se estabeleceram. A presença de judeus em terra estrangeira era como se Israel estivesse lá como nação, como se eles tivessem tomado aquela terra e alargado suas fronteiras, possuindo a terra dos seus inimigos.

• Is 26: 16-18: “Senhor, na angústia te buscaram; vindo sobre eles a tua correção, derramaram as suas orações. Como a mulher grávida, quando se lhe aproxima a hora de dar à luz, se contorce e dá gritos nas suas dores, assim fomos nós na tua presença, ó Senhor! Concebemos nós e nos contorcemos em dores de parto, mas o que demos à luz foi vento; não trouxemos à terra livramento algum, e não nasceram moradores do mundo [NVI: Não trouxemos salvação à terra; não demos à luz os habitantes do mundo]”.

No versículo 16, ele diz que o povo buscou o Senhor do lugar do seu cativeiro. O profeta relata o seu arrependimento em nome de todos eles. Depois da correção que sofreram, suas orações eram como água de uma fonte, e rapidamente ouvidas pelo Senhor. Ele compara a dor dos judeus à de uma mulher grávida prestes a dar à luz. Eles haviam feito o desejo do seu coração, se contorceram em dores lutando contra a vontade do Senhor, mas tudo o que produziram foi nada, foi como vento; não desfrutaram da consolação que procuravam nem trouxeram livramento algum para as suas aflições passadas debaixo da opressão dos outros povos. Os ímpios e os incrédulos não foram destruídos pela força dos gemidos dos judeus.

• Is 26: 19-21: “Os vossos mortos e também o meu cadáver viverão e ressuscitarão; despertai e exultai, os que habitais no pó, porque o teu orvalho, ó Deus, será como o orvalho de vida, e a terra dará à luz os seus mortos. Vai, pois, povo meu, entra nos teus quartos e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te só por um momento, até que passe a ira. Pois eis que o Senhor sai do seu lugar, para castigar a iniqüidade dos moradores da terra; a terra descobrirá o sangue que embebeu [NVI: ‘mostrará o sangue derramado sobre ela’] e já não encobrirá aqueles que foram mortos”.

O profeta dirige agora o seu discurso ao povo de Deus e lhes dá uma esperança. Os mortos dentre eles eram diferentes dos mortos dos ímpios (v.14). Estes não viveriam. Porém, os mortos do povo do Senhor, assim como o cadáver do próprio profeta, seriam ressuscitados. Eles têm a promessa de libertação de todos os seus medos e perigos. Até os que já estavam mortos, dormindo no pó, teriam a esperança da ressurreição. O orvalho significava o favor e a bênção de Deus sobre eles, a resposta às suas orações clamando pelos seus mortos. Assim como ervas mortas florescem de novo pela chuva de primavera, o favor e a graça de Deus os fariam reviver, e os mortos ressuscitariam para alegria eterna.

• Is 26: 19: “Os vossos mortos e também o meu cadáver viverão e ressuscitarão; despertai e exultai, os que habitais no pó, porque o teu orvalho, ó Deus, será como o orvalho de vida, e a terra dará à luz os seus mortos”.
‘Os vossos mortos e também o meu cadáver viverão e ressuscitarão’ – A palavra ‘mortos’ aqui em hebraico transliterado é: muwth (תים – mortos – Strong #4191), uma raiz primitiva que significa: morrer (literalmente ou figurativamente); matar, chorar, estar morto, corpo morto de homem, de alguém; levar à morte, digno de morte, destruir, destruidor, fazer morrer, que deve morrer.
‘E a terra dará à luz os seus mortos’. A palavra ‘mortos’ aqui em hebraico transliterado é: rapha’ (רפאים – fantasma – Strong #7496), no plural, repha’ïm, e tem o sentido de ‘almas dos mortos’. Rapha’ (Strong #7496) significa: frouxo; (figuradamente): um fantasma (como morto, somente no plural); mortos, falecidos.

Neste versículo de Isaías (Is 26: 19) é que os judeus fariseus e escribas baseavam sua crença na ressurreição dos mortos, ao passo que os saduceus negavam a ressurreição, anjos e espíritos (At 23: 8; Lc 20: 27; Mc 12: 18; Mt 22: 23).

• Is 26: 20-21: Em seguida a este consolo e confiança na ressurreição em Cristo, que é a ressurreição e a vida, o profeta continua dizendo para seu povo entrar nos seus quartos, fechar as portas e se esconder por um momento até que a ira de Deus passe, ou seja, para se retirar do mundo e orar a Deus em secreto até que sua indignação termine sobre os infiéis e ímpios, cujos pecados são tantos que provocaram o furor dEle. Em outras palavras, ele exorta os fiéis a serem pacientes na tribulação e a esperar no trabalho de Deus. O Senhor sai do Seu lugar para punir todos os inimigos do Seu povo. Todo sangue inocente que foi derramado sobre a terra será vingado.


• Principal fonte de pesquisa: Douglas, J.D., O novo dicionário da bíblia, 2ª ed. 1995, Ed. Vida Nova.
• Fonte de pesquisa para algumas imagens: wikipedia.org e crystalinks.com

Este texto se encontra no 1º volume do livro:


livro evangélico: O livro do profeta Isaías

O livro do profeta Isaías vol. 1 (PDF)

O livro do profeta Isaías vol. 2

O livro do profeta Isaías vol. 3

The book of prophet Isaiah vol. 1 (PDF)

The book of prophet Isaiah vol. 2

The book of prophet Isaiah vol. 3

Sugestão de leitura:


livro evangélico: Profeta, o mensageiro de Deus

Profeta, o mensageiro de Deus (PDF)

Prophet, the messenger of God (PDF)

Sugestão para download:


tabela de profetas AT

Tabela dos profetas (PDF)

Table about the prophets (PDF)



Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti

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