Cronologia bíblica do Antigo e do Novo Testamento com explicações mais detalhadas sobre o período desde a Criação até o reinado de Saul. Existem diferentes datações, mas a bíblia continua soberana.


Cronologia bíblica




A nota da Bíblia Almeida Revista e Atualizada, minha principal fonte de pesquisa há muitos anos, por volta de 2005-2010, diz: “As referências cronológicas no Antigo Testamento podem ser dadas apenas como aproximadas. Não há condições para se datarem os eventos relatados nos primeiros onze capítulos de Gênesis. Os períodos dos Patriarcas, do Êxodo e da conquista de Canaã aparecem nesta cronologia com datas possíveis, que constituem as posições mais representativas dos estudiosos do AT, e mesmo estas são datas aproximadas. Só a partir da época dos reis é que se pisa em terreno firme em matéria de cronologia, sendo mínimas as discordâncias entre eruditos bíblicos. Nesta tabela cronológica, as abreviações AC e DC significam Antes de Cristo e Depois de Cristo, respectivamente”.

Mas eu tenho um comentário a fazer sobre essas tabelas. Mesmo tendo por base essa tabela da bíblia ARA, eu fui estudando mais a fundo o texto bíblico, pois às vezes as datas são diferentes de outras datações como a do ANNO MUNDI.

Anno Mundi (‘o ano do mundo’, em latim), abreviado como A.M. ou AM, é uma forma de contagem dos dias e das eras desde a criação bíblica do mundo. Os anos no calendário judaico, por exemplo, são contados a partir da Criação. Esse sistema foi adotado antes de 165 DC (AM 3925) e baseia seu cálculo no Seder Olam Rabbah (uma cronologia em 30 capítulos desde Adão até a revolta de Bar Kohkba) do Rabino Jose ben Halafta em 160 DC. Segundo ele, Adão teria sido criado no ano de 3760 AC. O Anno Mundi também foi utilizado pelos primeiros cristãos (século I-II). O historiador medieval Beda (um monge inglês do século VIII DC) afirmou que a data da criação seria 3952 AC. Eusébio (bispo de Cesaréia, séc. III-IV DC) e Jerônimo de Estridão (sacerdote, teólogo e historiador do século IV-V DC) datam o evento da Criação como tendo sido em 5199 AC [fonte: wikipedia.org].

Eu usei o método ‘mais simples’ baseado na própria bíblia, não apenas pelas datas descritas por ela no que diz respeito ao nascimento dos personagens logo após a Criação, como também daqueles que se seguiram ao Dilúvio, em especial aos patriarcas. De certa forma, a bíblia não nos deixa no escuro quanto a certas datas importantes para a humanidade. Os achados arqueológicos nos ajudam a esclarecer o período histórico em que certos governantes nasceram e suas atividades civis e políticas, pois assim podemos ter mais certeza do contexto de certos personagens bíblicos.

CRONOLOGIA DO ANTIGO TESTAMENTO

EXPLICANDO A CRIAÇÃO, O DILÚVIO E OS PATRIARCAS

Segundo o relato de Gn 5: 1-32 e Gn 7: 6; 11, desde a criação de Adão até o início do Dilúvio decorreram 1.656 anos:
Desde a criação de Adão até o nascimento de Sete: 130 anos (Gn 5: 3)
De Sete até o nascimento de Enos: 105 anos (Gn 5: 6)
Até o nascimento de Cainã: 90 anos (Gn 5: 9)
Até o nascimento de Malalel: 70 anos (Gn 5: 12)
Até o nascimento de Jarede: 65 anos (Gn 5:15)
Até o nascimento de Enoque: 162 anos (Gn 5: 18)
Até o nascimento de Metusalém: 65 anos (Gn 5: 21)
Até o nascimento de Lameque: 187 anos (Gn 5: 25)
Até o nascimento de Noé: 182 anos (Gn 5: 28)
Até o dilúvio bíblico: 600 anos (Gn 7: 6; 11)

Segundo o relato de Gn 8: 13; Gn 11: 10–12: 4, desde o início do Dilúvio até a entrada de Abraão em Canaã decorreram 367 anos:
Sem gerou Arfaxade com 100 anos, 2 anos depois do Dilúvio (Gn 11: 10)
Até o nascimento de Salá: 35 anos (Gn 11: 12)
Até o nascimento de Héber: 30 anos (Gn 11: 14)
Até o nascimento de Pelegue: 34 anos (Gn 11: 16)
Até o nascimento de Reú: 30 anos (Gn 11: 18)
Até o nascimento de Serugue: 32 anos (Gn 11: 20)
Até o nascimento de Naor: 30 anos (Gn 11: 22)
Até o nascimento de Terá: 29 anos (Gn 11: 24)
Até o nascimento de Abrão: 70 anos (Gn 11: 26)
Partida de Abrão de Harã para Canaã: com 75 anos (Gn 12: 4-6)

Total de tempo decorrido de Adão ao nascimento de Abrão: 1948 anos.
Total de tempo decorrido de Adão à entrada em Canaã: 2023 anos.


Data Eventos
PRÉ-
H
I
S
T
Ó
R
I
A

A Criação

Adão e Eva no Jardim do Éden

Caim e Abel

Noé e o dilúvio

A torre de Babel

2200 AC

Abraão – 2166-1991 AC (Gn 12: 4-6; Gn 21: 5; Gn 25: 7)

Isaque – 2066-1886 AC (Gn 21: 5; 25: 20; 24: 67; 25: 26; 35: 28)

Jacó e Esaú – 2006-1859 AC (Gn 25: 26; Gn 47: 9; Gn 47: 28)

José – 1915-1805 AC (Gn 50: 22; 26) – chegou ao Egito em 1898 AC (Gn 37: 2; 36), provavelmente no reinado de Sesóstris II (Senusret II) – 1897-1878 AC ou seu pai Amenemés II (1929-1895 AC) – 12ª dinastia egípcia

1900 AC

Migração dos filhos de Jacó com suas famílias para o Egito: 1876 AC (Êx. 12: 40-41; Gl 3: 17; Gn 46: 26-27; Êx 1: 5; Gn 41: 46; 53; Gn 45: 6)

Os israelitas são escravizados no Egito: 1550 AC – Êx 1: 8: Amósis I – 17ª dinastia egípcia

Nascimento de Moisés: 1526 AC (80 anos quando falou com Faraó: Êx 7: 7)

Saída dos israelitas do Egito: 1446 AC (1 Rs 6: 1, Jz 11: 26, Êx 12: 40-41, Gl 3: 17 – Tutmósis III – 1479-1424 AC, da 18ª dinastia)

Peregrinação no deserto: 1446-1406 AC (Êx 16: 35; Dt 8: 4; Nm 14: 33; Am 5: 25; Dt 29: 5)

1400 AC

Entrada em Canaã: 1406 AC

Conquista de Canaã: 1406-1375 AC

Morte de Josué: 1375 AC, com 110 anos (Js 24: 29; Jz 2: 8)

Início do período dos juízes: 1375 AC

1100 AC

Reinado de Saul – 1050-1010 AC

Reinado de Davi – 1010-970 AC

Reinado de Salomão – 970-931 AC


Se considerarmos as referências bíblicas de 1 Rs 6: 1, Jz 11: 26, Êx. 12: 40-41, Gl 3: 17 sobre a data mais provável para o Êxodo em 1446 AC e que os israelitas viveram 430 anos em cativeiro, a migração da família de Jacó para o Egito (Êx. 12: 40-41; Gn 46: 26-27; Êx 1: 5; Gn 41: 46) ocorreu por volta de 1876 AC, durante a 12ª dinastia do Reino Médio do Egito (1990-1800 AC). E se considerarmos que José foi trazido antes deles, com 17 anos de idade, 22 anos antes deles (Gn 37: 2; 36), podemos dizer que ele chegou ao Egito em 1898 AC, o que equivale a dizer que ele nasceu por volta de 1915 AC. Se José tinha 39 anos quando sua família veio para o Egito (Gn 45: 6), e seu pai, Jacó, tinha 130 anos quando falou com Faraó (Gn 47: 9), concluímos que Jacó tinha 91 anos de idade quando José nasceu (130 – 39 = 91). Se José nasceu em 1915 AC, Jacó nasceu 91 anos antes, portanto, em 2006 AC. Isaque tinha 40 anos quando se casou com Rebeca (Gn 25: 20; 24: 67) e 60 anos quando ela deu à luz Esaú e Jacó (Gn 25: 26), portanto, Isaque nasceu por volta de 2066 AC. Por sua vez, Abraão tinha 100 anos quando Isaque nasceu (Gn 21: 5); portanto, o nascimento de Abraão ocorreu por volta de 2166 AC. E se ele tinha 75 quando partiu de Harã e entrou em Canaã (Gn 12: 4-6), isso ocorreu por volta de 2091 AC.

Com isso, podemos concluir que, somando 2091 AC (a entrada de Abraão em Canaã) com total de tempo decorrido de Adão à entrada em Canaã (2023 anos), o evento da Criação aconteceu aproximadamente em 4114 AC, para que a nossa mente humana entenda de maneira geral que o homem está sobre a terra há mais ou menos 6.000 anos, não o que a ciência e outros tipos de datação não bíblica consideram. Sendo assim, o Dilúvio, do ponto de vista bíblico, ocorreu por volta de 2458 AC.

Abraão – 2166-1991 AC (Gn 12: 4-6; Gn 21: 5; Gn 25: 7).
Isaque – 2066-1886 AC (Gn 21: 5; Gn 25: 20; Gn 24: 67; Gn 25: 26; Gn 35: 28).
Jacó e Esaú – 2006-1859 AC (Gn 25: 26; Gn 47: 9; Gn 47: 28).
José – 1915-1805 AC (Gn 50: 22; 26) – chegou ao Egito em 1898 AC (Gn 37: 2; 36), provavelmente no reinado de Sesóstris II (Khakheperre Senusrete II) – 1897-1878 AC ou seu pai Amenemés II (ou Amenemhat II, 1929-1895 AC) – 12ª dinastia egípcia.

EXPLICANDO JOSÉ E OS ISRAELITAS NO EGITO

José – 1915-1805 AC (Gn 30: 22-25; Gn 50: 22; 26) – chegou ao Egito em 1898 AC (Gn 37: 2; 36), provavelmente no reinado de Sesóstris II (Senusret II – 1897-1878 AC) ou seu pai Amenemés II (ou Amenemhat II, 1929-1895 AC) – 12ª dinastia egípcia
Migração dos filhos de Jacó com suas famílias para o Egito: 1876 AC (Êx. 12: 40-41; Gl 3: 17; Gn 46: 26-27; Êx 1: 5; Gn 41: 46; 53; Gn 45: 6).

Se considerarmos as referências bíblicas de 1 Rs 6: 1, Jz 11: 26, Êx. 12: 40-41, Gl 3: 17 sobre a data mais provável para o Êxodo em 1446 AC e que os israelitas viveram 430 anos em cativeiro, a migração da família de Jacó para o Egito (Êx. 12: 40-41; Gn 46: 26-27; Êx 1: 5; Gn 41: 46) ocorreu por volta de 1876 AC, durante a 12ª dinastia do Reino Médio do Egito (1990-1800 AC). E se considerarmos que José foi trazido antes deles, com 17 anos de idade, 22 anos antes deles (Gn 37: 2; 36), podemos dizer que ele chegou ao Egito em 1898 AC, provavelmente no reinado de Sesóstris II (Caqueperré Senusrete II – 1897-1878 AC; Khakheperre significa ‘O Ka de Rá vem à existência’), o 4º faraó da 12ª Dinastia e que reinou 5 anos em co-regência com seu pai Amenemés II (1929-1895 AC). José foi apresentado ao Faraó com 30 anos de idade (Gn 41: 46; em 1885 AC, 13 anos depois de ter chegado ao Egito). Mas sua família veio logo depois dos 7 anos de abundância e do 2º ano de penúria (1876 AC), portanto, no reinado de Sesóstris III (Khakaure ou Senusret III, 1878-1839 AC), sucessor de Sesóstris II, durante um tempo de grande poder e prosperidade para o Egito. De Tebas a capital foi transferida por Amenemés I (1991-1962 AC, o 1º faraó dessa dinastia) para uma cidade próxima ao oásis de Faium (Faiyum), ainda hoje sem localização certa por escavações, apenas por dados decorrentes dos escritos de Manetho (Maneton; Grego kóiné: Μανέθων Manéthōn), um historiador e sacerdote egípcio da época Ptolomaica. A cidade real era conhecida como Amenemhat-itj-tawy (Amenem-hat, que significa ‘O Senhor das Duas Terras’ ou ‘Aquele que controla as Duas Terras’; em Português: Amenemés-Ititaui), ou simplesmente Ititaui (Itjtawy).

O oásis estava localizado a 80 km a sudoeste de Memphis. Sesóstris II (Senusrete II) teve um grande interesse na região do oásis de Faium, trabalhando em um extenso sistema de irrigação e da construção de um dique na cidade de El-Lahun com o intuito de aumentar a quantidade de terras cultiváveis naquela área. Por isso, ele também moveu a necrópole real de Dahshur para El-Lahun, onde ele construiu sua pirâmide, e que também foi a capital política da XII e da XIII dinastias do Egito. Na cidade vizinha, Kahun (Senusrethotep), ele também construiu o 1º bairro de trabalhadores. A região se transformou num centro agrícola, religioso e turístico, com muita terra arável centrada em torno do Lago Moeris (hoje chamado de Lago Qarun), um lago natural de água doce naquela época e que hoje contém alta salinidade.


Fayium e as cidades do Delta do Nilo

Fayium e as cidades do Delta do Nilo


Mas foi seu neto Amenemés ou Amenemhat III (1860-1814 AC) que passou fazer uma extensa escavação do Canal Hawara (que ligava o Nilo com o lago), conhecido hoje como o Bahr Yussef, e que aumentou o volume de água para o lago, irrigando a bacia de Faiyum de uma maneira mais efetiva, transformando-a em um grande centro agrícola. Por isso, Amenemés III foi mais tarde conhecido em grego como ‘Rei Moeris’. Seu reinado é considerado a era de ouro do Império Médio do Egito. Ele pode ter tido uma longa co-regência (de 18 a 20 anos) com seu pai. O lago e o oásis passaram por várias fases difíceis durante os impérios persa, helenístico e romano, sendo praticamente abandonados no século V, deixando apenas uma pequena área no interior da bacia de Faiyum permanecendo cultivada e habitada através do restante da Idade Média. Nos dias de hoje, poucas espécies de animais ainda conseguem sobreviver em decorrência da salidade do lago e do efeito das barragens que foram feitas por muitos governantes durante os últimos séculos.

O reinado de Senusrete II, da época de José, inaugurou um período de paz e prosperidade, sem campanhas militares registradas e com a proliferação do comércio entre o Egito e o Oriente Próximo. A partir daí, muitos grupos asiáticos ocidentais passaram a visitar faraó trazendo presentes e eram possivelmente cananeus ou beduínos, conhecidos como hicsos (‘Heqa-kasut’, ḥḳꜣ-ḫꜣsw em egípcio), nome derivado do grego Ὑκσώς (Hyksôs) e da expressão egípcia ‘heqau khasut’ (ḥqꜣ-ḫꜣswt ou ḥqꜣw-ḫꜣswt), que significa ‘governantes de terras estrangeiras’ ou ‘reis estrangeiros’ (segundo o historiador Eusébio de Cesaréia), uma tradução melhor do que a dada por Flávio Josefo como sendo ‘reis pastores’ ou ‘pastores cativos’. De qualquer forma eram todos povos semitas, descendentes de Sem, filho de Noé, e que incluem, portanto, israelitas e não israelitas como os moabitas, os amonitas, os árabes, os acadianos e os arameus: sírios e assírios que ocuparam grande parte da Mesopotâmia. Os hicsos praticavam muitos costumes levantinos ou cananeus, mas também muitos costumes egípcios. Eles se separaram do controle egípcio central por volta de 1720 AC, perto do fim da 13ª dinastia (1803–1649 AC), estabelecendo a 15ª dinastia (1650–1550 AC), em Aváris, e coexistiram com a 16ª e a 17ª dinastias com sede em Tebas. Perduraram até 1540 AC, no reinado de Amósis I. Eles tinham como aliados, arqueiros e cavaleiros mercenários de Canaã, Harã, Cades, Sidom e Tiro, todos originários da Mesopotâmia.

Assim, nós podemos pensar que esse período foi um período próspero para o Egito e que, mesmo sem a comprovação arqueológica específica sobre José naquele lugar, vem a corroborar sua história bíblica, sua atuação como governador daquelas terras e administrador competente do suprimento agrícola, inclusive no período de seca, favorecendo assim não apenas a vinda de sua própria família para a região, mas de muitos governantes e pastores semitas, também para a região de Gósen (Gn 45: 10; Gn 46: 28-29; Gn 47: 4; 6; 11; 27), no Delta do Nilo.

O fato de a capital do baixo Egito ter sido Amenemhat-itj-tawy (Amenem-hat, ou Amenemés-Ititaui) durante a 12ª dinastia (o período de José) ou Tebas na 18ª, como supomos ser a capital de Tutmósis III, o faraó do Êxodo, isso não invalida a bíblia quando afirma que os filhos de Israel construíram as cidades-celeiros de Pitom e Pi-Ramessés, as duas obviamente na região de Gósen. Hoje, são sítios arqueológicos em Tell el-Maskhuta e Tell el-Dab´a respectivamente. Aváris, a capital administrativa e comercial dos hicsos durante o domínio da 15ª Dinastia (1670-1557 AC ou 1650 a 1550 AC), foi destruída pelo faraó Amósis I (1550-1525 AC), fundador da 18ª Dinastia (1550-1292 AC) que expulsou os hicsos e reuniu o Egito, e sua capital foi em Tebas. Mais tarde, Aváris passou a ser chamada de Pi-Ramessés, sendo a capital administrativa e política da 19ª dinastia (especialmente de Ramessés II), mas Tebas (Luxor) continuou sendo a capital religiosa, onde ficava a necrópole real (no Vale dos Reis) e importantes templos. Escavações feitas em 1960, identificaram Tell el-Dab´a como Aváris, embora não houvesse vestígios de qualquer habitação anterior visível na superfície; e a cidade de Qantir, cerca de 2 km ao norte, foi reconhecida como o local de Pi-Ramesses. Qantir fica a 30 km ao sul de Tânis (a antiga Zoan e atual San El-Hagar). Quanto a Pitom, sua localização exata permanece um tanto incerta. Alguns estudiosos o identificaram como o sítio arqueológico de Tell el-Maskhuta (em latim: Tall al-Masḫuṭa); outros, como o sítio arqueológico de Tell El Retabeh (romanizado: Tall al-Ratāba). Pithom, no hebraico, פיתום‎, significa  ‘Casa de Atum’ ou Aton.

Encontrei um versículo interessante (Gn 46: 34) que diz: “todo pastor de rebanho é abominação para os egípcios”. Isso poderia explicar, talvez, o fato de a família de José ter se estabelecido na região de Gósen, no melhor da terra, como a própria bíblia diz (Gn 47: 6; 11), mas os faraós da 12ª dinastia terem permanecido com sua capital na região de Faium; ou mesmo Tutmósis III ter permanecido com sua capital em Tebas, após a destruição de Aváris por seu ancestral Amósis I, e essa cidade do Delta, na região de Gósen, ser reconstruída só mais tarde por Ramessés II (1279-1212 AC), quase 3 séculos depois. Não seria de estranhar ‘cidades-celeiros’ ou ‘cidades-armazéns’ na região do Delta, não apenas por estarem em uma região agrícola e pastoril forte, mas também por serem um ponto estratégico de defesa, uma vez que a LXX traduz por ‘cidades fortes’ [ou fortificadas]. A bíblia usa o mesmo termo (‘cidades-armazéns’) em 1 Rs 9: 19 e 2 Cr 16: 4 para as cidades de Salomão e de Baasa em Israel.

EXPLICANDO MOISÉS E O ÊXODO

Os israelitas são escravizados no Egito: 1550 AC – Êx 1: 8: Amósis I – 17ª dinastia egípcia.
Nascimento de Moisés: 1526 AC (tinha 80 anos quando falou com Faraó: Êx 7: 7).
Saída dos israelitas do Egito: 1446 AC (1 Rs 6: 1, Jz 11: 26, Êx 12: 40-41, Gl 3: 17) – Tutmósis III – 1479-1424 AC.
Peregrinação no deserto: 1446-1406 AC (Êx 16: 35; Dt 8: 4; Nm 14: 33; Am 5: 25; Dt 29: 5).
Entrada em Canaã: 1406 AC.

CONQUISTA DE CANAÃ: 1406-1375 AC.

Os israelitas levaram sete anos para conquistar a terra com suas batalhas, logo após a morte de Moisés. Depois dos sete anos de conquista, veio a divisão da terra entre as tribos. Muitas terras, porém, não foram conquistadas (Js 13: 1-7) e muitos anos ainda foram necessários (25 a 31 anos) para se determinar a porção de cada tribo. O livro de Josué abrange os sete anos iniciais de conquista (pela declaração de Calebe), os anos seguintes de divisão da terra (não totalmente especificado pela bíblia) e o discurso final de Josué antes de sua morte com 110 anos. As referências bíblicas que mais nos dão clareza sobre isso estão em:

1) Dt 2: 14, que descreve o tempo de peregrinação desde Cades Barnéia: trinta e oito anos (Dt 2: 14), mais precisamente, trinta e oito anos e nove meses, após o castigo determinado por Deus para os rebeldes, pois caminharam três meses do Egito até o Sinai (Êx 19: 1-2) e ficaram um ano acampados ao pé desse monte (Êx 40: 2; 17; 34-35; Nm 9: 1-5).

2) Js 14: 7 e 10-11, quando Calebe diz que tinha 40 anos em Cades-Barnéia (ou seja, 38 anos antes, quando iniciou a peregrinação pelo deserto) e agora, depois de 45 anos, estava com 85 anos de idade e ainda forte para travar batalhas. Isso quer dizer que ele peregrinou por 38 e levou 7 anos na conquista militar da Terra Prometida (45 – 38 = 7). Em Js 15: 13-15 ele toma posse de Hebrom.

MORTE DE JOSUÉ, com 110 anos (Js 24: 29; Jz 2: 8): 1375 AC.

INÍCIO DO PERÍODO DOS JUÍZES: 1375 AC e se estende por 350 anos: 8 anos sob opressão da Mesopotâmia; 40 anos de paz; 18 anos sob os moabitas, amonitas e amalequitas + filisteus; 80 anos de paz; 20 anos sob os cananeus; 40 anos de paz; 7 anos sob os midianitas; 40 anos de paz; 3 anos com Abimeleque como juiz; 23 com Tola; 22 com Jair; 6 anos sob os amonitas; 18 anos + 7 anos + 10 anos + 8 anos sob os filisteus.

O REINO DIVIDIDO

Data Reis de Judá (Sul) Profetas (Sul) Profetas (Norte) Reis de Israel (Norte)
950 AC

Roboão (931-914 AC)
Abias (914-911 AC)
Asa (911-870 AC)

   

Jeroboão I (931-910 AC)
Nadabe (910-909 AC)

900 AC

Josafá (870-845 AC)

 

Elias 875-848 AC

Baasa (909-886 AC)
Elá (886-885 AC)
Zinri (885 AC)
Onri (885-874 AC)
Acabe (874-853 AC)
Acazias (853-852 AC)

850 AC

Jeorão (848-841 AC)
Acazias (841AC)
Atalia (841-835 AC)
Joás (835-796 AC)

Joel?

Eliseu 848-797 AC

Jorão (852-841 AC)
Jeú (841-814 AC)
Jeoacaz (814-798 AC)

800 AC

Amazias (796-781 AC)
Uzias (781-740 AC)

Isaías 740-681 AC

Jonas 785-750 AC
Amós 760-750 AC
Oséias 755-715 AC

Jeoás (798-782 AC)
Jeroboão II (782-753 AC)

750 AC

Jotão (740-732 AC)
Acaz (732- 716 AC)
Ezequias (716-687 AC)

Joel? Miquéias 742-687 AC

Zacarias (753-752 AC)
Salum (752 AC)
Menaém (752-742 AC)
Pecaías (742-740 AC)
Peca (740-732 AC)
Oséias (732-723 AC)
Queda de Samaria 722 AC



OS ÚLTIMOS ANOS DO REINO DE JUDÁ

Data Reis Profetas
700 AC

Manassés (687-642 AC)

Naum (663-612 AC)

650 AC

Amom (642-640 AC)
Josias (640-609 AC)
Joacaz (609 AC)
Jeoaquim (609-598 AC)

Sofonias (640-621 AC)
Jeremias (626-585AC)
Habacuque (610-597 AC)
Obadias (605-583 AC)
Daniel (605-536 AC)

600 AC

Joaquim (598 AC)
Zedequias (598-587 AC)
Queda de Jerusalém (julho 587 ou 586 AC)
Habitantes de Judá levados para a Babilônia – 587-586 AC

Ezequiel (592-571 AC)

550 AC

• Início do domínio persa – 539AC
• Ciro, o imperador da Pérsia, ordena a volta dos judeus – 538 AC (1º retorno dos exilados).
• Início da reconstrução do templo 520 AC; conclusão 516 AC
• 2º retorno a Jerusalém (Esdras) 458 AC
• Reconstrução das muralhas de Jerusalém 445 AC (3º retorno: Neemias)

Ageu e Zacarias (520-480 AC)
Malaquias (450-400 AC)



CRONOLOGIA DO PERÍODO INTERTESTAMENTÁRIO

400 AC

Alexandre, o Grande, governa a Palestina; domínio macedônico – 333-323 AC

Domínio dos Ptolomeus sobre a Palestina – 323-198 AC

200 AC

Domínio dos Selêucidas sobre a Palestina – 198-167 AC

Revolução de Judas Macabeu (167-160 AC) e domínio da família de Judas e seus descendentes, os asmoneus (hasmoneanos), sobre a Palestina – 167-63 AC

Conquista de Jerusalém por Pompeu, general romano, anexando a Palestina ao Império Romano – 63 AC

Reinado de Herodes, o Grande, sobre a Palestina, por nomeação de Roma – 37 a 4 AC.

CRONOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO

As referências cronológicas no Novo Testamento podem ser dadas apenas como aproximadas, tanto para as referências à vida de Jesus como para o período dos apóstolos. A respeito do nascimento de Jesus (6 AC), por exemplo, só se pode afirmar, com base em Mt 2: 1 (Lc 1: 5), que ele ocorreu durante o reinado de Herodes, o Grande, que morreu em 4 AC, enquanto que a respeito de Sua crucificação pode-se afirmar que ela ocorreu durante uma celebração da Páscoa no governo de Pôncio Pilatos (26-30 DC).

Em Jo 2: 13-22 há uma referência interessante: Jesus purifica o templo e disse que Ele reconstruiria aquele santuário em três dias (se referindo ao santuário do Seu corpo). Os fariseus pensavam que Ele estava se referindo ao Templo e disseram (v.20): “Em quarenta e seis anos foi edificado este santuário, e tu, em três dias, o levantarás?” Isso pode nos dar uma pista sobre as datas do deste episódio do ministério de Jesus e a data da Sua morte, pois a História diz que Herodes, o Grande, começou a reconstrução do Templo em 19 AC; portanto, os 46 anos depois correspondem a 27 DC, provavelmente o 1º ano e a 1ª Páscoa do ministério de Jesus. Considerando que Seu ministério foi de três anos a três anos e meio, sua morte se daria por volta de 30 DC [Dn 9: 27: Daniel se referia aos atos de Antíoco Epifânio, Tito e do Anticristo, repetindo uma aliança que foi feita com Jesus: Is 42: 6; Jr 31: 31-34; Mt 26: 28; Lc 22: 20, abolindo (fazendo cessar) os sacrifícios judaicos e o culto Levítico no templo para sempre, pois a antiga aliança foi revogada].

Quanto ao período dos apóstolos, pode-se precisar com alguma certeza o ano da morte de Herodes Agripa I como sendo em 44 DC (At 12: 20-23), enquanto que as demais datas são aproximadas.

A VIDA DE JESUS E O PERÍODO DOS APÓSTOLOS

Data Imperadores Romanos Governadores e Reis da Judéia Eventos do NT
1 DC

Augusto (29 AC-14 DC)

Tibério (14-37 DC)

Herodes, o Grande (37 AC-4 AC)
Arquelau (4 AC-6 DC)

Pôncio Pilatos (26-36 DC) era governador da Judéia e Herodes Antipas, o tetrarca da Galiléia (6-41 DC)

Nascimento de Jesus (6 AC)

Início do Ministério de Jesus – 26-27 DC
Morte e ressurreição de Jesus – 30 DC

30 DC

Calígula – 37-41 DC

Herodes Antipas, o tetrarca da Galiléia (6-41 DC)

Dia de Pentecostes – 30 DC
Conversão de Paulo – 35 DC

40 DC Cláudio 41-54 DC

Herodes Agripa I (sobrinho de Herodes Antipas e pai de Agripa, Berenice e Drusila, que se casou com Festo) – 41-44 DC

Sérgio Paulo, procônsul 47 DC

Início do Ministério de Paulo (45 DC)
Morte de Tiago, filho de Zebedeu (44 DC)
Morte de Herodes Agripa I – 44 DC
Fome no tempo de Cláudio – 46 DC
Primeira viagem missionária de Paulo – 46-48 DC
Edito de Cláudio – 49 ou 50 DC (expulsão dos judeus de Roma)

50 DC Nero 54-68 DC Félix – 52-60 DC

Conferência de Jerusalém 50-51 DC
Segunda viagem missionária de Paulo – 50-53 DC
Paulo em Corinto – 50-52 DC
Terceira viagem missionária de Paulo – 53-57 DC
Paulo em Éfeso – 54-57 DC
Paulo preso em Jerusalém – 58 DC
Paulo na prisão em Cesaréia – 58-60 DC

60 DC

Galba – 68-69 DC
Oto – 69 DC
Vitélio – 69 DC

Pórcio Festo – 60-62 DC

Paulo na prisão em Roma – 61-63 DC
Morte de Paulo em Roma – 63 DC
Morte de Pedro em Roma – 65-68 DC?

70 DC  

Vespasiano – 69-79 DC
Tito – 79-81 DC
Domiciano – 81-96 DC
Nerva – 96-98 DC
Trajano – 98-117 DC

Destruição de Jerusalém e do Templo – 70 DC
Morte de João – 100 ou 103 DC?

Esta tabela se encontra no anexo:


tabela cronológica bíblica

Tabela Cronológica Bíblica (PDF)

Chronological Biblical Table(PDF)


Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti

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