Isaías 66: A vinda do Messias prepararia a alma deles para a dispensação da graça. Isaías fala sobre o nascimento de Jesus e da Sua igreja em Sião, a igreja do NT. Veja as nações evangelizadas pelos apóstolos de Jesus; a morte deles.

Isaiah 66: The coming of the Messiah would prepare their souls for the dispensation of grace. Isaiah talks about the birth of Jesus and His church in Zion, the church of the NT. See the nations evangelized by Jesus’ apostles; their death.


Isaías capítulo 66




Capítulo 66

Deus é servido com o espírito, não com cerimoniais – v. 1-5.
• Is 66: 1-5: “Assim diz o Senhor: O céu é o meu trono, e a terra, o estrado dos meus pés (cf. Sl 11: 4; Sl 103: 19; Mt 5: 34-35; Mt 23: 22; At 7: 49-50); que casa me edificareis vós? E qual é o lugar do meu repouso? Porque a minha mão fez todas estas coisas, e todas vieram a existir, diz o Senhor, mas o homem para quem olharei é este: o aflito e abatido de espírito [NVI: ‘humilde e contrito de espírito’] e que treme da minha palavra (cf. Is 57: 15). O que imola um boi é como o que comete homicídio [NVI: ‘Mas aquele que sacrifica um boi é como quem mata um homem’]; o que sacrifica um cordeiro, como o que quebra o pescoço a um cão; o que oferece uma oblação [NVI: ‘aquele que faz oferta de cereal’], como o que oferece sangue de porco; o que queima incenso, como o que bendiz a um ídolo. Como estes escolheram os seus próprios caminhos, e a sua alma se deleita nas suas abominações, assim eu lhes escolherei o infortúnio [NVI: ‘também escolherei um duro tratamento para eles’] e farei vir sobre eles o que eles temem; porque clamei, e ninguém respondeu, falei, e não escutaram; mas fizeram o que era mau perante mim e escolheram aquilo em que eu não tinha prazer. Ouvi a palavra do Senhor, vós, os que a temeis: Vossos irmãos, que vos aborrecem e que para longe vos lançam por causa do vosso amor ao meu nome [NVI: ‘Seus irmãos que os odeiam e os excluem por causa do meu nome’] e que dizem: Mostre o Senhor a sua glória, para que vejamos a vossa alegria, esses serão confundidos [NVI: ‘eles é que passarão vergonha’]”.

Essa profecia parece ter sido endereçada aos judeus pós-exílio desde o período da construção do segundo templo até os judeus do período da vinda de Cristo, quando o medo de cair novamente na idolatria e, conseqüentemente, sofrer com a ira de Deus, os levou, em especial os sacerdotes e os mestres da Lei (como já havia no tempo de Jesus), ao outro pólo: a religiosidade, onde as minúcias da Lei eram observadas (Mt 23: 23-24) e onde o templo físico era mais valorizado do que o seu templo interior. O Senhor é o Espírito (2 Co 3: 17) e fez o mundo e todas as coisas; por isso Ele pergunta que tipo de casa alguém poderia edificar para Ele (1 Rs 8: 27; 29). Ele não caberia dentro de um templo construído por mãos humanas, muito menos habitaria dentro de um ídolo. Ele já estava preparando Seu povo para outro tipo de pensamento: com a vinda do Messias, o corpo do homem seria o Seu santuário. Jesus viria para ensinar isso (Jo 2: 19). Deus disse para quem Ele olharia: para os humildes de espírito e para os arrependidos que temiam a Ele e à Sua palavra, ou seja, que tinham reverência à Sua pessoa. Por isso Ele abominava os sacrifícios e os rituais que estavam sendo feitos na Sua própria Casa e pareciam com sacrifícios idólatras, pois o coração dos adoradores já não estava mais em Deus. Em Pv 15: 8 está escrito: “O sacrifício dos ímpios é abominável ao Senhor, mas a oração dos retos é o seu contentamento”. Seu próprio povo parecia ímpio, fazia o que achava melhor e se agradava do que estava fazendo. Por isso, Ele os trataria duramente e traria sobre eles o que eles mais temiam: ouvir a verdade e a repreensão de Deus; mais ainda: sofrer com a Sua ira, tendo que se humilhar diante dEle de novo. Também temiam perder a posição de respeitabilidade que eles tinham em relação ao povo por serem líderes religiosos. Através dos Seus profetas Ele clamou, mas ninguém deu atenção nem respondeu como devia. Eles não queriam escutá-lO. O que eles faziam era mau, e Ele não tinha prazer naquilo. A hipocrisia dos rituais era abominável. Jesus os desmascararia em público, e eles perderiam seu status. Foi exatamente por isso que entregaram Jesus a Pilatos, por inveja do Seu carisma junto ao povo e pela Sua doutrina tão simples e tão clara (Mt 27: 18; Mc 15: 10).

Na parte seguinte da profecia Deus se dirigia aos judeus tementes que por causa do Seu nome foram desprezados pelos seus irmãos e até expulsos de sua companhia, e que eram zombados pelos religiosos, os quais arrogantemente diziam para o Senhor mostrar Sua glória. Então, Deus disse que estes é que seriam envergonhados. Assim, Ele encoraja os fiéis a permanecerem firmes nEle, pois Ele mesmo destruirá seus inimigos.

O nascimento da igreja – v. 6-14.
• Is 66: 6-14: “Voz de grande tumulto virá da cidade, voz do templo [NVI: ‘Ouçam o estrondo que vem da cidade, o som que vem do templo’!], voz do Senhor, que dá o pago aos seus inimigos. Antes que estivesse de parto, deu à luz [NVI: ‘Antes de entrar em trabalho de parto, ela dá à luz’]; antes que lhe viessem as dores, nasceu-lhe um menino. Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisa semelhante? Pode, acaso, nascer uma terra [NVI: ‘nação’] num só dia? Ou nasce uma nação de uma só vez? [NVI: ‘ou, pode-se dar à luz um povo num instante?’] Pois Sião, antes que lhe viessem as dores, deu à luz seus filhos. Acaso, farei eu abrir a madre e não farei nascer? – diz o Senhor; acaso, eu que faço nascer fecharei a madre? – diz o teu Deus. Regozijai-vos juntamente com Jerusalém e alegrai-vos por ela, vós todos os que a amais; exultai com ela, todos os que por ela pranteastes, para que mameis e vos farteis dos peitos das suas consolações; para que sugueis e vos deleiteis com a abundância da sua glória [NVI: ‘se deleitarão em sua fartura’]. Porque assim diz o Senhor: Eis que estenderei sobre ela a paz como um rio, e a glória [NVI: ‘a riqueza’] das nações, como uma torrente que transborda [NVI: ‘uma corrente avassaladora’]; então, mamareis, nos braços vos trarão e sobre os joelhos vos acalentarão. Como alguém a quem sua mãe consola, assim eu vos consolarei; e em Jerusalém vós sereis consolados. Vós o vereis, e o vosso coração se regozijará [NVI: ‘Quando vocês virem isso, o seu coração se regozijará’], e os vossos ossos revigorarão como a erva tenra [NVI: ‘e vocês florescerão como a relva’]; então, o poder do Senhor será notório aos seus servos [NVI: ‘a mão do Senhor estará com os seus servos’], e ele se indignará contra os seus inimigos”.

Na verdade esta profecia toda (Is 66: 1-24) diz respeito mais uma vez à época messiânica, quando Jesus teria que vir para instalar uma nova dispensação e uma nova Igreja, abolindo os rituais mortos comentados acima, e que para Deus já se assemelhavam à idolatria, por causa da hipocrisia com que eram feitos pelos judeus daquela época (Saduceus, Fariseus e Escribas).

Nós podemos perceber que, primeiro, Isaías fala sobre o nascimento de um menino (‘Antes que estivesse de parto, deu à luz; antes que lhe viessem as dores, nasceu-lhe um menino’), e depois fala sobre filhos (‘Pois Sião, antes que lhe viessem as dores, deu à luz seus filhos’). A comparação a uma mulher grávida que dá à luz de uma maneira inesperada diz respeito a Sião, Jerusalém, e isso sugere uma salvação grande e súbita para o povo de Deus. É uma referência à vinda do Messias, que veio de maneira súbita e diferente da que era esperada pelos judeus, sem que eles tivessem que fazer nada de extraordinário; por isso, o versículo diz que não houve dores de parto, que o menino nasceu antes de haver dores. Não houve guerras nem mortes para que o Messias nascesse. Ele veio da maneira planejada por Deus, e sem alarde.

Jesus começou Seu ministério com trinta anos de idade (Lc 3: 23) e, até então, era incógnito para os judeus como a encarnação do Messias. Ele pregou, curou, fez milagres e entrou em atritos de doutrina com os legalistas, os mestres da Lei. Entretanto, foi na cruz, quando Ele disse: “Está consumado!” (Jo 19: 30), que o trabalho com a salvação daquele povo foi completada e quebrada de uma vez por todas a inimizade entre Deus e os homens, e entre judeus e gentios (Ef 2: 14-16; Hb 9: 14-15; 28). A vingança de Deus contra Seus inimigos estava sendo completada ali. A bíblia diz: “Desde a hora sexta até à hora nona, houve trevas sobre toda a terra... E Jesus, clamando outra vez com grande voz, entregou o espírito. Eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo; tremeu a terra, fenderam-se as rochas; abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos, que dormiam, ressuscitaram; e, saindo dos sepulcros depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos. O centurião e os que com ele guardavam a Jesus, vendo o terremoto e tudo o que se passava, ficaram possuídos de grande temor e disseram: Verdadeiramente este era Filho de Deus” (Mt 27: 45; 50-54).

Por isso, o profeta diz: “Voz de grande tumulto virá da cidade, voz do templo, voz do Senhor, que dá o pago aos seus inimigos”. O texto bíblico diz que Jesus clamou com grande voz. Quando Ele entregou Sua vida ao Pai e o véu do templo se rasgou, isso foi como a voz de Deus gritando ferozmente do templo contra os inimigos espirituais do Seu povo que os separavam da verdade e da salvação. Os sacerdotes que estavam no templo e viram o véu ser rasgado de forma sobre-humana, com certeza gritaram de medo, e saíram correndo dali, e seus gritos de pavor também poderiam ser ouvidos de longe.


O véu do santuário se rasgou


O terremoto e a escuridão devem ter assustado muita gente, por isso Isaías diz que ouviu um ruído assustador que vinha da cidade, o que nos faz pensar em algo abrupto, amedrontador, como som de destruição e de gente correndo de um lado para o outro porque nunca tinham visto algo parecido, além do som estranho que dever ter vindo do templo na hora que o véu do santuário foi rasgado, sem ser por mãos humanas. Acabou-se naquele momento a dispensação do Antigo Testamento e começou a dispensação do Novo Testamento. Deus estava extinguindo a hipocrisia e a soberba do antigo sacerdócio e da antiga prática religiosa do Seu povo.


Cruz

crucificação de Jesus – eventos


“Desde a hora sexta até à hora nona, houve trevas sobre toda a terra... Eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo; tremeu a terra, fenderam-se as rochas;.... O centurião e os que com ele guardavam a Jesus, vendo o terremoto e tudo o que se passava, ficaram possuídos de grande temor e disseram: Verdadeiramente este era Filho de Deus”.

Da mesma forma que Jerusalém viu o nascimento de um filho homem, o Messias, ela também deu à luz seus filhos antes que lhe viessem as dores, ou seja, os quarenta dias que Jesus apareceu para os apóstolos após Sua morte e ressurreição (At 1: 3-5; 8) foram dias quietos, preparatórios para o nascimento da Sua Igreja, o que ocorreu dez dias depois no Pentecostes com a descida do Espírito Santo (At 2: 1-2; 5-6; 9-11; 32-33; 37-41). Por isso, três mil judeus da diáspora, convertidos no mesmo dia, foram uma nação de crentes nascida num único dia, nascida para a salvação e uma nova vida em Cristo. Isso explica as palavras de Isaías: “Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisa semelhante? Pode, acaso, nascer uma terra [NVI: ‘nação’] num só dia? Ou nasce uma nação de uma só vez? Pois Sião, antes que lhe viessem as dores, deu à luz seus filhos”. Depois da cura do paralítico na Porta Formosa do templo, mais duas mil pessoas se converteram com as palavras de Pedro (At 3: 11-26; At 4: 4).

Isaías continua dizendo: “Acaso, farei eu abrir a madre e não farei nascer? – diz o Senhor; acaso, eu que faço nascer fecharei a madre? – diz o teu Deus”. Isso quer dizer que a igreja em Jerusalém não parou de fazer novos convertidos. A bíblia diz que o Senhor acrescentava, dia a dia, os que iam sendo salvos (At 2: 47; At 5: 14; 16).

Em seguida, o profeta fala: “Regozijai-vos juntamente com Jerusalém e alegrai-vos por ela, vós todos os que a amais; exultai com ela, todos os que por ela pranteastes, para que mameis e vos farteis dos peitos das suas consolações; para que sugueis e vos deleiteis com a abundância da sua glória [NVI: ‘se deleitarão em sua fartura’]. Porque assim diz o Senhor: Eis que estenderei sobre ela a paz como um rio, e a glória [NVI: ‘a riqueza’] das nações, como uma torrente que transborda [NVI: ‘uma corrente avassaladora’]; então, mamareis, nos braços vos trarão e sobre os joelhos vos acalentarão. Como alguém a quem sua mãe consola, assim eu vos consolarei; e em Jerusalém vós sereis consolados. Vós o vereis, e o vosso coração se regozijará [NVI: ‘Quando vocês virem isso, o seu coração se regozijará’], e os vossos ossos revigorarão como a erva tenra [NVI: ‘e vocês florescerão como a relva’]; então, o poder do Senhor será notório aos seus servos [NVI: ‘a mão do Senhor estará com os seus servos’], e ele se indignará contra os seus inimigos”.

Muitos versículos de Atos dos Apóstolos testificam as palavras profetizadas, pois a palavra de Jesus por meio deles era a consolação e a abundância que supria muitas almas carentes, por isso havia paz e alegria na igreja recém-nascida, apesar da perseguição iniciada por Saulo de Tarso; e essa paz (At 9: 31) e essa graça (At 4: 33; At 11: 23) derramadas gratuitamente sobre as pessoas aumentavam o número de agregados à igreja (At 6: 1; At 9: 31; At 9: 33-35; At 9: 42; At 11: 21; At 11: 26). Até sacerdotes obedeciam à nova fé (At 6: 7). Mesmo em outras cidades onde o evangelho era pregado havia alegria por causa da salvação: At 8: 4-8 (Filipe em Samaria); At 8: 12; 17; At 11: 19 (judeus da Fenícia, Chipre, Antioquia); At 8: 39. Por causa da força do Espírito Santo e da determinação dos apóstolos do Senhor a palavra de Deus crescia (At 6: 7; At 12: 24) e continuava a ser pregada destemidamente (At 4: 10-12; 19-20; 29-31; 33; At 5: 29; 38-39). Como um rio, a doutrina de Jesus se espalhou também para os gentios: At 8: 26-40; At 10: 44-48; At 11: 20; At 11: 26.

Os judeus viram todas as maravilhas de Deus em Jerusalém, a começar pelo ministério de Jesus, e aqueles que o receberam de coração aberto também se alegraram e se regozijaram pela grande transformação ocorrida no meio do Seu povo. Jerusalém teve o privilégio de ver a salvação de Deus antes de qualquer cidade do mundo, e isso, por si só, já era um motivo de regozijo: “Vós o vereis, e o vosso coração se regozijará, e os vossos ossos revigorarão como a erva tenra; então, o poder do Senhor será notório aos seus servos [NVI: ‘a mão do Senhor estará com os seus servos’], e ele se indignará contra os seus inimigos”.

Todos os que se opuseram à Igreja de Cristo caíram, desde os judeus que rejeitaram Jesus até os gentios opressores. Ele continua fazendo isso com todos os que se opuserem ao caminhar santo dos Seus servos: “Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16: 18).

Juízos severos contra os ímpios – v. 15-17.
• Is 66: 15-17: “Porque eis que o Senhor virá em fogo, e os seus carros, como um torvelinho [NVI: ‘turbilhão’], para tornar a sua ira em furor e a sua repreensão, em chamas de fogo, porque com fogo e com a sua espada entrará o Senhor em juízo com toda a carne [NVI: ‘executará julgamento sobre todos os homens’]; e serão muitos os mortos da parte do Senhor. Os que se santificam e se purificam para entrarem nos jardins após a deusa [NVI: ‘do sacerdote’] que está no meio [Nota NVI: ‘jardins atrás de um dos seus templos’], que comem carne de porco, coisas abomináveis [NVI: ‘outras coisas repugnantes’] e rato serão consumidos, diz o Senhor”.

Fogo, carros, torvelinho ou turbilhão e espada são símbolos do juízo de Deus sobre os que rejeitam Sua correção e O desprezam. Ele entra em juízo contra os ímpios da maneira que Ele quer, seja usando exércitos humanos sobre a terra, seja por calamidades da natureza ou qualquer outra forma. Ele sempre executa a Sua justiça e o Seu juízo, ainda que nós não entendamos Seus métodos. A bíblia diz que Ele retém Sua fúria, é tardio em irar-se, mas quando Ele se levanta contra algo, ninguém pode detê-lo. Aqui parece ser repetida a profecia de Is 65: 11-15 sobre a hipocrisia, a idolatria e a adoração dupla por parte daqueles que se diziam judeus.

Os gentios serão uma igreja santa – v. 18-23.
• Is 66: 18-23: “Porque conheço as suas obras e os seus pensamentos [NVI: ‘E, por causa dos seus atos e das suas conspirações’] e venho para ajuntar todas as nações e línguas; elas virão e contemplarão a minha glória. Porei entre elas um sinal e alguns dos que foram salvos [NVI: ‘alguns dos sobreviventes’] enviarei às nações, a Társis, Pul [NVI: ‘aos líbios’] e Lude [NVI: ‘aos lídios’], que atiram com o arco [NVI: ‘famosos flecheiros’], a Tubal e Javã [NVI: ‘à Grécia’], até às terras do mar mais remotas [NVI: ‘e às ilhas distantes’], que jamais ouviram falar de mim, nem viram a minha glória; eles anunciarão entre as nações a minha glória. Trarão todos os vossos irmãos, dentre todas as nações, por oferta ao Senhor, sobre cavalos, em liteiras [NVI: ‘carros e carroças’] e sobre mulas e dromedários [NVI: ‘camelos’], ao meu santo monte, a Jerusalém, diz o Senhor, como quando os filhos de Israel trazem as suas ofertas de manjares [NVI: ‘suas ofertas de cereal’], em vasos puros à Casa do Senhor [NVI: ‘trazendo-as em vasos cerimonialmente puros’]. Também deles tomarei a alguns para sacerdotes e para levitas, diz o Senhor. Porque, como os novos céus e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante de mim [NVI: ‘serão duradouros diante de mim’], diz o Senhor, assim há de estar a vossa posteridade e o vosso nome [NVI: ‘assim serão duradouros os descendentes de vocês e o seu nome’]. E será que, de uma Festa da Lua Nova à outra e de um sábado a outro, virá toda a carne a adorar perante mim [NVI: ‘toda a humanidade virá e se inclinará diante de mim’], diz o Senhor”.

• Is 66: 18: “Porque conheço as suas obras e os seus pensamentos [NVI: ‘E, por causa dos seus atos e das suas conspirações’] e venho para ajuntar todas as nações e línguas; elas virão e contemplarão a minha glória” – Deus estava falando com Israel, em especial os rebeldes e teimosos, que rejeitavam ouvi-lO. Ele viria agora para ajuntar todas as nações gentias de várias línguas para que contemplassem o que Ele era capaz de fazer. Eles conheceriam a Sua presença, e isso seria revelado pelo Seu próprio Espírito, internamente, em cada coração que ouvisse as palavras do evangelho. Em outras palavras: os gentios seriam participantes dessa glória também.

As nações gentias evangelizadas

• Is 66: 19: “Porei entre elas um sinal e alguns dos que foram salvos [NVI: ‘alguns dos sobreviventes’] enviarei às nações, a Társis, Pul [NVI: ‘aos líbios’] e Lude [NVI: ‘aos lídios’], que atiram com o arco [NVI: ‘famosos flecheiros’], a Tubal e Javã [NVI: ‘à Grécia’], até às terras do mar mais remotas [NVI: ‘e às ilhas distantes’], que jamais ouviram falar de mim, nem viram a minha glória; eles anunciarão entre as nações a minha glória” – esse sinal foi o próprio Jesus, pois Ele mesmo disse: “O reino de Deus está dentro de vós”. Em Sua presença como homem Ele mostrou como tomar posse do reino de Deus; Ele manifestou esse reino em Si mesmo, não apenas em palavras, mas em atitudes. Ele deu o exemplo para que pudéssemos segui-lO, e fez o que nenhum de nós poderia fazer: morrer na cruz como propiciação pelos nossos pecados. Só Ele poderia vencer a morte, a separação eterna de Deus.

‘Alguns dos que foram salvos [NVI: ‘alguns dos sobreviventes’] enviarei às nações’ – pode significar Seus apóstolos ou todos os judeus remanescentes daquela época que voltando até mesmo às suas habitações em outras terras, como foi visto em At 2: 9-11, pudessem levar as boas novas da Salvação. Mas aqui, em especial, Ele menciona algumas nações: Társis, Pul [NVI: ‘aos líbios’], Lude [NVI: ‘aos lídios’], Tubal, Javã [NVI: ‘à Grécia’] até às terras do mar mais remotas (às nações mais longínquas, como Itália – Roma – e nações do Oriente, por exemplo).

Como vimos anteriormente nas outras profecias de Isaías, Társis poderia corresponder tanto à região da Índia quanto à atual Espanha. Acima, o profeta cita também a Líbia (Pul ou Pute), a Lídia (Lude, atual região oeste da Turquia), Grécia (Javã) e Tubal. Pul ou Pute era descendente de Cam, filho de Noé. Lude era descendente de Sem, filho de Noé. Társis, Javã e Tubal eram descendentes de Jafé, o terceiro filho de Noé, o pai dos povos indo-europeus. Javã pode ser identificada com a Grécia.


Nações originárias dos filhos de Noé
Nações originárias dos filhos de Noé (Gn 10: 1-32)


Quanto a Tubal, muitas vezes é citado na bíblia junto com Meseque e Magogue, outros descendentes de Jafé. Em Ez 38: 1-3, por exemplo, estas nações são descritas juntas: “Veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Filho do homem, volve o rosto contra Gogue, da terra de Magogue, príncipe de Rôs [na Septuaginta, significa ‘príncipe maior’, ‘príncipe de Rosh’ ou ‘Rhos’], de Meseque e Tubal [Em Russo moderno, Moscou e Tobolsk]; profetiza contra ele e dize: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu sou contra ti, ó Gogue, príncipe de Rôs, de Meseque e Tubal [Magogue era o reino original de Gogue, embora ele tenha adquirido também Meseque e Tubal, para ser chamado de seu ‘príncipe chefe’, ou ‘príncipe maior’]”.

Tobolsk é uma cidade na Rússia, e era a antiga capital da Sibéria (uma vasta região da Rússia e do Norte do Casaquistão).


tabela das nações
Principais nações da Ásia e Oriente Médio originárias dos filhos de Noé (Gn 10: 1-32)


Assim, nós vimos em At 2: 9-11, que os judeus presentes na festa de Pentecostes e que foram convertidos eram: partos (a Pártia era a região nordeste do atual Irã), medos (da Média, noroeste do atual Irã), elamitas (Elam ou Elão era a região sudoeste do atual Irã), naturais da Mesopotâmia (atual Iraque), Capadócia (na atual Turquia), Ponto (Nordeste da Turquia), Ásia (também chamada Anatólia, atual Turquia), Frígia (na região central da Turquia), Panfília (no sul da Turquia), Egito e das regiões da Líbia (ao norte da África), de Cirene (uma antiga colônia grega na atual Líbia), romanos, cretenses (ilha de Creta, pertencente à Grécia, no Mar Egeu) e arábios. Pártia, Média, Elão, Mesopotâmia ficavam no Oriente, na antiga região da Assíria, Babilônia e Pérsia, hoje região do Irã e Iraque. Capadócia, Ponto, Ásia Menor (onde estavam as sete igrejas), Frígia e Panfília, todas elas regiões da atual Turquia, foram evangelizadas pelo apóstolo Paulo e seus colaboradores, como Barnabé, João Marcos, Silas, entre outros. Quanto a Roma, não se sabe quem realmente iniciou a igreja lá, mas Pedro e Paulo chegaram até essa cidade.


Mundo no NT – Oriente-Ásia
Judeus de outras nações descritas em At 2: 9-11, presentes na festa de Pentecostes

Antiga Anatólia (Turquia), na Ásia Menor
Antiga Anatólia (Turquia), na região da Ásia Menor

As nações evangelizadas pelos apóstolos do Senhor

Todos os apóstolos, exceto João, foram martirizados:

• Simão Pedro chegou a levar a palavra aos crentes de Roma, junto com João Marcos (o evangelista, filho de Maria – At 12: 25; At 13: 13; At 15: 37-40; Cl 4: 10; 2 Tm 4: 11; Fm 24; 1 Pe 5: 13). Pedro morreu crucificado de cabeça para baixo em Roma, por volta de 65 ou 68 DC.
• João Marcos (autor do segundo evangelho; mencionado acima) levou o evangelho a Alexandria, no Egito, e morreu lá, arrastado por cavalos em 70-80 DC.
• Tiago (o maior), irmão do apóstolo João e filho de Zebedeu, foi decapitado pelo rei Herodes Agripa em 44 DC em Jerusalém.
• Filipe (apóstolo de Jesus) pregou o evangelho na Palestina, Grécia e na Ásia Menor, onde a mulher de um procônsul romano se converteu. Ali morreu crucificado e, a seguir, apedrejado no ano 80 DC em Hierápolis, na Frígia, por ordem do procônsul.
• André, irmão de Pedro, é considerado o fundador da igreja em Bizâncio (Constantinopla e, atualmente, Istambul), onde o imperador Constantino mais tarde atuou, instituindo a Igreja Católica Apostólica Romana. Foi crucificado na Grécia (domínio romano) em uma cruz em forma de X.
• Paulo de Tarso evangelizou toda a Ásia Menor, Síria, Chipre, Macedônia e levou também o evangelho a Roma, onde morreu. A bíblia fala que no início de sua conversão ele também levou o evangelho à Arábia (Gl 1: 17); não a Arábia Saudita de hoje, na Península Arábica, mas a Arabia Petraea (em Latim) ou Arábia Petréia, que incluía o reino Nabateu, a Península do Sinai e o Noroeste da Península Arábica. Mais tarde foi incorporada pelo Império Romano em 106 DC no reinado de Trajano. Morreu decapitado em Roma (por ser um cidadão romano, senão sofreria outro tipo de morte).
• Matias, escolhido para ficar no lugar de Judas Iscariotes. Morreu queimado numa fogueira, não se sabe onde.
• Lucas (médico e evangelista): morreu em Tebas, na Beócia (prefeitura da Grécia), com 84 anos. Não se sabe se foi martirizado. Provavelmente, ele evangelizou algumas regiões da Grécia.
• Tomé: Foi provavelmente o mais ativo do apóstolos ao leste da Síria, pregando até a Índia, onde morreu traspassado por lanças.
• Bartolomeu (também conhecido por Natanael): pregou até na Índia com Tomé, voltando à Armênia, Etiópia e ao sul da Arábia. Segundo relatos, morreu por esfolamento em Albanópolis (moderna Derbent, ao norte do Azerbaijão), nas montanhas do Cáucaso (entre o Mar Negro e o Mar Cáspio), na região próxima a Meseque e Tubal, a mando do governador.
• Judas Tadeu (apóstolo de Jesus): dedicou-se à pregação do evangelho na Judéia, Samaria, Mesopotâmia (hoje região do Iraque) e na Pérsia. Antigas tradições afirmam que foi martirizado na Pérsia, a mando de sacerdotes pagãos de Zoroastro, tendo sido decapitado juntamente com Simão, o Zelote (apóstolo de Jesus), que também pregava naquela região. Este foi morto depois de negar sacrificar ao deus Sol.
• Mateus: ministrou na Pérsia (atual Irã) e na Etiópia. Não se sabe se foi martirizado (apunhalado até morrer na Etiópia).
• Tiago, o menor (filho de Alfeu), apóstolo de Jesus: ministrou na Síria, onde, provavelmente, morreu apedrejado.
• João (apóstolo de Jesus): o único que não foi martirizado. Foi exilado na ilha de Patmos, no leste do Mar Egeu, durante a perseguição do imperador romano Domiciano, por volta de 90 DC. Ali, escreveu o Livro de Apocalipse. Morreu de morte natural, em Éfeso, 98 ou 100 DC, quando tinha 94 anos, após ter sido solto da prisão no governo de Nerva, imperador romano. Uma tradição latina muito antiga informa que ele escapou sem se queimar, depois de ter sido jogado num caldeirão de óleo fervente. Isso teria acontecido na cidade de Roma. Exerceu jurisdição sobre as igrejas da Ásia Menor.
• Tiago, o Justo, escritor da Epístola de Tiago, primeiro bispo de Jerusalém e meio-irmão de Jesus (Mc 6: 3; Gl 1: 19) ficou em Jerusalém, onde evangelizou e morreu, atirado do pináculo do templo e depois apedrejado, não se sabe se por judeus tradicionais.

• Is 66: 20-22: “Trarão todos os vossos irmãos, dentre todas as nações, por oferta ao Senhor, sobre cavalos, em liteiras e sobre mulas e dromedários, ao meu santo monte, a Jerusalém, diz o Senhor, como quando os filhos de Israel trazem as suas ofertas de manjares, em vasos puros à Casa do Senhor. Também deles tomarei a alguns para sacerdotes e para levitas, diz o Senhor. Porque, como os novos céus e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante de mim [NVI: ‘serão duradouros diante de mim’], diz o Senhor, assim há de estar a vossa posteridade e o vosso nome [NVI: ‘assim serão duradouros os descendentes de vocês e o seu nome’]”.

De alguma forma, em algumas das festas importantes, esses convertidos vieram a Jerusalém para adorar o Senhor. Ele diz que alguns deles seriam sacerdotes. Nós vimos que, mesmo abolido o sacerdócio Levítico da antiga aliança, os discípulos e apóstolos de Jesus continuaram o sacerdócio que Ele mesmo começou. Em At 6: 7 está escrito que até antigos sacerdotes judeus obedeceram à nova fé, e logicamente, assumiram o novo sacerdócio. Os discípulos de Paulo, como Timóteo e Tito também foram presbíteros nas igrejas cristãs. Lucas não parece ter assumido a liderança de nenhuma igreja, mas levou o evangelho às regiões da Grécia. O apóstolo João também teve liderança sobre as igrejas da Ásia Menor, em especial a de Éfeso. Os novos céus e a nova terra como vimos em Is 65: 17-18 refletem o estado da Igreja que foi criada por Jesus. Os verdadeiros crentes deixariam uma descendência duradoura na fé, e seus nomes estariam sempre escritos no livro da vida do Cordeiro.

• Is 66: 23: “E será que, de uma Festa da Lua Nova à outra e de um sábado a outro, virá toda a carne a adorar perante mim [NVI: ‘toda a humanidade virá e se inclinará diante de mim’], diz o Senhor”.

É lógico que os cristãos não seguiram os costumes judaicos tradicionais, embora algumas festividades do AT ainda fossem seguidas no início da igreja: Páscoa (Jo 2: 13 e 23; Jo 6: 4; Jo 11: 55; Mt 26: 2; Mc 14: 1; Lc 22: 1; At 12: 3; At 20: 6), Ano Novo (Jo 5: 1), Tabernáculos (Jo 7: 2 e 37 cf. Lv 23: 36; Nm 29: 12; Ne 8: 14-18), Pentecostes (At 2: 1; At 20: 16; 1 Co 16: 8), Dia da Expiação (At 27: 9, aqui chamado Dia do Jejum). Mas não mais se comemorava a Lua Nova (de mês a mês), nem o sábado foi mantido, e sim substituído pelo domingo no século IV. O que a profecia queria dizer é que a Igreja do NT adoraria do Senhor sempre, dia após dia, semana após semana, mês após mês. A adoração e a oração passaram a fazer parte da rotina dos crentes; como disse o apóstolo Paulo, andando sempre no espírito (Gl 5: 16) e orando em todo tempo no Espírito (Ef 6: 18).

O castigo eterno dos ímpios – v. 24.
• Is 66: 24: “Eles sairão e verão os cadáveres dos homens que prevaricaram [NVI: ‘rebelaram’] contra mim; porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará; e eles serão um horror para toda a carne [NVI: ‘causarão repugnância a toda a humanidade’]”.

O Senhor havia mostrado a alegria dos fiéis dentro da Sua igreja, e agora mostra o destino dos ímpios, ou seja, além de um tormento contínuo da consciência, impedindo seu descanso em Deus e os acusando sempre, esta figura de linguagem foi usada por Jesus para designar o inferno, a morte eterna (Mc 9: 44; Ap 14: 10).


• Principal fonte de pesquisa: Douglas, J.D., O novo dicionário da bíblia, 2ª ed. 1995, Ed. Vida Nova.
• Fonte de pesquisa para algumas imagens: wikipedia.org e crystalinks.com

Este texto se encontra no 3º volume do livro:


livro evangélico: O livro do profeta Isaías

O livro do profeta Isaías vol. 1 (PDF)

O livro do profeta Isaías vol. 2

O livro do profeta Isaías vol. 3

The book of prophet Isaiah vol. 1 (PDF)

The book of prophet Isaiah vol. 2

The book of prophet Isaiah vol. 3

Sugestão de leitura:


livro evangélico: Profeta, o mensageiro de Deus

Profeta, o mensageiro de Deus (PDF)

Prophet, the messenger of God (PDF)

Sugestão para download:


tabela de profetas AT

Tabela dos profetas (PDF)

Table about the prophets (PDF)



Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti

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