Isaías 29: Nabucodonosor destruirá o templo e Jerusalém, a Lareira de Deus [‘uma fornalha de altar’; ‘Ariel’], pois ela será queimada como um sacrifício por causa da hipocrisia, da cegueira espiritual de Judá e falta de entendimento da Palavra.

Isaiah 29: Nebuchadnezzar will destroy the temple and Jerusalem, the ‘altar hearth’ [‘Ariel’], for it will be burned as a sacrifice, due to Judah’s spiritual blindness, hypocrisy and lack of understanding of God’s Word.


Isaías capítulo 29




Capítulo 29

O templo e a cidade de Jerusalém foram destruídos – v. 1-4.
• Is 29: 1-4: “Ai da Lareira de Deus, cidade-lareira de Deus, em que Davi assentou o seu arraial! Acrescentai ano a ano, deixai as festas que completem o seu ciclo [NVI: ‘Ai de Ariel! Ariel, a cidade onde acampou Davi. Acrescentem um ano a outro e deixem seguir o seu ciclo de festas’]; então, porei a Lareira de Deus em aperto, e haverá pranto e lamentação; e ela será para mim verdadeira Lareira de Deus [NVI: ‘uma fornalha de altar’; a palavra hebraica para ‘fornalha de altar’ se assemelha à palavra Ariel]. Acamparei ao derredor de ti, cercar-te-ei com baluartes e levantarei tranqueiras contra ti. Então, lançada por terra, do chão falarás, e do pó sairá afogada a tua fala; subirá da terra a tua voz como a de um fantasma; como um cochicho, a tua fala, desde o pó”.

Aqui o profeta lamenta sobre Jerusalém, pois a destruição também virá sobre ela. Ele a chama de Lareira de Deus, pois era ali onde os sacrifícios ao Senhor eram feitos de maneira santa no templo como uma devoção genuína a Ele, a começar por Davi, que trouxe a arca e, conseqüentemente, a presença de Deus para a cidade e o honrou com a sua obediência e fé. Que as festas anuais prosseguissem até o tempo decretado pelo Senhor para elas cessarem. Depois Deus fala que vai chegar o dia que Ele a porá em aperto e ela será uma verdadeira Lareira de Deus [NVI: ‘uma fornalha de altar’], pois será queimada, e os que morrerem nela serão um verdadeiro sacrifício vivo para Ele.

Embora alguns estudiosos cogitem sobre a Assíria como agente da ira de Deus, nenhum dos seus reis destruiu Jerusalém. Pelo contrário, aqui podemos ver claramente o cerco e a invasão de Jerusalém por Nabucodonosor que, na terceira campanha contra ela no tempo de Zedequias, pôs seus muros abaixo, invadiu o templo e o queimou; queimou também a cidade e levou consigo seus prisioneiros para Ribla (na Síria, ao sul de Hamate). Seus moradores mal tinham força para clamar a Deus por socorro após os dois anos de cerco (do 9º ao 11º ano do reinado de Zedequias – 2 Rs 25: 1-2). Infelizmente, muito sangue inocente já havia sido derramado naquela cidade por causa de reis não tementes a Deus. Por isso Jesus fez o Seu lamento sobre ela: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes! Eis que a vossa casa vos ficará deserta. Declaro-vos, pois, que, desde agora, já não me vereis, até que venhais a dizer: Bendito o que vem em nome do Senhor!” (Mt 23: 37-39). Como foi no AT, a situação se repetiu no NT quando Tito fez a mesma coisa e quando Jerusalém só verá o Messias novamente quando clamar por Ele na hora da aflição. Também já estava predito que as festas do Senhor e os sacrifícios cessariam. Isso se cumpriu com a vinda de Jesus, que se deu como sacrifício único e definitivo para fazer a nova aliança com Deus; mais especificamente, em 70 DC, com a destruição do templo por Tito, para os judeus tradicionais que não aceitaram o sacrifício de Jesus e continuaram a praticar os rituais, mesmo após Sua ressurreição.

O Senhor continua a falar da destruição de Jerusalém e do templo; seus inimigos são insaciáveis – v. 5-8.
• Is 29: 5-8: “Mas a multidão dos teus inimigos será como o pó miúdo, e a multidão dos tiranos, como a palha que voa; dar-se-á isto, de repente, num instante. Do Senhor dos Exércitos vem o castigo com trovões, com terremotos, grande estrondo, tufão de vento, tempestade e chamas devoradoras. Como sonho e visão noturna será a multidão de todas as nações que hão de pelejar contra a Lareira de Deus, como também todos os que pelejarem contra ela e contra os seus baluartes e a puserem em aperto. Será também como o faminto que sonha que está a comer, mas, acordando, sente-se vazio; ou como o sequioso [NVI: ‘um homem sedento’] que sonha que está a beber, mas, acordando, sente-se desfalecido e sedento; assim será toda a multidão das nações que pelejarem contra o monte Sião”.

O Senhor continua a falar da destruição de Jerusalém e do templo, e de como seus inimigos são insaciáveis. Os soldados caldeus virão em grande multidão como pó fino, e de repente, como num sonho de noite, e tão rápido como palha que voa ao vento. As metáforas terríveis expressam os julgamentos de Deus.

Cegueira espiritual – v. 9-10.
• Is 29: 9-10: “Estatelai-vos e ficai estatelados, cegai-vos e permanecei cegos; bêbados estão, mas não de vinho; andam cambaleando, mas não de bebida forte. Porque o Senhor derramou sobre vós o espírito de profundo sono, e fechou os vossos olhos, que são os profetas, e vendou a vossa cabeça, que são os videntes”.

Aqui o Senhor descreve a falta de sensibilidade e percepção daquele povo para as coisas espirituais, como bêbados; mesmo porque, pela dureza do seu coração, Deus cegou os próprios profetas e videntes para que não entendessem os Seus projetos.

Não se consegue entender a palavra – v. 11-12.
• Is 29: 11-12: “Toda visão já se vos tornou como as palavras de um livro selado, que se dá ao que sabe ler, dizendo: Lê isto, peço-te; e ele responde: Não posso, porque está selado; e dá-se o livro ao que não sabe ler, dizendo: Lê isto, peço-te; e ele responde: Não sei ler”.

Essa é uma triste descrição da falta de revelação e entendimento da palavra de Deus, até mesmo por aqueles que antes a entendiam. Muito mais desesperador ainda era para os que nunca a entenderam e agora não tinham quem os ajudasse a entender e lhes dar a resposta que precisavam. Só Deus poderia abrir seu coração para que eles entendessem. A falta de entendimento era tamanha que as palavras escritas naquele rolo da Lei pareciam estar dentro de um rolo selado e sem poder se desenrolar e ser aberto e lido publicamente.

A hipocrisia profunda – v. 13-16.
• Is 29: 13-16: “O Senhor disse: Visto que este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, que maquinalmente aprendeu [NVI: ‘A adoração que me prestam é feita só de regras ensinadas por homens’], continuarei a fazer obra maravilhosa no meio deste povo; sim, obra maravilhosa e um portento [uma coisa prodigiosa]; de maneira que a sabedoria dos seus sábios perecerá, e a prudência dos seus prudentes se esconderá [NVI: ‘a inteligência dos inteligentes se desvanecerá’]. Ai dos que escondem profundamente o seu propósito do Senhor, e as suas próprias obras fazem às escuras, e dizem: Quem nos vê? Quem nos conhece? Que perversidade a vossa! Como se o oleiro fosse igual ao barro, e a obra dissesse do seu artífice: Ele não me fez; e a coisa feita dissesse do seu oleiro: Ele nada sabe”.

A adoração desse povo era vã diante do Senhor porque se transformara num ritual monótono, pois o coração já não participava mais do culto. Eles haviam perdido o temor a Deus e a vontade de obedecer-lhe. Eles o adoravam segundo as tradições criadas por homens, por falsos profetas, por sacerdotes corrompidos pelo pecado, mas não segundo o que haviam aprendido através da sua experiência pessoal com Deus. Faltava o espírito da letra porque não havia mais o amor. O que o povo fazia exteriormente, em especial os reis e príncipes, eram para mostrar uns aos outros, porém com hipocrisia. O que eles faziam em oculto era visto por Deus, apesar de eles fingirem ou pensarem que ninguém estava vendo. Eles eram o barro nas mãos do oleiro, entretanto, não se deixavam ser moldados pelo Criador. Por causa de sua altivez e orgulho, o Senhor os havia cegado para as coisas espirituais; e continuaria a fazer grandes coisas, espantosas mesmo, para eles soubessem que Ele ainda estava no controle. A inteligência e a sabedoria dos seus sábios, conselheiros, magistrados, profetas e videntes não eram nada, não serviam mais para nada. Eram apenas frutos da própria carne, não dos dons divinos.

Esses escarnecedores e opressores serão eliminados, o resto será convertido. Haverá redenção – v. 17-24.
• Is 29: 17-24: “Porventura, dentro em pouco não se converterá o Líbano em pomar [NVI: ‘campo fértil’], e o pomar não será tido por bosque? Naquele dia, os surdos ouvirão as palavras do livro, e os cegos, livres já da escuridão e das trevas, as verão. Os mansos terão regozijo sobre regozijo no Senhor [NVI: ‘Mais uma vez os humildes se alegrarão no Senhor’], e os pobres entre os homens se alegrarão no Santo de Israel. Pois o tirano é reduzido a nada, o escarnecedor já não existe, e já se acham eliminados todos os que cogitam da iniqüidade, os quais por causa de uma palavra condenam um homem, os que põem armadilhas ao que repreende na porta [NVI: ‘trapaceiam contra o defensor’], e os que sem motivo negam ao justo o seu direito [NVI: ‘com testemunho falso impedem que se faça justiça ao inocente’]. Portanto, acerca da casa de Jacó, assim diz o Senhor, que remiu a Abraão: Jacó já não será envergonhado, nem mais se empalidecerá o seu rosto. Mas, quando ele e seus filhos virem a obra das minhas mãos no meio deles, santificarão o meu nome; sim, santificarão o Santo de Jacó e temerão o Deus de Israel. E os que erram de espírito virão a ter entendimento, e os murmuradores hão de aceitar instrução”.

Os escarnecedores e opressores que antes andaram no erro serão eliminados, morrerão no cativeiro; e essa tendência ruim no coração do povo desaparecerá quando seus descendentes, já limpos e purificados, voltarem do exílio e receberem de Deus a capacidade de ver de novo, de entender as coisas espirituais para poder discernir o caminho correto; a capacidade de ouvir de bom grado a Sua palavra. O que era estéril e devastado, como o Líbano ficou após as destruições dos invasores estrangeiros, voltaria a ser como um campo fértil e preparado para o plantio. Os corações daquele povo não mais recusariam as exortações proféticas, e eles se converteriam sinceramente ao seu Deus. Eles deixariam de se envergonhar pelo seu comportamento reprovável diante das outras nações para onde foram espalhados no dia da ira do Senhor. Os humildes de espírito teriam alegria no Senhor, pois conseguiriam perceber a Sua justiça. Os que não entendiam Sua palavra entenderiam agora, e os que antes murmuravam receberiam a verdadeira instrução e passariam a glorificar a Deus. Muito mais do que ocorreria após o retorno do cativeiro, essa profecia seria cumprida com a vinda do Messias, pois em Jesus, Deus se manifestou ao Seu povo. Ele é a luz do mundo e Ele mesmo disse que veio para juízo, a fim de que os que não viam pudessem ver, e os que viam, se tornassem cegos (Jo 9: 39). Jesus quis dizer que Ele veio para aqueles que têm consciência do seu pecado e se arrependem; então, debaixo do Seu sangue, perdoados e justificados, já não sofrem mais acusação. Entretanto, para os que se encontram cegos pelo orgulho, pela arrogância e pela rebeldia, o Senhor faz resplandecer a Sua luz e os pecados deles se tornam evidentes diante dos seus olhos. Também podemos dar outra interpretação: aos que se acham cegos para a verdade, mas a buscam de coração puro, o Senhor abre seus olhos para que possam vê-la; os que tudo sabem, tudo enxergam e tudo podem, tentando, arrogantemente, conhecer os Seus mistérios, o Senhor os cega, pois a bíblia mesmo fala que o Pai revela Seus segredos aos humildes de espírito e os encobre dos sábios e entendidos.
Ela também diz: “A vós outros é dado conhecer o mistério do reino de Deus, mas aos de fora, tudo se ensina por meio de parábolas para que, vendo, vejam e não percebam; e, ouvindo, ouçam e não entendam; para que não venham a converter-se, e haja perdão para eles... porque o coração deste povo está endurecido” (Mc 4: 11-12; Mt 13: 15a).

Há outra promessa neste texto de Isaías e que foi cumprida através de Jesus: “Mas, quando ele e seus filhos virem a obra das minhas mãos no meio deles, santificarão o meu nome; sim, santificarão o Santo de Jacó e temerão o Deus de Israel” (Is 29: 23). Quantos milagres Jesus realizou no meio do Seu povo para que eles pudessem ver o que o Pai era capaz de fazer (Jo 20: 30; Jo 21: 25)! Jesus foi a maior prova da existência e das boas intenções de Deus para com os homens. Por isso, Ele respondeu a Filipe na Última Ceia: “Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, faz as a suas obras. Crede-me que estou no Pai, e o Pai, em mim; crede ao menos por causa das mesmas obras” (Jo 14: 9-11).


• Principal fonte de pesquisa: Douglas, J.D., O novo dicionário da bíblia, 2ª ed. 1995, Ed. Vida Nova.
• Fonte de pesquisa para algumas imagens: wikipedia.org e crystalinks.com

Este texto se encontra no 1º volume do livro:


livro evangélico: O livro do profeta Isaías

O livro do profeta Isaías vol. 1 (PDF)

O livro do profeta Isaías vol. 2

O livro do profeta Isaías vol. 3

The book of prophet Isaiah vol. 1 (PDF)

The book of prophet Isaiah vol. 2

The book of prophet Isaiah vol. 3

Sugestão de leitura:


livro evangélico: Profeta, o mensageiro de Deus

Profeta, o mensageiro de Deus (PDF)

Prophet, the messenger of God (PDF)

Sugestão para download:


tabela de profetas AT

Tabela dos profetas (PDF)

Table about the prophets (PDF)



Autora: Pastora Tânia Cristina Giachetti

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