Isaías 1: ele condena o culto religioso hipócrita; Deus os punirá pelos seus pecados usando os assírios. Ele rejeita seus sacrifícios e os chama ao arrependimento; Ele promete Sua graça e misericórdia.

Isaiah 1: he condemns hypocritical religious worship; God will punish them for their sins using the Assyrians. He rejects their sacrifices and calls them to repentance; He promises His grace and mercy.


Isaías capítulo 1




Capítulo 1

No capítulo 1 (Is 1: 10-17, em especial), ele fala violentamente contra um culto religioso hipócrita, que tenta mascarar as injustiças do dia a dia. Ele chega a chamar os príncipes de Jerusalém, príncipes de Sodoma e Gomorra. Normalmente, Isaías vai contra os ricos e latifundiários que, arrogantes e orgulhosos, vivem em festas e regalias à custa do trabalho dos pobres, negando-lhes justiça e explorando-os. Isaías defende os órfãos, as viúvas e os oprimidos, o povo explorado e desgovernado pelos líderes civis. Durante seu ministério quatro reis de Judá reinaram: Uzias ou Azarias (781-740 AC, desde 791 AC como co-regente de Amazias), Jotão (740-732 AC, desde 748 AC como co-regente de Uzias), Acaz (732-716 AC) e Ezequias (716-687 AC, desde 729 AC como co-regente de Acaz). Os capítulos iniciais (1 a 7) contêm as repreensões proféticas do reinado de Jotão; no máximo, dos últimos anos de Uzias, para algo que já está acontecendo ou vai acontecer no reinado do filho de Jotão, Acaz (Is. capítulo 7).

Os pecados de Judá – v.1-4
• Is 1: 1-4: “Visão de Isaías, filho de Amoz, que ele teve a respeito de Judá e Jerusalém, nos dias de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá. Ouvi, ó céus, e dá ouvidos, ó terra, porque o Senhor é quem fala: Criei filhos e os engrandeci [NVI: ‘os fiz crescer’], mas eles estão revoltados contra mim. O boi conhece o seu possuidor [NVI: ‘seu dono’], e o jumento, o dono da sua manjedoura [NVI: ‘a manjedoura do seu proprietário’]; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende. Ai desta nação pecaminosa, povo carregado de iniqüidade, raça de malignos [NVI: ‘malfeitores’], filhos corruptores; abandonaram o Senhor, blasfemaram do Santo de Israel, voltaram para trás [NVI: ‘e o rejeitaram’]”.

O povo tinha se afastado de Deus e se revoltado contra Ele. Então, seu conhecimento de Deus cessou. Judá se transformou numa nação pecaminosa, com pessoas de índole corrupta, cheia de iniqüidade e blasfêmia. Eles deram as costas ao Senhor.

Os juízos de Deus – v. 5-9
• Is 1: 5-9: “Por que haveis de ainda ser feridos, visto que continuais em rebeldia? Toda a cabeça está doente, e todo o coração, enfermo. Desde a planta do pé até à cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, contusões e chagas inflamadas [NVI: ‘ferimentos abertos’], umas e outras não espremidas, nem atadas, nem amolecidas com óleo [NVI: ‘vergões e ferimentos abertos que não foram limpos nem enfaixados nem tratados com azeite’]. A vossa terra está assolada, as vossas cidades, consumidas pelo fogo; a vossa lavoura os estranhos devoram em vossa presença [NVI: ‘os seus campos estão sendo tomados por estrangeiros’]; e a terra se acha devastada como numa subversão de estranhos [NVI: ‘devastados como a ruína que eles costumam causar’]. A filha de Sião é deixada como choça na vinha, como palhoça no pepinal [no manuscrito original: ‘um jardim de pepinos’], como cidade sitiada. Se o Senhor dos Exércitos não nos tivesse deixado alguns sobreviventes, já nos teríamos tornado como Sodoma e semelhantes a Gomorra”.

A rebeldia estava atraindo a ira de Deus sobre eles. Do maior deles ao menor só havia sujeira e corrupção, corações feridos e endurecidos a um concerto com o Senhor. A terra havia sido assolada, as cidades estavam queimadas, as lavouras haviam sido destruídas pelos inimigos (Assírios). Jerusalém estava em estado de abandono. Alguns sobreviventes fiéis ainda eram vistos pelo Senhor, que ouvia suas orações.

Sua adoração é rejeitada – v. 10-15
• Is 1: 10-15 (cf. Am 5: 21-22): “Ouvi a palavra do Senhor, vós, príncipes de Sodoma; prestai ouvidos à lei do nosso Deus, vós, povo de Gomorra. De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios? — diz o Senhor. Estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de animais cevados [NVI: ‘de novilhos gordos’] e não me agrado do sangue de novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes. Quando vindes para comparecer perante mim, quem vos requereu o só pisardes os meus átrios? [NVI: ‘Quando vocês vêm à minha presença, quem lhes pediu que pusessem os pés em meus átrios?’] Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação [NVI: ‘repugnante para mim’], e também as Festas da Lua Nova, os sábados, e a convocação das congregações; não posso suportar iniqüidade associada ao ajuntamento solene [NVI: ‘suas assembléias’]. As vossas Festas da Lua Nova e as vossas solenidades [NVI: ‘suas festas fixas’], a minha alma as aborrece [NVI: ‘eu as odeio’]; já me são pesadas; estou cansado de as sofrer [NVI: ‘não as suporto mais’]. Pelo que, quando estendeis as mãos, escondo de vós os olhos; sim, quando multiplicais as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue”.

Os príncipes de Jerusalém são chamados por Isaías de príncipes de Sodoma e Gomorra, tamanha a corrupção no meio deles. Deus já estava cansado de rituais vazios, de cultos hipócritas, de sacrifícios vãos. O Senhor já não suportava mais a iniqüidade misturada com a adoração a Ele. Até as festas fixas, instituídas por Ele mesmo, já Lhe eram cansativas. Ele já não ouvia as orações do Seu povo, porque as mãos deles estavam sujas de sangue.

Exortações ao arrependimento – v. 16-17
• Is 1: 16-17: “Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer o mal. Aprendei a fazer o bem; atendei à justiça, repreendei ao opressor; defendei o direito do órfão, pleiteai a causa das viúvas”.

Deus os chama ao arrependimento, a tirar a maldade de dentro dos seus corações e das suas ações. Eles deveriam aprender a fazer o bem, dar atenção à justiça, defender os órfãos e as viúvas e repreender o opressor. Isso dizia respeito aos judeus, em especial, às classes dominantes, que viviam em festas e regalias à custa do trabalho dos pobres, negando-lhes justiça e explorando-os.

Promessas de graça e de misericórdia – v. 18-20
• Is 1: 18-20: “Vinde, pois, e arrazoemos [NVI: ‘vamos refletir juntos’], diz o Senhor; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata (cor vermelha), eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã. Se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra [NVI: ‘os melhores frutos desta terra’]. Mas, se recusardes e fordes rebeldes, sereis devorados à espada; porque a boca do Senhor o disse”.

Mesmo que os pecados deles manchassem suas vestes espirituais com a cor vermelha de sangue, elas poderiam se tornar brancas de novo. Se o povo escutasse a Deus, eles poderiam comer dos melhores frutos da terra. Mas se continuassem na rebeldia, fazendo as coisas segundo sua própria consciência e vontade, eles morreriam pela espada dos inimigos. E o Senhor não voltaria atrás na Sua palavra.

O julgamento e a redenção de Jerusalém – v. 21-31
• Is 1: 21-31: “Como se fez prostituta a cidade fiel! Ela, que estava cheia de justiça! Nela, habitava a retidão, mas, agora, homicidas [NVI: ‘assassinos’]. A tua prata se tornou em escórias, o teu licor se misturou com água. Os teus príncipes [NVI: ‘líderes’] são rebeldes e companheiros de ladrões; cada um deles ama o suborno e corre atrás de recompensas. Não defendem o direito do órfão, e não chega perante eles a causa das viúvas. Portanto, diz o Senhor, o Senhor dos Exércitos, o Poderoso de Israel: Ah! Tomarei satisfações aos meus adversários [NVI: ‘Derramarei minha ira sobre os meus adversários’] e vingar-me-ei dos meus inimigos. Voltarei contra ti a minha mão, purificar-te-ei como com potassa das tuas escórias e tirarei de ti todo metal impuro [NVI: ‘tirarei toda a sua escória e removerei todas as suas impurezas’]. Restituir-te-ei os teus juízes, como eram antigamente, os teus conselheiros, como no princípio; depois, te chamarão cidade de justiça, cidade fiel. Sião será redimida pelo direito, e os que se arrependem, pela justiça. Mas os transgressores e os pecadores serão juntamente destruídos; e os que deixarem o Senhor perecerão. Porque vos envergonhareis dos carvalhos que cobiçastes [NVI: ‘dos carvalhos sagrados que tanto apreciam’] e sereis confundidos por causa dos jardins que escolhestes [NVI: ‘os jardins sagrados que escolheram’]. Porque sereis como o carvalho [NVI: ‘terebinto’], cujas folhas murcham, e como a floresta que não tem água. O forte [NVI: ‘O poderoso’] se tornará em estopa, e a sua obra, em faísca; ambos arderão juntamente [NVI: ‘serão queimados juntos’], e não haverá quem os apague”.

O Senhor diz que a cidade que outrora foi fiel a Ele agora se parecia uma prostituta. Onde um dia houve retidão e justiça, agora abrigava homicidas. Os reis e príncipes, conselheiros e juízes eram todos corruptos, aceitavam suborno, roubavam o povo e não faziam justiça aos menos privilegiados. Por isso, Deus estenderia a mão contra eles para purificá-los de tudo isso. Ele lhes daria juízes justos como os de antigamente, e bons conselheiros. Sião seria redimida pelo direito e os pecadores que se arrependessem conheceriam a justiça de Deus; portanto, seu perdão e sua liberdade. Os que não aceitassem este pacto seriam destruídos.

O carvalho (cf. Is 3: 13; Is 61: 3) é uma árvore do gênero Quercus, que tem vinte e quatro espécies na Palestina; por isso fica difícil determinar qual a espécie a que pertencem a palavras hebraicas como: ‘allâ, ’allôn (ou ’allown) e ’elâ. Esta última parece ser a mais usada na bíblia (’elâ). O carvalho era a árvore favorita sob cujas sombras os israelitas se assentavam (1 Rs 13: 14) ou sepultavam seus mortos (Gn 35: 8; 1 Cr 10: 12, onde está escrito ‘arvoredo’). Sua madeira, embora dura, não era empregada em construção. Era usada na fabricação de remos (Ez 27: 6) e de imagens de escultura (Is 44: 14-15). Basã era região repleta de carvalhos (Is 2: 13; Ez 27: 6; Zc 11: 2). ‘O amorreu’ era forte como os carvalhos’ (Am 2: 9). Algumas espécies são perenemente verdes, mas a maioria muda de folhas anualmente (Is 6: 13). É uma árvore vigorosa, de madeira dura, que vive muitos séculos. Portanto, simboliza poder, força, longevidade, estabilidade e determinação.
O termo hebraico ’ªsherâ era traduzido (segundo a Septuaginta, ‘alsos’) como ‘bosque’ ou ‘lugar alto’ idólatra (Êx 34: 13; Dt 16: 21; 2 Rs 17: 16), pensando-se que se tratava de bosques de carvalhos. Mas os pesquisadores atuais afirmam que a referência ali não é a uma árvore, e sim a uma imagem ou poste-ídolo de Aserá, deusa pagã da fertilidade e do amor.


Carvalho – árvore
Carvalho (Quercus pedunculata B.)

Is 1: 29: “Porque vos envergonhareis dos carvalhos que cobiçastes [NVI: ‘dos carvalhos sagrados que tanto apreciam’] e sereis confundidos por causa dos jardins que escolhestes [NVI: ‘os jardins sagrados que escolheram’]”.

A palavra hebraica usada aqui para ‘carvalhos’ é ’ayil [Strong #352], que significa: força; qualquer coisa forte; especificamente um líder político; homem poderoso; também um carneiro (pela sua força); verga; poste; uma pilastra; um carvalho ou outra árvore forte. Por isso, foi usada no sentido de verga, poste, uma pilastra, como era o poste-ídolo de Aserá (Astarte ou Astarote), onde era feito o sacrifício a essa deusa pagã, ou as árvores que serviam para eles fabricarem imagens de escultura (cf. Is 44: 14-15).

Is 1: 30-31: “Porque sereis como o carvalho [NVI: ‘terebinto’], cujas folhas murcham, e como a floresta que não tem água. O forte [NVI: ‘O poderoso’] se tornará em estopa, e a sua obra, em faísca; ambos arderão juntamente [NVI: ‘serão queimados juntos’], e não haverá quem os apague”.

A palavra hebraica usada aqui é ’elâ [Strong #424], que significa: Um carvalho ou outra árvore forte: olmo ou olmeiro; tília; carvalho (o tipo de carvalho presente no leste da Palestina cujas folhas eram decíduas). Debaixo dos carvalhos muitas vezes se enterravam mortos (Gn 35: 8; 1 Cr 10: 12, onde está escrito ‘arvoredo’) ou ídolos, como fez Jacó, que enterrou os ídolos do seu clã ao sair de Siquém para Betel: Gn 35: 2; 4.
Quando o Senhor começasse a agir, eles se envergonhariam dos carvalhos (ou das pilastras) onde eles haviam oferecido sacrifícios aos deuses estranhos ou de onde tiraram a madeira para fabricarem imagens, e sentiriam aversão pelos jardins onde eles veneraram ídolos e participaram de suas festas. Haveria julgamento severo para os que continuassem nessas práticas: “Porque sereis como o carvalho, cujas folhas murcham, e como a floresta que não tem água. O forte [NVI: ‘O poderoso’] se tornará em estopa, e a sua obra, em faísca; ambos arderão juntamente [NVI: ‘serão queimados juntos’], e não haverá quem os apague”, ou seja, Deus removeria o que era força para eles.


• Principal fonte de pesquisa: Douglas, J.D., O novo dicionário da bíblia, 2ª ed. 1995, Ed. Vida Nova.
• Fonte de pesquisa para algumas imagens: wikipedia.org e crystalinks.com

Este texto se encontra no 1º volume do livro:


livro evangélico: O livro do profeta Isaías

O livro do profeta Isaías vol. 1 (PDF)

O livro do profeta Isaías vol. 2

O livro do profeta Isaías vol. 3

The book of prophet Isaiah vol. 1 (PDF)

The book of prophet Isaiah vol. 2

The book of prophet Isaiah vol. 3

Sugestão de leitura:


livro evangélico: Profeta, o mensageiro de Deus

Profeta, o mensageiro de Deus (PDF)

Prophet, the messenger of God (PDF)

Sugestão para download:


tabela de profetas AT

Tabela dos profetas (PDF)

Table about the prophets (PDF)


Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti

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