O que a bíblia diz sobre a esperança e a fé? Esperança significa o ato de esperar o que se deseja, expectativa, espera (Rm 8: 24). Fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem (Hb 11: 1).

What the bible says about hope and faith? Hope It is the act of waiting for what one desires, expectation, waiting (Rom. 8: 24). Faith is the assurance of things hoped for, the conviction of things not seen (Heb. 11:1).


Estudo sobre fé e esperança


Esperança significa o ato de esperar o que se deseja, expectativa, espera. Isto é o que encontraremos no dicionário de língua portuguesa. Em grego, a palavra usada é “elpis” (ελπίς – Strong #g1680, que quer dizer: esperança, expectativa, confiança), como está escrito em Rm 8: 24: “Porque, na esperança, fomos salvos. Ora, a esperança que se vê, não é esperança; pois o que alguém vê como o espera?” A bíblia considera algumas características como:

1) Esperar pela promessa (vida eterna) pelo fato de termos um Deus fiel; em outras palavras, nossa salvação ser concluída. A bíblia diz que a esperança é a âncora da alma, o que significa dizer que é ela quem nos prende nos caminhos do Senhor, nos fazendo perseverar até a nossa morada nos céus. Os textos bíblicos são:
a) Rm 12: 12: “Regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, na oração, perseverantes”.
b) Rm 15: 4: “Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança”.
c) 1 Co 15: 19: “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens”.
d) 2 Co 1: 9-10: “Contudo, já que nós mesmos, tivemos a sentença de morte, para que não confiemos em nós, e sim no Deus que ressuscita os mortos, o qual nos livrou e livrará de tão grande morte; em quem temos esperado que ainda continuará a livrar-nos...”.
e) Ef 2: 12 cf. 1 Ts 4: 13: “Naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel [ele falava sobre os gentios] e estranho às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo”... “Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem [para nós, os que já morreram], para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança [ainda não conhecem o que é vida eterna]”.
f) Cl 1: 5: “... por causa da esperança que vos está preservada nos céus, da qual antes ouvistes pela palavra da verdade do evangelho,...”.
g) 1 Ts 5: 8: “Nós, porém, que somos do dia [filhos da luz, em contraposição aos filhos das trevas], sejamos sóbrios [moderados, frugais, simples], revestindo-nos da couraça da fé e do amor e tomando como capacete a esperança da salvação [a mente tem a certeza de que a alma alcançou a salvação em Jesus e espera por ela, não permitindo que nenhuma dúvida venha roubá-la]”.
h) 1 Tm 1: 1: “Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, pelo mandato de Deus, nosso Salvador, e de Cristo Jesus, nossa esperança...”. Aqui Paulo diz que Jesus é a nossa esperança, ou seja, Ele garante a nossa vida eterna e nos ajuda a esperar pelo fim dos tempos.
i) Hb 6: 13-20: “Pois, quando Deus fez a promessa a Abraão, visto que não tinha ninguém superior por quem jurar, jurou por si mesmo, dizendo: certamente, te abençoarei e te multiplicarei. E assim, depois de esperar com paciência, obteve Abraão a promessa. Pois os homens juram pelo que lhes é superior, e o juramento, servindo de garantia, para eles, é o fim de toda contenda. Por isso, Deus, quando quis mostrar mais firmemente aos herdeiros da promessa a imutabilidade do seu propósito, se interpôs com juramento, para que, mediante duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, forte alento tenhamos nós que já corremos para o refúgio, a fim de lançar mão da esperança proposta; a qual temos por âncora da alma, segura e firme e que penetra além do véu, onde Jesus, como precursor, entrou por nós, tendo-se tornado sumo sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque” (Gn 14: 18-20). O véu separava o “Santo dos Santos”, onde estava a arca da Aliança, símbolo da presença de Deus com os homens, do “Lugar Santo” do tabernáculo, onde os sacerdotes entravam para oficiar todos os dias ao Senhor – Lv 16: 2. No “Santo dos Santos” entrava apenas o sumo sacerdote uma vez por ano. Para nós, cristãos, o véu simboliza a separação entre Deus e os homens, assim como a carne de Jesus que foi rasgada na cruz para quebrar essa separação; o “Lugar Santo” corresponde à nossa alma e o “Santo dos Santos, ao nosso espírito em contato direto com Deus.
j) Hb 13: 14: “Na verdade, não temos aqui cidade permanente, mas buscamos [esperamos] a que há de vir” [a nova Jerusalém].
k) 1 Pe 1: 13: “Por isso, cingindo o vosso entendimento, sede sóbrios [moderados, frugais, simples] e esperai inteiramente na graça que vos está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo”.

2) A esperança é inseparável da fé em Deus e está associada com paciência e perseverança:
a) Rm 4: 16-22: “Essa é a razão por que [a realização da promessa, ele quer dizer] provém da fé, para que seja segundo a graça, a fim de que seja firme a promessa para toda a descendência, não somente ao que está no regime da lei, mas também ao que é da fé que teve Abraão (porque Abraão é pai de todos nós, como está escrito: Por pai de muitas nações te constituí), perante aquele no qual creu, o Deus que vivifica os mortos e chama à existência as coisas que não existem. Abraão, esperando contra a esperança, creu, para vir a ser pai de muitas nações, segundo lhe fora dito: Assim será a sua descendência. E, sem enfraquecer na fé, embora levasse em conta o seu próprio corpo amortecido, sendo já de cem anos, e a idade avançada de Sara, não duvidou, por incredulidade, da promessa de Deus; mas, pela fé, se fortaleceu, dando glória a Deus, estando plenamente convicto de que era poderoso para cumprir o que prometera. Pelo que isso lhe foi imputado para justiça”.
b) Rm 10: 13-15: “Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, porém, invocarão aquele em que não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam boas novas”.
c) Rm 10: 17: “A fé vem pela pregação [pelo ouvir, em inglês], e a pregação, [o ouvir], pela palavra de Deus”.
d) 1 Co 9: 10: “Ou, seguramente, por nós que ele o diz? Certo que é por nós que está escrito; pois o que lavra cumpre fazê-lo com esperança; o que pisa o trigo faça-o na esperança de receber a parte que lhe é devida”.
e) 1 Co 13: 13: “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor”.
f) Gl 5: 5: “Porque nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que provém da fé”.
g) 1 Ts 1: 3: “... recordando-nos, diante de nosso Deus e Pai, da operosidade da vossa fé, da abnegação do vosso amor e da firmeza da vossa esperança em nosso Senhor Jesus Cristo”.
h) 1 Ts 5: 8: “Nós, porém, que somos do dia, sejamos sóbrios [moderados, frugais, simples], revestindo-nos da couraça da fé e do amor e tomando como capacete a esperança da salvação”.
i) Hb 6: 10-12: “Porque Deus não é injusto para ficar esquecido do vosso trabalho e do amor que evidenciastes para com o seu nome, pois servistes e ainda servis aos santos. Desejamos, porém, continue cada um de vós mostrando, até ao fim, a mesma diligência para a plena certeza da esperança; para que não vos torneis indolentes, mas imitadores daqueles que, pela fé e pela longanimidade, herdam as promessas”.
j) Hb 11: 1: “fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem”.
k) 1 Pe 1: 21: “que, por meio dele [Cristo], tendes fé em Deus, o qual o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória, de sorte que a vossa fé e esperança estejam em Deus”.

3) Também associada ao amor, além da fé:
a) Rm 5: 5: “Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado” [concedido].
b) Em 1 Co 13: 1-13, Paulo começa dizendo que o amor é o dom supremo, como que explicando o último versículo do capítulo 12 onde fala: “Entretanto, procurai com zelo os melhores dons”. Aí então escreve: O amor é o dom supremo: “E eu passo a mostrar-vos ainda um caminho sobremodo excelente. Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze [sino, NVI] que soa ou como o címbalo [por alguns, considerado um antigo instrumento de cordas; por outros, um instrumento antigo constituído por dois meios globos (como pratos de música) que se percutiam um contra o outro] que retine [ressoar, produzir grande som]. Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei. E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará. O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará; porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos. Quando, porém, vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino. Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor”.


Esperança


Ao prestarmos atenção à palavra escrita em Hebreus 11: 1, podemos concluir que fé é algo espiritual, não uma coisa criada, movida ou desenvolvida através da racionalidade, porém, uma força motriz que vem do espírito, aparentemente sem explicação, para que possamos agir em concordância com ela e obtermos os objetivos a que nos propomos. Em outras palavras, ela é o combustível para que a palavra de Deus na nossa boca possa atingir o alvo por nós desejado e trazer à existência as coisas que não existem. Outra observação importante a respeito de fé: ela é desenvolvida através das experiências práticas da nossa vida, que nos levam a galgar patamares cada vez maiores de crescimento espiritual e intimidade com Deus; portanto, baseados nas experiências e vitórias passadas, ao colocar em prática a nossa fé nós podemos superar desafios maiores e, assim, aumentar a nossa medida dela. A bíblia também diz que a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Deus; em outras traduções: “a fé vem pelo ouvir, e o ouvir, pela palavra de Deus” (Rm 10: 17). Isso quer dizer que pela Sua palavra, o Senhor envia Seus profetas para que o povo a ouça e possa crer nEle (Rm 10: 13-15), como lemos acima.

A esperança, como vimos, significa o ato de esperar o que se deseja, expectativa, espera, até para as coisas mais simples como o fruto da lavoura ou o salário pelo trabalho (1 Co 9: 10). Indo um pouco mais além no nosso raciocínio, podemos dizer que esperança (em Português) bem poderia ser a junção de duas palavras: esperar com confiança. Isso nos faz pensar que, enquanto a fé parece estar relacionada mais ao espírito, a esperança se relaciona mais diretamente à alma, pois esperar com confiança seria o resultado de crermos no amor de Deus por nós, de exercitá-lo com o nosso semelhante e de esperar por aquilo que se tem certeza, mas ainda não se vê, que é a fé do nosso espírito na Palavra e na promessa divina (“Porque, na esperança, fomos salvos. Ora, a esperança que se vê, não é esperança; pois o que alguém vê como o espera? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o aguardamos” – Rm 8: 24-25). O fator que entra em jogo aqui é o tempo, tanto o humano quanto o divino, por isso, quando nossa promessa demora muito a chegar, a alma, que vê o tempo cronológico, se impacienta e, muitas vezes, briga contra o Espírito (o Espírito Santo), que vê o tempo de Deus. Por isso, nossa fé na Palavra e na promessa, a certeza do amor de Deus por nós e da Sua fidelidade ao que nos promete, assim como nossa confiança incondicional Nele são os pilares que nos manterão de pé até se materializar o que esperamos. Por sua conexão com o amor, a esperança está liberta de todo o egoísmo. Quem a tem não espera por uma bênção para si mesmo apenas, mas por algo que possa dividir com outros. Quem ama espera que seus semelhantes sejam recebedores das coisas boas de Deus, assim como lhe foram dadas, ainda mais em se tratando da Salvação da alma (Rm 8: 18-23: “Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós. A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus [NVI: a natureza criada aguarda, com grande expectativa, que os filhos de Deus sejam revelados]. Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção para a liberdade da glória de Deus. Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora. E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo”).

Significado de esperança no Antigo Testamento

Para completar nosso raciocínio, é interessante comentar o significado de esperança no Antigo Testamento. A palavra mais freqüentemente traduzida como ‘espera’ no sentido de esperar no Senhor é a palavra hebraica qavah ou kavah, que tem os seguintes significados:
(1) unir (talvez por torcer fios como na tomada de uma corda), se agarrar, se pendurar;
(2) procurar com paciência;
(3) demorar ou esperar.

A segunda palavra é tiqwah ou tikvah – ‘esperança, aguardar, procurar avidamente, aguardar ansiosamente, expectativa’.

A terceira palavra é miqweh. Os substantivos miqweh e tiqwah são palavras oriundas da raiz qwh, ‘esperar, aguardar ansiosamente’.

Outra palavra freqüentemente traduzida como esperar é yachal. Yachal significa esperar ou esperança, esperar com expectativa, às vezes traduzida como confiança.

A última palavra para espera é chakah, ‘demorar, tardar ou ansiar’.

Vamos ver alguns exemplos bíblicos:
• Qavah: Sl 25: 3; Sl 27: 14; Sl 37: 9; Sl 69: 6; Is 40: 31
• Tiqwah or tikvah: Sl 9: 18; Sl 62: 5; Sl 71: 5; Is 49: 23; Jr 31: 17
• Miqweh: Jr 14: 8; Jr 17: 13; Jr 50: 7
• Yachal: Sl 33: 18
• Chakah: Sl 33: 20; Sl 37: 7; Sl 106: 13; Is 30: 18
Assim, podemos ver que, além de significar um tempo de ‘esperar com paciência, esperar com expectativa, aguardar, procurar avidamente, aguardar ansiosamente’, a palavra ‘esperança’ também tem o significado de se agarrar, se pendurar. Segundo este pensamento, a esperança é algo que nos leva a nos agarrar ou nos pendurar no Senhor e na Sua promessa para que Ele nos eleve até os lugares de honra e vitória.

Este texto se encontra no livro:


livro evangélico: As chaves do reino

As chaves do reino – Alegoria (PDF)

The keys of the kingdom – Allegory (PDF)



Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti

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