Dízimo é 10% do nosso salário e oferta é um valor voluntário que o Senhor põe no nosso coração para abençoar a Sua obra. As primícias correspondem ao que primeiro frutificou, como uma oferta de gratidão ao Senhor. Leia: ‘segundo dízimo’ (AT) e os dízimos no NT.
Tithe is 10% of our salary and offering is a voluntary amount that the Lord places in our hearts to bless His work. The firstfruits correspond to what first bore fruit, as an offering of gratitude to the Lord. Read: ‘second tithe’ (AT) and tithes in the NT.
“Pagai a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra” (Rm 13: 7). Paulo falava sobre a obediência às autoridades e nos lembrou que devemos pagar impostos, como o Senhor nos ensinou. Se nós pagamos impostos e tributos, damos honra e respeito a pessoas na terra, não o faríamos com Deus?
Abrão (ele ainda não era chamado Abraão) foi o primeiro a dar seu dízimo ao sacerdote Melquisedeque (Gn 14: 18-20), que é a figura de Jesus, por causa da vitória que Deus lhe concedera ao resgatar seu sobrinho Ló. Abrão deu o dízimo como gratidão a Deus pela bênção que recebera. Dessa forma, Deus se agradou de Abrão.
Jacó também deu seu dízimo ao Senhor (Gn 28: 20-22), mas como um voto, se fosse abençoado em sua jornada. Embora o dízimo não deva ser voto, Jacó reconhecia que seu avô tinha sido abençoado através desse ato e resolveu ficar debaixo da proteção de Deus. Portanto, dizimar garante a bênção, a vitória e a proteção divina (Gn 28: 18-22; Gn 31: 13; Gn 32: 1-2; Gn 35: 5-7; 11-15).
• Ml 3: 6-12: “Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos. Desde os dias de vossos pais, vos desviastes dos meus estatutos e não os guardastes; tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós outros, diz o Senhor dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos de tornar? [NVI: Mas vocês perguntam: Como voltaremos?] Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas (cf. Ne 13: 10-12). Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda. Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro [NVI: ao depósito do templo], para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto [NVI: Ponham-me à prova], diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu [NVI: as comportas dos céus] e não derramar sobre vós bênção sem medida. Por vossa causa, repreenderei o devorador [NVI: Impedirei que pragas devorem suas colheitas; KJV e ASV: “The devourer”, “o Devorador”; NRSV: “The locust”, “o gafanhoto”], para que não vos consuma o fruto da terra; a vossa vide no campo não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos. Todas as nações vos chamarão felizes, porque vós sereis uma terra deleitosa [NVI: maravilhosa], diz o Senhor dos Exércitos”.
Em Ml 3: 6-12 Deus não estava se referindo apenas aos Levitas, mas a todo o povo de Israel.
a) Não dar o dízimo é roubo. Mesmo vivendo debaixo da dispensação da graça do NT, nós ainda estamos debaixo da autoridade da palavra de Deus e ela nunca morre (Mt 5: 19; Ap 14: 12). O valor de 10% que Ele pede de nós é um meio criado por Ele mesmo para abençoar nossas finanças, e para que nós mostremos que Ele está em primeiro lugar em nossa vida, e aquilo que nós temos, recebemos dEle. Ele é quem nos dá força para adquirirmos riqueza (Dt 8: 18). Tiago escreveu em sua epístola: “Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando” (Tg 4: 17). Se você sabe que Deus criou essa lei para fazer o bem a você mesmo como uma forma de abençoá-lo nas suas finanças e que desde os primórdios da lei a bênção e a maldição estão ligadas à obediência e à desobediência, por que colocar tantos entraves à palavra de Deus? Jesus perdoa os nossos pecados, Seu sangue nos cobre, mas isso não quer dizer que devemos continuar a pecar (Rm 6: 1-4; 14), pois reter o dinheiro que Ele mesmo dedicou à Sua Obra é roubo e roubo gera uma conseqüência na terra, na nossa vida natural, que a bíblia dá o nome de maldição, porque gera uma lacuna, uma brecha, por onde há legalidade para haver roubo também. Se você não acredita nisso e ainda acha que só porque Jesus nos livrou da maldição da Lei, trazendo a vida eterna e a salvação para nós pela graça e não por obras, você está isento deste compromisso com o Senhor, tente fazer as duas coisas: fique um tempo sem dar o seu dízimo e veja o que acontece; depois fique um tempo dando o dízimo e veja o que acontece. É apenas uma questão de experiência com o Senhor e com as Suas regras que continuam em vigência no mundo espiritual e na nossa vida material. Eu não estou dizendo para você sair da igreja com um peso de maldição nas costas; o que estou dizendo é que é necessário entender que as nossas ações trazem conseqüências positivas ou negativas. Entenda que essa prática é uma experiência que o leva ao verdadeiro conhecimento de quem Ele é, e porque Ele criou leis para nos proteger da assolação do inimigo. Jesus disse: “Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Lc 20: 25). E Ele estava falando para um povo que sabia o que significava “o que é de Deus”, ou seja, os dízimos e as ofertas no templo, e o que era pagar os impostos para César. Da mesma forma, ao repreender os fariseus Ele disse: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas!” (Mt 23: 23), e isso quer dizer que Ele estava endossando a prática do dízimo, mas sem omitir os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé.
Mesmo abolindo o sacerdócio Levítico Mosaico, Sua lei permaneceu para o sacerdócio da nova aliança que Ele criou (1 Co 9: 13-14). Quando amamos o Senhor e a Sua obra na terra, tudo que fazemos é por amor, e não por obrigação sujeita à uma pena ou punição. E isso tira o peso da palavra, da forma que era interpretada no AT. O dinheiro de Deus é diferente do dinheiro do mundo. O dízimo precisa ser entendido como uma ordenança de Deus para o nosso bem e não como uma imposição arbitrária dEle sujeita à pena de morte. Não é uma obrigação para ser cumprida de má vontade. É uma proteção de Deus na nossa vida, em todas as áreas, não só nas finanças, contra a assolação de grandes forças espirituais.
O quadro descrito em Malaquias sobre dízimos e ofertas era um caso típico onde a Lei de Moisés em relação ao dízimo como sustento dos levitas não estava sendo cumprida, pois os sacerdotes não tinham trabalho secular. Mas ali, tanto o povo não dava o dízimo para sustento dos sacerdotes, quanto os próprios sacerdotes não davam o dízimo dos dízimos a Deus, como estipulava a Lei, pois havia neles uma índole de roubo e prostituição. Por isso, o Senhor os repreendia e os ameaçava.
No início da Igreja, os servos do Senhor não tinham trabalho secular e, portanto, viviam das ofertas dos fiéis para manter a igreja Primitiva. Ao longo dos séculos, isso foi se corrompendo e o dinheiro dado na Obra de Deus se tornou nojento porque a ganância de líderes religiosos chegou ao ponto de roubar das pessoas para satisfazer suas próprias concupiscências, como foi na Idade Média com as indulgências. Nos dias de hoje, com o espírito capitalista e comercial, tudo se transformou em empresa e comércio, corrompendo a simplicidade da palavra de Deus. Embora a maioria dos pastores hoje tenha trabalho secular, a palavra de Deus não mudou: Seus servos fiéis, que conduzem Seu rebanho na palavra da verdade e não têm trabalho no mundo, se separando totalmente para a Obra, necessitam ser mantidos e também têm um compromisso de dar parte do que recebem para o andamento do ministério que conduzem. Mas infelizmente, tudo hoje está torto porque o amor se esfriou dos corações e a mente humana já não tem mais pureza de intenções.
Sem o entendimento espiritual do que o dízimo significa e sem a experiência pessoal com Deus nessa área, é melhor não dar. Sem o desprendimento em relação às coisas materiais não se sente mais amor pela palavra de Deus, e aí o inimigo assola. A cobrança de um dízimo debaixo de ameaça, sem entendimento espiritual e sem entrega, traz opressão.
Então, para você, meu irmão, minha irmã, que ainda não entende isso, eu só dou um conselho: refaça e aprofunde sua aliança com o Senhor, adquira a prática do jejum e busque o entendimento sobre esse tema diretamente nEle. Peça revelação ao Senhor. Tenho certeza que Ele vai lhe dar.
b) Trazer primeiro os dízimos à Casa do Senhor provê mantimento ao sacerdote, lei estabelecida por Deus para o sustento deles (cf. 1 Tm 5: 17-18; 1 Co 9: 13-14).
c) Dizimar repreende o devorador em todas as áreas da nossa vida, não só na financeira. Quando Ele fala sobre o devorador, se refere a gafanhotos (cf. Jl 1: 4; Jl 2: 25; Am 7: 1-3; 1 Rs 8: 37) que devoravam as colheitas como uma forma de punição do Senhor sobre um povo desobediente. As vides também sofriam com a seca, com geadas ou com pragas. Embora no AT estas catástrofes naturais os acometessem como uma maneira de Deus corrigi-los, hoje nós não podemos ignorar o simbolismo de tudo isso. Quando o Senhor fala do ‘devorador’ (em outras traduções, ‘destruidor’), não é só de gafanhotos que se fala. Trata-se de ação de demônios sobre a vida financeira das pessoas, e que encontram uma brecha aberta para destruir essa área, pois o fato de Jesus ter vindo e abolido os rituais da Antiga Aliança, não quer dizer que a palavra de Deus foi abolida (Mt 5: 17-20), nem que Suas leis foram modificadas. Deus sempre quis participar da vida do Seu povo na totalidade, e a área financeira é uma dessas. O dízimo continua válido, ainda mais hoje, quando Principados e Potestades estão ansiosos para roubar a verdade de Deus e a paz dos Seus filhos, dando ao mundo a honra pela prosperidade. Dessa forma, o dízimo fecha as brechas e protege nosso patrimônio: Êx 12: 12-13; Sl 78: 49; Êx 12: 23.
d) O Senhor diz para prová-lo dando-Lhe o dízimo. O verbo ‘provar’, para alguns, pode soar como um desafio da parte de Deus, a fim de que o homem acredite nEle, principalmente, numa área que é tão palpável como a área financeira [Em Inglês, é exatamente isso – NRSV: ‘put me to the test’; NIV: ‘test me in this’]. Entretanto, podemos pensar que ‘provar’ [raciocinando em Português] pode ter o significado de examinar, experimentar, como se saboreia uma comida que nunca se comeu para ver se é boa ou não, se gostamos dela ou não; também pode ter o significado de ganhar experiência, conhecimento e habilidade em determinada área. Com isso, o Senhor nos diz que ao Lhe dar o nosso dízimo, podemos atingir um patamar maior de conhecimento dEle, levando-nos a ganhar experiência nessa área da nossa vida, da mesma forma que o experimentamos nas outras. Dando-Lhe o nosso dízimo, começamos a ter consciência do que Ele é capaz de fazer por quem Lhe é fiel.
e) Deus recompensa os que são fiéis a Ele, mostrando a diferença que existe entre os que O servem e os que não O servem. Deus os poupa do mal e confirma Sua paternidade sobre eles (Ml 3: 17-18).
O primeiro e o segundo dízimo:
Os judeus traziam todos os seus dízimos (Em hebraico: “ma`aser” ou “maasar”) a Jerusalém, na forma de uma refeição ritual em que o levita também tomava parte (Dt 12: 5-7; 11-14; 17-19; Dt 14: 22-27; Dt 18: 1-5; Dt 26: 1-11 – que dizem respeito ao “primeiro dízimo”). O PRIMEIRO DÍZIMO era dado anualmente aos levitas para seu sustento e nada tinha a ver com o “SEGUNDO DÍZIMO”. Hoje, o dízimo é 10% do rendimento (em dinheiro) e deve ser dado na mão do sacerdote. Ao colocarmos em suas mãos o que estamos levando, devemos ter no nosso coração que o que estamos dando é por tudo o que deseja nossa alma, ou seja, junto com o dízimo, sobe ao altar do Senhor o nosso pedido e Ele o concederá (Dt 14: 26) – não entenda isso como uma barganha com Deus, uma chantagem.
O SEGUNDO DÍZIMO era o dízimo tirado no terceiro ano (Dt 14: 28-29; Dt 26: 12-15) do ciclo de sete anos, o Ano Sabático, e que era também repartido com o levita, o órfão, a viúva e o estrangeiro dentro das cidades dos israelitas. O dízimo era de grãos, vinho e azeite, mas se a distância até Jerusalém fosse muito grande a ponto de estragar o produto, o valor monetário do dízimo deveria ser trazido para este local, e usado para comprar qualquer coisa que o proprietário desejasse para comer durante as festas que se realizavam três vezes por ano na cidade de Davi. Entretanto, o levita, o estrangeiro, o órfão e a viúva não deveriam ser esquecidos nas suas cidades (Dt 14: 27-29; Dt 26: 12).
• Dt 26: 12-15: “Dirás perante o Senhor, teu Deus: Tirei de minha casa o que é consagrado e dei também ao levita, e ao estrangeiro, e ao órfão, e à viúva, segundo todos os teus mandamentos que me tens ordenado; nada transgredi dos teus mandamentos, nem deles me esqueci”. O dízimo santifica o nosso dinheiro. Os 10% que damos santificam os outros 90% e os fazem render e multiplicar.
Desde o princípio, Deus separou os filhos da tribo de Levi para a Sua obra e não lhes deu possessão entre os seus irmãos. Seus irmãos lhes trariam os dízimos e as ofertas para suprir suas necessidades materiais, enquanto eles se preocupariam em lhes dar o suprimento espiritual. Fazendo assim, o povo era abençoado e não faltaria alimento na Casa do Senhor: Nm 3: 6-12; Nm 3: 41; Nm 4: 1-3; Nm 18: 6; 8; 14; 20-21; 23-24; Dt 10: 8-9; Dt 12: 11-12; 19; Dt 14: 27; Dt 18: 1-8; Js 13: 33; Js 14: 4b-5; Js 18: 7a.
• Ez 44: 28-30: “Os sacerdotes terão uma herança; eu sou a sua herança. Não lhes dareis possessão em Israel; eu sou a sua possessão. A oferta de manjares, e a oferta pelo pecado, e a oferta pela culpa eles comerão; e toda coisa consagrada em Israel será deles. O melhor de todos os primeiros frutos de toda espécie e de toda oferta serão dos sacerdotes; também as primeiras das vossas massas dareis ao sacerdote, para que faça repousar a bênção sobre a vossa casa”.
Os levitas davam o dízimo dos dízimos de todas as dádivas que recebiam, e tinham de ser dados ao sumo sacerdote:
• Nm 18: 26: “Também falarás aos levitas e lhes dirás: Quando receberdes os dízimos da parte dos filhos de Israel, que vos dei por herança, deles apresentareis uma oferta ao Senhor: o dízimo dos dízimos”.
• Nm 18: 28-29: “Assim, também apresentareis ao Senhor uma oferta de todos os vossos dízimos que receberdes dos filhos de Israel e deles dareis a oferta do Senhor a Arão, o sacerdote. De todas as vossas dádivas apresentareis toda oferta do Senhor: do melhor delas, a parte que lhe é sagrada”.
• Ne 10: 37-38: “As primícias da nossa massa, as nossas ofertas, o fruto de toda árvore, o vinho e o azeite traríamos aos sacerdotes, às câmaras da casa do nosso Deus; os dízimos da nossa terra, aos levitas, pois a eles cumpre receber os dízimos em todas as cidades onde há lavoura. O sacerdote, filho de Arão, estaria com os levitas quando estes recebessem os dízimos, e os levitas trariam os dízimos dos dízimos à casa do nosso Deus, às câmaras da casa do tesouro”.
Hoje, a lavoura simboliza o seu emprego, a sua profissão, de onde você tira os frutos do seu trabalho para a sua sobrevivência.
Para nós cristãos hoje, o sacerdote Levita, figuradamente, é todo aquele que exerce o cargo de liderança como sacerdote, por exemplo, o pastor da igreja e os que o auxiliam na instrução do povo, e que foram separados para esse ofício e muitas vezes não têm trabalho secular. Foram separados por Deus apenas para o ministério. A bíblia diz que o sacerdote Levita, ou seja, o pastor recebe o dízimo do povo e dá o seu dízimo a Deus, ou seja, o dízimo dos dízimos que ele recebe, sendo usado na obra da Casa de Deus.
Portanto, o dízimo deve ser dado nas mãos de quem o Senhor escolheu como sacerdote, na casa onde você se alimenta espiritualmente. Pessoas que estão passando por dificuldades financeiras e não estão congregando, portanto, não têm uma Casa de Deus onde dar o seu dízimo, podem estar colocando aquilo que pertence ao Senhor em outra terra que não o reino de Deus, por exemplo, dando o dízimo na rua para algum mendigo ou entregando-o em alguma instituição secular. Porém, o que damos ali é caridade, uma doação financeira, não o dízimo que, por lei divina, pertence ao Senhor para nos abençoar. Jesus sempre nos falou para semearmos em boa terra, portanto, ao semearmos no reino de Deus com os nossos dízimos e as nossas ofertas, estaremos semeando numa terra que é santa e vai gerar fruto. Ao darmos nosso dinheiro ao mundo, que não é solo santo, haverá roubo, pois é terra estéril. Seu dinheiro não está sendo santificado, consagrado. Outra dúvida sobre os dízimos: o valor do dízimo a ser dado é tirado valor bruto do salário, não do valor líquido.
Em 2 Cr 31: 5-6; 12; Ne 10: 37-38; Ne 12: 44; Ne 13: 5; 12, nós podemos ver o povo trazendo o dízimo ao Senhor, obedecendo assim à Sua lei.
Jesus veio abolir os rituais Mosaicos da Antiga Aliança (Hb 8: 13), fazendo a propiciação pelos nossos pecados de uma vez por todas (Hb 7: 27; Hb 9: 12; 26); dessa forma, trouxe o completo entendimento de que a Antiga Aliança foi uma “sombra” (Cl 2: 17; Hb 8: 5; Hb 10: 1) do Seu ministério e da Nova Aliança que o Pai fez com os homens. Cristo ocupou o Seu lugar como sumo sacerdote e como o tabernáculo de Deus entre os homens (Ez 37: 27; Hb 8: 1-3; 6), ao mesmo tempo em que se deu como oferta para a propiciação definitiva de pecados (Ef 5: 2; Hb 10: 10; 14). Dessa forma, Ele transformou o antigo sacerdócio trazendo o novo, onde a função dos antigos levitas e sacerdotes passou a ser ocupada pelos Seus apóstolos e discípulos, a quem constituiu pastores do Seu rebanho. Assim sendo, eles permaneceram com o direito dado por Deus aos levitas de serem mantidos pelos dízimos e ofertas do Seu povo (Nm 18: 8; 14; 23-24; Dt 18: 1-8), pois se separaram integralmente para o ministério da palavra (Paulo, Pedro e os demais apóstolos do Senhor – At 6: 4).
Por isso, Paulo fala sobre a sua manutenção como ministro de Cristo em alguns versículos: 1 Co 9: 1-14; 18; 1 Tm 5: 17; 18 b; 1 Ts 2: 7; Rm 15: 27; Fp 4: 15-19.
Resumindo: o dízimo é dado nas mãos do sacerdote instituído por Deus (como o pastor da igreja, por exemplo) para a sua manutenção (como foi divinamente ordenado), principalmente, se ele não tiver um emprego secular e tenha se separado exclusivamente para a obra de Deus; e ele, por sua vez, dá ao Senhor o dízimo dos dízimos para o trabalho que for necessário no ministério, como os levitas do AT faziam (Nm 18: 24-31).
• Êx 34: 20b (Êx 23: 15; Êx 22: 29; Dt 16: 16): “Ninguém aparecerá diante de mim de mãos vazias”. Quando entramos na Casa de Deus, nós estamos ali não só para receber dEle, mas para dar algo a Ele: nosso amor, nossa gratidão, nosso louvor, nossa disposição de servi-lo e nossas ofertas financeiras.
• Lv 3: 14-16; Lv 4: 8-9; Lv 7: 3-5; Lv 9: 10: a gordura, os rins e o redenho do fígado não eram queimados junto com o resto do animal, mas sobre o altar. A gordura simboliza a parte mais saborosa da carne, que sobe como um cheiro suave a Deus. Para os judeus, os rins eram o centro das emoções e da consciência e isso significa que nossa oferta deve ser o que existe de mais gostoso para o Senhor e toda a nossa alma deve estar envolvida nesse processo, ou seja, nossas emoções devem ser também colocadas no Seu altar, principalmente a alegria de estar ofertando. Assim, nossa oferta sobe como incenso suave a Ele e lhe é aceitável.
• Lv 22: 17-33: não eram aceitos animais defeituosos, portanto, a nossa oferta diante do Senhor deve ser com o que temos de melhor, com as primícias, não com o que sobra, com os restos; deve ser dada de boa vontade e com reverência.
• Dt 16: 16b-17: ... “porém não aparecerá de mãos vazias perante o Senhor; cada um oferecerá na proporção em que possa dar, segundo a bênção que o Senhor, seu Deus, lhe houver concedido”. Cada pessoa oferta a Deus na medida de suas posses.
• Dt 27: 5-7 (Êx 20: 25): “Ali, edificarás um altar ao Senhor, teu Deus, altar de pedras, sobre as quais não manejarás instrumento de ferro. De pedras toscas edificarás o altar do Senhor, teu Deus; e sobre ele oferecerás holocaustos. Também sacrificarás ofertas pacíficas; ali comerás e te alegrarás perante o Senhor, teu Deus”. Construir um altar onde não passou instrumento de ferro significa não depender de nenhuma nação pagã para ajudá-los na adoração a Deus, já que os altares pagãos eram forjados com este metal; isso não era do conhecimento de Israel. Nossa oferta deve ser dada com alegria e com simplicidade, sem dependermos dos valores do mundo para participar da nossa adoração (sua fama, sua ostentação, seus parâmetros exigentes, seu espírito mercantilista [dinheiro], a cultura das pessoas, seus títulos, sua idade etc.).
• 2 Sm 6: 12-15: a oferta com alegria traz a presença de Deus – a arca – para nossa vida.
• 1 Cr 21: 23-24: não aceitar ajuda do inimigo para a nossa adoração, porque depois ele vai cobrar a sua parte nas bênçãos que recebemos. Ornã [Araúna] ofereceu tudo, mas Davi recusou e disse que não ofereceria ao Senhor holocausto que não lhe custasse nada.
• 1 Cr 29: 1-9: dar voluntariamente e com liberalidade, por amor ao Senhor.
• Ec 11: 1-6: a oferta é semente, como o pão que se lança às águas para ser achado depois. Além de semear, deve ser repartido; O NT resume este pensamento: A fé sem obras é morta – Tg 2: 17.
• Ez 44: 28-30: a oferta com os melhores frutos traz a bênção do Senhor sobre a nossa casa.
• Ag 1: 6-11: sem se importar com a Casa de Deus não há bênção nem prosperidade [nosso dinheiro é colocado num “saquitel furado” – v.6].
• Ml 1: 6-14: Deus não aceita “oferta estragada”, ou seja, de má vontade, com desprezo ou com outro sentimento no coração que não a humildade, a reverência e o amor.
Enquanto o dízimo corresponde ao valor de 10% da nossa renda, a oferta é um valor voluntário que o Senhor coloca em nosso coração para abençoar a Sua obra. A oferta é uma semente que plantamos no Seu reino para o nosso próprio benefício. A visão do NT se firma basicamente sobre duas premissas: amor e semeadura. A oferta multiplica o nosso patrimônio, uma vez que o dízimo o protege.
Paulo expressou o direito de manutenção de um servo do Senhor por fazer a obra que lhe foi ordenada (1 Tm 5: 17; 18b; 1 Co 9: 14; 18b). Os evangelistas usam as frases: “Porque digno é o trabalhador do seu salário” (Lc 10: 7) e “Porque digno é o trabalhador do seu alimento” (Mt 10: 10), onde a palavra “alimento” é usada da mesma forma que em Lc 11: 3 e Mt 6: 11 na oração do Pai-Nosso (“O pão nosso de cada dia dá-nos hoje”), ou seja, tudo quanto realmente necessitamos para nossa existência terrena. Os ministros do evangelho têm direito a uma manutenção e, conseqüentemente, uma vida digna, especialmente quando se dedicam à obra de Deus em tempo integral. Eles também comem, vestem, pagam contas, médicos e remédios, entende?
Paulo usa a palavra “oferta”, em relação ao seu sustento apenas uma vez em Rm 15: 16: “para que eu seja ministro de Cristo Jesus entre os gentios, no sagrado encargo de anunciar o evangelho de Deus, de modo que a oferta deles seja aceitável, uma vez santificada pelo Espírito Santo”. Isso nos ensina que a nossa oferta dada com amor na obra de Deus é santificada pelo Espírito Santo, conseqüentemente, o nosso dinheiro é santificado.
Outras palavras são usadas por Paulo em suas cartas para se referir à manutenção dos obreiros da Igreja Primitiva, por exemplo, “assistência” e “coleta”.
Ele usou a palavra “assistência” três vezes (2 Co 8: 4; 2 Co 9: 1; 2 Co 9: 12; em grego: diakonia, Strong #g1248, nas duas primeiras citações; e leitourgia, Strong #g3009 na última) para se referir à assistência financeira dada pelos gregos da Macedônia, Acaia, Galácia e Filipos aos filhos de Deus da igreja de Jerusalém (ARA e NVI: “santos” nas 2 primeirias citações e “povo de Deus” (NVI, na última citação) e os irmãos menos favorecidos da Judéia. As duas palavras gregas têm praticamente o mesmo significado: ajuda, serviço, ministração, socorro, alívio, doação de esmolas.
E usou a palavra “coleta” também três vezes (Rm 15: 26; 1 Co 16: 1; 2), onde em grego, as palavras são: koinonia (Rm 15: 26, Strong #g2842) e logia (1 Co 16: 1; 2 – Strong #g3048); as duas palavras têm praticamente o mesmo significado: comunhão, distribuição, coleta.
Então, a nossa oferta na obra de Deus é uma forma de serviço, ou seja, quando ofertamos, estamos servindo o Senhor através dos seus servos que desempenham o seu ministério e contribuindo para o seu crescimento. Também é uma forma de estarmos em comunhão com Deus e com Seus filhos, nossos irmãos em Cristo.
• Em Fp 4: 17-19, o apóstolo Paulo agradecia aos Filipenses pela sua ajuda financeira no seu momento de tribulação e disse que essa oferta (Fp 4: 17 – “donativo”; em grego “doma”, Strong #g1390, que significa: dom, presente, dádiva) não serviu apenas para supri-lo, mas foi para Deus como uma oferta de aroma suave, como um sacrifício agradável; o Senhor também os supriria nas suas necessidades. Isso nos ensina que a nossa oferta na obra de Deus aumenta o nosso crédito no céu, pois o que damos com amor para o sustento do servo do Senhor se reverte em nosso próprio benefício; estamos guardando o nosso dinheiro em lugar seguro, o nosso tesouro no céu.
• 2 Co 8: 1-15: “porque, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus concedida às igrejas da Macedônia; porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria, e a profunda pobreza deles superabundou em grande riqueza da sua generosidade. Porque eles, testemunho eu, na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários, pedindo-nos com muitos rogos, a graça de participarem da assistência aos santos. E não somente fizeram como nós esperávamos, mas também deram-se a si mesmos primeiro ao Senhor, depois a nós, pela vontade de Deus; e o que nos levou a recomendar a Tito que, como começou, assim também complete esta graça entre vós. Como, porém, em tudo, manifestais superabundância, tanto na fé e na palavra como no saber, e em todo cuidado, e em nosso amor para convosco, assim também abundeis nesta graça. Não vos falo na forma de mandamento, mas para provar pela diligência de outros, a sinceridade do vosso amor; pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos. E nisto dou minha opinião; pois a vós outros, que, desde o ano passado, principiastes não só a prática, mas também o querer, convém isto. Completai, agora, a obra começada, para que, assim como revelastes prontidão no querer, assim leveis a bom termo, segundo as vossas posses. Porque, se há boa vontade, será aceita conforme o que o homem tem e não segundo o que ele não tem. Porque, não é para que os outros tenham alívio, e vós sobrecarga; mas para que haja igualdade, suprindo a vossa abundância, no presente, a falta daqueles, de modo que a abundância daqueles venha a suprir a vossa falta e, assim, haja igualdade, como está escrito: O que muito colheu não teve demais; e o que pouco, não teve falta” (no original: ‘pois colheram cada um o que podia comer’ – Êx 16: 18).
Resumindo: os crentes da Macedônia sentiram alegria em ofertar e insistiram para fazê-lo, pois o coração deles era próspero e abundante. Um coração que é próspero não precisa ser necessariamente rico, mas é doador e semeador e, com certeza, vai colher os frutos, pois recebeu de Deus a unção da multiplicação. Mesmo que estivessem passando por provas financeiras, pela Sua graça eles conseguiram superar a si mesmos e doar voluntariamente, porque descobriram que participar desse ministério era bom. Pela vontade de Deus, eles se deram primeiro a Ele e depois aos irmãos, ou seja, por amor a Ele decidiram se dar aos santos, pois descobriram Jesus em cada um deles. Paulo desejava que os coríntios imitassem este exemplo dos crentes da Macedônia, tanto na fé, como no saber verdadeiro da palavra de Deus e na prosperidade do coração que havia no coração deles. Lembra-nos que Jesus sendo rico em tudo, se fez pobre por amor de nós; despiu-se de Sua glória e majestade para que nós nos tornássemos ricos em tudo, inclusive na vida material.
Outras palavras importantes que vemos no NT para simbolizar oferta são: semente e sementeira.
• 2 Co 9: 6-7; 10: aquele que semeia pouco também ceifará pouco, mas o que semeia com fartura ceifará com abundância. A bíblia diz também para contribuir segundo o que o coração se dispõe a dar, não por obrigação. O Senhor mesmo coloca as sementes em nossas mãos para que semeemos e Ele possa multiplicá-las. Não devemos dar com tristeza ou por necessidade, mas com alegria, porque isso move o coração de Deus. A alegria é um adubo para a semente.
• 2 Co 9: 12-14: a assistência financeira que foi dada aos judeus convertidos por parte dos gentios da Acaia e da Macedônia teve um grande impacto espiritual, pois o nome do Senhor foi glorificado pelos que a receberam por causa da obediência dos gregos ao evangelho de Cristo e pela liberalidade com que eles contribuíram; eles receberam a oração afetuosa da igreja de Jerusalém. A oferta generosa e livre das nossas mãos traz a bênção do Senhor, a amizade dos irmãos e faz com que sejamos reconhecidos como Seus filhos.
• Gl 6: 7-10: O que o homem semear, isso também colherá, e isso vale também para a vida financeira, pois é uma lei espiritual.
Jesus ensinou a parábola da semente:
• Mc 4: 26-32: a oferta é uma semente plantada no reino de Deus (tanto a oferta financeira como a Palavra); o crescimento ocorre pelo poder divino, não pelo esforço humano. Quando ofertamos liberalmente, podemos ter a certeza de que haverá crescimento e multiplicação da semente que plantamos.
Um texto metafórico sobre sementes:
• Lc 6: 37-38: “Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados; dai e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também”. Aprendizados:
1) Para receber é preciso dar primeiro.
2) Juízo precipitado é proibido: a mesma medida é usada para nós: lei da prosperidade.
3) Antes deste texto, Jesus estava falando sobre a vida afetiva, sobre a vingança e o amor ao próximo
Aqui, também, não só fala da área sentimental, mas das três áreas mais importantes da nossa vida, pois a prosperidade não abrange apenas a riqueza, mas também a doação global de nós mesmos e a multiplicação de bênçãos em todas elas. É interessante perceber que a palavra acima nos ensina a semeadura verdadeira na área material, emocional e espiritual. Assim: quem tem autoridade para julgar é Deus; não adianta condenar alguém que Ele julgou como inocente, portanto, nesta área (espiritual), ao invés de julgar, a semente é orar; na área emocional, as sementes são: o apoio emocional, a palavra de incentivo e o perdão. Reter o perdão mata a semente. Na área financeira, o Senhor nos aconselha a dar o melhor que temos, porque quem vai fazer os cálculos é Ele mesmo e os Seus pesos serão justos. Para Jesus só há um peso e uma medida: o amor.
Outros versículos do NT são úteis para nós entendermos o valor espiritual da nossa oferta:
• Mt 5: 23-24: é preciso se reconciliar antes de trazer a oferta ao Senhor. A inimizade faz com que ela seja recusada pelo Senhor. Lembre-se de Caim.
• Lc 21: 1-4 (Mc 12: 41-44): a oferta da viúva pobre. Não importa o valor da oferta, mas dar o nosso melhor para o Senhor, entregarmo-nos a Ele na totalidade. Ela deu tudo o que tinha, o que para Jesus teve mais valor do que as ofertas dos ricos. Ela ouviu a voz de Deus no seu coração, antes de qualquer voz carnal e incrédula.
• Lc 12: 22-34; Mt 6: 25-34 (A ansiosa solicitude pela vida): colocar o reino de Deus em primeiro lugar faz com que Ele nos acrescente as outras coisas. Quando temos fé em Deus, vivemos um dia de cada vez com a inocência dos seres da natureza, pois sabemos que o dia de amanhã Ele proverá. O Pai sabe que necessitamos das coisas materiais.
Eu gostaria de fazer um comentário aqui:
Eu sempre me senti atraída pelo versículo de Lc 12: 27: “Observai os lírios; eles não fiam, nem tecem. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles”.
Os lírios a que Jesus se refere são provavelmente anêmonas selvagens (Anemona coronaria), de cor vermelha e púrpura, abundantes nos campos da Galiléia, ou então, o Cyclamen repandum. Vermelho e púrpura são as cores das vestes de reis. Salomão, em toda a sua glória, vestido em suas roupas reais, não tinha a aparência esplêndida dessas florzinhas humildes, que não trabalham nem fiam, mas têm uma beleza natural que rivaliza com um rei em toda a sua glória. Se Deus esbanja tanta beleza em flores que desabrocham hoje e são queimadas amanhã, Ele não se importará com as necessidades de Seus filhos? Nós provamos que temos pouca fé quando nos preocupamos, nos afligimos e nos esforçamos em uma luta incessante para obter mais e mais bens materiais. Desperdiçamos nossas vidas fazendo o que Deus teria feito por nós, se tivéssemos dedicado mais nosso tempo e talentos a Ele.
• Mt 6: 24: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas”. Em outras traduções a palavra riqueza é substituída por dinheiro ou Mamon, seu significado em grego, o que foi entendido como o ‘deus das riquezas’. Por isso, o dinheiro deve estar debaixo do domínio do Espírito em nossa vida, para que ele seja nosso escravo, não nosso senhor. Vamos explicar melhor: em hebraico, a palavra para dinheiro é keseph (= prata). Em grego é mamon. Entretanto, por ser algo que recebeu tanta honra e prioridade por parte dos homens, foi colocada no lugar de um deus, por isso, parece ter uma identidade, até competindo com o Deus verdadeiro pela posse de uma alma, ou seja, o dinheiro “adquiriu vida”. Por isso, Jesus disse que não poderíamos servir a Deus e às riquezas. Ele não colocou neste versículo nenhum outro deus que os homens costumam cultuar: prazer, poder, fama e conhecimento; não falou sobre enfermidades, nem sobre outras obras da carne além da avareza, tampouco sobre outras entidades espirituais. Podemos pensar, então, que o deus que mais compete com o verdadeiro Deus é o dinheiro. Com ele se ‘compram’ todos os outros, menos Jesus. Além disso, uma balança normalmente tem dois pratos. O dinheiro pesa para o lado material, impedindo que o lado espiritual se manifeste numa pessoa. Ela fica cega às verdades de Jesus, correndo o risco de perder sua salvação (Lc 12: 13-21).
Um dos ensinamentos de Jesus foi a prática do socorro financeiro (caridade) para os menos favorecidos, pois Ele mesmo disse que quando fazemos o bem a um dos Seus pequeninos é a Ele que fazemos.
• Tg 2: 14-17: a fé sem obras é morta. Tiago falava sobre a prática da caridade para com os crentes mais pobres; portanto, eles deveriam colocar em ação a fé que tinham em Jesus, dando sem esperar nada em troca, na certeza de que a recompensa vinha do Senhor.
• Gl 6: 9-10: fazer o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé, porque nós colheremos o fruto do que demos com amor.
• 1 Jo 3: 17-18 (cf. Dt 15: 7-8): não fechar o coração ao irmão na sua necessidade, mas supri-lo na medida das nossas posses para que o amor de Deus permaneça em nós. Essa atitude também significa colocar nossa fé em ação e saber que nossa oferta nos faz semelhantes a Deus e aperfeiçoa em nós o Seu amor.
Muitos seguidores de Jesus exerceram esta prática de socorro aos menos favorecidos: Dorcas, a discípula (At 9: 36), e o centurião Cornélio (At 10: 2; 4; 31), e a bíblia diz que as esmolas de Cornélio subiram para memória diante de Deus, ou seja, a vontade e a prática de servir aqueles que são povo de Deus (At 10: 2) são contadas como um memorial diante do Senhor para benefício de quem oferta. Pela sua atitude piedosa, Cornélio recebeu o grande presente da salvação (a vida eterna) e ainda o batismo do Espírito Santo como uma força para realizar o chamado de Deus para ele. A palavra grega para esmola (Mt 6: 2; 3; 4; Lc 11: 41) é ‘eleemosune’ (Strong #g1654), que significa: compaixão em relação ao pobre, beneficência, esmolas, benefício.
Paulo adotou a prática de ajudar financeiramente a igreja em Jerusalém, ensinando seus colaboradores e discípulos a fazerem o mesmo. Isso foi considerado por ele como um sinal de união entre os judeus convertidos e a parte gentílica da igreja de Cristo: Rm 15: 25-27; 1 Co 16: 1-4; 2 Co 9: 1-15; Gl 2: 10.
É importante notar que antes do ato de Abrão de dar o dízimo a Melquisedeque só havia a oferta das primícias, como fez Abel (Gn 4: 2-7).
Abel deu a Deus as suas primícias, por isso sua oferta foi aceita e a de Caim não (entre outros motivos). As primícias não era 10% da colheita ou do gado, mas era o que primeiro frutificou ou foi gerado, como uma oferta de gratidão ao Senhor. O Senhor se agradou de Abel e o abençoou.
Quando os israelitas entraram na Terra Prometida, eles deveriam oferecer a Deus as primícias de todos os frutos da terra, que provavelmente já estariam maduros no início do ano, logo depois da colheita (a festa de Pentecostes ou Festa das Semanas ou Festa das Primícias, 50 dias depois da Páscoa, que ocorria no 14º dia de Nisã). Ao oferecer a primeira colheita ao Senhor, o povo expressava sua confiança na provisão divina e sua gratidão pelas bênçãos. Em outras palavras, as primícias garantiam a bênção de Deus sobre a colheita deles. O sacerdote recebia o cesto com as primícias do cereal e apresentava ao Senhor (Dt 26: 4) de uma forma cerimonial (como oferta movida, além de apresentar holocausto e oferta de manjares) para mostrar que o ofertante estava cumprindo com os mandamentos da lei de Deus. Depois era realizada uma refeição comunitária onde o ofertante e os levitas participavam (Dt 26: 11). As primícias e o 1º dízimo eram para mantimento dos levitas e suas famílias. O 2º dízimo era também dado aos órfãos e às viúvas, além dos levitas.
Ainda sobre primícias está escrito:
• Êx 23: 16; 19a: “Guardarás a Festa da Sega (Pentecostes ou Festa das Semanas), dos primeiros frutos do teu trabalho, que houveres semeado no campo, e a Festa da Colheita (Tabernáculos), à saída do ano, quando recolheres do campo o fruto do teu trabalho... As primícias dos frutos da tua terra trarás à Casa do Senhor, teu Deus”. Na lei de Moisés, o povo era orientado a trazer ao Senhor a oferta de primícias, ou seja, o que primeiro tinha frutificado da colheita, para garantir a bênção de Deus para toda a safra e como um gesto de gratidão por Ele ter abençoado a terra.
• Êx 34: 22; 26a: “Também guardarás a Festa das Semanas, que é a das primícias da sega do trigo, e a Festa da Colheita no fim do ano... As primícias dos primeiros frutos da tua terra trarás à Casa do Senhor, teu Deus”.
Mais uma vez a bíblia fala das primícias nas três festas instituídas para o povo judeu: a Páscoa (Festa dos pães asmos), o Pentecostes (Festa das Semanas), que marca o fim da colheita de trigo, e a festa dos Tabernáculos (festa da colheita no final do ano), que encerra toda a colheita. A Festa das Primícias (Lv 23: 9-14) era comemorada no dia 16 do mês de Abibe, ou Nisã, o primeiro mês e que corresponde a Março-Abril do nosso calendário e devia-se apresentar um molho da primeira colheita de cevada como oferta movida, além de apresentar holocausto e oferta de manjares.
• Lv 23: 10: “Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando entrardes na terra, que vou dou, e segardes a sua messe, então, trareis um molho das primícias da vossa messe ao sacerdote”.
• Dt 26: 1-4: “Ao entrares na terra que o Senhor, teu Deus, te dá por herança, ao possuí-la e nela habitares, tomarás das primícias de todos os frutos do solo que recolheres da terra que te dá o Senhor, teu Deus, e as porás num cesto, e irás ao lugar que o Senhor, teu Deus, escolher para ali fazer habitar o seu nome. Virás ao que, naqueles dias, for sacerdote e lhe dirás: Hoje, declaro ao Senhor, teu Deus, que entrei na terra que o Senhor, sob juramento, prometeu dar a nossos pais. O sacerdote tomará o cesto da tua mão e o porá diante do altar do Senhor, teu Deus”.
• 2 Cr 31: 5: “Logo que se divulgou esta ordem, os filhos de Israel trouxeram em abundância as primícias do cereal, do vinho, do azeite, do mel e de todo produto do campo; também os dízimos, de tudo trouxeram em abundância”.
Hoje, nós consideramos as primícias como um gesto de gratidão por Deus ter nos abençoado no nosso trabalho, e para que continue a abençoar aquilo que Ele mesmo nos deu, ou seja, ter Sua proteção sobre o que for gerado a partir dali. Podemos dar como oferta de primícias ao Senhor uma porcentagem ou a totalidade do nosso primeiro salário, por exemplo, do nosso primeiro emprego; também quando o Senhor nos abençoa com um trabalho após termos passado um tempo sem sustento financeiro; quando Deus coloca em nossas mãos uma restituição financeira de algo que já havíamos dado por perdido; quando recebemos uma gratificação extra por nosso trabalho ou ainda quando o Espírito Santo nos move a fazê-lo em qualquer outra situação que para nós é um milagre ou simboliza a bênção de Deus sobre nós.
Tem uma palavra forte em Dt 28: 45-47, que fala sobre as maldições decorrentes da desobediência e nós podemos notar que no v. 47, o Senhor diz que o mal veio a eles porque não serviram ao Senhor com alegria e
bondade de coração, apesar da abundância que receberam. A palavra diz: “Todas estas maldições virão sobre ti, e te perseguirão, e te alcançarão, até que sejas destruído, porquanto não ouviste a voz do Senhor, teu Deus, para guardares os mandamentos e os estatutos que te ordenou. Serão, no teu meio, por sinal e por maravilha, como também entre a tua descendência, para sempre. Porquanto não serviste ao Senhor, teu Deus, com alegria e bondade de coração, não obstante a abundância de tudo”.
Eu acho que quando as pessoas não têm a real consciência do que Jesus fez na cruz por toda a humanidade, elas não conseguem dar valor ao que receberam e fazem tudo por obrigação, por religiosidade, mas não por amor nem gratidão pelo que receberam dEle. Se soubessem, fariam de tudo para fazê-lO feliz, ao invés de entristecê-lO com incredulidade e rebeldia.
Prosperidade, dom de Deus, fruto do amor, prática da alegria (PDF)
Prosperity, God’s gift, fruit of love, joyful practice (PDF)
Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti
PIX: relacionamentosearaagape@gmail.com