A glória de Deus significa honra, peso ou dignidade, vitória, proteção, reputação, esplendor, a manifestação do poder de Deus onde é preciso; e descreve a revelação do caráter e da presença de Deus na pessoa e na obra de Jesus Cristo.

The glory of God means honor, weight or dignity, victory, protection, reputation, splendor, the manifestation of God’s power where it is needed; and describes the revelation of the character and presence of God in the person and work of Jesus Christ.


Estudo bíblico sobre a glória de Deus




No dicionário de língua Portuguesa, ‘glória’ tem os seguintes significados: celebridade, renome, reputação, honra, orgulho, magnificência, brilho, esplendor, prestígio, alegria, satisfação, grande mérito, superioridade, dignidade. No dicionário de Inglês, outras definições podem ser acrescentadas: exaltação, louvor ou honra, que é concedido por consentimento geral; algo que traz ou é digno de louvor (especialmente na frase ‘coroa de glória’); uma expressão de ação de graças, adoração ou culto: ‘Glória a Deus!’; pompa; esplendor: a glória do reinado do rei, por exemplo; beleza radiante; resplandecência do pôr-do-sol; a beleza e a felicidade do céu (no sentido espiritual); um estado de extrema felicidade e prosperidade.

A palavra bíblica para glória de Deus é kãbhôdh (כָּבוֹד em hebraico – Strong #3519; pronuncia-se ‘kavôd’) ou doxa (Septuaginta, a versão grega do AT) = honra, peso ou dignidade, e que pode ser entendida como a manifestação do poder de Deus onde é preciso, vitória, proteção, abundância, riqueza, reputação (Êx 33: 18; Êx 40: 35; 1 Sm 4: 22; 1 Sm 6: 5; 1 Rs 3: 13; 1 Rs 8: 11; 1 Cr 16: 28; 1 Cr 29: 12; Is 11: 10; Is 24: 23; Is 42: 12 etc.). É o equivalente judaico do Espírito Santo.

O Senhor é digno de ser receber toda honra e toda glória: “Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas” (Ap 4: 11).

Kãbhôdh serve para descrever a revelação do caráter e da presença de Deus na pessoa e na obra de Jesus Cristo. Ele é o resplendor da glória divina (Hb 1: 3-4: “Ele [Jesus], que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser [Deus], sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas, tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles”).


A glória de Deus no Sinai


Na Bíblia, a glória de Deus está muitas vezes associada a brilho ou esplendor (Lc 2: 9 – os pastores viram a glória de Deus no nascimento de Jesus; Mt 17: 5 – no momento da transfiguração, quando a bíblia descreve a presença de uma nuvem luminosa envolvendo os discípulos), tanto no AT como no NT (Ez 1: 28 – ver explicação adiante), assim como está relacionada com nuvem ou fumaça, vento tempestuoso e fogo. Na maioria das vezes, é quase impossível separar a expressão ‘Glória de Deus’ ou ‘Glória do Senhor’ da presença desses fenômenos físicos, em especial da nuvem. Assim, ‘Glória de Deus’ ou ‘Glória do Senhor’ simboliza a revelação do poder, da pessoa, da natureza e da presença de Deus para a humanidade, às vezes acompanhada de fenômenos físicos; portanto, o Espírito Santo está implícito nesta manifestação.

Apenas em Êx 19: 9; 16; 18; Êx 20: 18 é que a bíblia descreve a presença de Deus como uma nuvem escura, acompanhada de trovões, relâmpagos e fogo: “Disse o Senhor a Moisés: Eis que virei a ti numa nuvem escura, para que o povo ouça quando eu falar contigo e para que também creiam sempre em ti. Porque Moisés tinha anunciado as palavras do seu povo ao Senhor... Ao amanhecer do terceiro dia, houve trovões, e relâmpagos, e uma espessa nuvem sobre o monte, e mui forte clangor de trombeta, de maneira que todo o povo que estava no arraial se estremeceu... Todo o monte Sinai fumegava, porque o Senhor descera sobre ele em fogo; a sua fumaça subiu como fumaça de uma fornalha, e todo o monte tremia grandemente... Todo o povo presenciou os trovões, e os relâmpagos, e o clangor da trombeta, e o monte fumegante; e o povo, observando, se estremeceu e ficou de longe”.

No AT, a manifestação física de que a presença de Deus estava chegando (a glória de Deus) poderia ser a aparência de um fogo consumidor – Dt 4: 24; Êx 24: 17 cf. Hb 12: 29, no caso de Sua autoridade e Seu poder serem usados. Em outros casos, quando Seu propósito era outro e Ele desejava mostrar outro aspecto do Seu caráter, ao invés de fogo (Êx 13: 21; Nm 9: 15-16) aparecia nuvem, fumaça, vento ou, então, o cicio suave, como aconteceu com Elias. A nuvem no NT é algo intimamente relacionado à presença de Jesus, e que não apenas representa a glória de Deus, onde o Espírito Santo está implícito, mas é também um símbolo físico da essência divina que está parcialmente encoberta ao homem.

A conhecida palavra Shekiná (Shekïnâ), traduzida como ‘resplendor, presença de Deus habitando entre o Seu povo’, não aparece nem no AT nem no NT. Ela deriva do verbo Shãkhan (שכן = habitar, fazer morada), o qual aparece em versículos como: Gn 9: 27; Gn 14: 13 e Jr 33: 16. Também aparece em Êx 40: 35: “Moisés não podia entrar na tenda da congregação, porque a nuvem permanecia [Shãkhan] sobre ela, e a glória do Senhor [kãbhôdh] enchia o tabernáculo”. Shekiná (Shekhinah, Shekïnâ), na verdade, é um conceito cabalístico, místico, que a considera como a face feminina da Presença Divina. Segundo a Cabala, Shekiná é uma energia cósmica poderosíssima que habita no interior do Universo, vivifícando-o e sendo a sua alma ou espírito.

Como foi escrito acima, a glória de Deus está muitas vezes associada a brilho ou esplendor.
Em Ez 1: 26-28 está escrito: “Por cima do firmamento que estava sobre a sua cabeça, havia algo semelhante a um trono, como uma safira; sobre esta espécie de trono, estava sentada uma figura semelhante a um homem. Vi-a como um metal brilhante, como fogo, ao redor dela, desde os lombos e daí para cima; e desde os seus lombos e daí para baixo, vi-a como fogo e um resplendor ao redor dela. 28 Como o aspecto do arco que aparece na nuvem em dia de chuva, assim era o resplendor em redor. Esta era a aparência da glória do Senhor; vendo isto, caí com o rosto em terra e ouvi a voz de quem falava”.

Em hebraico, está escrito no v. 28:
kemar'êh haqqesheth 'asher yihyeh bhe`ânân beyom haggeshem kênmar'êh hannoghah sâbhiybh hu' mar'êh demuth kebhodh-yhvhvâ'er'eh vâ'eppol `al-pânay vâ'eshma` qol medhabbêr s

“Assim era o resplendor em redor” é traduzido na bíblia hebraica da seguinte maneira: “assim era o reflexo ao seu redor”.
Portanto, noghah (נגה) é a palavra usada para ‘reflexo’, ‘resplandecência’, ‘resplendor’ ‘brilho’ ou ‘esplendor’, representando ‘a glória do Senhor’ diante do Seu povo. Note que a palavra é noghah (nôga – Strong #5051) e não Shekiná. Muitas versões em Inglês deste texto dizem a mesma coisa, ou seja, usam palavras semelhantes para o mesmo versículo (até mesmo a bíblia de Jerusalém): ‘brilliance’, ‘brightness’, ‘radiance’ (resplandecência, resplendor, brilho, esplendor).

Os escritores dos Targuns criaram a palavra ‘Shekiná’ para indicar o próprio Deus, removendo o conceito de Deus com forma e sentimentos, o que o judaísmo tradicional pregava e não deixava ser removido. Esse novo ponto de vista, na verdade, trouxe um conceito abstrato de Deus, mais frio e distante (uma simples ‘energia cósmica’, ao invés de um ser com identidade própria).

Ezequiel, assim como todos os outros que tiveram a visão do trono, descreveu a glória de Deus com a aparência de brilho e resplendor. Isso nos mostra que o Senhor é o mesmo de ontem, de hoje e de sempre, ou seja, luz; uma luz de verdade que resplandece nas trevas, expulsando todo tipo de falso ensino e mentira do inimigo. Por isso, João escreveu: “Ora, a mensagem que, da parte dele, temos ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma. Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade” (1 Jo 1: 5-6).

• 2 Co 11: 12-15: “Mas o que faço e farei é para cortar ocasião àqueles que a buscam com o intuito de serem considerados iguais a nós, naquilo que se gloriam. Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras”.

Este texto se encontra no livro:


livro evangélico: O Senhor quer falar com Seu povo

O Senhor quer falar com Seu povo (PDF)

The Lord wants to talk to His people (PDF)



Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti

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